Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa de compensações financeiras ao Estado do Paraná, em decorrência das perdas de arrecadação causadas pela Lei Kandir. (como Líder)

Autor
Osmar Dias (PDT - Partido Democrático Trabalhista/PR)
Nome completo: Osmar Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ORÇAMENTO.:
  • Defesa de compensações financeiras ao Estado do Paraná, em decorrência das perdas de arrecadação causadas pela Lei Kandir. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2006 - Página 12148
Assunto
Outros > ORÇAMENTO.
Indexação
  • COMENTARIO, REUNIÃO, LIDER, PRESIDENTE, SENADO, POSSIBILIDADE, VOTAÇÃO, ORÇAMENTO, SESSÃO CONJUNTA.
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ANUNCIO, UTILIZAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), LIBERAÇÃO, RECURSOS, MOTIVO, ATRASO, APROVAÇÃO, ORÇAMENTO, DENUNCIA, ORADOR, INCOMPETENCIA, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, INFERIORIDADE, CRESCIMENTO ECONOMICO, ESPECIFICAÇÃO, ABANDONO, AGRICULTURA.
  • DEFESA, ATUAÇÃO, SENADOR, FAVORECIMENTO, ESTADOS, AMBITO, VOTAÇÃO, ORÇAMENTO, ANALISE, SITUAÇÃO, ESTADO DO PARANA (PR), PERDA, RECEITA, LEGISLAÇÃO, ISENÇÃO, IMPOSTOS, EXPORTAÇÃO, EXIGENCIA, ORADOR, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, COMPENSAÇÃO, PROTESTO, DESCUMPRIMENTO, ACORDO, GOVERNO FEDERAL.

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O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Senador Renan Calheiros, Presidente desta Casa, convocou os líderes para uma reunião hoje, às 12 horas, na qual discutimos se o Orçamento será votado na sessão do Congresso marcada para hoje à noite.

O Senador Romeu Tuma há pouco falou sobre a sua perplexidade ao ler em um jornal que o Presidente Lula quer resolver o problema via medida provisória. Até parece que o Congresso Nacional pode ser dispensado da sua principal atribuição, a votação do Orçamento da União. Uma medida provisória soaria como uma ofensa, uma agressão ao Congresso Nacional, se fosse editada.

Não acredito que o Presidente sequer esteja pensando nessa hipótese. Sua Excelência tem meios para administrar, gerenciar, fazer o País andar para frente, mas não tem conseguido fazer isso nem com o Orçamento aprovado, tanto é que o Brasil teve um crescimento ano passado muito aquém da média mundial.

E as previsões para este ano não são tão otimistas quanto o Presidente tem dito em seu programa diário de rádio. Há previsões de que o Brasil poderá crescer menos do que ano passado, em função de vários fatores, como o abandono quase total da agricultura brasileira, que nunca foi tão desprezada, e é ela quem dá sustentação à balança comercial brasileira e gera superávit.

O pacote anunciado semana passada não teve praticamente novidade. Dizer que vai cumprir a política de preços mínimos? Ora, se existe tal política, tem de ser cumprida mesmo. O Governo não anunciou nada de novo; apenas aquilo que deveria estar fazendo desde o início.

Anunciar que liberará R$1 bilhão para comercialização de safras? Essa é a obrigação do Governo. Todos os anos, o Governo libera recursos para comercialização da safra. Anunciar que prorrogará os débitos de investimento e de custeio porque os produtores não conseguirão pagar na data aprazada? Isso ocorre sistematicamente, todos os anos. Essa prorrogação para o ano que vem é apenas empurrar para 2007 todos os problemas que o setor agropecuário vem vivendo.

Hoje, na reunião do Senador Renan Calheiros com os Líderes, preocupei-me com uma questão que afeta o Paraná. Soa até como absurdo para nossos ouvidos alguém dizer: “Mas é provinciano o Senador querer resolver um problema do seu Estado na votação do Orçamento”. Para que o Senador está aqui? Ele não foi eleito para representar o seu Estado? Ele não foi eleito para representar os Estados brasileiros e especialmente o Estado que o elegeu?

Senadores da Bahia reivindicam, para votar o Orçamento, que sejam garantidos, se não me engano, dois pólos de irrigação - um valor de R$350 milhões ou R$400 milhões, não sei bem. O que há de ilegítimo, por parte dos Senadores da Bahia, em defender esse projeto de irrigação?

O que há de ilegítimo, da minha parte, em defender que seja definitivamente resolvido o problema da Lei Kandir? O Paraná é punido de forma brutal com a Lei Kandir por ser um Estado exportador de grãos, de carnes, de matéria-prima e de semifaturados. Todos sabem que a Lei Kandir desonera esses produtos, e quem perde é o Estado que os produz e os exporta. Pelas notícias que obtive, a Lei Kandir seria resolvida ou compensada para os Estados exportadores de matéria-prima e de semifaturados de acordo com o aumento da arrecadação.

Ora, Sr. Presidente, não é possível acreditarmos que o Governo deixará os Estados que dão uma contribuição imensa para a balança comercial, para as contas do País, na dependência do aumento da arrecadação!

Se o Governo tem sido incompetente para fazer o Brasil crescer, se o Governo apenas faz a carga tributária crescer por meio de medidas provisórias e até de leis aprovadas por este Congresso e não pelo crescimento da produção, é muito difícil acreditar que conseguirá cumprir o compromisso que está assumindo com os Estados produtores e exportadores de matéria-prima.

Por isso, Sr. Presidente, também quero ver a solução para os problemas que afligem o Estado do Paraná, sendo o mais grave deles a compensação da Lei Kandir, que já não foi cumprida integralmente no ano passado. Parece-me que o Governo quer novamente enrolar, por mais um ano, os Estados produtores e exportadores de matéria-prima.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2006 - Página 12148