O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Papaléo Paes, que preside esta sessão, Senadoras e Senadores, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado, a comunicação é muito importante. Quero cumprimentar aqui, a propósito, o Sistema de Comunicação do Senado: a Rádio, AM e FM, a Televisão e o Jornal. Ontem, Senador Garibaldi Alves, fiz um pronunciamento e busquei, para o Lula entender as coisas - é difícil, não é, Sibá? - uma frase de Franklin Delano Roosevelt, a célebre frase dele que fez renascer as Américas depois da Segunda Guerra Mundial: “Na recessão as cidades podem ser destruídas: elas ressurgirão do campo; mas se o campo for esquecido, abandonado, destruído, as cidades morrerão de fome”. Senador Garibaldi Alves, tem muito a ver com V. Exª. Eu dizia que num país onde o litro de leite custa 75 centavos, e a água Perrier - água que o PT bebeu na comemoração do aniversário - custa 6,50...

Olha, Garibaldi... E cito o Garibaldi porque ele, sabendo da importância do campo, fez um dos programas mais bonitos: desenvolveu a bacia leiteira do Rio Grande do Norte, fixando o homem no campo.

Senador Heráclito Fortes... Aí ele diz: “Ilustre Senador...” - é até bom o marketing. Ele disse: “Parabéns pelo brilhante pronunciamento que o senhor fez na tarde de ontem, 20/2/2006, na defesa dos produtores rurais do Nordeste que estão em débito com os bancos”.

Informo ao ilustre Senador Sérgio Guerra que em Garanhuns, Pernambuco, um litro de leite custa R$ 0,50 - em um país como o nosso! Pensem no que custa ao homem do campo cuidar da vaquinha, e um litro custa R$ 0,50! E esse homem está ameaçado de perder suas terras, sua propriedade, por causa da ambição tresloucada dos banqueiros de Lula!

Mas ele vai além: “O PMDB só tem, na minha opinião, um político a ser candidato à Presidência: V. Exª. Um forte abraço”. Obrigado! Acho que vou me inscrever, Garibaldi, no dia 10 às 18 horas.

Senador Sérgio Guerra, V. Exª também deve disputar, seria uma opção democrática por Pernambuco. Acabou-se o tempo dos caciques, dos caciques que levaram o País à situação em que estamos: está aí o Papaléo na Presidência - menininho, cardiologista, prefeitinho e já está aqui! Onde estão os caciques? Com a perspectiva do tempo, vemos mais claramente esses velhos negociantes da política no Brasil: vendem partidos, trocam favores por cargos. Certamente não se inspiram em Rui Barbosa, que disse - atentai bem, Garibaldi! -: “Não troco a trouxa de minhas convicções por um ministério”. E ainda há os que querem vender o PMDB, o nosso PMDB de história, de luta e do povo, que nunca faltou a este País, libertou-nos da ditadura.

Mas o assunto de hoje é o seguinte. Fala-se da revolução, da ditadura, mas eu quero lhes dizer que ela trouxe presidentes que, mesmo militares, tinham algo. Senador Heráclito Fortes, ficou célebre no Nordeste a frase dita pelo terceiro Presidente do período revolucionário militar - Castelo, Costa e Silva, Médici... Imaginem o que ele diria vendo o Nordeste como está agora, as suas fazendas hipotecadas, sendo tomadas pelas ambições dos banqueiros! Então, Senador Heráclito, o governante militar disse: “O governo vai bem, mas o povo vai mal”.

É, Senador Sibá: “Dinheiro transborda do cofre do Governo Federal”. Nunca se sugou tanto um povo. Atentai bem, Senador Jefferson Péres: Tiradentes veio porque havia a derrama, os portugueses cobravam altos impostos, era um quinto - daí a novela “Quinto dos Infernos”. Cobravam um quinto, 20%. Agora é a metade!

O brasileiro e a brasileira que trabalham dão a metade do que recebem para este Governo. Quarenta por cento é a carga tributária, equivale a cinco dos doze meses do ano - e um é para banco! Não tem quem não opere em banco, até para receber ordenado. E os banqueiros roubam!

Este é o único País do mundo em que cada trabalhador dá a metade dos dias do ano em que trabalha para o Governo. Trabalham, suam - “Comerás o pão com o suor do seu rosto” -, e metade vai para o Governo.

Senador Sibá Machado, V. Exª é do Piauí. Isso é muito, muito, muito mais importante do que pertencer ao PT. Orgulhe-se de ser um homem que nasceu no Piauí. Mas atentai bem: tem de estudar, Sibá! Não vá pela cartilha do Lula, que diz que não precisa estudar, que cansa ler uma página de livro, e que é melhor fazer uma caminhada todo dia, uma esteira por uma hora... E aí sai dizendo, da esteira, besteira para o mundo todo!

