O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Senador Mão Santa, Presidente desta sessão, pela homenagem.

Venho de uma cerimônia muito bonita: a inauguração da ligação do metrô até Ceilândia. Imagino que esse fato emocione muitas pessoas porque essa era uma obra esperada há muito tempo, que beneficiará a população de Brasília, e foi um marco da gestão Roriz, que V. Exª tanto respeita e admira. Por isso, fico feliz em dizer que hoje é um dia importante para a nossa cidade.

Sr. Presidente, amanhã, dia 31 de março, alguns dos governadores brasileiros estarão deixando o governo para poder concorrer a outro cargo em outubro. Muitos deles merecem nossa homenagem e os cumprimentos pelo bom trabalho que fizeram.

Mas um desses governadores é digno de referência especial. Ele está completando agora, ao sair, nada menos que quatorze anos e três meses como governador. Isso, em quatro mandatos. No primeiro, em 1998, foi nomeado pelo Presidente Sarney. Nos outros três, foi eleito e reeleito pelo voto direto. Acresce-se a isso o fato, inédito no Brasil, de esse governador a que me refiro encerrar o seu quarto mandato ostentando a gloriosa marca de 83% de aprovação popular.

O Sr. Marco Maciel (PFL - PE) - Nobre Senador Paulo Octávio, V. Exª me concede um aparte?

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - Com muita honra, Senador Marco Maciel.

O Sr. Marco Maciel (PFL - PE. Com revisão do orador.) - Nobre Senador Paulo Octávio, lídimo representante do Distrito Federal nesta Casa da Federação, associo-me às palavras de V. Exª no que diz respeito ao desempenho do Governador Roriz, que se propõe a se afastar do cargo amanhã para disputar as eleições deste ano, possivelmente no plano legislativo. Gostaria de dizer que subscrevo o que V. Exª afirma sobre o Governador Roriz, uma administração bem sucedida em Brasília, razão pela qual obteve sucessivos mandatos, quase um recorde nacional. O mesmo ocorre com relação a Pernambuco, Estado que tenho a honra de representar nesta Casa. Amanhã o Governador Jarbas Vasconcelos, outro exemplo de administração bem sucedida, estará se afastando para concorrer a uma vaga no Senado Federal. Ele sai com um índice de aprovação semelhante ao do Governador Roriz, depois de sete anos e três meses no cargo, posto que se reelegeu no ano de 2002. Ambos, por sinal, pertencem à mesma agremiação, o PMDB, e merecem nosso reconhecimento. Não posso deixar de registrar o quanto aprecio o fato de V. Exª abordar este assunto nesta Casa, para que fique constando de seus Anais o êxito da administração Roriz que, de alguma forma, se confunde com a própria história de Brasília, pela qual V. Exª tanto zela, pois está ligada à figura de Juscelino Kubitschek, o Presidente da integração nacional, construtor de Brasília, o que permitiu não somente que o Brasil ganhasse uma capital moderna, capaz de responder de melhor forma as exigências da administração pública, mas também, como conseqüência, trazendo o pólo decisório para o hinterland, para o interior. Nossas capitais, no passado, ficavam sediadas em cidades litorâneas - primeiro, na Bahia, e depois, no Rio de Janeiro. A civilização brasileira parece que se desenvolvia toda ao longo do mar, o que levou, certa feita, Frei Vicente do Salvador, famoso historiador - não brasileiro, que escreveu sobre história do Brasil -, haver dito que a nossa população vivia como caranguejo, arranhando o litoral.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - É verdade.

Senador Marco Maciel, V. Exª enriquece o meu pronunciamento. Muitas vezes, ouvi o próprio Governador Roriz declinar a grande gratidão a V. Exª e ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, porque foi na gestão de V. Exªs que Brasília teve aprovado o Fundo Constitucional do DF. V. Exª, como Vice-Presidente da República, sempre colaborou e entendeu os dilemas de uma cidade jovem que tem a missão de governar o Brasil. Por isso, Senador Marco Maciel, a profunda gratidão que Brasília tem por V. Exª. Jamais esqueceremos a sua grandeza e o seu trabalho em prol desta cidade.

As sucessivas eleições que Roriz venceu e este alto índice de aprovação de agora refletem o trabalho extraordinário que este governante realizou e vem realizando. Este Governador é Joaquim Roriz, aqui da nossa cidade, Senador Mão Santa.

E é justamente isso que eu queria ressaltar hoje, Sr. Presidente: a grande transformação que o Governador Roriz vem fazendo na Capital do País, nos últimos anos. A dinâmica de trabalho e competência do Governador Roriz é a mesma dinâmica de trabalho e competência de JK, Senador Mão Santa - V. Exª que tanto admira JK.

Roriz construiu um projeto de desenvolvimento e progresso e realizou uma das mais bem-sucedidas revoluções urbanas que a História do Brasil já presenciou. Não é possível, Sr. Presidente, porque não é humano, enumerar todas as realizações do governador à frente do DF. Limito-me a enumerar as que considero mais importantes e que, de fato, ajudaram a consolidar Brasília.

Veja, Sr. Presidente: no final dos anos 80, Brasília - que já era tombada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco - tinha 64 favelas, onde viviam, ou sobreviviam, 130 mil famílias. A Capital do País tinha favela até atrás do Palácio do Planalto. No seu primeiro governo, Roriz retirou - em absoluta paz - essas quase 600 mil pessoas, e construiu oito novas cidades para abrigá-las.

