Discurso durante a 31ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Justificação de requerimento que irá encaminhar, solicitando voto de aplauso à Sra. Maria de Lourdes Abadia, que amanhã assume o cargo de Governadora do DF. Posicionamento sobre o Relatório Final da CPMI dos Correios, apresentado pelo Deputado Osmar Serraglio. (como Líder0

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA EXTERNA. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).:
  • Justificação de requerimento que irá encaminhar, solicitando voto de aplauso à Sra. Maria de Lourdes Abadia, que amanhã assume o cargo de Governadora do DF. Posicionamento sobre o Relatório Final da CPMI dos Correios, apresentado pelo Deputado Osmar Serraglio. (como Líder0
Publicação
Publicação no DSF de 01/04/2006 - Página 10640
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA EXTERNA. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
Indexação
  • JUSTIFICAÇÃO, REQUERIMENTO, AUTORIA, ORADOR, SOLICITAÇÃO, VOTO, SAUDAÇÃO, VICE-GOVERNADOR, PIONEIRO, MULHER, POSSE, GOVERNADOR, DISTRITO FEDERAL (DF).
  • INFORMAÇÃO, RECEBIMENTO, VISITA, EMBAIXADOR, PAIS ESTRANGEIRO, JAPÃO, BRASIL, AGRADECIMENTO, INICIATIVA, ORADOR, SOLICITAÇÃO, VOTO, SOLIDARIEDADE, POVO, OPORTUNIDADE, ANIVERSARIO, LANÇAMENTO, BOMBA, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, DESTRUIÇÃO, PAIS, NACIONALIDADE ESTRANGEIRA.
  • COMENTARIO, OPORTUNIDADE, VISITA, TROCA, OPINIÃO, INTEGRAÇÃO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, JAPÃO, DIVULGAÇÃO, CALENDARIO, COMEMORAÇÃO, CENTENARIO, IMIGRAÇÃO, ESTRANGEIRO.
  • RECOMENDAÇÃO, SENADOR, APOIO, RELATORIO, CONCLUSÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, APURAÇÃO, IRREGULARIDADE, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), SUGESTÃO, APERFEIÇOAMENTO, INCLUSÃO, NOME, HIPOTESE, OMISSÃO, IMPEDIMENTO, MANIPULAÇÃO, GOVERNO, TENTATIVA, ANULAÇÃO, DOCUMENTO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO NA SESSÃO DO DIA 30 DE MARÇO DE 2006, QUE, RETIRADO PARA REVISÃO PELO ORADOR, ORA SE PUBLICA.

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O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, requeri à Mesa Voto de Aplauso à Srª Maria de Lurdes Abadia, que, amanhã, 31 de março de 2006, assumirá o cargo de Governadora do Distrito Federal. Na verdade, é a primeira mulher a ascender a tal posto.

Abadia é uma tucana leal, correta. É uma pessoa pública decente, operosa, essencial ao êxito do Governo Joaquim Roriz, que está, nesse momento, encerrando a sua missão. A S. Exª, em nome da Bancada dos Senadores do PSDB, desejo todas as felicidades possíveis e até as impossíveis, se eu puder.

Sr. Presidente, recebi, há dias, a visita do Embaixador do Japão no Brasil, Takahiko Horimura, que veio agradecer a minha iniciativa de solicitar ao Senado um voto de consideração e solidariedade ao povo japonês por ensejo do 60º aniversário da tragédia de Hiroshima e Nagasaki, as duas cidades atingidas por bombas atômicas.

Nada fiz a não ser exprimir nesse gesto o sentimento de apreço que é de todos os brasileiros à vista de uma devastadora ação da II Guerra Mundial. E vejo, pela espontânea manifestação do Embaixador Horimura, que o povo do Japão é merecedor do voto aprovado pelo Senado da República.

A visita ensejou também a troca de opiniões e de conhecimentos acerca do intercâmbio entre os dois países ao longo de quase um século. Como se sabe, daqui a dois anos, no dia 187 de junho de 2008, iremos comemorar o centenário da imigração japonesa no Brasil e, por conseqüência, também o primeiro centenário de intercâmbio entre os dois Países.

