O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna neste momento para fazer o registro da matéria intitulada “Governo Lula criou 37,5 mil cargos públicos em 3 anos”, publicada no jornal Folha de S.Paulo em sua edição de 16 de abril do corrente.

A matéria destaca que o governo federal criou 37.543 cargos públicos no período entre a sua posse (janeiro de 2003) e o último mês de fevereiro, o que representa 7,72% sobre o contingente de servidores civis da ativa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou quando subiu a rampa do Planalto. Segundo a matéria, “Logo ao assumir, Lula iniciou um processo de aumento da máquina pública que prossegue até hoje”. 

Sr. Presidente, solicito que a matéria acima citada passe a integrar este pronunciamento e, assim, conste dos Anais do Senado Federal.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o segundo assunto é para dizer que o Mercosul completou 15 anos em meio a uma crise regional. Transcorrida uma década e meia da assinatura do Tratado de Assunção, vivenciamos um clima de tensão provocado pelo contencioso entre a Argentina e o Uruguai.

O último ingrediente da crise em curso foi deflagrado pela construção de duas fábricas de celulose no lado uruguaio da fronteira, às quais os argentinos se opõem.

A “Guerra da Celulose” como vem sendo chamada a contenda entre os dois países, reflete a atmosfera de desarmonia reinante no Mercado Comum do Sul. A presente disputa causou frustração entre os uruguaios e o simultâneo aumento do interesse em fechar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.

A política externa do Presidente Lula, sem dúvida, é responsável pelo retrocesso do bloco regional. Sua opção geopolítica passou a privilegiar a construção de uma Comunidade Sul-Americana de Nações, concebida a partir das estruturas do Mercosul e da Comunidade Andina de Ações.

Eu gostaria de me valer de trecho do editorial do jornal O Estado de S. Paulo, edição desta quinta-feira, dia 27 de abril, para registrar a inconsistência da articulação que pretende criar um novo mecanismo de atuação regional. Como salienta o referido editorial, “se o Mercosul se arrasta e se o Pacto Andino está nos estertores, como poderia a Comunidade Sul-Americana de Nações - a soma dos dois blocos - surgir como um poderoso organismo político e econômico, capaz de fazer frente a toda e qualquer iniciativa política e comercial dos EUA , a potência a hostilizar ?”

As parcerias estratégicas do presidente Lula na região são equivocadas e podem conduzir o Brasil a uma posição de confronto desnecessário com os EUA.

Nesse contexto, Sr. Presidente, solicito a V. Exª a transcrição na íntegra nos Anais do Senado Federal do já mencionado Editorial do jornal O Estado de S. Paulo, intitulado “Lesa Pátria”. As ponderações e análises do editorial em tela expressam balizamentos que deveriam nortear os “formuladores” de política exterior na gestão do presidente Lula.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“Governo Lula criou 37,5 mil cargos públicos em 3 anos.”

“Lesa-pátria.”

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