Discurso durante a 16ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de ofício do Presidente da CPMI dos Correios, inocentando S.Exa. de qualquer envolvimento com o esquema do Sr. Marcos Valério, conforme denúncias veiculadas pela imprensa. (como Líder)

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).:
  • Registro de ofício do Presidente da CPMI dos Correios, inocentando S.Exa. de qualquer envolvimento com o esquema do Sr. Marcos Valério, conforme denúncias veiculadas pela imprensa. (como Líder)
Aparteantes
Jefferson Peres.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2006 - Página 7848
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
Indexação
  • RECEBIMENTO, OFICIO, PRESIDENTE, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), RESPOSTA, CORRESPONDENCIA, ORADOR, ESCLARECIMENTOS, DENUNCIA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ACUSAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, CORRUPÇÃO, MESADA.
  • LEITURA, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, DOCUMENTO, COMPROVAÇÃO, SEMELHANÇA, NOME, INOCENCIA, MOTORISTA, ORADOR.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Pela Liderança do Governo. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna hoje, ainda em decorrência de haver assomado à tribuna no início da semana passada. Naquela oportunidade, indignado, aqui estive para negar veementemente qualquer tipo de envolvimento com a liberação de recursos oriundos de Marcos Valério ou de qualquer outra questão que está sendo investigada pelas CPMIs.

Não vale a pena relembrar o caso, mas vale a pena relembrar que, ao negar e ao cobrar explicações e investigação da Polícia Federal, do Congresso Nacional e da CPMI, encaminhei documentação e ofício a todos os setores, inclusive ao Ministério da Justiça, pedindo que fosse investigada a fundo essa questão, para que, efetivamente, fosse comprovada a verdade.

Venho, hoje, à tribuna, com tranqüilidade, para registrar, Senador Jefferson Péres, que recebi resposta da correspondência enviada por mim à CPMI dos Correios. No início da semana, precisamente no dia 6 do corrente, encaminhei ao Presidente da Comissão, Senador Delcídio Amaral, correspondência, colocando-me à disposição para qualquer esclarecimento e depoimento, oportunidade que também fiz alguns questionamentos, que passo a ler:

1 - se houve efetivamente saque em dinheiro no Banco Rural em nome de Roberto Marques;

2 - se houve, qual o documento, assinatura e registros que existem sobre tal operação e qual o valor;

3 - se há nos registros operação, pagamento ou retirada feita por Roberto Jefferson Camoeiras Gracindo Marques, Carteira de Identidade nº 106416 - SSP/RR e CPF nº 426629312-72 [Roberto Marques foi meu motorista e forneci todos os dados dele];

4 - se consta registro de presença na portaria, no controle do Banco Rural ou do prédio onde se localiza, da ida de Roberto Jefferson Camoeiras Gracindo Marques, em 2004;

5 - se existe alguma menção, relação ou documento que autorize a retirada de dinheiro em nome de Romero Jucá Filho.

            Esses os questionamentos que fiz à CPMI.

            Só hoje, após retornar de Roraima, recebi resposta da correspondência que enviei ao Presidente da Comissão, Senador Delcídio Amaral, aos questionamentos que fiz a S. Exª.

            Diz o ofício:

Sr. Senador,

Na qualidade de Presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, criada pelo Requerimento nº 3, de 2005 - CN, “para investigar as causas e conseqüências de denúncias e atos delituosos praticados por agentes públicos nos Correios - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos”, e em resposta à solicitação de V. Exª, em anexo, informo que consta no acervo desta Comissão, apenas, uma autorização de saque no Sistema Financeiro Rural em nome da pessoa de Roberto Marques, sem outros dados identificadores, tendo tal saque sido realizado pelo Sr. Luiz C. Mazano, Carteira de Identidade nº 8.942.453-0, consoante fac-símile e autorização de saque do Sistema Financeiro Rural, todos apensos.

A CPMI dos Correios encaminhou-me cópia do saque feito pelo Sr. Cláudio Mazano, em nome do Sr. Roberto Marques.

O Sr. Jefferson Péres (PDT - AM) - V. Exª me permite um aparte, Senador Romero Jucá?

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - Pois não, Senador Jefferson Péres.

O Sr. Jefferson Péres (PDT - AM) - Senador Romero Jucá, a revista Veja desta semana deixa claro, de forma insofismável, que esse Roberto Marques, que quase sacou e depois foi substituído por esse Sr. Mazano, de que, sem a menor dúvida, era o Sr. Roberto Marques assessor do ex-Deputado José Dirceu. Portanto, V. Exª, nesse episódio, está inocente.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - Agradeço a V. Exª.

            Diz ainda o Senador Delcídio Amaral:

Informo, ainda, que não há nos registros em poder desta CPMI nenhuma operação, pagamento ou retirada feita por Roberto Jefferson Camoeiras Gracindo Marques, CI 106416 - SSP/RR e CPF nº 426.629.312-72, assim como não existe registro de entrada na portaria do edifício onde se localiza a agência do Banco Rural em Brasília - DF.

Agradeço a presteza de V. Exª colocando-se à disposição desta CPMI para esclarecimentos adicionais, mas não vislumbro necessidade da presença de V. Exª ou de qualquer outro citado no episódio.

Sr. Presidente, quero fazer um rápido registro sobre matéria publicada na revista Veja.

O Senador Jefferson Péres, se reportou à matéria publicada na revista Veja, de 15 de março de 2006, intitulada “Cortina de Fumaça”, que diz o seguinte:

Com ou sem Roberto Marques de Roraima, os fatos que interessam são os seguintes:

Em 15 de junho de 2004, Geiza Dias, funcionária do departamento financeiro da SMP&B, agência de Marcos Valério, autorizou Roberto Marques a sacar o cheque número 414270, de 50.000 reais, na agência do Banco Rural na Avenida Paulista, em São Paulo. Portanto, a mais de 1000 quilômetros do local onde o motorista de Jucá disse ter retirado o dinheiro.

O que aguardava Bob Marques na agência do Rural em São Paulo era um cheque, e não um pacote amarelo com dinheiro [como teria relatado o motorista].

O cheque nunca chegou a ser retirado por Bob Marques, pois, no dia seguinte à autorização de saque, seu nome foi curiosamente substituído pelo de Luiz C. Mazano, funcionário da corretora Bonus-Banval, investigada pela CPI por suspeita de ter atuado na distribuição do mensalão. Quem retirou, portanto, o cheque 414.270 na agência do Banco Rural, em São Paulo, foi um funcionário de uma corretora paulista, que nada tem a ver com o motorista de um Senador de Roraima.

Portanto, Sr. Presidente, entendo que os esclarecimentos estão prestados e a verdade está restabelecida. Com muita tranqüilidade, venho a este plenário registrar essas informações, assim como o depoimento prestado à CPMI e a matéria da revista Veja. Além disso, peço transcrição, juntamente com minha fala, Sr. Presidente, do meu ofício encaminhado ao Presidente da CPMI, da resposta da CPMI a mim direcionada, bem como da matéria “Cortina de Fumaça” da revista Veja.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ROMERO JUCÁ EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“Ofício do Senador Romero Jucá encaminhado ao Presidente da CPMI dos Correios, Senador Delcídio Amaral”;

“Ofício nº 633/2006” - da CPMI ao Senador”;

“Cortina de Fumaça”.- matéria da Veja”.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2006 - Página 7848