Hoje temos orgulho da integração entre brasileiros e japoneses. Os nipo-brasileiros que aqui vivem somam 1,4 milhão de pessoas. Eles constituem parcela expressiva de nossa população e só são chamados de nipo-brasileiros por mera convenção. São mesmo, na verdade, brasileiros. A menção à toponímia ocorre tão-somente para efeitos históricos sobre a origem nipônica de seus ancestrais. Os assim chamados nipo-brasileiros formam a maior comunidade “japonesa” - eu não os considero assim - fora do Japão, país que hoje possui cerca de 130 milhões de habitantes. Dos quase 1 milhão e meio de nipo-brasileiros, 70% - mais ou menos 1 milhão -, vivem no Estado de São Paulo, seguindo-se o Paraná, onde são 140 mil, Mato Grosso do Sul, com 20 mil e o Pará, com 10 mil. No meu Estado, o Amazonas, é expressiva a presença da colônia japonesa, inclusive estou enviando esse pronunciamento ao Vereador Massami Mki e à associação, de caráter econômico, que, muito ativa, se mantém no meu Estado. Lá está estabelecida a principal filial da Honda, no que toca a motocicletas, fora do território japonês, fábrica situada no Pólo Industrial de Manaus.

Na visita com que me honrou, o Embaixador Takahiko Horimura, colocou-me a par do calendário que está sendo preparado para comemorar o centenário da imigração japonesa. Serão três dias de comemorações, começando em Brasília, com solenidades oficiais, no dia 18 de junho de 2008. No dia 21 haverá cerimônias comemorativas em São Paulo e no Paraná.

Além de eventos solenes, haverá, nos três pontos, exposição de arte japonesa antiga, exposição de fotografias que registraram momentos da imigração japonesa, exposição de produtos agrícolas, plantio de árvores e a publicação de livros sobre a história da imigração japonesa no Brasil. Mais ainda: como marco das comemorações, 2008 será considerado o Ano do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.

Registro a cortesia com que me distinguiu o Embaixador do Japão e formulo votos para que as comemorações alcancem o êxito merecido por essa imigração.

Sr. Presidente, o Senador Eduardo Suplicy, expedito como sempre, me passa um outro tema, acerca do ex-Ministro Gushiken, que foi rebaixado: era Ministro, mas foi rebaixado. Digamos que ele era Tenente-coronel e foi rebaixado a Cabo. É mais ou menos isso. Aquele folheto que foi aqui analisado, com olhos críticos, pela Senadora Heloísa Helena, com 48 páginas, teria sido impresso na Gráfica Leograf - Gráfica Editora por R$3 mil. Sabe qual é o meu medo, Senadora? Investigar isso aqui e encontrar alguma coisa errada. Eu já nem quero mexer mais com isso, porque se se investigar, vai haver alguma coisa errada.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador Arthur Virgílio, permita-me V. Exª um aparte?

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Pois, não, Senador Heráclito Fortes.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Eu pediria a esses maus companheiros do Senador Eduardo Suplicy que não dê esse tipo de tarefa para S. Exª, que é um Senador por São Paulo, reeleito, o mais votado. Não é para vir aqui carregar recibozinho para cá e para lá! Eles estão fazendo isso porque estão querendo desgastá-lo, Senador! O povo de São Paulo trouxe V. Exª para cá foi para defender o seu Estado, o seu País, não para trazer recibo. Cada um que queira se defender que venha aqui e que o faça. V. Exª se conscientize que é Senador do maior Estado deste País e que o povo de São Paulo analisa, nesse momento, a possibilidade de reconduzi-lo. Não fica bem para a biografia de V. Exª esse tipo de papel que os seus companheiros lhe impõem, meu caro Senador.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador Heráclito Fortes.

Eu estou superbem humorado, por isso não quero pegar no pé do ex-Ministro Gushiken. Mas, aqui, o nome dele está escrito errado. Faltou um “e”. Vai ver que é outra pessoa; vai ver que não é o mesmo.

Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou me posicionar em relação ao relatório do Sr. Osmar Serraglio, mais uma vez, na CPMI dos Correios.

Em primeiro lugar, Senador Alvaro Dias, vejo uma certa manobra governista visando a esvaziar o relatório, a CPI, a melar o resultado da CPI, a fazer uma pizza misturada com um certo mel, por duas vias. A primeira via seria o tal relatório avulso. Com isso, não tem nenhum relatório e pronto. Os culpados vão para casa tranqüilos com o que apuraram de dinheiro do povo. A segunda fórmula -e já concedo o aparte à Senadora Heloísa Helena - seria começar aquela história de retira nome daqui, de acolá; enfim, aprova o corpo do relatório e depois começa o jogo para retirar nome daqui e de acolá.

