Discurso durante a 34ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a dura realidade dos jovens na capital paranaense, que em sua maioria estão desempregados e no mundo das drogas. (como Líder)

Autor
Osmar Dias (PDT - Partido Democrático Trabalhista/PR)
Nome completo: Osmar Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL.:
  • Preocupação com a dura realidade dos jovens na capital paranaense, que em sua maioria estão desempregados e no mundo das drogas. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2006 - Página 10935
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, JORNAL, GAZETA DO POVO, ESTADO DO PARANA (PR), DIVULGAÇÃO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, TRAFICO, DROGA, ALICIAMENTO, MENOR, APRESENTAÇÃO, DADOS, AGRAVAÇÃO, DESEMPREGO, OCIOSIDADE, JUVENTUDE, REGIÃO.
  • CRITICA, FALTA, INEFICACIA, POLITICA, GOVERNO, SOLUÇÃO, PROBLEMA, DESEMPREGO, PAIS.
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, PROGRAMA ASSISTENCIAL, GOVERNO, AUSENCIA, OFERECIMENTO, GARANTIA, EMPREGO, TRABALHO, ESCOLA PUBLICA, CIDADÃO.

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O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quando ligamos a televisão e assistimos às propagandas do Governo, vemos o sucesso das políticas sociais: jovens nas escolas, no emprego, cidadãos felizes com um Governo que lhes dá oportunidades de acesso ao trabalho e principalmente à escola. Mas quando assistimos aos noticiários, vemos que há uma brutal diferença entre o que os Governo falam que estão fazendo para resolver os problemas sociais do País e aquilo que vem acontecendo realmente.

Se eu ler uma manchete como esta da Gazeta do Povo, jornal de Curitiba, as pessoas pensarão que se refere à Rocinha e vão se lembrar do seriado que abalou o País inteiro, “Falcão - Meninos do Tráfico”, que apresentou cenas reais do tráfico e a inclusão do jovem no mundo das drogas. Aqui está: “Tráfico recruta ou vicia 1.700 jovens por ano”. Não se refere à Rocinha, mas a Curitiba. Vou repetir a manchete: “Tráfico recruta ou vicia 1.700 jovens por ano em Curitiba.” São 1.965 jovens que, por algum motivo, no ano passado, passaram pelas mãos da polícia - quase 2 mil jovens. Desses, 375 eram reincidentes e 113 jovens foram assassinados, em Curitiba. É o mundo das drogas que toma conta de cidades e não escolhe Estado nem local.

Quando se abre a outra página da Gazeta do Povo, o mesmo jornal, no outro dia, lê-se uma pesquisa, realizada pela Paraná Pesquisas, que mostra o seguinte: “22% dos jovens de Curitiba não estudam nem trabalham”. Vinte e dois por cento dos jovens entre 16 e 24 anos estão fora da escola ou não tem emprego. Vinte e dois por cento é mais do que um quinto, é quase um quarto da população. Ou seja, de cada cinco jovens, praticamente um não tem emprego. Sessenta e sete por cento desses jovens que não têm emprego estão procurando trabalho; os outros 33%, não. Então, ou estão na escola, ou já partiram para o mundo da marginalidade. Sem escola e sem emprego, o caminho fica muito curto para o jovem trilhar, o que o possibilita a chegar até a esse horroroso mundo das drogas.

Quero, aqui, lembrar a manchete do jornal O Estado de S. Paulo, que critica os programas sociais do Governo Lula. Diz a manchete: “Não basta dar dinheiro”. Não basta, por exemplo, colocar em prática o Bolsa-Família, que deveria dar o dinheiro e fiscalizar se estão cumprindo o requisito principal, que é colocar o jovem na escola. Dão dinheiro e não fiscalizam nada! Muita gente deixou o emprego para fazer parte desses programas assistenciais do Governo, que não oferecem nenhuma solução duradoura para o cidadão brasileiro, porque a solução duradoura é o emprego, o trabalho e a escola.

(Interrupção do som.)

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR) - O noticiário está farto de notícias sobre o que ocorre na França. Lá, os jovens combatem a polícia e o governo nas ruas, porque querem uma política que realmente resolva o problema do desemprego, que é crônico nessa faixa de idade. Aliás, uma outra pesquisa brasileira mostra que metade das pessoas desempregadas têm entre 16 e 24 anos.

Então, dá para afirmar sem nenhum medo de errar: não existem políticas públicas voltadas para os jovens brasileiros; se existem, não estão funcionando, porque metade dos desempregados deste País são jovens. Vinte e dois por cento dos jovens da cidade de Curitiba, considerada capital universitária, não têm nem emprego...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Senador, concedo-lhe mais um minuto para V. Exª concluir, por gentileza.

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR) - ... nem estão na escola.

Como paranaense, fiquei estarrecido ao tomar conhecimento desses números, principalmente porque, nos finais de semana, quando estou em casa, ligo a televisão e vejo as propagandas dos Governos; e, por meio das propagandas, pode-se concluir que não é esse o cenário que vamos encontrar em Curitiba, em Maringá, em Cascavel, em Londrina, em Foz do Iguaçu, em Ponta Grossa, em Umuarama, em Paranavaí, enfim, em todas as cidades do Paraná. Segundo as propagandas do Governo, a situação é outra: os jovens estão empregados ou na escola. Mas a realidade dura é que os jovens, no Paraná, na capital paranaense, principalmente, estão nas ruas, e uma boa parte deles está se drogando ou servido ao tráfico, o que é muito pior, porque a droga não garante o futuro dessas crianças e desses jovens.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2006 - Página 10935