O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Meu caro Senador João Alberto Souza, até faço questão de me associar ao Senador Arthur Virgílio na reclamação que faz, porque o que S. Exª fala, para mim, é fato. Acredito no caráter e na personalidade de S. Exª.

Creio que este é um fato grave, da maneira como foi apresentado à Mesa. Esta deve adotar providências. Tenho certeza de que V. Exª e eu, que somos membros da Mesa, saberemos dar ouvidos e ter sensibilidade em relação ao que disse o Senador Arthur Virgílio.

Tive, de fato, conhecimento desse episódio pelo meu Chefe de Gabinete no período citado. Não li a matéria de que trata o Senador Arthur Virgílio, já disse ao jornalista que tenho interesse em lê-la - encontrei-o há uns dez minutos.

No meu entendimento, ao saber, pelo Chefe de Gabinete, que havia um problema grave, que, segundo comentários, estava vindo da Câmara dos Deputados até o Senado Federal; ao saber que se tratava de golpe em telefones públicos e que, em meu gabinete, dois servidores estariam envolvidos, qual foi minha decisão? “Tal atitude é incompatível com a permanência do servidor em meu gabinete”. Pedi a pronta exoneração dos funcionários. Encaminhei o caso ao Diretor-Geral da Casa e pedi abertura de todos os procedimentos administrativos. Era o que me cabia fazer. E tenho certeza de que é um dever da direção do Senado informar o fato a todo Senador que foi vítima desse golpe, como eu teria sido, para que atitudes semelhantes tivessem sido tomadas. Não tenho dúvida de que o Senador Sarney ou o Senador Arthur Virgílio tomariam a mesma atitude se soubessem do golpe, como eu soube. No mesmo segundo em que soube do fato por meu Chefe de Gabinete, pedi o pronto afastamento dos dois servidores, e creio que qualquer Senador agiria assim.

Para mim, o Senador Arthur Virgílio é uma pessoa insuspeita em seu caráter, em sua honradez; o Presidente Sarney, do mesmo modo.

Creio que esse tipo de situação precisa, sim, de um esclarecimento, como um gesto até de respeito aos Senadores que foram vítimas do golpe, como ocorreu no meu gabinete, para que tenham a oportunidade de agir como agi. Ao saber do episódio, agi prontamente. Tenho certeza de que o Senador Arthur Virgílio também agiria prontamente.

No mais, ainda não li a matéria, mas já falei ao jornalista que quero lê-la, para conhecer o seu exato teor.