Discurso durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 155 anos do primeiro jornal na cidade de Manaus. Cobranças de providências relativas às fraudes nos telefones do Senado Federal.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SENADO.:
  • Comemoração dos 155 anos do primeiro jornal na cidade de Manaus. Cobranças de providências relativas às fraudes nos telefones do Senado Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 04/05/2006 - Página 14294
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SENADO.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, PIONEIRO, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM).
  • RESPOSTA, ARTIGO DE IMPRENSA, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), SUSPEIÇÃO, TELEFONE, ORGÃO PUBLICO, CREDITOS, TELEFONE CELULAR, QUADRILHA, ACUSAÇÃO, IRREGULARIDADE, GABINETE, ORADOR, APURAÇÃO, VALOR, COBRANÇA, PROVIDENCIA, MESA DIRETORA, CRIAÇÃO, BLOQUEIO, AUMENTO, SEGURANÇA, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, SOLICITAÇÃO, ESCLARECIMENTOS, DIVULGAÇÃO, INFORMAÇÃO, JORNALISTA, PUNIÇÃO, ROUBO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, encaminho à Mesa pronunciamento em que homenageio, neste 3 de maio, o 155º aniversário do primeiro jornal que funcionou no meu Estado, na minha cidade, antes Barra do Rio Negro, hoje Manaus.

Sr. Presidente, pronuncio-me relativamente ainda - e aí vem a reclamação - àquela história da revista ISTOÉ, matéria que, a meu ver, não cabia, porque falava de falcatruas praticadas por parlamentares - e aí havia méritos, porque se referia a falcatruas reais - e de repente enfia na história os tais telefones oficiais que estavam sendo usados para abastecer, no tal programa Pula-Pula da BrasilTelecom, telefones celulares que eram usados ou vendidos para quadrilheiros bem rastaqüeras.

Eu mandei verificar, Sr. Presidente, e recebi o comunicado da Casa de que as ligações do meu gabinete, as tais ligações supostamente suspeitas - algum servente, alguém fez isso - totalizavam R$164,68. Então alguém ligou para encher créditos de celulares no valor de R$164,68.

A Srª Heloísa Helena (PSOL - AL) - V. Exª está falando pela ordem?

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Estou fazendo uma reclamação.

            Eu continuo, Sr. Presidente, cobrando providências, porque gostaria de saber como é que isso foi bater nas mãos do jornalista antes de na minha. Continuo deplorando o fato de que o jornalista não foi exato, porque disse que os telefonemas partiram de 40 dos 81 gabinetes, e eu soube pelo Diretor-Geral desta Casa, Dr. Agaciel Maia, de que partiram dos 81 gabinetes. Registro que os fraudadores foram bastante parcimoniosos no meu gabinete: eles fizeram ligações no valor de R$164,68.

Portanto, não deixo passar nada que tenha a ver com a minha vida, enfim, controlo o meu gabinete, confio nos meus funcionários e sugiro à Mesa, finalmente, que estabeleça algum bloqueio. Ou seja, quando o gabinete for fechado, é bom que alguém do gabinete esteja de posse de alguma chave que bloqueie o uso dos telefones, para que isso não aconteça. Terminamos nós sendo incomodados com algo que é de somenos importância. Mas se isso significou algum deslize de alguém, algum desvio de recurso público, ainda que no valor de R$164,68, neste caso, que seja coibido.

No meu gabinete, reuni todo mundo. O Marcos Valério não foi telefonar lá; o Delúbio não foi telefonar lá; o Paulo Okamotto não foi telefonar lá; nenhum desses negocistas que pululam por aí foi telefonar, não entram no meu gabinete.

Então, quero dizer, com muita clareza, que aguardo as duas respostas. A primeira é a resposta de por que o jornalista teve acesso a isso antes de mim. A segunda é bem simples, Sr. Presidente. Brincadeira é bom, mas não gosto de brincadeira quando se refere à minha vida pública. Brincadeira é bom para quem está em playground. Isto aqui para mim não é um playground, e quero que as pessoas só façam algo que exijo pelo comportamento que tenho: que me respeitem desde a hora em que acordam até a hora em que dormem.

Pergunto a V. Exª, Sr. Presidente, com a atenção de sua assessoria, se já foi aberta essa sindicância. Eu quero os culpados todos. Quero saber quem foi que telefonou do meu gabinete. Pela quantia, não foi o Valério, nem o Delúbio, nem o Silvinho Land Rover. Mas eu quero saber quem foi, se foi um humilde contínuo. Eu quero saber quem foi e quem vaza essas informações.

Com toda tranqüilidade, não vou abrir mão disso. São R$164,68 a parte que me toca. Eu quero saber quem foi que telefonou irregularmente, gastando R$164,58. Eu quero saber.

Aliás, é um exemplo de bandido para nós neste País! Se todos tivessem roubado R$164,00, teríamos muito menos motivos para estar alarmados com o nível de pobreza e com o nível de dissolução moral que experimenta esta Pátria.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO.

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/05/2006 - Página 14294