De minha parte, a recomendação que faço aos meus companheiros é simples: apoiar o relatório Osmar Serraglio; procurar melhorar a redação; tornar mais assertiva a relação quanto ao Presidente Lula. Ou seja, não fica nem bem para o Presidente Lula essa insistência de que não sabe de nada. Uma pessoa que nunca sabe de nada pela milésima vez é alguém completamente incapaz de dirigir um país.

O Presidente Lula, e concordo com a Senadora Heloísa, é um homem inteligente, esperto, ladino, que não se engrandece passando essa imagem beócia. Não sabe de nada nunca. Fazem de tudo nas suas costas, a sua revelia.

Discuto se o Presidente Lula foi o arquiteto, o mandante ou se foi, no mínimo, alguém que tomou ciência. Mas que, no mínimo, tomou ciência todos sabemos. Foi omisso. Negou o mensalão, depois de tomar conhecimento dele. Olha uma contradição, Senadora Heloísa. Então, dizem que o Presidente Lula não teria sido omisso, que teria providenciado. Mas providenciado o quê, se, reiteradas vezes, diz que não reconhece a existência do mensalão? Então, não pode ter providenciado em cima de algo que reconhece não existir, que diz não existir.

Não quero entrar nessas minúcias, nesses detalhes, mas o fato é que percebo, minha intuição me diz que é para prestigiarmos o relatório do Sr. Osmar Serraglio, e procurarmos aperfeiçoá-lo pelo lado da inclusão de nomes, de omissões, pois ali faltam alguns diretórios que se beneficiaram da conta Dusseldorf. Creio que a redação sobre o Presidente Lula pode ser mais assertiva.

Mas estamos de olho nos dois tipos de pizzaiolos: os que vão vir com aquela história de que pode haver um relatório avulso, e isso é conversa para boi dormir e para liberar assaltantes de cofres públicos; e a outra conversa esquisita é a de aprovar o Orçamento e, depois, nos destaques, começar a tentar desmoralizar a idéia de se indiciar todos aqueles que foram constatadamente verificados como indiciáveis aos olhos do Relator.

Senadora Heloísa Helena.

A Srª Heloísa Helena (P-SOL - AL) - Que bom que V. Exª me contemplou no raciocínio. De fato é isto: como um setor da opinião pública, mesmo identificando os vazios que, obrigatoriamente, em nome do interesse público, deverão ser preenchidos no relatório, pode fazer essa manobra inteligente, sofisticada, mas fraudulenta? Faz-se de conta que se vota por unanimidade o relatório final da CPI e, depois, começa-se, pela tática do retaliamento e do esvaziamento, a liquidar, pelas emendas supressivas, o que poderia salvar o relatório da CPI. Portanto, compartilho da mesma preocupação de V. Exª.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Agora, são certas mágicas, Senadora Heloísa Helena, que sabemos que não dão certo. Tenho repisado, e não quero aborrecer ninguém, que o Brasil virou mesmo uma democracia. Millôr Fernandes, sarcástico e irônico como sempre, dizia que, conquistando a anistia e uma série de prerrogativas para o povo brasileiro naquela nossa luta contra a ditadura, advertindo os legisladores, o Brasil ia acabar caindo em uma democracia, e o Brasil caiu em uma democracia mesmo. Essa é que é a verdade. É uma sociedade aberta, não dá para esconder mais nada.

Vejo assim: pessoas que não garantem as suas vidas, as suas biografias não devem mesmo aceitar cargo público importante, não devem mesmo aceitar nomeação para cargos relevantes, porque não dá. Percebemos que o sujeito nem chega a tomar posse direito e já começa, no noticiário on-line, a sair que ele fez aquilo, que aconteceu aquilo e aquilo outro. Então, está ficando bom para o Brasil porque o Brasil está sendo bom agora apenas para governantes, para dirigentes que podem entrar e sair dos seus cargos de cabeça erguida. Esta é que é a verdade: entrar e sair de seus cargos de cabeça erguida, sem dever nada a ninguém nem antes, nem durante, nem depois.

Essa história de achar que vai enganar a imprensa acabou. Não é como naquele tempo da minha infância em Manaus quando tínhamos um jornal, Deputado Pauderney, em que saía num dia a notícia e depois também no outro. Não é assim. A notícia hoje voa. Hoje, quem não garante a sua biografia não deve querer ser nada mesmo, até para não perder a paz. Se se meter a ser alguma coisa não tendo garantia sobre a sua biografia, acaba ficando pelo meio do caminho, Senador Siba. Essa é a grande verdade.