Papaléo, atentai bem: este Governo arrecadou R$33,87 bilhões no mês que passou - nunca antes de vocês!

Norberto Bobbio, que a Itália reconheceu fazendo-o senador vitalício, disse algo importante. E todos nós acreditamos no que ele disse. Todos nós que queremos uma sociedade melhor e organizada, política, temos em Norberto Bobbio um ícone. Ele disse: “O mínimo que um governo deve dar ao seu povo e que se tem de exigir é a segurança”. Que política de segurança o Lulinha Paz, Amor e Ignorância Muita deu a este País? Que segurança? Atentai bem: não há política de segurança pública; não há plano nacional de segurança; não criou guarda de fronteira, que é uma necessidade deste País; não mudou o Código Penal para endurecer as penas e agilizar os processos. E o pior, Papaléo: mentiu, mentiu e mentiu! Meu pai me ensinou que quem mente rouba!

Alvaro Dias, cadê os cinco presídios de segurança máxima que o Ministro prometeu? Um Ministro da Justiça que mente... Ele veio aqui, nesta sala: ele quis colocar o Beira Mar no Piauí, mas nós não deixamos - ele saiu fazendo turismo pelo País todo. O Ministro disse: “Vou fazer cinco presídios de segurança máxima”.

Ó Rui Barbosa, haverá o dia em que nós, “de tanto ver as nulidades triunfarem, a mentira campear, vamos ter vergonha de ter vergonha”, vamos ter vergonha de sermos honestos. Esse dia chegou: o Governo do PT no Brasil. Essa é a verdade!

Senador Jefferson Péres, Ulysses ensinou. Ulysses! Por isso ainda não pulei para o PDT, porque me sinto preso com o que Ulysses disse: “O cupim da democracia é a corrupção”. Nunca vi tanto cupim como nesse Governo do PT. O dinheiro está aí: a Previdência arrecadou R$9,84 bilhões, significando um aumento de 9,37%. As empresas e os bancos estatais também têm reforçado os cofres públicos: a Petrobras anunciou um lucro recorde, relativo a 2005, no valor de R$24 bilhões.

Ó, Jefferson, por que o Lulinha paz e amor, ignorância muita, não aprendeu com o Chávez? Atentai bem! Estive lá: o litro da gasolina é R$0,20; o bujão de gás é R$4,00. Aqui, é R$40,00 - o gás mais caro do mundo. E o pobre está comendo frio, quase como o sushi do japonês, porque não tem dinheiro para comprá-lo. E a gasolina? Também é a mais cara do mundo. É a maior vergonha nacional.

Nunca se teve tanto dinheiro, mas também nunca se teve tanto roubo neste País. E desaparece... A Caixa Econômica Federal diz que o maior lucro foi de R$2,7 bilhões, representando um aumento de 46%.

Ó, Sibá, V. Exª é do Piauí. Pagaram a conta do FMI a 4% ao ano e tiraram o dinheiro das prefeituras. Os prefeitinhos estão todos argolados. E os prefeitinhos somos nós, que cuidamos da vida dos munícipes. E todos passaram a pagar juros de 18%. Então, as prefeituras e os governos do Estado devem um R$1 trilhão. Essa é a verdade verdadeira.

Senador Papaléo Paes, é como Cristo dizia nas montanhas: “De verdade, em verdade eu vos digo”: nunca houve tanto dinheiro. Em resumo, os cofres estão abarrotados de recursos. O Governo vai bem, mas o povo vai mal; estamos sendo sugados, de um lado, pelo apetite crescente que exige cada vez mais impostos; e, por outro, sugados pelas grandes empresas e bancos que nunca ganharam tanto dinheiro em toda a nossa história.

Mas, afinal, de que vale tanto dinheiro se o seu uso não se destina a melhorar a situação do povo brasileiro? De que vale tanto dinheiro se o Piauí não consegue algumas migalhas para concluir o seu pronto-socorro? De que vale tanto dinheiro?!

Senador Jefferson Péres, e a educação e a saúde? Tudo privado. Essas, então, são as palavras que traduzo aqui, porque Ulysses nos ensinou: “Ouça a voz rouca das ruas”. Essa é a voz do povo, é o reclame e a insatisfação do povo com aquilo que construímos...

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - (...) o PMDB: a democracia. Ela nos dá a alternância do poder. E viremos com candidatura própria do PMDB para a prosperidade e felicidade deste País.