Discurso durante a 40ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração dos 86 anos de existência da cidade de Bacabal, no Estado do Maranhão.

Autor
João Alberto Souza (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MA)
Nome completo: João Alberto de Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos 86 anos de existência da cidade de Bacabal, no Estado do Maranhão.
Aparteantes
Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 18/04/2006 - Página 12045
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, BACABAL (MA), ESTADO DO MARANHÃO (MA), ELOGIO, ESFORÇO, POPULAÇÃO, TRABALHADOR, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO.

  SENADO FEDERAL SF -

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O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (PMDB - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo hoje a tribuna do Senado Federal para parabenizar minha cidade natal, Bacabal, que comemora 86 anos de existência. Em 17 de abril de 1920, por meio da Lei nº 932, sancionada pelo Dr. Urbano Santos da Costa Araújo, então Presidente do Estado do Maranhão, Bacabal foi elevada à categoria de vila e, nesse mesmo ano, em 7 de setembro, foi oficialmente instalado o Município.

Bacabal nasceu como sede da fazenda fundada pelo Coronel Lourenço da Silva, em 1876, na hoje praça Nossa Senhora da Conceição. Era região habitada por pequenos produtores de subsistência, inclusive por escravos, e pelos índios guajajara, cujas malocas se localizavam no local do atual bairro Juçaral.

Graças à fertilidade do seu solo e à abundância de água, a produção agrícola foi crescendo constantemente, de tal forma que Bacabal chegou a ocupar o primeiro lugar no Estado do Maranhão na produção agrícola, destacando-se o arroz, o feijão e a mandioca, além do babaçu, principal riqueza natural do Município. A população local ganhou grande incremento graças à imigração dos nordestinos, cansados da seca. A chegada dos nordestinos não só deu impulso à agricultura, mas também dinamizou o comércio local, intensificando o intercâmbio com outros Municípios do Maranhão e com a própria capital São Luís.

Bacabal tem a sorte de situar-se na zona da microrregião do médio Mearim, rio que corta todo o território do Município, navegável por barcos de porte médio, até há pouco tempo a única via de escoamento da produção local. Em suas margens, distendem-se numerosos lagos, perenes e piscosos, verdadeiros mananciais de onde a população ribeirinha tira parte do seu sustento.

Tive a honra de administrar Bacabal, como Prefeito, no período de 01/01/1987 a 15/08/1989. Foi um período que me deu oportunidade de realizar uma experiência ímpar em benefício dos 98.875 habitantes, distribuídos nos 1.609 quilômetros quadrados do Município. Tive a ocasião de conhecer as necessidades do povo e de aprender e de admirar o trabalho cidadão que o bacabalense realiza, construindo a sua existência e o desenvolvimento da região, graças a um esforço diuturno e incansável, freqüentemente sem receber a recompensa correspondente, mas sempre perseverante, apesar de todas as limitações.

Em Bacabal, fui um menino de rua. Lembro-me da minha infância, das primeiras letras que lá aprendi. Comecei no colégio da Professora Obede. Vi passar pela Prefeitura os Prefeitos Alceu Martins, Zé Abreu, Doca Vale, Frederico Leda, Delu Lago, Dr. Antônio Silva Neto, Sardinha, Manoel Quadros, Dr. Coelho Dias, Dr. Juarez Almeida, Dr. Cazuza, Raimunda Loyola - eu fui Prefeito depois de Raimunda Loyola -, Jurandir Ferro do Lago, Jocimar Alves de Souza e José Vieira. Atualmente, o Prefeito é o Dr. Lisboa.

Criamos, por decreto, quando fui Governador do Estado do Maranhão, o campus da Universidade Estadual do Maranhão em Bacabal. Para lá levamos o melhor aeroporto que há no interior do Estado do Maranhão. Para lá levamos inúmeros colégios, água aos povoados. Eletrificamos quase todos os povoados. Para lá levamos uma praça de esportes chamada Correão, que é o melhor estádio de futebol do interior do Maranhão.

