Discurso durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo Lula. Destaque para a matéria intitulada "O PT privatizou o Estado brasileiro", de autoria do jornalista J.R. Guzzo, publicado na revista Exame de 12 de abril do corrente.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Críticas ao Governo Lula. Destaque para a matéria intitulada "O PT privatizou o Estado brasileiro", de autoria do jornalista J.R. Guzzo, publicado na revista Exame de 12 de abril do corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 12/04/2006 - Página 11918
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, FALSIDADE, CONDUTA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EXCESSO, PRONUNCIAMENTO, FALTA, ATUAÇÃO, COMPROMETIMENTO, DIVERSIDADE, TRANSAÇÃO ILICITA, INEFICACIA, POLITICA SOCIAL.
  • ACUSAÇÃO, CHEFE DE ESTADO, EXCESSO, GASTOS PUBLICOS, PROPAGANDA, LANÇAMENTO, AERONAVE, ESPAÇO COSMICO, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, OBJETIVO, VITORIA, ELEIÇÕES.
  • COMENTARIO, DADOS, REDUÇÃO, INDICE, AVALIAÇÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, INFERIORIDADE, POSIÇÃO, PRODUÇÃO, INDUSTRIA NACIONAL, COMPARAÇÃO, AMBITO INTERNACIONAL, AUSENCIA, CRESCIMENTO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB).
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, EXAME, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ACUSAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), RECUSA, PRIVATIZAÇÃO, EMPRESA ESTATAL, MOTIVO, UTILIZAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, FAVORECIMENTO PESSOAL.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o provérbio latino agere, non loqui cai como uma luva para avaliar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parece feito de encomenda para definir esse Governo que aí está: atos, não palavras.

O boca-roto chegou ao Palácio do Planalto e, até aqui, não percebeu que de um Presidente exige-se que fale menos e faça mais. Lula só fala. Não fala menos. Fala muito.

Pior, e ainda a propósito do ditado latino, Lula fala e fala, no pior estilo. Nada à altura de um Presidente. Quanto aos seus atos, são todos de improbidade administrativa, de um governante rodeado por uma quadrilha afeita a roubos e corrupção. Sabe de tudo e diz que de nada sabe.

Sabe, sim. É só seguir outro dito popular, este bem brasileiro, carioca da gema: Pergunte ao João! João é o cidadão brasileiro. E o cidadão brasileiro vai responder que Lula sabe de tudo.

E dirá mais: dirá que Lula é o chefe de todos esses desmandos, incluindo aparelhamento, mensalões, República de Ribeirão Preto, Valérioduto, Okamotto, Aerolula e até dólares na cueca. Chefe, sim. Sim e Sim!

A roubalheira que faz a festa da quadrilha petista que tomou de assalto o Governo merecia até figurar do Guiness, o livro dos recordes.

Lula tem tudo a ver com o Guiness, em mais de um verbete: roubalheira, aparelhamento, corrupção, desrespeito ao cidadão comum (leia-se Francenildo), mesmo não sendo ele o executor direto da pilhagem petista, de que é o mandante ou o responsável, por dolo ou por omissão.

Ele, Lula, chega ao Guiness com pontos percentuais de fazer inveja a Collor de Melo, o defenestrado Presidente.

Por muito menos, Jânio Quadros renunciou à Presidência da República. Por muitíssimo menos, o Presidente Getúlio Vargas cometeu suicídio.

Os pontos percentuais de Lula para o ingresso triunfal no Guiness seriam mais do que suficientes para justificar o seu impeachment.

Mas não será preciso. Faltam apenas oito meses para o fim desse desastrado quatriênio, o quatriênio perdido. Melhor será o impeachment popular, pelo voto democrático, o mesmo voto que elegeu Lula quando ele inspirava confiança. Quando inspirava confiança!

Quando o 31 de dezembro chegar, será a hora de acabar com a farsa implantada por Lula, a pretexto de presidir a Nação. Ele não preside a Nação, ele a amarfanha e enxovalha.

Para a felicidade geral da Nação, diga a ele que vá.

Já é possível vislumbrar o fim desse imenso pesadelo com que Lula presenteou os brasileiros, fazendo-se passar pelo governante que distribui alimentos em vez de criar empregos, do falho dirigente que compra avião de luxo para seus giros internacionais. E que persegue um simples caseiro que ousou revelar o que sabia sobre a festiva casa do Lago Sul de Brasília.

De seu Governo, se é que assim pode ser chamado o que temos aí, não há o que dizer. Este é o Governo que mente e se mantém na crista da onda graças a um aparato de propaganda. Com propaganda, ele segue tapeando os brasileiros incautos.

A mais recente tapeação é essa história do vôo espacial do brasileiro coronel Marcos Pontes à estação ISS. Ele, o coronel da FAB, como bom militar, cumpriu seu dever. E foi escolhido para o vôo pela sua disciplina, capacidade e dedicação aos estudos.

No fundo, porém, tudo não passou de uma farsa. Mais uma! É o turismo espacial, que custou ao Brasil 10 milhões de dólares.

Para quê? Para propaganda eleitoral de Lula, no seu vale-tudo para tentar se reeleger.

Farsa mesmo. Pura propaganda eleitoral. Se esse Governo fosse decente, bastaria esperar um pouco. Em 2009, um brasileiro poderia ir ao espaço, à ISS, a Estação Espacial Internacional. Poderia, sim, e sem qualquer gasto.

