A SRA. LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO.Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, durante os três anos de meu mandato, tenho subido à Tribuna desta Casa, para criticar, aplaudir ou mesmo divergir. 

     Desde a área social que tem sido carro-chefe de minha vida pública, até à área econômica que, acredito é da maior importância para que se cumpram todos os demais deveres do Estado para com a Nação. 

     Hoje, Senhor Presidente, trago à reflexão dos senhores parlamentares artigo publicado neste domingo no Jornal do Brasil, de autoria do empresário Antônio Ermírio de Morais, intitulado “Desperta Brasil”. 

     O Senhor Antônio Ermírio é um dos empresários brasileiros mais combativos, não só a favor da sua classe, mas, sobretudo a favor do Brasil. 

     Senti, nas palavras do empresário uma grande desilusão com os rumos que vem tomando nosso país. 

     Sua maior preocupação relaciona-se à falta de confiança dos investidores sejam internos ou externos. 

     Segundo ele mesmo afirma, se a inflação controlada, se o mercado consumidor é gigantesco e se a capacidade exportadora é pujante, porque a confiança em nosso país está tão em baixa? 

     Para o empresário, a baixa confiança na economia brasileira está nas crescentes despesas governamentais, no desequilíbrio das contas fiscais e inchaço dos quadros da máquina pública.

     Esta também é uma de minhas maiores preocupações e minha resposta é a mesma dele.

     Os investidores - nacionais e estrangeiros desacreditam num país onde o governo consegue equilibrar suas próprias finanças, onde a máquina pública transformou-se num monstro devorador de impostos e tributos pagos pela população, que não param de crescer. 

     Em 29 de março do ano passado, ou seja, há cerca de um ano, pronunciei-me exatamente desta Tribuna, a respeito da Medida Provisória 232 de 2004 que aumentava a carga tributária dos prestadores de serviços e dos produtores rurais, e que conseguiu erguer um clamor nacional contra o governo, levando-o a desistir de aprová-la. 

     Naquele mesmo período, a Imprensa nacional discutia o aumento de gastos do Executivo, que fiz questão de comprovar e comparar com o crescente aumento da carga tributária. 

     Uma receita que, ao longo do atual governo vem reduzindo e minando o crescimento da economia brasileira. 

     Enquanto os tributos e impostos têm crescido de maneira vertiginosa, os investimentos têm sido praticamente zero. 

     Estão aí as estradas federais, em situação quase caótica. A operação tapa buraco do atual governo, traduz uma enorme falta de planejamento e desrespeito a inteligência do brasileiro. 

     A criminalidade e a violência continuam mantendo a população em estado permanente de vigília e alerta! 

     Os programas sociais, de cunho assistencialista, se sustentam no marketing, como já ficou comprovado na última semana, com as filas de pessoas carentes tentando se recadastrar para receber o Bolsa Família.

     Em seu texto, de excelente abordagem, o empresário Antônio Ermírio de Morais questiona como o Brasil, uma nação de tantas riquezas, pode crescer apenas mais do que o Haiti, um país destroçado e que precisa de ajuda externa para organizar seu governo.

     E indaga: o que será da economia brasileira em 2006? Há aqueles que acham que vai melhorar pelos bons efeitos da Copa do Mundo e pelas eleições de outubro. 

     Mas em 2007 não haverá Copa do Mundo nem eleições! 

     Termina afirmando que é preciso sanear os grandes ralos dos déficits públicos para gerar a confiança dos investidores, porque “nenhum país pode viver de copas e de eleições”.

     Gostaria de encerrar meu pronunciamento, dizendo que existem pessoas que pensam um Brasil forte e desenvolvido. 

     Podemos começar trabalhando e acenando com um projeto para um Brasil diferente, um Brasil capaz de gerar desenvolvimento, emprego, renda, divisas, bens e serviços, mais confiança e um desempenho capaz de atrair os investimentos como desejam todos aqueles que acreditam em nosso país.

     Obrigada, senhor Presidente por esta oportunidade de reproduzir um artigo oportuno e lúcido, deste empresário preocupado com seu país, como é o senhor Antônio Ermírio de Moraes.