Discurso durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Resposta ao pronunciamento da Senadora Ideli Salvatti.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Resposta ao pronunciamento da Senadora Ideli Salvatti.
Publicação
Publicação no DSF de 12/04/2006 - Página 11851
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ACUSAÇÃO, LIDER, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), FUGA, DEBATE, CRITICA, INCOERENCIA, DENUNCIA, OPOSIÇÃO, PROCURADOR GERAL DA REPUBLICA.
  • SOLICITAÇÃO, ABERTURA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, BANQUEIRO, VINCULAÇÃO, FUNDOS, PENSÕES.
  • CRITICA, JUSTIÇA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ANULAÇÃO, PROCESSO JUDICIAL, FAVORECIMENTO, BANQUEIRO.
  • IMPOSSIBILIDADE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), DEFESA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DESCONHECIMENTO, VIOLAÇÃO, SIGILO BANCARIO, EMPREGADO DOMESTICO.

  SENADO FEDERAL SF -

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SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, essa tentativa da Liderança do PT de anestesiar a memória brasileira não resiste aos argumentos mais simples.

A fugitiva Líder do PT que sai do plenário mais uma vez, corre para evitar o debate, dando um mau exemplo ao País e ao seu Partido, fez aqui um discurso dos seus tempos de banco de escola.

Aliás, fui procurado pela Liderança do Partido dos Trabalhadores, da Base do Governo, em duas ocasiões para a mesma causa. Fui procurado por eles para votar no Relator Osmar Serraglio, candidato da Base do Governo; o nosso candidato era outro e perdemos. E fui também procurado para votar no Dr. Antônio Fernandes como o candidato preferido como Procurador. E nesse eu atendi, para mostrar que a Oposição não é tão radical.

O Procurador do Governo passado era acusado pelos então oposicionistas de um “engavetador” da República; esse, agora, está sendo acusado porque cumpriu o seu papel. Vejam os senhores quanta incoerência.

Citar-me aqui como defensor do Sr. Daniel Dantas não me macula, embora não seja verdade. Aliás, quero desafiar e convidar a Líder fugitiva para que peçamos, aqui, assinaturas para abrir uma CPI e, de uma vez por todas, desvendar esse mistério que envolve o Sr. Daniel Dantas, que envolve o Citibank, hoje protegido e brindado pela Líder do Governo e pelos seus companheiros e que envolve os fundos de pensão e que, por detrás de tudo isto, milhões e milhões de dinheiro em jogo, sem que a clareza do que acontece venha a público.

O Senador Sibá Machado - e, daí, o meu comentário - no seu jurídico voto bem fundamentado, em nenhum momento pede a condenação do Sr. Daniel Dantas. Cita que deve ser condenado em tese. Em tese! Na Justiça brasileira, não existe a figura da condenação “em tese”, como não existe no Brasil se alcançar um desejo em tese. Eu posso dizer que jantei com Gisele Bündchen em tese. Jantei ou não jantei, Senador Sibá Machado? Estou falando em tese. V. Exª foi induzido a um erro ou por falta de segurança de fazer uma acusação porque, ao trazer à baila um assunto dessa natureza, deveria ter pedido, de maneira clara e objetiva, a condenação.

Agora, ninguém trouxe ainda aqui uma outra verdade. A Justiça brasileira, os desembargadores do Rio de Janeiro, por unanimidade, ontem, tornou nulos os atos que fizeram com que essa disputa, que precisa ser esclarecida, esses fatos que precisam ser esclarecidos, Senador Siba Machado, a Justiça do Rio de Janeiro anulou, dando de volta ao grupo do Sr. Dantas a administração e a direção das empresas que lhe foram tomadas nessa pendenga judicial.

Nem eu, nem V. Exª, nem a Senadora fugitiva Líder do PT conhecemos os meandros e os fatos, daí por que ser oportuna essa CPI, para se abrirem os dados, para se ver tudo isso.

O PT aprendeu a mentir tanto - e tiro V. Exª desse rol, meu caro Presidente - que dia após dia é desmoralizado com a luz da verdade. Imaginem os senhores que o Procurador da República, no cumprimento do seu dever, deixe de tomar a posição que tomou. Acho que só errou no número. Poderia ter sido 39, 43, Senador Suplicy, mas o número quarenta, redondo nos remete às histórias infantis do Ali Babá. Ele só foi cruel aí. Deveria ter tirado mais um ou colocado outro. É duro demais, Senador Sibá Machado, quarenta de uma vez!

E aí, meu caro Senador Suplicy, quero saber como é que vai se defender o Partido dos Trabalhadores na terça-feira, dizendo mais uma vez que o Presidente Lula não sabia de nada no episódio do vazamento das contas do caseiro, quando o Ministro da Justiça declara nos jornais de hoje que o preveniu no dia 21. É difícil! É difícil...

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Suplicy. Bloco/PT - SP) - Senador Heráclito, pediria a V. Exª que concluísse, por favor.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Como eu sei que V. Exª é um homem justo e deu algumas prorrogações para a sua companheira de Partido, a sua líder, que lhe derrotou, a que não lhe deixou ser líder, deixe seu espírito de justeza falar mais alto e me dê pelo menos mais uns dois minutos para concluir o meu raciocínio, pois não tenho a rapidez de raciocínio que tem V. Exª. Sou mais limitado. Daí, eu lhe peço um pouquinho de generosidade.

Mas, meu caro Sibá Machado, admiro V. Exª, cumpridor do dever partidário por ter assinado aquele voto em separado juntamente com o Deputado Carlos Willian, aquele que fez aquele trem da alegria com mais 15 votos em separado. V. Exª leu um por um. V. Exª já imaginou se o relatório aprovado fosse o voto em separado de V. Exª e mais os 15 do seu companheiro nesse número 4? Só seriam indiciados o relator e o Presidente. Os ladrões do Brasil todo estariam absolvidos.

Eu nunca vi uma desfaçatez dessa. O PT sabe que, irrecorrivelmente, está no banco dos réus e vive desesperadamente a procurar companhias. Fiquem sós! Assumam os seus erros e os seus pecados! Não nos contamine! Para as pragas que atacam o mundo, como a crise aviária, a medicina consegue remédio, consegue vacina, mas, para blindar a consciência de alguns cidadãos, não há remédio. Só há um conselho: distância deles! Portanto, não nos queiram colocar nesse banco dos réus em que se envolveram. Não nos queiram colocar nessa posição acachapante de envolver-se com os quarenta indiciados. Nós queremos manter a distância, e o direito de gritar e protestar, porque o Brasil não suporta mais isso!

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/04/2006 - Página 11851