Mas não. Lula optou por jogar 10 milhões de dólares pela janela.

Com esse dinheirão todo, jogado fora, repito, o astrônomo Rogério de Freitas Mourão calcula que poderiam ser formados 290 doutores no Brasil ou 150 em universidades estrangeiras.

Para Lula, no entanto, mais importante é a sua propaganda eleitoral.

Um editorial do jornal O Estado de S. Paulo afirma que esse turismo espacial apenas pôs a nu as deficiências e o atraso do Programa Espacial Brasileiro, que o Governo Federal sistematicamente tem relegado a segundo plano na sua política - se é que ela existe - de desenvolvimento científico e tecnológico.

Esse é o Governo que Lula exibe ao País, ao mesmo tempo em que deixa as estradas intransitáveis e inunda a Nação de propaganda.

A propaganda, esta sim, é bem feita. E só.

No fundo, no fundo, saiba o Presidente, o povo está infeliz. A propaganda tapeia, não alimenta nem cria emprego.

Ainda esta manhã - e aí desço ao varejo, que é importante, porque toca de perto no povo - recebi um telefonema. Era um cidadão simples, um aposentado, que denunciava:

Senador, o Governo Lula não está vacinando os idosos contra a gripe, como sempre ocorria nos meses de abril.

Diz esse brasileiro, o Sr. Milton Gomes, morador da cidade de Piraju, no interior paulista, que até agora nem notícia da vacinação. E ninguém dá a menor informação.

Para mandar um astronauta ao espaço, o Governo Lula tem 10 milhões de dólares.

Para vacinar os idosos, nada, nenhum centavo, nenhum vintém!

Aqueles 10 milhões de dólares do turismo espacial bem que poderiam honrar o compromisso da vacinação dos idosos.

O que ocorre é que Lula tudo faz em nome da propaganda oficial e deixa o povo a ver navios, sem assistência, sem nada.

Não é por acaso que a avaliação do desempenho de Lula continua despencando:

Em março de 2003, no comecinho desse Governo, a avaliação positiva do Presidente era alta, 45,0%. Foi caindo, caindo. E a avaliação negativa só subiu: passou de 7,9% em março de 2003, para 24,1% neste mês de abril de 2006.

O Governo Lula não tem consistência. Se uma pesquisa pedir ao povo que indique três obras de Lula, garanto que ninguém saberá dizer. E nada há de mistério nisso. Afinal, Lula nada realizou. Só falou, só inaugurou pedras fundamentais e até andou inaugurando obras inauguradas e até escada de aeroportos, sem falar no lançamento de editais de licitação para obras que só Deus sabe quando serão construídas.

Encerro, com um dado da economia do Brasil da Era Lula, no industrial:

- A indústria brasileira despencou para a penúltima posição no ranking de aumento de produtividade, segundo dados da CNI divulgados hoje, com uma lista de 23 países.

Faço uma comparação:

Hoje o Brasil é o semi-lanterninha (está no 22° lugar entre os 23 países). E em crescimento de PIB está em último lugar na América. Só ganha do Haiti e o Haiti está em guerra interna.

Nos anos 90, portanto incluindo os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, o crescimento da produtividade no Brasil foi um dos maiores da história. Acima de muitos países. Isso, aliás, contribuiu para o bom desempenho das exportações brasileiras nesses últimos anos.

Essa queda, que levou a Era Lula a colocar o Brasil na semi-lanterninha, é explicável. Para crescer, é preciso trabalhar. E o Governo Lula não trabalha, é preguiçoso. Prefere ficar numa boa, curtindo as delícias do poder fácil. E o País que se dane!

A essas alturas, já não adianta alertar com um acorda, Lula!. Já passou da hora. Melhor é deixar Lula nesse dolce farniente, que mostra um senhor (Monsieur Le Président Lulá) a descansar à sombra frondosa do lazer continuado e persistente.

Encerro, com outro dito, aquele do Dorme, Lula, dorme. Dorme, que o País (que não vela por ti) já enxerga o fim da Republiqueta Petista.

Dezembro vem aí. E em janeiro, mais do que nunca despertos, os brasileiros vão respirar aliviados, para o Adeus, Lula, adeus!

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desde os primeiros meses do governo Lula a oposição vem criticando o aparelhamento do Estado promovido pelo Partido dos Trabalhadores e o uso da máquina pública para seu benefício. Da mesma forma, o PT sempre foi um crítico do processo de privatização com a alegação de que se precisava proteger o patrimônio público.

É nesse contexto que destaco a matéria intitulada “O PT privatizou o Estado brasileiro”, de autoria do jornalista J. R. Guzzo, publicado na revista Exame de 12 de abril do corrente. Segundo o jornalista, “O PT trabalha contra a privatização das empresas estatais por uma única razão concreta: depois de privatizadas, elas não podem mais ser utilizadas em caráter pessoal por quem manda no governo. O que o partido quer mesmo, como acaba de comprovar na frente de todo mundo com os delitos grosseiros praticados pela Caixa Econômica Federal (CEF), é privatizar a máquina do Estado brasileiro para o uso particular de militantes, amigos e sócios de ocasião”.

Sr. Presidente, para concluir, requeiro que a referida matéria passe a integrar os Anais do Senado Federal, para que o pesquisador do futuro possa confrontar o que era o PT antes de chegar ao poder e agora, sob o comando do Presidente Lula.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“O PT privatizou o Estado brasileiro.”


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/04/2006 - Página 11918