Veremos, com muita tranqüilidade, que as notícias voam, e as notícias voam no sentido...

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite?

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Com muita honra.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - É apenas uma lembrança de quando V. Exª fala de mentira. Que coisa triste hoje na CPI: o Sr. Okamotto, procurado pelo Oficial de Justiça, mandou avisar que não estava. O Oficial de Justiça, então, pede à secretária dele que assine a notificação. Por algum motivo, ele teve de voltar à sala e dá de cara com o Okamotto, que estava lá. Quer dizer, até para Oficial de Justiça este Governo mente. Do resto, tire as conclusões.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Já concedo o aparte ao Senador Suplicy.

Mas, veja, Senador Heráclito, é uma coisa grave, porque é o homem que dirige o Sebrae. Ele gerencia, Senador Mão Santa, R$1 bilhão por ano. Ele pode fazer um bem enorme à economia brasileira, auxiliando a pequena e a micro empresa, ou pode causar uma tragédia num segmento que é tão importante inclusive para a geração de empregos no País. Este homem! Estão mantendo no Sebrae alguém que lá não pode ficar porque não consegue encarar um oficial de justiça.

Vou fazer um outro vaticínio aqui. Assim como perdi já dois jantares para V. Exª, fiz um vaticínio de que não era possível mais permanecer no cargo o Ministro Palocci. Aí o pessoal do Governo disse: “Ah, vai ficar porque quem demite é o Presidente Lula”. Estão enganados. O Presidente Lula, no máximo, nomeia. Quem demite é a sociedade. E quem demitiu o Palocci foi o caseiro. Okamotto não vai ficar até o final deste Governo. Não é possível! Como não vai ficar escondido o que ele tem de sigilo. Ele pensa que sigilo é para esconder, mas não é. Aí é o maior eufemismo. Sigilo de homem público não deve existir. Okamotto não vai ficar até o final, porque não é possível permanecer num cargo importante como aquele alguém que tem esse comportamento moleque de se esconder de oficial de justiça. Isso é um ultraje ao País.

Senador Eduardo Suplicy e Senador Alvaro Dias.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Arthur Virgílio, como está marcada a acareação para a próxima semana na CPI, espero que o Paulo Okamotto, Presidente do Sebrae, possa abertamente prestar todos os esclarecimentos. Mas quero convidar V. Exª - vários Senadores presentes já o fizeram - a também assinar um requerimento de homenagem ao brasileiro astronauta, Marcos Pontes, que, ontem, no Cazaquistão, realizou o seu vôo por meio de uma ação simplesmente extraordinária, com a cooperação internacional do Brasil, Cazaquistão e outros países. Agradeço se V. Exª também puder abraçar esta homenagem do Senado ao pioneiro Marcos Pontes, na tradição de pessoas com Santos Dumont, que, há cem anos, realizou o primeiro vôo em aparelho mais pesado que o ar.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador Arthur Virgílio, acho que todos temos de assinar essa moção do Senador Eduardo Suplicy. Espero que nas coisas do espaço o partido dele não erre tanto quanto nas coisas aqui da Terra. De forma que devemos estar ao lado dele neste momento.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Senador Heráclito Fortes, tenho alguma dúvida sobre se devo assinar, sinceramente. Boi voar, já vi. Agora estou vendo Governo inaugurar astronauta. Ele já inaugurou bastantes obras futuras; já colocou como sua obra pertencente ao Governo passado: a renovação do Aeroporto de Salvador, a mesma coisa com o Aeroporto de Fortaleza.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Praia de Luís Correia, no Piauí.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - E aquela coisa: olha com aquele olhar profundo. O Presidente faz aquele olhar de Hino Nacional e diz assim: “Aqui, futuramente, será a reitoria de não sei de quê”. É uma caradura terrível.

Eu teria muito orgulho se houvesse tecnologia brasileira investida nisso, se isso correspondesse, Senador José Agripino, a um esforço consciente e conseqüente da ciência e da tecnologia nacionais.

Não sei, mas as pessoas estavam hoje brincando porque o astronauta brasileiro era o único que não tinha o que fazer dentro da espaçonave; os outros todos tinham o que fazer; e ele ficava dando adeus. O Governo Lula está inaugurando astronauta, está inaugurando buraco tapado, está inaugurando buraco que não tapou.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador Arthur Virgílio, muito embora o médico do Sr. Pontes faça queixas aqui da falta de assistência do Governo por meio da agência espacial. Então, nem no espaço, Senador Eduardo Suplicy, V. Exª está conseguindo fazer comemorações com tanta tranqüilidade. Já existem reclamações contra o seu governo, exatamente na questão do astronauta.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Notícia boa trouxe o Senador Eduardo Suplicy, Líder José Agripino: vem para cá, para ser acareado com o Sr. Paulo de Tarso Venceslau, o Sr. Paulo Okamotto.

