Discurso durante a 20ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Negativa de ter qualquer relacionamento ou de ser o protetor do caseiro Francenildo.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO.:
  • Negativa de ter qualquer relacionamento ou de ser o protetor do caseiro Francenildo.
Publicação
Publicação no DSF de 21/03/2006 - Página 8768
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO.
Indexação
  • CONTESTAÇÃO, INFORMAÇÃO, IMPRENSA, PROTEÇÃO, ORADOR, EMPREGADO DOMESTICO, DEPOIMENTO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, TENTATIVA, DESVIO, ATENÇÃO, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF).
  • REPUDIO, TENTATIVA, ACUSAÇÃO, BANCADA, OPOSIÇÃO, QUEBRA DE SIGILO, EMPREGADO DOMESTICO.

  SENADO FEDERAL SF -

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O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço a V. Exª e peço desculpas aos companheiros, mas espero a compreensão de S. Exªs pela tolerância.

Há poucos minutos, fui abordado por vários jornalistas, principalmente de televisões brasileiras, que me indagaram sobre possível participação minha no caso que envolve o meu conterrâneo Francenildo e a quebra de seu sigilo.

Desde sexta-feira, tenho sido procurado por jornalistas com a informação truncada, com origem no Governo, de que eu seria o protetor do Francenildo e de sua família.

Em primeiro lugar, quero pedir desculpas porque fui omisso; eu devia ter me colocado à disposição desse rapaz e de sua família desde o primeiro momento. Era meu dever. É um piauiense que, embora não o conheça, nem tampouco a sua família, está passando por um momento difícil. Como Senador, era meu dever tomar providência dessa natureza. Não o fiz em parte, talvez, porque o noticiário dizia que esse rapaz estava sob a proteção da Polícia Federal.

Pois bem. Hoje, a mãe, numa entrevista - não tenho conhecimento da entrevista - dada numa televisão em Teresina, disse que no Senado, em Brasília, estaria recebendo apoio meu e do Senador Mão Santa.

Sr. Presidente, que também é Corregedor desta Casa, o único apoio que dei - e tenho certeza de que foi nesses termos também que assim procedeu o Senador Mão Santa, que pode confirmar - foi o apoio da tribuna, o apoio moral e a presença na Comissão. Aliás, quero deixar claro que só tomamos conhecimento de que ele era piauiense, ele já sentado na Comissão para depor.

De forma que o Governo querer desviar os fatos e acusar a Oposição, no caso pessoal a mim, não me intimida, não me curva, mas é, acima de tudo, uma insensatez e uma prova de desespero.

Sr. Presidente, como eu teria acesso a um sigilo bancário às oito e meia da noite? Como saberia, desde janeiro, que o Francenildo tinha algo a declarar e pedir a seu pai que lhe mandasse dinheiro para Brasília?

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Mas quem disse que foi V. Exª?

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - BA) - Acabo de dar uma entrevista em que a imprensa me aborda sobre esse tema. A imprensa geralmente tem o direito de guardar a fonte, mas sei que as fontes são palacianas, são do Governo, são fontes maldosas, sem nenhum fundamento. Aliás, até a semana passada, Senador Antonio Carlos, eu era tido nesta Casa como defensor do Ministro Palocci, como protetor do Ministro Palocci, quando o seu Partido não o defendia.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Isso tudo é a pesquisa, é a última pesquisa DataFolha.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Eu pediria que não houvesse aparte porque V. Exª está dando uma explicação pessoal, Senador, por favor.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - BA) - E, agora, o Partido fez as pazes com Palocci, resolveu mudar, não o combate mais e se abraça com a política do Ministro Palocci. E aí querem pegar a mim e ao Senador Mão Santa como bode expiatório.

Senador Corregedor, abro de antemão o meu sigilo bancário, telefônico e até do pensamento. Se descobrirem uma ligação, um contato meu com o Francenildo, com o pai do Francenildo, com a mãe do Francenildo e quem quer que seja que tenha ligação com o Francenildo, da data que quiserem à data que bem acharem... Agora, é lamentável que se use esse tipo de expediente.

A primeira informação, Senador Tião Viana, é de que, procurado em Teresina pelo Governo, o Governo do PT lá do Piauí deu informações de que isso era coisa de quem faz oposição aqui. É o caminho mais fácil.

Agora, venhamos e convenhamos, Senador Mão Santa, e vamos ser bem claros. Não estou acusando porque acho que esse sigilo saiu daqui. Mas nós temos episódios nebulosos, Senador Antonio Carlos Magalhães, no Piauí, envolvendo a Caixa Econômica. Na última campanha eleitoral, vazaram inclusive filmagens do circuito interno de televisão, para expor o candidato do nosso Partido. E quero lembrar que o Governador do Estado é funcionário da Caixa, foi Presidente do Sindicato, e a indicação do superintendente de lá é da sua lavra.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Quem é esse B. de Sá?

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Quero deixar bem claro, para que não fique nenhuma dúvida: não conheço o Presidente da Caixa - nunca entrei na Caixa Econômica -, o Diretor da Caixa, o Superintendente, ou sei lá que diabo seja! Nunca entrei na Caixa Econômica do Piauí. Agora, não admito que fatos dessa natureza...

O Sr. Antero Paes de Barros (PSDB - MT ) - Senador Heráclito.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Eu pediria que não houvesse aparte porque é uma explicação pessoal. Desculpe, Senador. Todos estamos com ele.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Portanto, Senador José Agripino, estou fazendo esse registro aqui, mostrando a minha surpresa e indignação. Pensei no começo que fosse um fato isolado de um repórter aqui ou de outro por lá, mas hoje vi que não, que é uma decisão de Governo. Não vou me amedrontar com isso. Só exijo desta Casa que se apure até as últimas conseqüências esse episódio envolvendo esse caseiro, porque, ao que me parece, tem bem mais lama por trás disso do que até agora foi anunciado.

Eu nunca vi uma perseguição contra um cidadão que apenas disse que viu um Ministro numa casa suspeita. Se o Ministro nunca foi àquela casa, o que precisava? Manter a afirmação de que não foi e provar que não foi. Estava encerrado o episódio. Agora, querer encontrar na Oposição bode expiatório para o vazamento e para a quebra de sigilo bancário, não aceitaremos. A Oposição não aceita isso. A Oposição não tem acesso a esse tipo de sigilo nem a esse tipo de informação.

Portanto, Sr. Presidente, que é o Corregedor da Casa, coloco-me à disposição. Agora, gostaria que os caluniadores, se tiverem mandato, que coloquem também os seus sigilos à disposição e que se submetam à Comissão de Ética, porque irei levá-los até lá. Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/03/2006 - Página 8768