A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ontem comemoramos os 26 anos do Partido dos Trabalhadores num jantar, onde cada um pagou o preço que tinha condição de pagar, para contribuir efetivamente com a arrecadação do nosso Partido para superar as nossas dívidas.

Nessa solenidade, nessa festa, também tivemos a oportunidade de, antecipadamente, termos ciência, termos conhecimento dos resultados da pesquisa CNT/Census, que está hoje em toda a mídia, em todos os meios de comunicação. Com 47,6% das intenções de voto, o Presidente Lula aparece na frente do seu principal adversário, o Prefeito José Serra, do PSDB. A própria pesquisa apresenta que o Presidente Lula recuperou 14 pontos em 3 meses.

É claro que essa notícia suscitou a comemoração. Além dos 26 anos do nosso Partido, essa perspectiva de reeleição do Presidente Lula também ensejou, na saudação que o Presidente Lula fez ao Partido reunido, toda uma recomendação para que o resultado da pesquisa seja sempre colocado no seu devido lugar, como retrato de um momento, e que precisamos trabalhar muito para que, no dia da eleição, se possa concretizar o que hoje aponta a pesquisa.

No dia de ontem, cheguei a Brasília apenas no final da tarde, cumprindo uma agenda que tive no final de semana no Estado, quando pude entender melhor por que houve essa modificação nestes últimos meses, no meio de tanta crise, de tantas CPIs funcionando, denúncia para cá, denúncia para lá. É caminhando pelo Estado que representamos e onde moramos que podemos ter a dimensão efetiva do que está impulsionando a mudança nos números, a mudança na pesquisa: a mudança no cotidiano das pessoas.

E quero relatar aqui que, nas viagens que fiz neste final de semana, percebi que duas questões que estão sendo implementadas pelo Governo Lula, no meu Estado, em Santa Catarina, mexem significativamente com a vida da população e, com certeza, são dois exemplos significativos da mudança nos números da pesquisa. Isso ocorre exatamente em função da sensibilidade à mudança na qualidade e na condição de vida da população, não só brasileira como do meu Estado.

Nós estamos comemorando em Santa Catarina, talvez, uma das maiores alavancagens na oferta de ensino profissionalizante das últimas décadas. Santa Catarina tem hoje três Cefets - Escolas Técnicas Federais: a de Florianópolis; a de São José - portanto na mesma macrorregião; e uma em Jaraguá. No Plano de Expansão do Ensino Profissionalizante, nós já estamos com obras iniciadas para serem inauguradas, inclusive com curso funcionando, para mais três novos Cefets: Joinville, Chapecó e Araranguá.

Estamos debatendo a possibilidade de já encaminhar, dependendo do que for aprovado no Orçamento deste ano, mais três escolas técnicas: uma para o Vale do Itajaí, uma para o Planalto Serrano e outra para o Meio Oeste. Portanto, Santa Catarina, de três Cefets, passará a seis - há quase vinte anos, não tínhamos unidades novas de ensino profissionalizante sendo construídas e inauguradas em nosso Estado. Dobraremos neste ano o número de Cefets, com perspectivas concretas de termos funcionando nove Cefets a partir do próximo ano. Lembro que os Cefets são centros de nível superior, destinados à formação tecnológica profissionalizante gratuita para a nossa juventude.

Visitei unidades como a Agrotécnica de Concórdia e a Agrotécnica de Camboriú - esta última é vinculada à Universidade Federal. Tive oportunidade de ver a implementação e a aplicação dos recursos da emenda que tive a honra de ver integralmente empenhada, uma emenda de R$14,4 milhões. Na Agrotécnica de Concórdia, R$ 1,2 milhão vem sendo aplicado em dezesseis pontos de reaparelhamento, reconstrução e ampliação da oferta daquela unidade. Quanto à Agrotécnica de Camboriú, ela recebeu mais do que lhe destinou o Orçamento do ano de 2005: o Orçamento de Custeio de 2005 da Agrotécnica de Camboriú foi de R$1,051 milhão, e a parcela da emenda empenhada em dezembro é de R$1,124 milhão. Tive a oportunidade de percorrer a escola e observei que há áreas que há cinqüenta anos não passam por uma única restauração, por nenhuma obra, nada. Vi os alunos terem aula de manejo de gado leiteiro sob vigas praticamente consumidas por cupins: todo o madeirame está comprometido, há o risco de que desabe em cima da cabeça dos alunos. Agora, efetivamente, poderá ser reconstruída, refeita.

Além disso, nesta segunda-feira, visitei o Planalto Norte, uma das regiões com IDH mais baixo em nosso Estado, uma região onde o desenvolvimento econômico não se dá no mesmo patamar de outras regiões de Santa Catarina, não se dá na mesma magnitude. Pude acompanhar obras importantes, como o recapeamento - não tapa-buracos, mas recapeamento - da BR 280, obra reivindicada há mais de quinze anos por aquela comunidade; a travessia urbana da entrada do Município de Canoinhas, com centenas de mortes computadas, obra reivindicada há mais de vinte anos - inclusive a comunidade que compareceu à solenidade de encaminhamento da obra registrou que há mais de vinte anos reivindica a modificação daquele trecho que ceifou centenas de vidas.

Tendo em vista tanto essas questões ligadas ao ensino profissionalizante - oferta de oportunidade de estudo, capacitação profissional para a juventude - como as obras de infra-estrutura, tão necessárias para um Estado como o de Santa Catarina, é que consigo entender os resultados da pesquisa CNT/Sensus. O cotidiano das pessoas está mudando, obras requeridas, pleiteadas, exigidas pela comunidade há décadas agora vêm sendo implementadas, como é o caso da duplicação do trecho sul da BR-101, como é o caso da restauração e recapeamento da BR-280, como é o caso da travessia urbana...

(Interrupção do som.)

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Já vou concluir.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Um Estado como Santa Catarina, que é exportador, que é industrializado, um Estado que contribui de forma significativa com a economia brasileira tem, proporcionada pelo Governo Lula, uma retomada, uma ofensiva no sentido de alavancar o ensino profissional federal, público e gratuito para a nossa juventude.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - As mudanças que estão sendo realizadas acabam refletindo-se na pesquisa que ontem comemoramos, com a atenção do nosso Presidente para que não tenhamos a tentação de subir no salto.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Queria dizer ao Senador Heráclito que ele normalmente me pede apartes. Não há uma vez que eu venha à tribuna em que ele não peça aparte. Hoje, Senador Heráclito, vou pedir desculpas a V. Exª, mas vou cumprir o meu tempo.

S. Exª vai utilizar o art. 14 e poderá falar por mais tempo do que falaria em um aparte ao meu pronunciamento.

Muito obrigada.