Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Regozijo pela retomada das obras do Canal do Sertão, que beneficiará municípios da região mais pobre do estado alagoano.

Autor
Teotonio Vilela Filho (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AL)
Nome completo: Teotonio Brandão Vilela Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Regozijo pela retomada das obras do Canal do Sertão, que beneficiará municípios da região mais pobre do estado alagoano.
Publicação
Publicação no DSF de 15/02/2006 - Página 5093
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, EMPENHO, RECURSOS, RETOMADA, OBRA PUBLICA, CANAL, RIO SÃO FRANCISCO, ESTADO DE ALAGOAS (AL), ELOGIO, GESTÃO, RENAN CALHEIROS, SENADOR, EXPECTATIVA, LIBERAÇÃO, BENEFICIO, DESENVOLVIMENTO, MUNICIPIOS, REGIÃO SEMI ARIDA, ABASTECIMENTO DE AGUA, IRRIGAÇÃO.
  • AVALIAÇÃO, ABANDONO, ESTADO DE ALAGOAS (AL), GOVERNO FEDERAL, ESPECIFICAÇÃO, PARALISAÇÃO, PROJETO, RECUPERAÇÃO, RIO SÃO FRANCISCO, PREVISÃO, RETOMADA, OBRAS, MOTIVO, REELEIÇÃO.

O SR. TEOTONIO VILELA FILHO (PSDB - AL. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tanto cobramos, tanto protestamos, tanto argumentamos que, em três anos, o governo Lula teve o primeiro e até aqui único gesto para Alagoas. Certamente convencido pelo presidente Renan Calheiros, cujo esforço e trabalho é preciso reconhecer e destacar, o governo Lula terminou por empenhar 90 milhões de reais para a retomada das obras do Canal do Sertão, iniciadas na administração do presidente Fernando Henrique Cardoso e cruelmente paralisadas desde que assumiu o governo do PT. Da mesma forma, foram empenhados outros 60 milhões para a adutora do Pratagy, que garantirá o abastecimento d'água para Maceió.

Os jornais noticiaram fartamente, no final do ano passado, que os empenhos eram um mimo do governo para os integrantes mais fiéis de sua bancada. Que seja, que tenha sido. E tanto não discuto a autoria desse verdadeiro feito que é empenhar algum recurso nesse governo, que destaco com alegria e orgulho, a atuação do senador Renan Calheiros. Ele conseguiu.

O importante é que o Canal possa ser retomado. O importante é que o empenho se transforme em liberação efetiva, para que se possa concluir essa obra que mudará a face dos sertões de Alagoas. Há anos que cobro a construção do canal, uma das obras do Nordeste de dimensão mais claramente estruturante. Só o governo Lula não percebeu que o Canal não é obra de um governo, é redenção de um Estado.

Previsto para três etapas, o canal levará água do Rio São Francisco, renda e desenvolvimento para 27 municípios alagoanos da mais pobre de todas as nossas regiões. Com essa obra, vamos garantir a mais de 700 mil alagoanos do semi-árido água tratada para o consumo humano, irrigação em milhares de hectares às margens do canal, produção de alimentos para o consumo regional e para a exportação, viabilização da pecuária e aumento da oferta de alimentos através da introdução da piscicultura. Tão importante é o Canal do Sertão para Alagoas e para o Nordeste que o Governo Fernando Henrique a considerou estratégica para o Brasil.

No governo Fernando Henrique, começaram as obras da primeira etapa, com terraplenagem e desmonte de rocha e 16 dos primeiros 45 quilômetros projetados de canal. Começaram e pararam, porque retiveram os recursos. Tudo nesse governo Lula foi contingenciado.

Ninguém desconhecerá a coincidência entre o empenho e a possível retomada de obras e a proximidade do período eleitoral. Que seja, volto a dizer. Mesmo que tenha um objetivo descaradamente eleitoreiro, ainda assim vou aplaudir a retomada das obras. Nem que seja à véspera da eleição, que se faça.

Torço para que o governo empenhe e libere recursos para as muitas outras obras paralisadas em Alagoas, onde, aliás, parou tudo.

Parou por completo o projeto de revitalização do Rio São Francisco, por falta de recursos. A primeira etapa da revitalização das lagoas Mundaú e Manguaba ainda espera a liberação dos R$22 milhões previstos para o esgotamento sanitário dos 13 municípios que margeiam os rios Mundaú e Paraíba. Pararam as obras do Prodetur, de infra-estrutura e saneamento das cidades com vocação turística. Pararam as obras do maior programa de engenharia sanitária do Estado de Alagoas, que beneficia os 99 municípios do Estado, com melhorias sanitárias domiciliares, ligações de água e esgotamento sanitário. A esperança de uma vida melhor para as populações mais pobres das mais pobres regiões também foi contingenciada. Pararam as adutoras, tudo parou em Alagoas.

Torço para que o empenho dos primeiros recursos para o Canal do Sertão e para a adutora do Pratagy seja sinal de que o governo Lula está revendo sua posição de muita crueldade e perversidade com Alagoas.

Lula chega a seu último ano de mandato sem nenhuma nova obra em Alagoas, e apenas terminou uma única obra, a obra do aeroporto, iniciado no governo Fernando Henrique e tocado com recursos da Infraero. O governo Lula chega até aqui aprofundando ainda mais a marca de esquecimento, de discriminações e de omissões, que estigmatiza a história de nosso Estado.

Sinceramente pouco me importa que essa mudança de atitudes se faça na véspera da eleição. Antes tarde, antes muito tarde. De qualquer forma, não há como calar o grito que vem da alma: bendita eleição.

Era o que eu tinha a dizer!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/02/2006 - Página 5093