Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Referências ao pronunciamento do Senador Mozarildo Cavalcanti, feito na sessão de hoje.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Referências ao pronunciamento do Senador Mozarildo Cavalcanti, feito na sessão de hoje.
Publicação
Publicação no DSF de 04/03/2006 - Página 6728
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • RESPOSTA, DISCURSO, MOZARILDO CAVALCANTI, SENADOR, REGISTRO, ENTRADA, REPRESENTAÇÃO, SOLICITAÇÃO, ESCLARECIMENTOS, CONGRESSISTA, IRREGULARIDADE, CONTRATAÇÃO, JORNALISTA, SECRETARIA, SENADO, FALSIFICAÇÃO, CERTIDÃO, GABINETE, ACUSADO.
  • ANUNCIO, CANDIDATURA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE RORAIMA (RR), REGISTRO, VITIMA, AMEAÇA, VIOLENCIA, ACUSAÇÃO, EXISTENCIA, CALUNIA, OBJETIVO, PREJUIZO, REPUTAÇÃO, ORADOR.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ontem, tive o desprazer de ter de tratar deste assunto aqui no plenário, por acusações que recebi e injustiças que vêm se acumulando ao longo dos últimos meses. Hoje, novamente, o assunto é abordado, e quero deixar clara a minha posição de ontem e de hoje.

Ontem, retruquei aqui as palavras do Senador Mozarildo Cavalcanti, que cobrava do Conselho de Ética explicações como se eu estivesse não querendo dá-las, quando, na verdade, desde o ano passado, prestei os esclarecimentos necessários e tenho cobrado do Conselho de Ética uma posição e um parecer sobre essas questões. Portanto, estou muito tranqüilo.

Tenho sido vítima e tenho sido caluniado ao longo dos últimos dezesseis anos no meu Estado porque faço parte da Oposição. E mesmo sendo caluniado e sendo vítima, jamais, com todas as tentativas de armação, os governantes de plantão e os seus apaniguados conseguiram provar alguma coisa contra mim, porque elas não existem.

Ontem, deste plenário, eu disse que tinha recebido denúncias. Não fiz denúncias diretamente, mas disse que tinha recebido denúncias de que eu não teria usado a 4ª Secretaria para fazer qualquer tipo de irregularidade e muito menos nomeado minha filha juíza.

Pois bem, estou entrando agora com a primeira representação junto à Mesa por denúncias que recebi, para que o Senador Mozarildo Cavalcanti, assim como fui levado ao Conselho de Ética, possa também se explicar ao Conselho de Ética por que contratou, pela 4ª Secretaria, o jornalista Expedito Perônico, de Roraima, que, ao que consta, e isso poderá ficar provado no esclarecimento, jamais deu um dia de serviço na 4ª Secretaria nem nesta Casa.

Portanto, essa é uma questão que recebi. Não estou fazendo juízo de valor, não estou afirmando que é nem que não é, mas estou encaminhando-a ao Conselho de Ética para que se façam os estudos necessários.

Quanto à filha do Senador, quero dizer que não emiti também nenhum parecer aqui ontem. Mas recebi denúncia a respeito de certidão fornecida pelo seu gabinete e vou, na próxima semana, quando chegar esse material de Roraima, encaminhá-la também ao Conselho de Ética, sem fazer nenhum juízo de valor, para que o Senador possa se defender, assim como fazem comigo.

Estou cansado de ser agredido, caluniado. E se o Senador ficou doído porque, em tese, mencionou-se a filha dele - e não falei no nome de ninguém -, quero dizer que eu, minha mulher e meus filhos temos sido atacados pelo grupo ao qual ele pertence, por jornalistas ligados a ele, contratados pela Liderança do PPS quando ele foi líder do Partido. Temos sido diariamente achincalhados. O que é que faço? Entro com processo, porque assim é que deve ser na democracia.

Não tenho nenhum tipo de rancor. Não vou baixar o nível, não vou bater boca. Entretanto, vou me defender a cada acusação irresponsável e leviana daqueles que querem perpetuar no meu Estado, Roraima, um modelo ditatorial, perseguidor, antidemocrático e, portanto, merecedor do nosso combate.

Volto a dizer que sou candidato a governador, independentemente de ganhar ou perder a eleição. Não estou preocupado com a disputa, se vou enfrentar a máquina do governo, se vão comprar voto, se vão fazer mais gafanhoto. Estou preocupado em criar o contraditório, em mostrar ao meu Estado que existe outra proposta para Roraima. E essa proposta será apresentada independentemente das agressões que tenho recebido e que vou receber durante a campanha. Não tenho dúvidas de que serei muito agredido, mas estou acostumado, porque há dezesseis anos sou agredido em Roraima, há dezesseis anos sou Oposição em meu Estado, há dezesseis anos enfrento armações, há dezesseis anos eu enfrento depoimentos comprados, muitas vezes de pessoas que estão passando necessidades e que recebem dinheiro para fazer qualquer tipo de depoimento.

Portanto, estou muito tranqüilo. Não vou entrar no debate local aqui, mas, como a situação tinha passado do limite, com a invasão da minha residência, com a invasão do meu escritório e com as agressões perpetradas permanentemente, entendi que já era hora de pôr um basta nisso e procurar as medidas cabíveis.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/03/2006 - Página 6728