Discurso durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a história do PMDB e o lançamento de candidato nas prévias, para as eleições de 2006.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. ELEIÇÕES.:
  • Considerações sobre a história do PMDB e o lançamento de candidato nas prévias, para as eleições de 2006.
Aparteantes
Heráclito Fortes, Wellington Salgado.
Publicação
Publicação no DSF de 08/03/2006 - Página 7149
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. ELEIÇÕES.
Indexação
  • REGISTRO, HISTORIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), QUALIDADE, ORADOR, VICE-PRESIDENTE, DEFESA, VALORIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, CANDIDATURA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, COMENTARIO, VISITA, ESTADO DO PIAUI (PI), GERMANO RIGOTTO, GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EXPECTATIVA, VOTAÇÃO, ESCOLHA, ANALISE PREVIA.
  • CRITICA, LOBBY, DESISTENCIA, CANDIDATURA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), VINCULAÇÃO, REELEIÇÃO.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Augusto Botelho, Srªs e Srs. Senadores, brasileiras e brasileiros que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado Federal, o Piauí é um Estado diferente. Atentai bem: este Brasil é grandão, pelo Piauí. Isto aqui seria dividido em dois. O pai chegou ao filho e disse: “Fica com o sul que eu fico com o norte”. Dom João VI ia ficar com o norte. Era o país Maranhão. Mandou seu afilhado, seu sobrinho militar tomar conta. E nós, em três sucessivos movimentos...

Atentai bem, Wellington Salgado: Minas teve a história do Tiradentes; um movimento contra a derrama. Um quinto dos impostos! Senador Heráclito, a derrama agora não é um quinto, é a metade! A derrama era um quinto; agora é a metade. Cada brasileira e brasileiro que trabalham - ó Lula, que pouco trabalhou e pouco entende de trabalho - dão metade da vida para o Governo. De doze meses, Senadora Heloísa Helena, seis meses - você que está trabalhando aí - são para o Governo. Quarenta por cento de imposto! Correspondem a cinco meses 40% de doze meses. E um é de juros para os banqueiros do “PB”, do Partido de Lula, que é o pai e a mãe dos banqueiros. É a metade, Senadora Heloísa Helena! Quem trabalha, atentai!

Minas Gerais se levantou contra isso. Era um quinto. Senador Wellington Salgado, levante-se contra esse Governo, porque agora é uma banda a derrama!

Mas atentai bem! O Piauí expulsou os portugueses. Na minha cidade, proclamamos a independência independentemente de grito de Dom Pedro I. O povo de Oeiras tomou o palácio, e, numa batalha sangrenta, expulsamos os portugueses para o Maranhão. Batalha sangrenta!

Os baianos fizeram, Senador Wellington Salgado, em julho. Nós fizemos em março. Mas esse é o Piauí! Senadora Heloísa Helena, Rui Barbosa ganhou no Piauí. Nós somos diferentes. E venho trazer aqui, Wellington Salgado, isso.

Olha, sou Vice-Presidente do PMDB! Recebi sexta-feira - o Senador Alberto Silva não pôde comparecer - o primeiro candidato da prévia, Germano Rigotto. E o piauiense, com a mesma bravura cívica e coragem, estava lá. Hoje, tivemos o prazer de receber o outro candidato, Garotinho. Estava lá o Piauí.

Senador Wellington Salgado, atentai bem, meditai! Este quarteto está perigoso: Presidente dali, Presidente daqui, Presidente da República e Presidente do STF. Nunca dantes houve uma imoralidade como essa! Faltam seis meses e pouco para as eleições e não tem... É o mesmo que mudar as regras da Copa Mundo: mulher pode jogar, Heloísa Helena; só oito, vale gol com a mão e não tem bandeirinha.

A Srª Heloísa Helena (P-SOL - AL) - Mulher pode jogar.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Sim, mas estou dizendo agora, na próxima Copa do Mundo, na Alemanha. Foram estabelecidas regras para a Copa.

Ô Wellington Salgado, esses meninos, esse quarteto está levando o Brasil para a pior crise. A democracia é nossa, é do povo. Eles estudam pouco, mas houve um homem que estudava muito, Aristóteles, e disse na Grécia, onde nasceu a democracia: “O homem é um animal político”. E esse homem, animal político, sempre buscou uma forma melhor de governo.

Os reis dominaram. Era deus na terra o rei. L’ État c’est moi simbolizava o poder de todos. Heloísa Helena, e o povo, em quem acreditamos e que representamos, foi às ruas e gritou: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”. Caíram todos os reis, e nasceu esse governo do povo, pelo povo e para o povo.