Já nessa época, recorreu ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em busca de financiamento para sanear essas novas cidades. O dinheiro do BID só foi liberado no ano 2000, quando Roriz, eleito novamente em 1999, voltou ao governo.

Hoje, essas cidades estão sendo totalmente saneadas, contam com todo tipo de equipamento urbano, e uma delas, Samambaia, tem até metrô, o mesmo metrô que hoje chegou a Ceilândia.

Outra realização de Roriz, de extrema importância para Brasília, foi o saneamento das finanças públicas. Pouca gente sabe disso.

O Distrito Federal estava com os cofres públicos vazios em 1999. Tinha grandes dívidas com fornecedores e junto à União, o que o tornava inadimplente junto aos organismos de crédito internacionais. Roriz pagou aos fornecedores e fez acordo para a renegociação da dívida junto ao Governo Federal. Com isso, Brasília recuperou a credibilidade, voltou a ser digna de crédito e, assim, pôde passar a investir na melhoria dos serviços públicos.

Outra grande realização do Governador Roriz é a que está sendo considerada a maior obra de saneamento em curso no Brasil: 95% das residências já têm água tratada, e, há cerca de quatro meses, o Distrito Federal atingiu a marca de tratamento de 100% de todo o esgoto que coleta. Com a despoluição dos nossos córregos e rios, afluentes do rio Corumbá, foi possível ao governador construir a Hidrelétrica de Corumbá IV. Ela tem uma represa de 170 quilômetros de extensão - quatro vezes e meia o Lago Paranoá. Vai fornecer mais 15% da energia que consumimos hoje e garantir água para o Distrito Federal e as cidades vizinhas, do Entorno, por mais cem anos.

A grande transformação que Brasília está vivendo no trânsito também merece ser registrada. Roriz ergueu 34 novos grandes viadutos que mudaram a face de nossas cidades. Duplicou pistas, fez passarelas e abriu novas vias. Construiu a terceira ponte do Lago Sul - a Ponte JK - que foi eleita em Pittsburgh, Estados Unidos, a ponte mais bonita do mundo.

Fez a rede de metrô ligando a Rodoviária, no centro de Brasília, às cidades de Taguatinga e Samambaia. E hoje, 30 de março, concluiu o ramal que liga Taguatinga a Ceilândia, levando então o metrô à cidade mais populosa do DF.

O trabalho do Governador Roriz na área social também é surpreendente. O Sistema de Saúde do Distrito Federal, apesar de todas as dificuldades nessa área, é considerado pelo SUS como o melhor sistema de saúde pública do Brasil.

Noventa e nove por cento das nossas crianças em idade escolar estão nas salas de aula.

O GDF dispõe de 74 programas sociais, de amparo e integração dos mais necessitados.

Estes programas vêm sendo dirigidos, com extrema competência e zelo, pela vice-governadora do Distrito Federal, Maria de Lourdes Abadia, a quem Roriz confiou o comando da área social.

Mas talvez, Sr. Presidente, a maior realização do Governador Roriz no Distrito Federal tenha sido a de transformar uma cidade que era originalmente voltada para servir à burocracia num grande pólo de desenvolvimento regional.

Roriz apostou no desenvolvimento e no crescimento econômico. Criou um plano de incentivos para atrair novas empresas, que se revelou um grande sucesso. Nós últimos seis anos, Brasília conseguiu criar cinco mil novas empresas e gerar por volta de 130 mil empregos.

Isto levou o IBGE, ano passado, a constatar que o Distrito Federal detém o segundo lugar na atração de novas empresas, e o primeiro, na criação de novos empregos.

De alguns anos para cá, o Centro-Oeste tem sido a região que mais cresce no País. E é Brasília que vem liderando este crescimento.

Quando lembramos que Juscelino, ao criar Brasília, não queria apenas construir uma nova capital, mas sim levar o desenvolvimento para o interior do Brasil, somos obrigados a reconhecer que o sonho de JK está se concretizando, está se realizando. 

Isso decorre do espírito empreendedor, da vontade e da garra das pessoas que hoje vivem e trabalham na capital brasileira. Mas - é preciso fazer justiça e reconhecer - decorre também do trabalho extraordinário desse político que está na vida pública há 45 anos, sem nunca ter perdido uma eleição: o Governador Roriz, cujo trabalho e dedicação precisam servir de guia, de exemplo para os governantes que virão depois dele.

Ao Governador Roriz, penso, deve ser creditada também grande parte dos méritos pelo fato de o Distrito Federal deter hoje o maior IDH - Índice de Desenvolvimento Humano do País -, e de ser considerado pelo IBGE, o que foi confirmado depois por uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, o lugar em que se tem a melhor qualidade de vida do nosso País.

Peço, pois, Sr. Presidente, o registro desta minha homenagem a Joaquim Roriz, que deixa agora o Governo de Brasília, mas permanecerá para sempre na história do nosso País e no coração do nosso povo.

Agradeço a oportunidade e homenageio a família, Dona Weslian, que foi uma primeira-dama exemplar, extraordinária, modelo para a mulher brasileira, um exemplo para todas aquelas que comandam o nosso País.

E encerro, repetindo a fórmula com que o Governador Roriz termina sempre seus discursos: Que Deus nos ilumine!

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