Discurso durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Conclamação pela votação urgente da proposta de Orçamento da União. Saudações à Sra. Michelle Bachelet, Presidente da República do Chile, em visita oficial ao Brasil.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. ORÇAMENTO. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Conclamação pela votação urgente da proposta de Orçamento da União. Saudações à Sra. Michelle Bachelet, Presidente da República do Chile, em visita oficial ao Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 12/04/2006 - Página 11653
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. ORÇAMENTO. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, EMPRESA DE TRANSPORTE AEREO, VIAÇÃO AEREA RIO GRANDENSE S/A (VARIG), IMPORTANCIA, PERMANENCIA, ATIVIDADE, BRASIL.
  • NECESSIDADE, URGENCIA, APROVAÇÃO, ORÇAMENTO, IMPEDIMENTO, AGRAVAÇÃO, PREJUIZO, SOCIEDADE.
  • ANUNCIO, PRESENÇA, BRASIL, MULHER, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAIS ESTRANGEIRO, CHILE, COMPROMETIMENTO, EXTINÇÃO, POBREZA.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PROGRAMA, GOVERNO, SEMELHANÇA, PAIS ESTRANGEIRO, CHILE, FAVORECIMENTO, POPULAÇÃO CARENTE.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvi alguns pronunciamentos sobre a questão da Varig. Gostaria de dizer que a Varig é uma empresa genuinamente brasileira. Precisamos que ela assim continue. Faço parte do grupo de Senadores que defendem também a Varig às últimas conseqüências. Esperamos que a nossa Varig continue nossa, operando dentro da normalidade.

Senador Romero Jucá, venho a esta tribuna dizer também que endosso tudo o que V.Exª acabou de dizer sobre o Orçamento. Faço aqui uma saudação ao nobre Senador Geraldo Mestrinho, que, com a sua paciência histórica, conseguiu fazer com que a matéria saísse da Comissão de Orçamento. Realmente, com certeza, foi uma operação da maior dificuldade, mas todos os membros da Comissão deram conta. Quando o Senador Romero Jucá conclama, realmente a sua voz é a de todos nós, com certeza, de todos os Srs. Senadores, de todos os Pares. É a voz da população brasileira, que clama.

Estive, sábado, domingo e segunda-feira, até o meio-dia, no meu Estado, sou Senadora por Mato Grosso. Estou sem voz de tanto que andei e falei, principalmente, do tanto que falei. Mas o grito é geral. As pessoas exigem. São as autoridades? São sim, o Vereador, os Deputados, todo mundo, mas é o povo em geral. Não se tem uma gota de combustível para colocar no carro do Incra, Senador Gilberto Mestrinho, para fazer uma medição, havendo um conflito de terras por lá. E muitas vezes aqueles mesmos que não apóiam a aprovação do Orçamento são os que vêm para as tribunas por este Brasil afora dizer que o Governo não está cumprindo com isso, não está cumprindo com aquilo, não está cumprindo com aquilo outro. Todas as áreas realmente estão sendo penalizadas. E se alguém pensa que está penalizando o Presidente Lula, equivoca-se; penaliza, na verdade, homens e mulheres, os brasileiros e brasileiras deste País, de ponta a ponta, que estão sendo prejudicados em todos os setores. Por isso temos que ter responsabilidade. Somos eleitos por homens e mulheres que têm poder de voto neste País e que realmente querem contribuir para o Brasil avançar, não para impedir o Presidente Lula de governar porque é um ano eleitoral. Isso é um crime contra homens e mulheres deste País, e não contra o Presidente Lula. Quanto a Sua Excelência, vamos deixar que o povo dê a resposta no dia 1º de outubro, no dia da eleição, que o povo dê a resposta se quer continuar com ele ou não. Vamos deixá-lo governar para que possa cumprir com o mínimo de metas que o povo brasileiro está precisando e precisa. Isso significa que é necessária a aprovação do Orçamento já, não daqui a pouco, pois está com 120 dias de atraso.

Srs. Senadores e Srªs Senadoras, após essa conclamação, quero dizer que teremos um ato, dentro de poucos minutos, a realizar-se neste plenário, da maior relevância, eu diria, para a América Latina e para o mundo, que é a presença da Presidenta da República do Chile, Michelle Bachelet.

            Eu estive, no dia 28 de setembro, em Santiago do Chile, na sede da Cepal, em um debate em que estavam presentes Michelle Bachelet e Isabel Allende. Eu estava presente no debate sobre a questão de gênero, com mais de mil mulheres e muitos homens, até por estar presidindo o Ano Internacional da Mulher Latino-Americana e Caribenha. Eu diria que foi um dos mais belos debates - no sentido de ser amplo, complexo, difícil, mas promissor - sobre a questão de gênero, sobre a questão da mulher.

Hoje, está eleita Michelle Bachelet, uma mulher comprometida com as causas populares, uma mulher comprometida com a questão de gênero. Cinqüenta por cento do Ministério de Michelle Bachelet é composto por mulheres. Mas eu digo também aqui que não basta ser mulher para fazer política com compromisso. Precisamos, sim, de mais mulheres no poder, em todas as instâncias, mas mulheres comprometidas com as causas populares, com as causas da maioria do povo de modo geral, da população do planeta Terra. É disso que precisamos e é isso que temos de buscar.

Por isso, hoje, estamos em um dia de satisfação, um dia em que as mulheres comemoram a chegada da primeira mulher eleita à Presidência da República, na América Latina. Michelle Bachelet é uma mulher - como ela muito bem declarou no dia da posse - socialista, agnóstica, separada, mãe solteira, enfim, com todos os critérios para, em um mundo conservador, não conseguir ser eleita. Mas foi eleita pelo compromisso que demonstrou quando teve espaço no poder, pelas causas sociais, pelas causas dos pobres, pelas causas da maioria do povo chileno, o povo mais despossuído.

Precisamos de homens e mulheres comprometidos com a causa da maioria. Aqui no Brasil, temos o Presidente Lula, primeiro Presidente dos tempos modernos - vamos dizer - comprometido realmente com as causas maiores do povo trabalhador, do povo oprimido, do povo mais pobre em especial. Com certeza, o Partido dos Trabalhadores, o Presidente Lula atende às necessidades do povo mais carente por meio de políticas que não são as mais interessantes - a mais interessante, obviamente, é a política de geração de emprego. Mas, enquanto não é possível gerar emprego para todos e para todas, devem existir, sim, políticas compensatórias, porque a fome não espera. A Bolsa-Família é importante, assim como a Bolsa-Escola. Não é importante para aqueles que nunca tiveram a falta do pão nosso de cada dia na mesa; para aqueles que mandam há 500 anos neste País e que se apossaram das melhores terras; que concentraram a maioria das riquezas em suas mãos. Para esses, não é importante, com certeza. Querem continuar fazendo políticas para concentrar renda na mão daqueles que já têm a maior parte da renda concentrada em suas mãos.

Portanto, é em nome disso, é fazendo essa semelhança com Michelle Bachelet que, tenho certeza, saio agora com a alegria que saí do encontro de Michelle Bachelet com o nosso Presidente Lula, realmente, cada vez com mais expectativa e mais certeza de que o nosso Presidente está no caminho correto. Não tenho dúvida disso. Por isso, sinto a alegria de hoje estar aqui, meu companheiro Tião Viana, que preside esta sessão. A presença de Michelle Bachelet aqui no Brasil é a certeza de que o Presidente Lula está no caminho certo, porque as políticas de Michelle Bachelet são bastante semelhantes às do nosso Presidente.

Muito obrigada.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/04/2006 - Página 11653