Atentai bem! Houve um Prefeito de Teresina que era Professor, Wall Ferraz, que dizia: “A cidade é o povo”. O Senador Heráclito Fortes foi eleito com o apoio dele, a Prefeito e a Governador. E eu cantava no Piauí: “O povo é o poder”. É o povo! A democracia é do povo, atentai bem, homens superados, traquinos, que querem acabar com a democracia! Atentai bem!

O PMDB - desafio esses daí, eles não são mais líderes do que nós - só tem um hoje maior do que eu lá dentro, que é o Presidente Michel Temer - vou provocar aqui, Senador Heráclito Fortes, nós devemos muito a V. Exª. Aí estão as prévias. O PMDB enfrentou os canhões aqui. Ulysses Guimarães contra o General Ernesto Geisel. para poder... Teotônio Vilela, lá das Alagoas, com câncer, moribundo. Esse Tancredo Neves... Eu sou cirurgião! Era um quadro cirúrgico banal... Quantos e quantos operei! Ele se imolou, retardou a cirurgia para fazer a transição. Juscelino, médico como eu, médico de Santa Casa, Prefeitinho, Governador, cassado.... É, tem muita história...

Ulysses Guimarães disse: “Ouça a voz rouca das ruas!” É o povo! O PMDB é do povo, tem compromisso é com o povo, a democracia é do povo. Para os traquinas venderem o PMDB? Atentai bem, ó ignorantes, não há nada não, já passaram, já estão é podres. O Brasil os conhece! Estão podres! A democracia é nossa.

Olha a ignorância, Wellington Salgado! Eu respeito Minas, a tradicional família mineira e a história. A ditadura, Heráclito, não impediu que o PMDB tivesse candidato. Agora, esse PTzinho? Esse PTzinho?

Lembro-me do que disse Ulysses, a quem devo fidelidade. E o Senador Heráclito conviveu com ele, é irmão dele; o Ulysses morou na casa dele, e eu ouvi o Heráclito discursando, fiquei até chateado, porque eu era candidato a Deputado Federal, ele chegou com o Ulysses, e eu nem pude falar, ele se lembra. Mas Ulysses disse, Senadora Heloísa Helena, aos traquinas, desmoralizados, podres da política nacional... Vender o PMDB é vender a democracia, que é nossa. Ulysses disse: “A corrupção é o cupim da democracia”. Ô homem profeta! Então, o papel do PMDB é acabar com esse cupim! Eu sei da história. Eu sei, eu estudei. Se o Lula não gosta de estudar, de ler e de aprender... O professor Wall gostava de mim porque era professor de História.

A corrupção é o cupim da democracia. Agora, o PMDB vai ser o rabo do PT. Não é mar de lama, é oceano.

O Piauí recebeu o Sr. Rigotto. O Presidente não foi, mas eu estava lá. Eu sou o Vice-Presidente. O Piauí, com a sua grandeza e a sua história, é grandioso. Devemos muito a V. Exª, Heráclito. Não sei por que V. Exª saiu do PMDB. Ninguém se perde no caminho de volta. Mas V. Exª é querido. Aliás, todos os nossos votos foram casados. Foi o povo que fez essa união. Na vida familiar, estou com Adalgisa, mas, politicamente... Foi o povo. Noventa por cento dos meus votos foram casados com o do Heráclito Fortes.

O Piauí agradeceu ao Heráclito, que foi um líder extraordinário do PMDB num momento difícil, na ditadura. Senadora Heloísa Helena, nem a ditadura impediu o PMDB de ter candidatos. É muita ignorância! É muita ousadia! Agora, quem está dizendo aqui é este homem do Piauí.

Eu podia ter votado contra aquela medida provisória que tirou os direitos dos velhinhos, dos aposentados, das professoras. Calado, eu podia ter fugido. Eu podia ter sido comprado. Tentaram me comprar.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador Mão Santa, me permite?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Eu podia ter calado, mas fiz questão de vir aqui e votar aberto e dizer, decepcionado, que três coisas a gente só faz uma vez na vida: nascer, morrer e votar no PT.

            Fui eu, do Piauí, o primeiro a olhar para José Dirceu e dizer: Zé é maligno! O Prefeito de Teresina é médico e sabe o que significa isso. Há tumores benignos e malignos, o câncer. Naquele tempo, ele era o todo-poderoso. Mas eu sou um homem do Piauí, com a coragem dos heróis da Guerra do Jenipapo. O Piauí é grandioso, e agradecemos ao Senador Heráclito, ele fez o PMDB.

            Senador Heráclito, V. Exª sabia que 966 têm direito à votação nessa prévia, com 1.020 votos? É o décimo dos 27. Ô Heloísa Helena, não sei como vai o PMDB lá de Alagoas. Mas eu quero dizer que do nosso estou orgulhoso. Isso é relativo ao número.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me concede um aparte?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Mas nós somos os décimos. Talvez os maiores do Nordeste.

