Discurso durante a 34ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anúncio de criação de força tarefa permanente para identificar as causas de doença que acarreta cegueira em habitantes das margens do rio Araguaia. Registro da paralisação da construção da ponte sobre o rio Araguaia.

Autor
Leomar Quintanilha (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/TO)
Nome completo: Leomar de Melo Quintanilha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Anúncio de criação de força tarefa permanente para identificar as causas de doença que acarreta cegueira em habitantes das margens do rio Araguaia. Registro da paralisação da construção da ponte sobre o rio Araguaia.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2006 - Página 10964
Assunto
Outros > SAUDE. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • EXPECTATIVA, CRIAÇÃO, GRUPO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAUDE, PESQUISA, BUSCA, IDENTIFICAÇÃO, ORIGEM, DOENÇA, PROVOCAÇÃO, CEGUEIRA, HABITANTE, MARGEM, RIO ARAGUAIA.
  • COMENTARIO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, PARALISAÇÃO, CONSTRUÇÃO, PONTE, RIO ARAGUAIA, RODOVIA TRANSAMAZONICA, TRECHO, LIGAÇÃO, ESTADO DO TOCANTINS (TO), ESTADO DO PARA (PA).
  • SOLICITAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), CONHECIMENTO, SITUAÇÃO, ADOÇÃO, PROVIDENCIA, CONCLUSÃO, PONTE, IMPEDIMENTO, DESVIO, PREJUIZO, ECONOMIA, MUNICIPIOS, REGIÃO NORTE, ESTADO DO TOCANTINS (TO), REGIÃO SUL, ESTADO DO PARA (PA).

  SENADO FEDERAL SF -

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SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PCdoB - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, assomo à tribuna, nesta tarde, para tratar novamente de um assunto recorrente, mas que aflige sobremodo a população do norte do Tocantins e do sul do Pará, em razão de misteriosa doença que tem acometido diversas pessoas, sobretudo crianças. Uma doença nos olhos que, muitas vezes, provoca cegueira irreversível. Isso tem causado enorme preocupação na população daquela região em razão de não se ter identificado até hoje sua causa.

Diversos profissionais altamente qualificados, técnicos de outras regiões, da Universidade Federal de Goiás, da Universidade Federal de Minas Gerais, além da Secretária de Saúde do próprio Estado de Tocantins e outros técnicos têm se interessado em desvendar a inusitada doença.

Estive recentemente com um dos profissionais mais destacados em oftalmologia deste País, Dr. Marcos Ávila, Professor da Universidade Federal de Goiás, que se interessou pelo assunto e já esteve no local, buscando uma solução. Estive também com o Presidente da Fundação Nacional de Saúde, que decidiu criar uma força-tarefa. Essa, sim, buscaria solução definitiva, porque permaneceria no local com profissionais altamente qualificados, com técnicos experimentados e equipamentos necessários para desenvolver pesquisas e identificar a causa da doença, que tem provocado cegueira.

Essa força-tarefa ainda não foi constituída. Temos que vencer os trâmites burocráticos do Ministério da Saúde, particularmente da Fundação Nacional de Saúde, cujo Presidente, Dr. Paulo Lustosa, demonstrou interesse muito grande pela questão. S. Exª certamente vai contribuir conosco, para que possamos, com essa força-tarefa permanentemente no local, pesquisar e buscar identificar a causa de uma doença que tem incomodado e provocado pavor nos habitantes das margens do Rio Araguaia.

Já foram identificados focos da doença nas cidades de Araguatins e de Xambioá, no médio Araguaia. A doença tem trazido também problemas de outra ordem que não os de saúde, pois essa região vive basicamente da força da agropecuária, da pesca, da navegação pequena e incipiente do Rio Araguaia e, sobretudo, do aproveitamento das praias belíssimas do Rio Araguaia, que, nos meses de junho, julho e agosto, acabam atraindo inúmeras pessoas para desfrutar das maravilhas que o Rio pode propiciar. Seguramente, essa situação acabará afugentando pessoas que visitariam esses locais, o que traria então enorme prejuízo para a economia de Araguatins, de Xambioá, enfim, das cidades à margem do Rio Araguaia, onde a discussão sobre essa doença tem se acentuado.

Outro fato tem merecido destaque é a quase paralisação da construção de uma obra importante: a ponte sobre o rio Araguaia, na divisa do Tocantins com o Pará, na BR-230, ali conhecida como Transamazônica. Trata-se de um trecho em que essa rodovia é efetivamente muito importante, muito demandada. Lá, está acontecendo um fato curioso. A empresa que ganhou a licitação está retirando parte do material acumulado para a construção dessa obra, com visível constrangimento para os moradores, sobretudo do Tocantins, de Marabá e da Palestina, os principais Municípios próximos à ponte.

É estranho que a obra, que estava em andamento, sofra essa paralisação e que o material ali acumulado, como ferragem, brita, cimento, talvez esteja sendo retirado para tocar obras em outra região. Estamos procurando saber para onde estão sendo levados esses materiais, Sr. Presidente, porque isso não pode acontecer.

A finalização dessa obra também é muito importante; sua interrupção afetará sobremodo a economia da região. Isso não pode acontecer. É importante que o novo Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, tome conhecimento dessa situação, pois se trata de uma obra federal e desvios dessa natureza não podem ocorrer, sobretudo na gestão dele. S. Exª assume a Pasta já com enormes desafios: recuperar a malha viária brasileira, evitar desvios possam afetar a economia de Municípios importantes no norte de Tocantins e sul do Estado do Pará.

Era o que eu queria registrar nesta tarde, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2006 - Página 10964