Bacabal é uma cidade que faz história no Maranhão, com uma série de líderes populares. Bacabal já teve vários Deputados, tem uma cultura específica na região do Médio Mearim, o pólo de desenvolvimento número um da região. Lá encontramos as lideranças populares, o Serafim, o Melquíades, Atalge Lago, o Gran Michor, o Pedro Cutrim, o Ramildo Sérgio de Oliveira; os Vereadores Maninho, Clariano, Mônica Loyola, Jonas. E os sindicatos têm uma participação ativa na vida social da cidade: a União Artística Operária Bacabalense, Sindicato dos Arrumadores, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato dos Fotógrafos, Sindicato da Construção Civil.

Afinal, Bacabal é minha vida. Lá aprendi tudo. De todos os cargos que já exerci no Maranhão - Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador -, considero o cargo de Prefeito de Bacabal aquele que mais me completou.

Orgulho-me e emociono-me ao falar da minha cidade de Bacabal, na qual vendi doces na rua, a cidade dos meus pais humildes, dos meus amigos que, quando chego lá, fazem sempre as festas comigo. Eu procuro, pelo menos uma vez em cada mês, passar por Bacabal. Ali, plantei e colhi.

Tenho um programa de acabar com as casas de palha de lá. Do meu salário de Senador, todo mês, cubro cinco casas com telhas. Penso que assim vou devagar, por vários anos, acabando com as casas de palha do meu Município. Vou chegando mais perto daqueles mais humildes e mais pobres.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Concede-me um aparte, Senador João Alberto?

O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (PMDB - MA) - Concedo o aparte ao Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador João Alberto, V. Exª está falando, com tanto amor, na cobertura das casas de palha por telhas que nos faz lembrar de Gonçalves Dias e seu famoso poema, que diz: “Minha terra tem palmeiras onde canta sabiá. As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá”. V. Exª está como Gonçalves Dias. E mais ainda, como Sêneca, o grande filósofo, ao se referir à cidade dele. Por isso que vou buscá-lo para comparar esse amor de V. Exª ao amor de Sêneca pela cidade dele. Ele era grego, mas não era nem da grandiosa Esparta nem de Atenas; era de uma pequena cidade. E ele se referia a ela, dizendo: “Não é uma pequena cidade, é a minha cidade”. Esse é o tamanho do amor de V. Exª a Bacabal, o qual levou V. Exª, sem dúvida alguma, ao engrandecimento da cidade. Nós a conhecemos pelo nome, mas V. Exª representa essa grandeza moral e ética. Eu quero dar o testemunho de que, quando governou o Maranhão, ninguém mais, como V. Exª, combateu a criminalidade. V. Exª é muito respeitado não só no Maranhão e no Piauí, mas em todo o Brasil, pelo Senador que é. Com tanta razão, é o Presidente de nossa Comissão de Ética.

O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (PMDB - MA) - Eu agradeço a V. Exª, Senador Mão Santa, pelo aparte, que quero incorporar ao meu pronunciamento.

Digo a V. Exª que, em alguns povoados de Bacabal, nas eleições, eu tenho 100% dos votos. Eu saio para a eleição e tenho todos os votos. Aconteceu até um fato interessante: em uma eleição com primeiro e segundo turno, um adversário foi à imprensa dizer que houve fraude porque eu havia obtido 100% dos votos. No segundo turno, ele colocou um advogado lá, e foi o único voto que teve. Eu tive, novamente, os 100% dos votos, com advogado presente, para mostrar o amor que aquele povo tem por mim e que eu tenho pelo povo de Bacabal.

Aqui eu quero louvar e enaltecer o povo trabalhador de Bacabal, em cuja esperança se encontra a certeza de um Município destinado a progredir sempre, mas para conforto e bem-estar do seu povo, para o próprio desenvolvimento e para a grandeza do Estado do Maranhão.

Parabéns, Bacabal!

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/04/2006 - Página 12045