Então, quero dizer que já está tudo pronto. Acabem esse negócio aí, essa palhaçada. Olha, isso é falta de vergonha. Já li umas cinqüenta biografias, de Abraham Lincoln, de Bill Clinton, de Monica Lewinsky. É a mesma eleição. Se pegarmos Abraham Lincoln e agora, são as mesmas regras. É uma vergonha! Este País, nós sabemos - De Gaulle disse -, não é um País sério, por essas coisas. Mas, respeitavam-se as regras um ano antes. Por que não fizemos isso um ano antes? Então, culpamos o Presidente da Câmara e o Presidente do Senado. O País sem ter regras, sem ter lei, sem ter normas, sem ter compromisso? Isso é a imagem. Por isso esses políticos aí estão sendo vaiados.

Mas o Piauí está preparado e vai ter a prévia. Vai ter! Não tememos ninguém, não. Será no dia 19 de março. Tem até urna eletrônica. Somos tão avançados, Heloísa Helena! Será o primeiro Estado com urnas eletrônicas - três!- e já estamos treinando. Agradecemos ao Secretário Veloso pelo gesto.

Com a palavra o Senador Heráclito Fortes, que foi do PMDB, no tempo em que combatiam os canhões.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador Mão Santa, V. Exª disse muito bem quando falava à Nação sobre a persistência do Dr. Ulysses Guimarães em manter acesa a chama da democracia. Quando a escolha era pelo Colégio Eleitoral fechado, de cartas marcadas, ele teve coragem de lançar a anticandidatura e saiu com Barbosa Lima Sobrinho, Sobral Pinto e outros brasileiros - quero ficar só nesses -, percorrendo o Brasil afora, dizendo que ia ao Colégio Eleitoral enfrentar o establishment. Trouxe de volta o famoso verso de Fernando Pessoa de que “navegar é preciso, viver não é preciso”. Ulysses tinha muito senso da história, da sua perspectiva, da perspectiva histórica. Quando o PMDB, juntamente com o PFL, que formaram a Aliança Democrática, tomaram o poder, ele cunhou uma frase que, naquela época, vivia nos gabinetes da quase totalidade dos ministros: “A Pátria é o povo, e o povo é o poder”. Era exatamente para mostrar que cada um daqueles que ali estavam exercendo, temporariamente, a função de Ministro ou uma função em outro escalão de governo estava naquela função exatamente por delegação do povo, como diz a nossa Constituição Federal. Portanto, acho legítimo o desejo que V. Exª vem demonstrando...

(Interrupção do som.)

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - ...esse desejo não é de agora, não é recente - de que o nosso querido PMDB de velhas lutas tenha o seu candidato próprio, para honrar toda essa história, que tenho certeza de que ajudei, em algum momento da vida, a escrever. Muito obrigado.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Quero testemunhar a participação de V. Exª , o reconhecimento e até o orgulho, porque V. Exª sabe captar amizade e captou a amizade das personalidades mais importantes: Ulysses Guimarães, que vi lado a lado com V. Exª, Tancredo Neves, Renato Archer e, por último, Luís Eduardo.

            Mas eu citaria quem me traz aqui: Ulysses. Eu não tive o privilégio de conviver com ele tão próximo como V. Exª, que me ofereceu um livro sobre ele.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Então, Ulysses disse, Presidente Augusto Botelho: “Se faltar coragem, acabam todas as virtudes”. E estou com esta coragem aqui para defender este PMDB, que é patrimônio. Só há democracia com partidos fortes. Entendo que, na história contemporânea, o mais forte, de melhor história, é o PMDB, na luta pelo renascer da democracia.

Atentai bem! Ó Lula, se manca. Não é possível! Pelo menos, se não gosta de ler, contrate uma pessoa para rememorar a história. Nem a ditadura impediu o PMDB de ter candidato.

Heráclito Fortes foi eleito Prefeito da capital por essa sigla, não é verdade? Em 1972, minha cidade enfrentava os campeões e as baionetas e conquistava a Prefeitura de Parnaíba, e eu lá, ao lado de Elias Ximenes do Prado.

Então, tirar o PMDB das competições eleitorais, Senador Wellington Salgado, é tirar o Brasil da Copa do Mundo.

Eu entendo - e entendo bem - que não tem nada de poder, não. Isso foi Montesquieu quem disse; ele é francês e eu sou do Piauí. Entendo que são instrumentos da democracia: instrumento Executivo, instrumento Legislativo e o instrumento Judiciário. O poder é o povo, que paga a conta, que é soberano e que decide. Eu, quando governei o Piauí, com as bênçãos de Deus, seis anos, dez meses e seis dias, rezava: O povo é o poder.