Não posso prometer nada ao Sr. Okamotto. Não posso prometer para ele, por exemplo, que não virá atrás dele o oficial de justiça. Não posso. O oficial de justiça não depende de mim. Ele vem, porque ele pega o ônibus ou o carro e estaciona aqui e vem; e, quando ele estiver entrando ou saindo, o oficial de justiça vai colocar no peito dele a notificação, para que possa ser assinada. Não sei se ele não “adoece” até lá. Vamos ver. Quero ver se vem mesmo, e tomara que venha. E tomara que venha imbuído de uma vontade enorme de recompor a sua biografia, mostrando a disposição de abrir os seus sigilos, para que não continue perdurando todo esse mistério em torno de alguém que é o primeiro amigo do Presidente da República.

Ouço o Senador Alvaro Dias.

O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Senador Arthur Virgílio, o Senador Eduardo Suplicy está muito esperto e conseguiu levar o assunto para a lua, mas como Paulo Okamotto não pode ir para a lua, ele terá que vir depor na CPI dos Bingos. Eu gostaria que ele explicasse porque tem tanto medo; o que tem a esconder; o que estão escondendo. Porque nunca vi, em tempo algum, tanta resistência a uma quebra de sigilo bancário. E, pela experiência em CPI, se constata que todo aquele que vai ao Supremo Tribunal Federal impedir a quebra do sigilo bancário é porque realmente tem algo a esconder. Aqueles que têm uma movimentação financeira absolutamente correta jamais recorrem ao Supremo Tribunal Federal para impedir a quebra de seu sigilo bancário. Portanto, já sabemos que há algo escondido e que esta resistência é exatamente porque é algo sério, não é algo simples. Daí, Senador Arthur Virgílio, a necessidade; creio ser uma questão de honra agora.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB) - Para concluir, Senador.

O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Vamos concluir, Sr. Presidente. Para essa Comissão Parlamentar de Inquérito, brilhantemente presidida pelo Senador Efraim Morais, é uma questão de honra investigar o Sr. Paulo Okamotto. Ficaremos devendo muito se não fizermos isso. E V. Exª está de parabéns, mais uma vez.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador Alvaro Dias.

Concedo um aparte ao Senador José Agripino para, em seguida, encerrar, Sr. Presidente.

O Sr. José Agripino (PFL - RN) - Senador Arthur Virgílio, pretendo, com a aquiescência da Mesa, em seguida, manifestar a minha opinião sobre a questão da CPMI dos Correios. Mas, V. Exª está tocando num assunto que é voz corrente entre aqueles que têm responsabilidade no Congresso. V. Exª não tem uma conversa, aqui no Congresso, com jornalistas ou com Parlamentares que não seja: em que vai dar a questão Okamotto? Tem que dar em esclarecimento! Não é que vá dar em cadeia ou em liberdade; em férias ou em prisão. Tem que dar em esclarecimento. Porque há uma Espada de Dâmocles na cabeça da CPI dos Bingos, que é a investigação de um fato que tem correlação direta com o bingo. Sim, o Sr. Paulo Okamotto, pelo depoimento do Sr. Paulo de Tarso Venceslau, esteve envolvido no esquema de coleta de recursos em prefeituras. Essas prefeituras tinham envolvimento com um mundo de gente e com origem de recursos suspeita. Então, tem vinculação claríssima! O Sr. Paulo Okamotto disse que pagou a conta de Lula; pagou a conta de Lurian; deu dinheiro a Vicentinho. E não quer abrir a conta dele? Então, nós não temos o direito de não ir fundo nessa questão! Nós não temos o direito de não ir fundo nessa questão. A CPI dos Bingos não pode terminar, não há hipótese de ela terminar sem haver o esclarecimento sobre a origem do dinheiro que Paulo Okamotto diz ter usado para pagar a conta de Lula, a conta de Lurian e a conta de Vicentinho. Ele é homem de posses limitadas, então, tem que haver esclarecimento. E nada mais fácil do que ele abrir as contas dele. Por que ele não abre? Aí é onde está o xis da questão e que nos cabe investigar, porque senão viraremos poltrões perante a sociedade que V. Exª sabe que nos cobra, a V. Exª e a mim, na rua - cobra investigação! Somos tão responsáveis quanto os governistas, porque cobram de nós a democrática responsabilidade de exercer a Oposição para investigar, para esclarecer e para mostrar a verdade esteja ela onde estiver, doa a quem doer. Cumprimentos a V. Exª.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Senador Motta, ouvirei V. Exª em seguida.

