O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Peço a palavra para encaminhar à Mesa um pronunciamento brevíssimo reclamando o cumprimento das promessas do Presidente Lula com o Município de Parintins e outros Municípios do baixo rio Amazonas, o tal linhão de Tucuruí.

O Presidente foi a Parintins, viu o boi-bumbá, prometeu e não cumpriu. Reconheço a competência do atual Presidente da Companhia Energética do Estado do Amazonas (Ceam), mas sei também das suas limitações. O fato é que o comércio e a indústria estão-se ressentindo do vexame que é a falência do setor energético. Os alunos, do mesmo modo, estão revoltados, e o Prefeito de Parintins, Bi Garcia, está a cobrar do Presidente Lula que não faça mais nem menos mas apenas o que prometeu. Já estão dizendo no Governo, nos corredores dos ministérios, que o linhão de Tucuruí só estará pronto daqui a dois anos. Daqui a dois anos nós teremos outro Presidente, se Deus quiser, que não o Presidente Lula. Ele prometeu em junho de 2003, está terminando o seu governo e não consegue cumprir a promessa.

É uma satisfação que dou ao povo de Parintins.

Muito obrigado.

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO.

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O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Lula prometeu (e não cumpriu) o Linhão de Tucuruí, a Ceam recolhe-se na incompetência e Parintins fica às escuras

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Parintins está praticamente às escuras, sujeita a rigoroso racionamento de energia elétrica. Está à espera da tão decantada promessa do linhão de Tucuruí. Promessa, sim, solenemente anunciada pelo Presidente Lula, logo no início de seu Governo, quando ele lá esteve.

Parintins não merece esse tratamento. Não merece mesmo. E por isso, o Prefeito do Município, Bi Garcia, num ato de coragem, que é um de seus atributos, esteve pessoalmente na sede da Companhia Energética do Amazonas - CEAM. Bi foi dizer que Parintins não aceita essa situação, que tolhe seu desenvolvimento.

A crise de energia em Parintins já era dramática e agora se complicou ainda mais, a partir do dia 3 último, com a paralisação de um dos mais potentes grupos geradores da Ceam, com capacidade de produzir até l.600 kw de energia.

Reconheço tanto a competência quanto as dificuldades do Presidente da Ceam, Willannys Frota. Recentemente, por exemplo, o Prefeito Bi Garcia recebeu um telefonema do dr. Frota, garantindo que estavam para chegar ao município dois novos geradores de 1.200 kwa cada. No andar de cima, porém, na Esplanada dos Ministérios, a crise não anda.

Chega de tanta protelação, Presidente Lula! Chega de promessas e mais promessas. A promessa de Lula foi tão incisiva que a população chegou a comemorar. Hoje, a população chora.

O resultado dessa desídia vem na forma de prejuízo para o comércio e a indústria. Nas escolas, chega a ser um vexame. Quase não há aulas, por falta de energia elétrica. Com isso, os jovens os escolares revoltam-se. Na semana passada, por exemplo, li na imprensa de Manaus o desabafo de um aluno, Antonio José Freitas Ferreira: cadê o linhão? Chega de conversa mole e de promessas não cumpridas.

É incrível, mas a crise energética em Parintins é tamanha que a fabricação rudimentar de velas de cera está próspera. É realmente de desanimar. Uma dona de casa, ouvida pela imprensa, desespera-se: dizem agora que o linhão prometido por Lula só virá daqui a dois anos, ou seja, em pleno exercício do mandato do próximo mandatário da Nação.

Definitivamente, Parintins não pode esperar. Que o Governo pare de prometer em vão e aja, trabalhe. No mínimo, em respeito à população parintinense.

Em Brasília, os parlamentares das bancadas do Amazonas na Câmara e no Senado demonstraram unidade e conseguiram aprovar R$50 milhões, em emendas orçamentárias, para a conclusão do linhão. Mas nada, até agora.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

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