Discurso durante a 10ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Voto de lembrança ao ensejo do transcurso do quinto aniversário da morte do ex-governador, ex-senador e ex-constituinte Mário Covas.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Voto de lembrança ao ensejo do transcurso do quinto aniversário da morte do ex-governador, ex-senador e ex-constituinte Mário Covas.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/2006 - Página 6857
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MARIO COVAS, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), EX-CONGRESSISTA, ASSEMBLEIA CONSTITUINTE, ELOGIO, ETICA, CONDUTA, VIDA PUBLICA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, cinco anos se passaram desde a morte de Mário Covas. Eu ouvia o Presidente do meu Partido, Senador Tasso Jereissati, assim como o Senador Sibá Machado. Não tive a honra de ouvir V. Exª, nem o Senador Tião Viana e outras figuras respeitáveis desta Casa que se manifestaram sobre Mário Covas. Mas ouvi o meu Presidente Tasso Jereissati, e passou um filme muito rápido na minha cabeça.

O Covas honrado que todos proclamam, o Covas de opinião firme, que é preciso que o Brasil cada vez mais reverencie, aquela figura que não perdia a oportunidade de ser sincero muitas vezes chegava às raias da ranhetice, e o tempo inteiro manifestava as suas posições com muita clareza, com muita firmeza.

Certa vez, eu disse-lhe: “Mário, você ainda vai ser Presidente do Brasil”. E ele me respondeu, Senador Sibá, de maneira muito crua, dizendo assim: “Arthur, eu jamais vou ser Presidente do Brasil, eu talvez seja Governador de São Paulo. Eu não tenho o conjunto de qualidades e defeitos necessários a um Presidente da República”. E eu percebi que ele estava muito profundamente analisando a figura do príncipe de Maquiavel, príncipe cheio de qualidades e de defeitos, sob pena de não ser sequer um bom Presidente da República.

Essa era a visão que tinha Mário. Não se tratava de uma crítica a quem porventura chegasse à Presidência, mas de uma constatação de que uma pessoa com notável grau de absoluta sinceridade o tempo todo, de absoluto compromisso com as suas verdades esbarraria na hora das coligações, encontraria certos entraves.

Portanto, Mário viu cumprida sua própria profecia de não se tornar Presidente da República. Quem perdeu foi o Brasil, e quem ganhou foi São Paulo, tendo nele o grande Governador que fez a mudança essencial nos padrões de administração daquela terra.

Sr. Presidente, eu tinha por ele um carinho pessoal muito grande. Não vou me alongar. Encaminhei, junto com o Senador Tasso Jereissati, esse requerimento de voto de lembrança a Mário Covas - sei que V. Exª apresentou outro.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/2006 - Página 6857