Senador Agripino, vejo que se levarmos em conta a nossa cultura novelesca, a presença dele aqui é tão importante quanto aquele beijo final na novela entre o galã e a mocinha. Ele não tem mesmo como deixar de vir. Virá, e não termina o Governo.

Concedo um aparte ao Senador João Batista Motta e ao Senador Sibá Machado. 

O Sr. João Batista Motta (PSDB - ES) - Senador Arthur Virgílio, uma coisa que está no ar e que volta e meia, quando encontramos um cidadão, ora no mercado, ora no aeroporto, se pergunta para o parlamentar: “Senador, o dinheiro do ‘valerioduto’ saiu do Banco Rural. Encontraram a desculpa de que se tratava de um empréstimo. Como está esse empréstimo? O PT pagou? Deu alguma soma de dinheiro por conta? Foi perdoado?” Isso tem que ser explicado. A sociedade brasileira continua estarrecida e quer saber de onde vieram aqueles mais de R$50 milhões. Muito obrigado.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador João Batista Motta. Senador Sibá Machado, ouvirei V. Exª com muita honra.

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Senador Arthur Virgílio, tenho em mãos a cópia de um documento encaminhado pelo Sr. Paulo Tarcísio Okamotto ao Presidente da CPI dos Bingos, Senador Efraim Morais, esclarecendo a preocupação aqui apresentada pelo Senador Heráclito Fortes no sentido de que o oficial de justiça, ao chegar à sede do Sebrae, foi informado, pela funcionária, de que ele já havia saído; e quando ele retorna, vê o Sr. Paulo Okamotto. Faz constar aqui no documento, como prova, o bilhete de passagem...

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB) - Para concluir, Srs. Senadores.

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - O bilhete de passagem antes era para 17h12min e foi transferido para o vôo das 17h55min. Então, somente por isso, a funcionária deve ter-se enganado no horário e dito que ele não estava mais, que ele já havia saído. Estão aqui os dois bilhetes: o vôo TAM 3371, que era às 17h52min, e o vôo TAM 3845 para 18h35min. Trata-se de um documento apenas para esclarecer a preocupação do Senador Heráclito e que já está em mãos da Secretaria da CPI dos Bingos. 

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Deixo claro que a preocupação não foi minha, não; isso foi um assunto hoje na CPI e eu apenas o transmiti aqui. Agora, é muito simples: por que ele não assinou; se voltou e viu e estava lá, por que não assinou? Estaria resolvido o problema. O feio foi ter dito que não estava e, ao se avistar com o oficial de justiça, ter passado fazendo que não o viu. Não custava nada ele ter assinado. O feio é isso. Às vezes, meu amigo, tudo que você tem de explicar na vida é ruim, e fatos dessa natureza nem se justificam.

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Mas ele passou pelo oficial de justiça?

            O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Passou. O relatório do oficial de justiça, Senador, é pior ainda. Quero inclusive, Sr. Presidente, que esse documento fique nos Anais da Casa, porque é mais grave ainda. O fato é mais grave ainda! Até porque sabemos que esses executivos e esses funcionários de alto escalão do Governo, nos fins de semana, tiram três, quatro bilhetes. É preciso ver a data em que foi tirado um e o outro. É preciso ver isso! É mais uma armação, porque tiram três, quatro bilhetes para usar aquele da sua conveniência. Pior a emenda do que o soneto, Sr. Okamotto!

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Muito bem, Senador.

            Sr. Presidente, encerro, ressaltando o valor do Senador Sibá Machado...

            Concedo um aparte ao Senador Efraim Morais.

