Discurso durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Importância da moderna biotecnologia para a agroindústria.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA. POLITICA AGRICOLA.:
  • Importância da moderna biotecnologia para a agroindústria.
Publicação
Publicação no DSF de 27/04/2006 - Página 13551
Assunto
Outros > POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • IMPORTANCIA, MODERNIZAÇÃO, BIOTECNOLOGIA, AUMENTO, PRODUTIVIDADE, PRODUTO AGRICOLA, POSSIBILIDADE, MELHORAMENTO, PADRÃO GENETICO, QUALIDADE, DIVERSIDADE, ESPECIE, AGREGAÇÃO, VALOR, AGROINDUSTRIA, INCENTIVO, AGRICULTURA.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), OPORTUNIDADE, RECONHECIMENTO, RELEVANCIA, SERVIÇO, DESENVOLVIMENTO, TECNOLOGIA, PRODUÇÃO AGRICOLA, AGROINDUSTRIA, ACOMPANHAMENTO, CONCORRENCIA, MERCADO INTERNACIONAL, MELHORIA, BEM ESTAR SOCIAL, ECONOMIA NACIONAL.
  • ELOGIO, CRIAÇÃO, CENTRO DE ESTUDO, PROJETO, MUNICIPIO, SÃO CARLOS (SP), ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • REITERAÇÃO, IMPORTANCIA, INVESTIMENTO, CIENCIA E TECNOLOGIA, ESPECIFICAÇÃO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a moderna biotecnologia tem importância crucial para o aumento da produtividade agrícola e, principalmente, abre a possibilidade de melhoramento genético da qualidade e variedade de espécies, tal como exigido pela indústria processadora e pela tendência de segmentação da indústria de alimentos.

Estima-se que o mercado potencial de biotecnologia mundial, nos próximos 10 anos, fique na faixa de US$500 a 800 bilhões e que US$320 a 420 bilhões estejam diretamente relacionados ao setor agroindustrial. Mercados como de medicina botânica e de cosméticos também envolvem a biotecnologia vegetal, e estão estimados por Kate & Laird como em torno de US$ 25 a 40 bilhões.

Assim, a biotecnologia tanto cria meios para que obtenha uma importante variedade rica em um ácido graxo, como também viabiliza os meios para se obter o ácido lúrico, utilizado na fabricação de sorvetes. Cria oportunidades para a geração de variedades "tropicalizadas" de trigo com boas características para a fabricação de massas ou com maior teor protéico. A biotecnologia permite o desenvolvimento de kits-diagnóstico para a identificação de doenças e para a escolha do melhor método de propagação de mudas para torná-las imunes a doenças, dois aspectos cruciais para a competitividade brasileira no setor de sucos. Em outras palavras, é um instrumento fundamental para agregar valor na agroindústria e fomentar a agricultura de precisão economicamente viável.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, segundo Silvio Crestana, Diretor Presidente da Embrapa, o compromisso com a mudança é o que move as instituições de ciência e tecnologia e as faz buscar permanentemente a superação das próprias conquistas. A Embrapa, com a ajuda das organizações congêneres do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), tem honrado esse compromisso e caminhado sempre adiante em direção ao novo, mesmo diante das dificuldades operacionais e incompreensões.

Para se chegar a tal conclusão basta que se avalie, a olho nu, nas propriedades agrícolas, o quanto mudou a agricultura brasileira, em quantidade e qualidade; nos supermercados, o quanto mais seguros estamos da oferta de alimentos; no rosto de cada um, o quanto melhorou a nutrição, a saúde e o bem estar nas grandes cidades e no interior.

Tudo isso é fruto dessa fantástica base de conhecimento e de tecnologias de produção agrícola e agroindustrial, que atualmente é patrimônio dos agricultores e agroindústrias brasileiras e que ousamos chamar de moderna agricultura tropical. Mas não devemos perder de vista os diversos problemas ainda a serem resolvidos, entre os quais estão a fome, as desigualdades regionais, a busca pela sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Hoje, aos 33 anos de existência, a Embrapa é chamada a liderar novas frentes de inovação, e de novo se coloca o aparente paradoxo de buscar a mudança para acompanhar o ritmo alucinado da competição econômica internacional, mas fazê-lo com cautela, rigor e segurança. De novo, é preciso deixar fluir plena a sua maneira de ser, que é a da ciência: nada deixar ao acaso, antecipar os problemas, planejar as soluções e testar os resultados, juntamente com o SNPA e as redes de C&T agropecuárias.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, uma análise do fluxo de recursos, dos últimos 15 anos, nos permite afirmar que os governos já não conseguem mais financiar a inovação sozinhos. Por isso, deve ser aproveitada a nova sinergia entre o público e o privado para experimentar novos arranjos institucionais, criando Sociedades de Propósito Específico, previstas na Lei de Inovação, para ações estratégicas de desenvolvimento e transferência de tecnologias, como na área de agroenergia, entre outras tantas.

A Embrapa aposta na biodiversidade brasileira para colaborar com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no lançamento do Plano Nacional de Agroenergia e exercitar um novo consórcio de organizações públicas e privadas de pesquisa, a exemplo do que ocorre com o café. Neste mês de abril deverão ser anunciados os detalhes de criação da Embrapa Agroenergia para integrar esse consórcio.

Será também mudada a forma de relacionamento com os países africanos, com a criação de um escritório de negócios naquele continente, um modelo diferente dos Labex existentes na América do Norte e Europa, com vistas a incrementar a relação Sul-Sul, efetivar a transferência de tecnologia para esses países e gerar negócios.

Nesse pioneirismo, que tem marcado a trajetória Embrapiana, será oferecida uma nova alternativa para os produtores rurais que garanta a sustentabilidade ambiental, com o lançamento, pelo presidente Lula e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, do Programa de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Terá prosseguimento ainda a segunda fase do projeto RIPA (Rede de Inovação e Prospecção para o Agronegócio), em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos de Projetos) e o Ministério da Ciência e Tecnologia, cujo objetivo é a necessária revitalização do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária -SNPA.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero também nesta oportunidade parabenizar a Embrapa por todos os serviços e tecnologias desenvolvidos para o bem estar social e da economia brasileira, nestes seus 33 profícuos anos de existência, assim como elogiar a criação na cidade de São Carlos, de estudos e projetos na área de Nanotecnologia, mostrando assim, estar atenta as mudanças que ocorrem neste mundo globalizado.

Portanto, avanços significativos estão sendo atingidos e quero também nesta oportunidade reiterar a importância dos investimentos que devem ser feitos em Ciência e Tecnologia e particularmente, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa.

Muito Obrigado.!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/04/2006 - Página 13551