Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogios à iniciativa do Serviço Social da Indústria, ao estabelecer o "Sistema de Avaliação de Competências do Projeto Sesi - por um Brasil alfabetizado".

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • Elogios à iniciativa do Serviço Social da Indústria, ao estabelecer o "Sistema de Avaliação de Competências do Projeto Sesi - por um Brasil alfabetizado".
Publicação
Publicação no DSF de 17/02/2006 - Página 5477
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • ELOGIO, INICIATIVA, SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI), PARCERIA, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO A CIENCIA E A CULTURA (UNESCO), CRIAÇÃO, PROGRAMA, ALFABETIZAÇÃO, ADULTO, BENEFICIO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores: Faço uso da palavra, no elevado ambiente político do Senado Federal, para elogiar a iniciativa do Serviço Social da Indústria, ao estabelecer o “Sistema de Avaliação de Competências do Projeto Sesi - por um Brasil alfabetizado”.

Com a iniciativa, o Sesi, desta vez em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), contribui no esforço de superação do fosso social que perdura em nosso País.

O programa do Sesi iniciou-se em 2003, com foco na alfabetização de adultos, e a meta é alfabetizar dois milhões de brasileiros até o fim de 2006. A metodologia desenvolvida é também inovadora, com foco nas competências lingüísticas - sobretudo a leitura - e nas competências matemáticas dos estudantes.

A ampliação da base de conhecimento do educando trabalha, antes de tudo, a sua auto-estima. Como resultado do processo, o estudante adquire maior grau de autonomia, de segurança e de capacidade para gerenciar sua vida profissional e pessoal.

A meta, portanto, é propiciar ao estudante uma inserção vitoriosa - porque mais digna, mais honrosa e mais altiva - no mundo que o cerca.

Senhoras e Senhores Senadores, por tudo o que tenho visto e lido sobre a educação, estou persuadido de que há, no Brasil, uma tendência a discutir o tema a partir de uma visão pragmática e instrumental do aprendizado, ou seja, a partir de um marco que entende a alfabetização como alavanca para o aumento da produtividade econômica e da competitividade da produção, graças ao papel do aprendizado na qualificação da mão-de-obra.

Esse ponto de vista é válido, e merece consideração, porque a menor ou maior capacitação dos brasileiros para a geração de riquezas guarda relação direta com o nível de bem-estar que podemos, coletivamente, propiciar a cada filha e a cada filho deste rico País de pobres.

A educação plena, todavia, converteu-se, antes de tudo, em um tema apaixonante, porque, enquanto se realiza como projeto, acaba por afetar, positivamente, todas as esferas da vida em sociedade.

Gostaria, nesse sentido, de relembrar que, para muito além do significado econômico da educação no Brasil, o projeto de alfabetização de adultos traz em si um forte componente emancipatório e libertário.

Libertário, antes de tudo, em face da complexidade do mundo atual, em que a informação jorra, abundante, de todas as fontes imagináveis. Neste início de século, em que a nova face do analfabetismo é de caráter digital - o desconhecimento do mundo da informática e da internet - é forçoso admitir que o analfabetismo de tipo clássico já se aproxima, perigosamente, da crueldade pura e simples.

Se apenas imaginarmos os problemas surgidos em um único dia na vida de um analfabeto brasileiro - com todo o quadro de agruras, confusões mentais, dificuldades e equívocos potenciais - teremos plena consciência da importância de lutar contra a praga do analfabetismo.

Senhoras e Senhores Senadores, o mundo complexo de símbolos, de letras e de caracteres que domina, há tanto tempo, a sociedade moderna ainda não é acessível a milhões de brasileiros.

Por isso eu lhes digo, com toda a confiança: não devemos anestesiar nossas consciências; não podemos empedernir nossos corações; não haveremos de permitir que a inação, a covardia, o fatalismo ou a preguiça nos apequenem, pela execrável paralisia da nossa ação coletiva, na luta pela erradicação do analfabetismo.

É forçoso reconhecer que a nossa inércia, a nossa condescendência escandalosa, a nossa surpreendente capacidade de convivência com aquilo que, por definição, é moralmente inaceitável deve ser combatida a qualquer preço.

Tenho para mim que a batalha que se trava por um futuro auspicioso e feliz, que o Brasil merece conhecer; a batalha por um País mais justo, mais igualitário e mais generoso com todos os seus filhos; essa batalha, Senhoras e Senhores Senadores, trava-se, antes de tudo, nas salas-de-aula, nas escolas, nos educandários do nosso País, da pré-escola até as universidades.

Não basta, porém, educar grosseiramente os cidadãos: o melhor objetivo é garantir, a todo estudante, uma educação de qualidade, moderna, emancipatória, capaz de formar o indivíduo para a vida e para o trabalho.

Por esse motivo, eu louvo, de público, a admirável iniciativa do Sesi, que estabeleceu um novo sistema de avaliação, um conjunto de práticas e procedimentos aplicados ao programa “Sesi - Educação do Trabalhador” que colhe, mensalmente, informações dos cursos de alfabetização, com a finalidade de desenvolver uma tecnologia capaz de identificar, corretamente, o nível de aprendizado dos estudantes.

Iniciativas desse quilate renovam a nossa crença de que o Brasil, muito antes do que se imagina, reduzirá drasticamente os níveis de analfabetismo em todo o seu território, aproximando-se dos países com os melhores indicadores do Ocidente, em um tema de máxima importância para o nosso futuro comum.

Ao Sesi, à Unesco, aos voluntários e profissionais que trabalham pela causa da educação no Brasil, eu desejo manifestar as minhas mais sinceras felicitações!

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/02/2006 - Página 5477