O Sr. Efraim Morais (PFL - PB) - Senador Arthur Virgílio, além desse documento que passaram para o Senador Sibá Machado, esqueceram-se de mandar um fax, porque, primeiro, foi passado um fax, de Belo Horizonte, dizendo que estava ciente da convocação; depois, chegou outro documento. Tenho que apresentar essa explicação. O Senador Sibá Machado, realmente, está lendo o documento que se encontra na CPI, assinado por Luís Justiniano de Arantes Fernandes, advogado do Sr. Paulo Okamotto. A pressa de se justificar é tão grande que diz aqui:

Aproveita o ensejo para esclarecer que conforme demonstra documentação inclusa, o peticionário tinha viagem marcada para Belo Horizonte no vôo das 17:12min de ontem, tendo inclusive já sido feito o necessário CheckIn. Um atraso na agenda, obrigou o peticionário a embarcar apenas no vôo das 17:55.” (sic)

Veja, Senador Heráclito Fortes, que não tem viajado muito, pois tem se dedicado muito aos nossos trabalhos, que o vôo de 17h12min não existe, pois esta é a hora do embarque. O vôo de 17h55min não existe. O vôo que existe é o de 18h35min. A hora do embarque é que é 17h55min. O vôo de 17h12min não existe; há o vôo de 17h52min. Então, até o advogado, na pressa de se justificar, explicou errado, porque colocou a hora do embarque e não a hora do vôo. Veja V. Exª o que está acontecendo: tentam forçar a barra, porque foi às 17h04min que a secretária utilizou... Se o vôo era às 18h35m, não havia essa história de o Sr. Okamotto não estar lá. A verdade é que o Sr. Okamotto se encontrava presente. Dificultaram o acesso do escrivão da Polícia Federal. Depois que ele conseguiu chegar ao andar em que trabalha, no Sebrae, o Sr. Paulo Okamotto, a secretária, depois de muita insistência, disse que ele havia viajado e já estava em Belo Horizonte, coisas dessa natureza. Daí o cidadão deu o “recebido”. Quando desceu, por azar do Sr. Paulo Okamotto, o escrivão da Polícia Federal, que está à disposição da CPI, notou que faltou dizer “recebi o original”. Aí voltou. Quando voltou, quem encontrou na sala? O Sr. Paulo Okamotto, que estava lá. Será que a secretária não sabia que o Sr. Paulo Okamotto se encontrava lá? Então, há um desrespeito total ao Poder Legislativo. No entanto, dessa feita, o Sr. Paulo Okamotto desrespeitou o Supremo, que está concedendo liminar para que ele não venha depor, pensando que ele estava falando a verdade; desrespeitou o Poder Legislativo e desrespeitou - permitam-me, com toda franqueza - a Polícia Federal. Então, é a esse cidadão que o Supremo está concedendo liminar, para que ele não venha depor à CPI. É lamentável que isso ocorra. Entendo que, quando alguém tenta esconder-se por trás de liminares, de habeas corpus ou coisas dessa natureza, é porque simplesmente tem “culpa no cartório”. Lamento que o advogado, que me parece ser um bom advogado, na pressa de justificar-se, teve de forçar o vôo. Tanto é assim que tenho de saber se houve antecipação de vôos da TAM para atender também o Sr. Paulo Okamotto.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador Arthur Virgílio, mentira número 2: se houve esse pequeno atraso, ele tomou conhecimento disso no gabinete. Ele não iria sair do gabinete para o aeroporto e voltar porque o vôo atrasou. Então, esse engano está muito mal contado. Por outro lado, não se emitem dois bilhetes de passagem; faz-se a transferência de um bilhete para outro, principalmente no caso do Sr. Okamotto. Recebi uma informação de uma agente de turismo de que ele é regiamente recebido quando chega ao aeroporto pela empresa de turismo que o serve - pela conta do Sebrae, é evidente. Então, ele, ou a sua assessoria, teria tomado essas providências. Senador Sibá Machado, fico triste porque esse pessoal não pega os Líderes para fazer esse tipo de justificativa sem pé nem cabeça. Estrearam aqui o Senador Eduardo Suplicy como líder do impossível. Agora, está V. Exª. Não faça isso. V. Exª é piauiense, é meu conterrâneo, por quem tenho a maior admiração, mas não se preste a esse tipo de serviço, que é muito ruim. Mande os Líderes fazerem.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Aliás, já concedo ao Senador Sibá Machado o aparte que solicita, mas antes são cinco notáveis piauienses que me vêm à memória, Senador Heráclito Fortes: V. Exª, Senador Alberto Silva, Senador Mão Santa, Senador Sibá Machado e o Sr. Francenildo Souza, nosso caseiro, que é uma figura extraordinária também.

Concedo a V. Exª o aparte, Senador Siba Machado.

