Discurso durante a 45ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários à publicação "Agronegócio no Brasil", ressaltando a participação do Ministério das Relações Exteriores na promoção comercial do Brasil no exterior, particularmente a do moderno agronegócio.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. COMERCIO EXTERIOR.:
  • Comentários à publicação "Agronegócio no Brasil", ressaltando a participação do Ministério das Relações Exteriores na promoção comercial do Brasil no exterior, particularmente a do moderno agronegócio.
Publicação
Publicação no DSF de 26/04/2006 - Página 13238
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. COMERCIO EXTERIOR.
Indexação
  • COMENTARIO, PUBLICAÇÃO, DIVULGAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, ITAMARATI (MRE), PROMOÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO, ATIVIDADE AGRICOLA, AGROINDUSTRIA, BRASIL, EXTERIOR.
  • ANALISE, SITUAÇÃO, POLITICA AGRICOLA, AUMENTO, EXPORTAÇÃO, MELHORIA, PRODUTIVIDADE, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, IMPORTANCIA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), PESQUISA AGROPECUARIA, ELOGIO, ATUAÇÃO, ITAMARATI (MRE).

  SENADO FEDERAL SF -

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SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores: “Referir-se à agricultura brasileira e às realizações do agronegócio implica necessariamente incorrer em superlativos. O Brasil é o terceiro maior exportador de produtos do agronegócio do mundo e detém a liderança na exportação em várias cadeias produtivas. Não por acaso, a agricultura brasileira ocupa lugar central no relacionamento comercial externo do país”.

            Essas afirmações do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, estão contidas na publicação denominada “Agronegócio No Brasil”, que reúne um conjunto de exemplos exitosos da participação brasileira no mercado mundial de produtos agrícolas.

A publicação ressalta a participação do Ministério das Relações Exteriores na promoção comercial do Brasil no exterior, particularmente a do moderno agronegócio.

            Quando o Brasil era o maior produtor mundial de café e chegou a dominar 80% do mercado mundial, já existia uma estreita ligação entre a diplomacia e o agronegócio. A criação, em 1962, do Acordo Internacional do Café teve intensa participação do Itamaraty.

O Acordo tinha como objetivos estabelecer as bases políticas necessárias para estabilizar os fluxos de oferta e demanda do produto, evitar os efeitos negativos da concorrência predatória e diminuir os riscos decorrentes de fortes oscilações nos níveis de preços.

Certamente, hoje vivemos uma economia mundial muito mais complexa, muito mais competitiva, muito mais exigente. Isso significa a necessidade de uma atuação muito mais forte e dedicada do Ministério das Relações Exteriores.

Atualmente, o Itamaraty não pode se dedicar apenas a defender interesses pontuais ou limitados, como no passado. É necessário atuar de forma abrangente e multifacetada, englobando negociações comerciais multilaterais e regionais.

O Brasil, como grande produtor e exportador de produtos agrícolas, não poderia se manter impassível ante uma situação em que os países desenvolvidos pregam a livre concorrência e praticam o protecionismo.

            Os defensores da globalização da economia pregam maior competitividade e, ao mesmo tempo, subsidiam sua agricultura e impõem uma série de barreiras tarifárias e sanitárias, restrições administrativas e arbitrariedades protecionistas aos países em desenvolvimento.

O Brasil liderou, no âmbito da Organização Mundial do Comércio, a formação do G-20, contribuindo para trazer para o centro das negociações países em desenvolvimento, que geralmente ficam à margem das principais decisões na área do comércio mundial.

Precisamos promover as exportações do agronegócio, apoiando missões ministeriais e empresariais, abrindo mercados não tradicionais e consolidando posições em mercados já atendidos, sem descurar a atuação nas instâncias de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC).

            Já conseguimos alguns resultados positivos nas negociações em agricultura no âmbito da Rodada de Doha.

O Ministério das Relações Exteriores acompanha atentamente os avanços e desafios do agronegócio brasileiro e sua inserção na economia global.

Certamente, ainda precisamos superar diversos obstáculos e pontos de estrangulamento na área de infra-estrutura e logística, para multiplicar os efeitos positivos decorrentes do desenvolvimento do agronegócio brasileiro.

A adoção de novas tecnologias, o desenvolvimento das lavouras, o aumento da capacidade produtiva em diversos setores da agricultura são apenas algumas das variáveis responsáveis pelo sucesso da agricultura brasileira no cenário mundial.

            Deixamos de ser um país de produção meramente extrativista e nos transformamos numa nação competititiva, com uma agricultura eficiente, que utiliza métodos tecnológicos avançados.

A nova agricultura dos trópicos muito deve ao trabalho científico, de pesquisa e desenvolvimento tecnológico realizado pela Embrapa.

Em 30 anos, a safra brasileira de grãos quadruplicou, em decorrência de melhoria de produtividade e de eficiência. A produtividade média das lavouras passou de 1.280 para 2.905 quilogramas por hectares.

A oferta de carne bovina triplicou; a de leite quase triplicou. o Brasil criou uma forte cadeia produtiva agrícola, que responde por cerca de 33% do PIB nacional, contribui com 42% do valor das exportações e emprega 37% da população economicamente ativa.

            Isso se deve a diversos fatores, destacando-se a ação da Embrapa e de políticas públicas adequadas direcionadas para a agricultura e a existência de um empresariado competente, empreendedor, com grande capacidade empresarial e disposição para enfrentar riscos e desafios inerentes às atividades agrícolas.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o agronegócio no Brasil é uma força importante, que representa a criação de empregos, de renda, incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico e é símbolo de um Brasil moderno, empreendedor e ousado.

            O tempo de que disponho não permitiria tratar do agronegócio em toda sua amplitude e complexidade, o que me obriga a resumir este meu pronunciamento, relembrando a contribuição importante de diversas áreas dessa nova agricultura.

O agronegócio permite uma inserção privilegiada do Brasil no comércio mundial, a partir da nossa produção de soja, da liderança mundial da carne de frango brasileira, da carne bovina e suína, da qualidade do couro brasileiro no mercado internacional, da produção da cana-de-açúcar, que nos abre um novo horizonte em termos de produção de energia não poluente.

O agronegócio também se mostra forte nos cafés de qualidade produzidos no Brasil, no algodão de qualidade aqui produzido, em nossa produção de frutas, no leite brasileiro e em nossos recursos florestais.

            Finalmente, quero me congratular com o Ministro Celso Amorim e com toda a equipe do Ministério das Relações Exteriores, que muito têm contribuído para promover a agricultura brasileira no exterior.

Tenho plena convicção de que todos os eminentes membros do Senado Federal continuarão a apoiar integralmente os esforços desenvolvidos pelo Ministério das Relações Exterior para promover o agronegócio e inserir o Brasil no rol das nações desenvolvidas social e economicamente.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/04/2006 - Página 13238