Com a permissão e a generosidade do nosso Presidente, concedo um aparte a Minas, porque Minas Gerais - libertas quae sera tamen - não pode faltar, principalmente em se tratando de um senador que substitui Juscelino Kubitschek nesta Casa, um mineiro.

O Sr.Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - Senador Mão Santa, para mim, realmente é uma honra muito grande estar aqui representando Minas. Mas é uma honra também muito grande vê-lo falar desta Tribuna sobre a história do PMDB com o Senador Heráclito Fortes, que também passou por toda essa história do PMDB e que eu admiro muito. Mata-me de inveja não ter vivido, ao lado de Ulysses, esses momentos históricos maravilhosos que o Brasil viveu. Mas, ao participar aqui deste debate, também acabo voltando no tempo e vendo toda a história do PMDB. V. Exª, Senador Mão Santa, um grande animal político, digamos assim, que tem a sensibilidade de cada momento político que acontece, sempre sabe o que o povo quer e sempre está ao lado dele. Ao ouvi-lo, muitas vezes, chego a pensar contrariamente ao que vinha pensando, porque o PMDB, por ser um partido tão grande, com tamanha glória histórica, às vezes paga um preço muito alto também. E qual é esse preço? É o de ter um candidato que tenha de motivar todo o Partido. Não sei se esse candidato vai ser o Garotinho ou o Rigotto, mas, seja lá quem for, precisará ter habilidade de motivar este grande Partido ao qual pertencemos. V. Exª faz a sua parte no Piauí, está motivado, defende candidatura própria, luta por isso, acredita, fala da história, do futuro, das coisas que estão acontecendo, nas quais não acredita, lê livros e os traz para cá. Então, nesses momentos, até questiono minhas posições, porque fico realmente procurando um candidato que motive as bases. E essa motivação é igual paixão quando bate. Nós já vivemos momentos históricos no País em que quando aparece aquele candidato ele nem precisa falar. Sentimos isso com o Governador Aécio Neves, em Minas. Embora seja do Partido dos tucanos, um partido que tem um bico que belisca muito, ele foi um candidato que, ao se lançar, já estava eleito, porque o povo queria o Governador Aécio Neves naquele momento. E assim acontece com os líderes. Eles aparecem sem explicação e muitos os seguem, como no caso do Senador Heráclito e de V. Exª, que chegaram juntos ao Senado normalmente porque o povo está com V. Exªs. Então, fico esperando o momento em que seja Rigotto ou Garotinho que apareça e desperte essa paixão, para que possamos segui-lo.

(Interrupção do som.)

O Sr.Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - Falarei mais rapidamente, Sr. Presidente, porque realmente foi um momento maravilhoso. Acredito que isso acontecerá, Senador Mão Santa, e que teremos um candidato que todo o Partido acompanhe.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Wellington Salgado, eu lhe agradeço. Quero dizer a V. Exª que tirar o PMDB da disputa eleitoral é como tirar o Brasil da Copa. Eu me lembro que o Senador Hélio Costa era visto como Pelé na política, mas V. Exª entrou nesta Casa e como um Amarildo: continua representando a grandeza da história política de Minas. E mais, porque V. Exª tem representado também aquela visão de que educação é a salvação deste País, pela sua experiência nessa luta.

Para concluir, Senadora Heloísa Helena, por que eu estou aqui? Porque o PMDB é um Partido forte. Sou Senador pelo PMDB e me sinto responsável por defender esse patrimônio do povo, da democracia. Eu defendo isso e ninguém mais tem essa vivência. O Presidente do Senado não tem a minha luta, o meu sofrimento; o Presidente da Câmara, muito menos; nem o Presidente do Supremo Tribunal. E Lula, paz e amor, ignorância muita.

Por que estou aqui? O PMDB teve candidato. Eu tenho que ser grato. Teve Quércia e Íris, aquela mulher brava. Se não tivesse, eu não estaria. Chegamos ao segundo turno, e Quércia, mesmo não tendo êxito, elegeu, Senadora Heloísa Helena, nove governadores de Estado. Um terço. Cinco deles estão aqui, senadores: Mão Santa, Maguito, Raupp, Garibaldi e José Maranhão. E muitos voltarão. Então, é esta a convicção.

            Vamos continuar com o futebol. Time que não joga perde a torcida e não ganha. O PMDB tem que disputar porque essa é a sua contribuição à democracia, esse é o seu oferecimento ao soberano povo. É o povo que decide, é o povo que escolhe. Agora, eu me envergonho do povo e da pátria desses vendilhões que querem um cigano. O povo está estudando, está se conscientizando a respeito desses malvistos da democracia...

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho. PDT - RR) - Peço que encerre, Senador.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ...querem vender o PMDB. O PMDB jamais vai ser rabo do PT, pai e mãe da corrupção no Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/03/2006 - Página 7149