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Senador Arthur Virgílio, a minha preocupação é a forma eloqüente de falar do Senador Efraim Morais. Vou ler o que está escrito no bilhete de embarque: vôo TAM nº 3371, portão 13, hora de embarque, 17h12min, cadeira 3-D; segundo bilhete: vôo TAM nº 3845, portão 1, cadeira 12-D, horário,17h55min. Se esse é o horário da partida do avião, se é o horário de chamada final de embarque, isso não sei, mas está escrito no bilhete; é o check in feito. Quero dizer para V. Exª que, se ele foi ao aeroporto, se voltou, se...

            O Sr. Efraim Morais (PFL - PB) - Quero saber se foi paga a multa porque ele perdeu o vôo...

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Senador Efraim Morais, já concedo um aparte a V. Exª. Está sendo muito honroso para mim hospedar esse debate tão edificante.

Antes, digo algo que a mim me salta aos olhos - tenho pelo Senador Sibá Machado carinho e admiração. O presidente do Sebrae não deveria estar sendo objeto de discussão desse jeito, Senador Garibaldi. Imagine que estamos diante de alguém que é responsável por US$1 bilhão/ano. Estamos discutindo se ele fugiu ou não do oficial de Justiça, ou seja, se age como os delinqüentes, que não enfrentam a Justiça brasileira, ou se é alguém que, porventura, tivesse uma desculpa palatável para oferecer. É extremamente constrangedor. Estamos vendo algo que cheira à degeneração, à degenerescência, à decadência.

Concedo o aparte ao Senador Sibá Machado.

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Não, é ainda para lembrar que o “recebido” foi aposto ao documento, não por ele, mas pela secretária, e ele já tem ciência do recebimento do oficial de Justiça. Portanto, cabe agora o cumprimento do que está posto no ofício que lhe foi incumbido. Então, Sr. Presidente e Senador Arthur Virgílio, estamos vivendo um momento de muita tensão. Acredito que o Sr. Paulo Okamotto vai, sim, prestar os esclarecimentos que esta CPI está tanto a desejar. Agora, daquela forma que estava sendo colocada era uma exposição, no meu entendimento, desnecessária. Acredito, sim, que ele virá e prestará esses esclarecimentos no momento em que considerarmos adequado, pelo grau de importância, como foi também entendida a vinda do Ministro Palocci e de tantas outras pessoas, cuja vinda à Comissão foi tão harmoniosamente trabalhada por nós.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador.

Peço tempo a V. Exª para concluir, Sr. Presidente. Agradeço muito por todos os apartes. Na verdade, Senador José Agripino, para quem possa supor que eu falo muito, este foi o pronunciamento em que menos falei. Na verdade, hospedei no meu discurso, com muita honra, as presenças inteligentes, e seguidas vezes, do Senador Sibá Machado, do Senador Heráclito Fortes, do Senador José Agripino, do Senador Efraim Morais e da Senadora Heloísa Helena. É uma honra muito grande ter partilhado esse discurso com figuras tão ilustres.

Mas, repito, Senador José Agripino, que eu começava a minha fala, modesta, referindo-me ao Embaixador Takahiko Horimura, do Japão, que veio aqui para agradecer o voto de consternação e solidariedade que pedi ao Senado para aprovar, no que fui atendido, ao ensejo do 60º aniversário da tragédia de Hiroshima-Nagasaki, S. Exª veio me agradecer de maneira muito sentida. E eu aqui me referia à laboriosa colônia japonesa do Brasil e do meu Estado. Estamos vendo - coincidência terrível - toda essa dúvida em cima do Sr. Paulo Okamotto. Tomara que ele venha. Aliás, que ele vem, vem, só não sei como sai. Tomara que venha e se explique, porque é ilusão, de quem quer seja, imaginar que não vai explicar tudo ao povo brasileiro. Vivemos sob uma democracia. Que aprendam, de uma vez por todas, que não há força em ninguém para dar um golpe e transformar o Brasil em uma ditadura. E não sendo assim, tem de ser examinado tudo que é ato polêmico de todo e qualquer homem público. E o Sr. Paulo Okamotto, ainda que primeiro amigo do Presidente ou, sobretudo por ser primeiro amigo do Presidente, precisa explicar essa história promíscua de pagar conta para cá e acolá. Ele tem de vir mesmo, e ele virá.

Volto a fazer o vaticínio: Sua Exª não completará esse mandato. Quero ver agora se alguém do Governo me diz, como disseram na época do Ministro Palocci, que quem demite é o Presidente Lula. Penso que não: o Sr. Paulo Okamotto vai ser demitido novamente pela sociedade, pelos fatos. Tomara que não seja pelo oficial de justiça.

            Obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/04/2006 - Página 10640