O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em Manacapuru, no meu Estado, está sendo desenvolvido o Projeto Gaseifamaz, uma iniciativa do Centro Nacional de Referência em Biomassa, da Universidade de S.Paulo - USP.

O Projeto, coordenado pela Professora Sílvia Velázqiez, destina-se a estudos e a estabelecer comparação entre tecnologia de gaseificação de biomassa no Brasil e no exterior, além da formação de recursos humanos na Região Norte.

Com financiamento da FINEP, o Projeto usa equipamentos importados e, nesse momento, estuda sistema de gaseificação de biomassa numa pequena comunidade - o Assentamento Aquidabam - em Manacapuru.

Segundo informações que recebi esta semana da Profª Sílvia, na comunidade objeto dos estudos vivem 90 famílias, com 900 pessoas. Ali, entre outras atividades, a comunidade dispõe de 88 hectares com plantação de Cupuaçu, um dos mais apreciados frutos da Amazônia, por isso mesmo cobiçado no mundo inteiro.

A coordenadora do Projeto explicou-me que, paralelamente às pesquisas científicas com biomassa, busca-se atrelar a população da pequena comunidade a uma atividade industrial, com aproveitamento da energia elétrica gerada com equipamentos do CENBIO.

Ao final das pesquisas em curso, esses equipamentos serão doados à comunidade Aquidabam, mas - alerta a professora - haverá necessidade de manutenção, pelo que, sugere, seria interessante a implantação de uma pequena agroindústria para processar o Cupuaçu, a partir da eletricidade gerada pelo sistema de gaseificação que ali foi instalado.

            Adiantou-me a Professora que já houve tentativas, junto à Eletrobrás, para financiamento dessa pretendida agroindústria. Mas nada foi alcançado.

Por isso, faço desta tribuna apelo ao Governador do Estado do Amazonas, pedindo seu apoio à pequena comunidade Aquidabam, em Manacapuru.

Comunidades assim são merecedoras de apoio oficial. É gente que trabalha e que agora, com o Projeto do CENBIO, passa a deter tecnologia, no caso para implantar a micro agroindústria de processamento de Cupuaçu.

Espero que o Governador amazonense olhe com carinho a postulação que é feita por um órgão científico, no caso o CENBIO, em favor do Amazonas, mais precisamente, dessa comunidade que se desenvolve no Município de Manacapuru.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não faltava mais nada. A Ministra Dilma Roussef, da Casa Civil, criticou o atraso na votação do Orçamento da União para 2006.

            Ela imita o Presidente, que diz não saber de nada. Ela não sabe, ao que parece, que a demora na aprovação da Lei Orçamentária, na Comissão Mista, só atrasou porque a bancada do Governo a que ela pertence, trabalhou, e muito, para esse atraso.

Essa é uma faceta.

            A outra faz parte da face ditatorial desse Governo que aí está. Dilma declarou e está nos jornais:

Se não houver entendimento, serão usados todos os meios jurídicos e legais - que não quis revelar - para que a administração federal possa funcionar.

É o dedo autoritário!

Que meios são esses, Dona Dilma?

Primeiro, peça aos seus parlamentares que trabalhem mais. E que não trabalhem contra o País na Comissão Mista de Orçamento!

Leio mais Dona Dilma:

-O orçamento não deve ser um entrave, um mostrengo!

Quem fez o Orçamento à imagem e semelhança de mostrengo?

Não foram os representantes da chamada Base Aliada que tungaram a verba para o gasoduto de Manaus?

Isso não é deformar o Orçamento?

É. E se os do Governo não o “embelezarem”, devolvendo a verba tungada do gasoduto de Manaus, garanto que vai ser problemática a aprovação do Orçamento.

Gostaria também de fazer o registro do artigo intitulado “Que regime é este, companheiros?”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo de 5 de abril de 2005.

O autor do artigo, o jornalista José Nêumanne, propõe uma reflexão sobre os métodos utilizados pela “República de Santo André, Campinas, Ribeirão Preto et caterva”. Os métodos não são certamente os de um governo democrático, mas um governo estranho que viola a lei com freqüência, sem constrangimentos, com um cinismo escandaloso. Não gosto da expressão “et caterva” mas tenho que me render às evidências e considerá-la a nominação mais-do-que-perfeita para o time que governa o país.

Sr. Presidente, para concluir, requeiro que o referido artigo passe a integrar os Anais do Senado Federal.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

*********************************************************************************

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

*********************************************************************************

Matéria referida:

“Que regime é este, companheiros?”; O Estado de S. Paulo.

Modelo1 11/27/244:41