Discurso durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Necessidade do Senado Federal debater sobre fatos relevantes para o Brasil, no uso das suas prerrogativas, para não parecer omisso à sociedade.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL. POLITICA ENERGETICA. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Necessidade do Senado Federal debater sobre fatos relevantes para o Brasil, no uso das suas prerrogativas, para não parecer omisso à sociedade.
Publicação
Publicação no DSF de 04/05/2006 - Página 14301
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL. POLITICA ENERGETICA. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • CRITICA, BANCADA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, REFERENCIA, CANCELAMENTO, SESSÃO SOLENE, COMEMORAÇÃO, AUTO SUFICIENCIA, PETROLEO, DEBATE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), COMISSÃO, TENTATIVA, OCULTAÇÃO, CORRUPÇÃO.
  • ELOGIO, PARTICIPAÇÃO, SENADO, CRISE, SITUAÇÃO FINANCEIRA, VIAÇÃO AEREA RIO GRANDENSE S/A (VARIG), QUESTIONAMENTO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, SUSPEIÇÃO, NEGOCIAÇÃO, VENDA, EMPRESA ESTRANGEIRA.
  • DEFESA, AUDIENCIA PUBLICA, PRESENÇA, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), ESCLARECIMENTOS, SITUAÇÃO, BRASIL, NACIONALIZAÇÃO, GAS NATURAL, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Citado que fui pelo Senador Arthur Virgílio, quero dizer que, na realidade, essas informações não são de minha autoria, mas da autoria da Senadora Heloísa Helena.

Quero, de qualquer maneira, mostrar a técnica que o PT usa, tentando confundir a opinião pública com relação à sessão solene e ao debate. São dois atos distintos: um no plenário da Casa; o outro nas comissões.

O PT agora está com essa mania. Faz campanha para o Presidente da Bolívia, diz que o mundo vai se surpreender com o Presidente. A Líder do Partido, ontem, prestou solidariedade ao gesto dele de desapropriação, enquanto o governo espanhol, vítima da mesma violência, protesta de maneira firme e forte. Agora, lembra-se de que esse gasoduto foi feito em governos passados.

É aquela história do retrovisor do cigano. Aquele que não olha para a frente, que só olha para a beleza do corpo, dos olhos, esquece-se do que vem na frente, e o obstáculo que o espera faz com que haja uma grande batida.

O PT não tem capacidade de assumir os seus erros e está se sofisticando, Sr. Presidente. Hoje vimos, primeiro em uma reunião reservada e depois numa reunião aberta, um vereador de Amparo, interior de São Paulo, contar, com todas as letras, o crime contra o Toninho do PT, dar nomes aos culpados. Mas o PT escolhe as suas vítimas: há as vítimas que idolatra e as que quer esquecer. Nesse elenco, estão Celso Daniel e Toninho. O PT não quer saber desses pobres companheiros que morreram de maneira misteriosa, não quer apuração. E hoje, Senadora Heloísa Helena, ouvimos histórias, como se diz no jargão popular, altamente “cabeludas”, gravíssimas. É a mesma vocação, demonstrada na CPI, de se jogar os escândalos debaixo do tapete. Tanto na morte do Prefeito de Campinas como no caso do Celso Daniel, o que se vê é a estrutura da espinha dorsal do PT tentar confundir as pessoas com relação aos fatos reais para fazer com que eles não sejam apurados. Agora, aqui, é a mesma coisa. A sessão solene que foi cancelada era para comemorar a auto-suficiência cantada em prosa e verso pelo Governo, que gastou milhões em publicidade, dando ao Brasil a impressão de que o petróleo foi descoberto pelo atual Presidente e de que a auto-suficiência também chegou na administração do atual Presidente. Falta-lhe a humildade de mostrar que isso é uma saga de cinqüenta anos. Como diz o Senador Arthur Virgílio, o único fato positivo é que o Presidente pôde mostrar, de público, as mãos sujas.

É lamentável, Sr. Presidente, que o PT use esse tipo de expediente. Mais uma vez, a nossa Líder desaparece do plenário. Seria tão bom que debatesse! Acho que essa questão precisa ser passada a limpo.

A homenagem à Petrobras e aos seus servidores é uma coisa, e o debate, bem como os esclarecimentos sobre essa crise, que é seriíssima, é outro fato diferente, em que o Congresso Nacional, principalmente o Senado Federal, no uso das suas prerrogativas, para não parecer omisso à sociedade, tem de trazer o debate a esta Casa, como fez o Senador Arthur Virgílio no caso da Varig.

A Varig estava moribunda - diziam que ela era um poço sem fundo - e o Governo lhe virava as costas, Bastou esta Casa acordar e trazer para as comissões o debate que se começou a dizer que há uma solução para o caso. Eu somente espero que essa não seja apenas uma solução demagógica, de véspera de eleições, que o debate seja concreto.

Senador Arthur Virgílio, todos os dias, o que se vê nos jornais são notícias de que a empresa brasileira estaria em processo de venda para grupos venezuelanos. Hoje um dos jornais diz - vejam a gravidade! - que o assunto só está em atraso porque os negociadores, que vinham da Venezuela para cá, encontram-se presos no México. Veja a quantas nós andamos!

Senador Leonel Pavan, no início da CPI dos Correios, mostraram, com começo, meio e fim, uma operação comandada pelo Palácio para a venda da Varig a portugueses, além de viagens e negociações iniciadas. E uma pedra foi colocada em cima, Senador Arthur Virgílio. Não se fala mais nisso. Foi só esta Casa trazer o caso para cá que se começa a dizer que há solução. No entanto, o Presidente do BNDES está fugindo desta Casa, para não prestar esclarecimentos. O Secretário de Previdência Complementar, que, de maneira estranha, decretou a falência do Fundo de Pensão Aerus, nega-se a vir a esta Casa prestar esclarecimentos. Esse Partido gosta de viver na nebulosidade, na escuridão, nas trevas e pensa que não tem que prestar contas a ninguém! É a velha tese de que está no banco dos réus e quer companhia; mas vai só, pois não aceitamos isso. Homenagem à Petrobras, sim. Investigação sobre o que aconteceu na relação entre a Bolívia e o Brasil, o empenho do Presidente da República, também; o porquê do perdão da dívida, em que base se deu e qual foi a contrapartida. Também isso, Senador Arthur Virgílio.

O Brasil não está jogando dinheiro fora para sair perdoando sem ter, pelo menos, a garantia de que os contratos assinados com países vizinhos serão honrados.

É preciso que a diplomacia seja feita com delicadeza, com ternura, mas sem perder a precisão dos fatos. E, neste Governo, o Ministro das Relações Exteriores negocia, de um lado, de um jeito, e o Sr. Marco Aurélio Garcia, de outro. Durma-se com um barulho desse!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR HERÁCLITO FORTES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e o § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“Assessora de W. Dias recebe do Bolsa-Família”;

“Essas atitudes do PT não me surpreendem”;

“Sílvio Leite responde denúncia veiculada no 180graus.com”;

“Leis e Decretos - Piauí”;

“Transparência nos Recursos Públicos Federais - Visão Cidadão”.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/05/2006 - Página 14301