O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço a V. Exª.

Como participante dessa CPMI, como um dos votantes nessa CPMI, quero esclarecer à Nação que não há fundamento nas palavras da Líder, hoje completamente movida por uma teoria conspiratória. A mania de perseguição que tomou conta de alguns setores do PT não tem cabimento, Sr. Presidente.

A mania de perseguição que tomou conta de alguns setores do PT não tem nenhum cabimento, Sr. Presidente! Vamos ser bem claros e justos! A Líder cita alguns votos, em separado, de autoria do Deputado Carlos Willian. Se S. Exª tivesse prestado atenção, o voto em separado de autoria do PT, assinado pelo Senador Sibá Machado, recebe também a assinatura do mesmo Deputado Carlos Willian. Quer dizer que o Deputado Carlos Willian tem dupla atuação? Para contrariar o PT não serve; para ajudar o PT é bom! Quando a Líder fala da questão do IRB, S. Exª faz a defesa pela metade. No entanto, não cita que o nome do Sr. Henrique Brandão - também do IRB -, acusado de conluios com o seu Partido, foi retirado!

Creio que conversas dessa natureza contaminam a CPI. Mas, se alguém procurou tirar nomes de membros ligados ao PT foram os membros do PT.

Agora, isso tudo fica muito ruim, Sr. Presidente, para a Nação. Aqui, a Senadora Ideli fala de unanimidade da Bancada do PT na CPI e omite o nome do Presidente, que é o Senador Delcídio Amaral, o que dá a impressão de que o Senador Delcídio está expulso ou, pelo menos, execrado do Partido. Fica muito ruim para o Partido dos Trabalhadores punir quem cumpriu o Regimento e omitir o nome dos que roubaram a Nação, que nunca foram ao Conselho de Ética, que nunca foram julgados e que não receberam nenhuma pressão do Partido dos Trabalhadores! Punir quem quis! Se a lei fosse cumprida - no caso do Senador Delcídio, não tenho nenhuma procuração para defendê-lo... E não se tomar nenhuma providência em relação aos que são absolvidos, a cascatas, e que participaram do mensalão! Acho que esta CPM fez um bem ao PT quando não caracterizou o mensalão e aceitou a figura do caixa dois.

A Nação toda sabe que o dinheiro surrupiado da Nação foi após o período eleitoral; que o dinheiro tirado da Nação, dos cofres do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, dos fundos de pensão, não foi para a campanha do Sr. Lula - ele já estava eleito! -, foram saques feitos a empresários brasileiros. Portanto, essa fuga da Líder do plenário não nos surpreende! Virou investigadora de polícia, denunciando colegas, pedindo punição de funcionário desta Casa que se recusam a cumprir ordens que não são legais! Não reconhece que estamos em um Estado de Direito. Graças a Deus a Nação acordou a tempo, porque, senão, Senador Alvaro Dias, se o PT continuasse arrecadando os dinheiros na marcha em que foi o seu primeiro ano, e continuasse forte junto à opinião pública, nós já estávamos, neste País, numa ditadura! O PT não gosta disto. Tem pavor a parlamento. Ele gostava era daquelas assembléias em que só o chefe e o poderoso falavam e todo mundo aplaudia. Democracia é outra coisa. Democracia é a arte de contrários terem opinião e ser respeitada!

Finalizando, Sr. Presidente, se nós retroagirmos no tempo, vamos nos lembrar que fomos, os da Oposição, derrotados na composição da CPI. Por quê? Porque o PT não cumpriu o acordo, e nós perdemos o direito de indicar o Presidente e o Relator. E agora o PT se volta exatamente contra quem elegeu. Por quê? Porque não quiseram cumprir as ordens emanadas do politburo! As ordens vindas de cima, que tinham de ser obedecidas: esquecerem-se dos culpados e acusarem os inocentes!

Sr. Presidente, falou-se, aqui, que votaram sem saber o que estavam votando. Pior exemplo deu a Líder, que fala de um relatório que sequer leu. Se ela for ver o relatório do PT, dos votos em separado - o PT sabe tanto que não tem convicção, meu caro Senador Geraldo Mesquita -, na maioria dos casos, ele não acusa diretamente, mas em tese. Diz: “em tese, fulano errou...”, “em tese, fulano pecou”. E V. Exª sabe que no Direito não há condenação em tese! Condena-se pelo crime, pelo erro; não existe essa condenação em tese! Infelizmente, a Senadora, qual peixe, morreu pela boca. Falou de quem votou sem saber, sem sequer ter lido o que o seu Partido mandou àquela Comissão!

Muito obrigado.