Pronunciamento de Valmir Amaral em 22/02/2006
Discurso durante a 5ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre a queda na taxa de desemprego no Distrito Federal.
- Autor
- Valmir Amaral (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
- Nome completo: Valmir Antônio Amaral
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
DESEMPREGO.:
- Considerações sobre a queda na taxa de desemprego no Distrito Federal.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/02/2006 - Página 6277
- Assunto
- Outros > DESEMPREGO.
- Indexação
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- SAUDAÇÃO, REDUÇÃO, DESEMPREGO, DISTRITO FEDERAL (DF), ANALISE, GRAVIDADE, PROBLEMA, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, EXCLUSÃO, JUVENTUDE, ENSINO MEDIO, RESTRIÇÃO, MERCADO DE TRABALHO, CONCLAMAÇÃO, PRIORIDADE, CRIAÇÃO, EMPREGO, BUSCA, CRESCIMENTO ECONOMICO, JUSTIÇA SOCIAL.
O SR. VALMIR AMARAL (PTB - DF. Sem apanhamento taquigráfico) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, “desemprego está menor no DF. O mercado de trabalho do Distrito Federal encerrou 2005 com a menor taxa de desemprego dos últimos nove anos”, publicou o jornal Correio Braziliense, na edição de 27 de janeiro de 2006.
Apesar de o desemprego no Distrito Federal ainda se encontrar num patamar elevado (17,6%), a notícia nos traz satisfação, pois a queda de um ponto e meio percentual na taxa de desemprego, no período de dezembro de 2004 a dezembro de 2005, significa a incorporação de milhares de pessoas ao mercado de trabalho, num universo de mais de 200 mil desempregados.
Mais importante que a mera estatística, contudo, é o significado social, familiar e psicológico de se resgatarem a dignidade e a cidadania de milhares de pessoas que viviam humilhadas e maltratadas pelos efeitos perversos do desemprego.
Isso não tem preço, não pode ser medido por indicador econômico, nem pelo Produto Nacional Bruto nem por qualquer outra variável quantitativa, pois não existe uma medida da felicidade e da dignidade das pessoas.
O desemprego crescente é um fenômeno que atinge não só o Brasil, mas o mundo inteiro, e representa uma das grandes preocupações de todos nós que temos responsabilidade política.
A globalização da economia, que prometia oportunidades de crescimento econômico e de geração de emprego para todos os países que abrissem seus mercados à competição internacional, não deu os resultados prometidos.
A promessa não se realizou. São poucas as novas oportunidades de crescimento e de emprego. Temos uma dura realidade, que repercute no sofrimento de famílias, na queda da renda das pessoas e no agravamento de muitos problemas sociais.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o jornal Folha de S.Paulo, edição de 20 de fevereiro de 2006, traz uma descrição preocupante desses fatos: “27% dos jovens não trabalham nem estudam - Pesquisa em regiões metropolitanas aponta dificuldade dos brasileiros entre 15 e 24 anos de encontrar atividade”.
“Leandro Magalhães, 15, encontrou só portas fechadas ao concluir o ensino fundamental. De um lado, tentou prosseguir nos estudos. “Não sei direito o que aconteceu, mas a diretora disse que não tinha mais vaga.” De outro, arriscou-se no mercado de trabalho.”Mas dizem que sou muito novo e sem experiência.” Sem estudar ou trabalhar, seu dia é preenchido pelo skate.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) e pelo Instituto Polis, feita com oito mil jovens, 27% dos brasileiros entre 15 e 24 anos estão sem atividades profissionais ou educacionais.
A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, de dezembro do ano passado, mostrava que 23% dos jovens entre 16 e 24 anos não estudavam nem trabalhavam.
Isso muito nos preocupa, pois esses jovens muitas vezes desanimam, param de procurar emprego e de estudar, e se tornam presas fáceis para o crime organizado.
A socióloga Helena Abramo, organizadora do livro “Retrato da Juventude Brasileira”, afirma que “o trabalho se tornou um bem tão escasso que gera uma angústia nesses jovens. As pesquisas feitas com eles mostram uma preocupação grande de “sobrarem” no mercado de trabalho”.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não podemos nem devemos esquecer a gravidade do problema do desemprego, mas também não devemos nos deixar dominar por esse flagelo mundial.
Para enfrentar esses problemas precisamos de decisões firmes, de muita capacidade, de muita coragem, de muita determinação e de verdadeira vontade política.
Precisamos da ação, do espírito empreendedor e da fé inquebrantável do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, que foi capaz de construir, no período extraordinariamente curto de 32 meses, uma cidade monumental, uma cidade voltada para o futuro, e a partir do nada.
Nós, que temos a felicidade de viver em Brasília, esta terra abençoada por Dom Bosco; nós, que temos a ventura de desfrutar dos benefícios da interiorização do desenvolvimento econômico e social do Brasil; nós, que acreditamos na capacidade empreendedora do nosso povo, todos nós sabemos que temos capacidade e podemos, com energia, coragem e determinação, resolver problemas sociais graves como o desemprego.
O espírito empreendedor do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira nos estimula e nos inspira para atingirmos nossos objetivos, construirmos e edificarmos nosso futuro.
Assim como a construção de Brasília representou a meta-síntese do Governo do Presidente Juscelino Kubitschek, a nova meta deve ser a construção de novos empregos, e todos nós devemos participar dessa nova construção social.
Brasília continuará a ser esse pólo irradiador de desenvolvimento e centro das grandes decisões nacionais, permitindo a geração de empregos aqui e em todo o Brasil.
Precisamos construir uma sociedade solidária, mais justa e mais igualitária, em que os mais pobres tenham condições reais de acesso ao alimento, à habitação, ao trabalho, à educação, à informação, à saúde e à participação política.
Só alcançaremos níveis de emprego compatíveis com as necessidades de nosso povo com taxas mais elevadas de crescimento da economia, que permitam a criação de novas oportunidades de trabalho para nossos jovens.
Só assim teremos um
Brasil mais forte social e economicamente, mais justo, mais fraterno, mais humano, mais solidário, em que ninguém passe fome, em que todos os que aqui nasceram não precisem emigrar em busca de oportunidades em outros países.
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente
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Muito obrigado.