Discurso durante a 52ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Necessidade de investimentos em infra-estrutura na Região Norte. Registro da abertura de créditos para a recuperação emergencial da Rodovia BR-174, no trecho entre as cidades de Juína/MT e Vilhena/RO.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Necessidade de investimentos em infra-estrutura na Região Norte. Registro da abertura de créditos para a recuperação emergencial da Rodovia BR-174, no trecho entre as cidades de Juína/MT e Vilhena/RO.
Publicação
Publicação no DSF de 06/05/2006 - Página 15029
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • PRIORIDADE, INFRAESTRUTURA, TRANSPORTE, ENERGIA, OBJETIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, REGIÃO AMAZONICA, COBRANÇA, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL.
  • AGRADECIMENTO, ABERTURA DE CREDITO, RECUPERAÇÃO, TRECHO, RODOVIA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ESTADO DE RONDONIA (RO), DETALHAMENTO, IMPORTANCIA, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO, AGROINDUSTRIA, PREVISÃO, ATRAÇÃO, INVESTIMENTO, MICRORREGIÃO, EXPECTATIVA, CONTINUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, MELHORIA, REDE RODOVIARIA.

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O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, o Norte do País se vê, há tempos, mais e mais restrito ao papel, sempre frustrante, de credor da ação de governo em favor do desenvolvimento regional; ainda mais se o tema se refere aos investimentos na infra-estrutura de transporte.

Com meios de transporte e com volumes de energia adequados, Sr. Presidente, a região poderá demonstrar, em curto prazo, todo o seu potencial de desenvolvimento, seja no aspecto sócio-econômico, com a criação de oportunidades de trabalho e a geração de riqueza e de renda para os brasileiros que lá vivem, seja do ponto de vista da sustentabilidade ambiental da atividade econômica, respeitando a floresta e integrando as atividades produtivas às singulares características naturais do território amazônico.

Mas sem energia e sem transporte, Srªs e Srs. Senadores, pouca coisa será possível realizar nessa direção, e nada se mostrará suficiente para trazer o homem amazônico, de forma efetiva, autônoma e igualitária, à comunhão cívica com os brasileiros das outras regiões.

Por isso, o tema infra-estrutura sempre une e irmana as bancadas parlamentares da nossa Região. Por isso, eu mesmo, na condição de representante político do Estado de Rondônia no Senado Federal, não venho poupando meus esforços e minha energia no sentido de cobrar de todos os níveis de governo, em especial, da União, que assumam suas responsabilidades com relação à infra-estrutura, visto que é ela, talvez mais que outros fatores, a verdadeira alavanca de progresso com que conta o Norte para promover a igualdade dos seus ante o restante do País.

E é preciso cobrar sempre! Nas visitas que fazemos aos Ministérios e às diversas áreas e setores do Executivo. Nos pronunciamentos feitos em Plenário e nas Comissões do Senado. Junto à imprensa. Junto às organizações da sociedade civil e aos demais setores formadores de opinião. É preciso cobrar exaustivamente e sem rodeios: é esse, verdadeiramente, um dos propósitos mais claros e evidentes dos nossos mandatos eletivos!

Por outro lado, como disse o poeta Fernando Brant, “o que foi feito é preciso conhecer, para melhor prosseguir”. E eu tenho essa máxima por mandamento, Sr. Presidente, uma vez que é justo conhecer - e reconhecer - quando os anseios populares são atendidos pelos governantes, e é justo agradecer quando se obtém o atendimento a um pedido; mesmo sendo esse pedido um direito de quem pede e, o atendimento, um dever de quem atende.

            No setor de energia, destaquei, há poucas semanas, ante este Plenário, o anúncio da licitação das hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau, no rio Madeira, que constituirão marco importantíssimo do desenvolvimento regional; não só para Rondônia, isoladamente, mas para todo o Acre, o sudeste do Amazonas, o sudoeste do Pará e para o norte de Mato Grosso.

Hoje, Sr. Presidente, em mais um justo ato de reconhecimento, destaco a abertura de créditos, da ordem de R$10 milhões, para a recuperação emergencial da BR-174, no trecho que liga a cidade de Juína, no Mato Grosso, à cidade rondoniense de Vilhena.

Para aqueles que não têm um conhecimento próximo e detalhado dessa região, gostaria de explicitar as conseqüências que terá tal medida, bem como o contexto geo-econômico em que ela se insere.

Vilhena, Srªs e Srs. Senadores, é a porta de entrada da Amazônia Ocidental, se estamos falando do acesso por via rodoviária, a partir do Centro-Oeste. E a BR-174, a rodovia que possibilita a ligação entre a região de Cáceres e Cuiabá, passando, por Vilhena, a Porto Velho, a Manaus e, finalmente, à Venezuela, através de diversas outras estradas de rodagem federais.

O valor econômico e estratégico dessa ligação é de tal monta que, em 2005, a Confederação Nacional da Indústria fez constar a BR-174 como uma das prioridades elencadas no documento “Agenda Mínima para a Infra-estrutura”, no tópico referente ao eixo rodoviário Manaus - São Paulo, anotando com destaque as necessidades críticas do trecho que vai da divisa dos Estados de Rondônia e Mato-Grosso à região de Córrego Dourado.

            E, de fato, é pela 174 que escoa, ou deveria escoar, a produção agroindustrial de Rondônia, que, hoje, já responde por 14 % do valor agregado em atividades agropecuárias da Região Norte, com realce significativo para a soja.

Vejam, ainda, que é no eixo da BR-364, entre Vilhena, na divisa com o Mato-Grosso, e a capital do meu Estado, Porto Velho, quase na divisa do Amazonas (cortando, portanto, todo o território estadual), que se situa o pólo do desenvolvimento rondoniense. Cidades como Pimenta Bueno, Cacoal e Ariquemes concentram, hoje, os melhores indicadores estaduais, em termos de desempenho econômico e social.

O acesso a Porto Velho, entretanto, e, na verdade, toda a ligação rodoviária com a Amazônia Ocidental se vêem praticamente estrangulados no período das chuvas, entre novembro e março, com a interdição da estrada. O problema não é pequeno, Srªs e Srs. Senadores, se somado às outras vicissitudes e dificuldades com que lutam todos os que lá desenvolvem atividades empresariais e laborais.

Para que se tenha uma idéia, pálida que seja, dos desafios enfrentados nas fronteiras nacionais, basta citar que Vilhena é o único município rondoniense que atinge a média brasileira do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH. Falamos, portanto, que, mesmo a liderança regional em termos de educação, saúde, empregabilidade e distribuição de renda, entre outros quesitos, apenas toca, e de raspão!, a média nacional.

O desenvolvimento de Rondônia começa por Vilhena, de onde, seguindo o traçado das rodovias federais, se espalha, primeiramente, na direção de Porto Velho, para, somente depois, alcançar os eixos de transporte longitudinais à BR-364. Os trabalhos emergenciais na BR-174 serão, portanto, uma oportunidade inigualável de recuperar e de atrair investimentos para aquela microrregião, seja na agricultura, pecuária e agroindústria, seja no ramo dos serviços a elas associado, como é o caso do setor de insumos e de maquinário agrícolas, entre outros.

Por isso o acesso rodoviário, via BR-174, é tão estratégico para o Estado. Por isso há tanto a comemorar.

            Finalizando, Sr. Presidente, além de louvar a decisão do Executivo em compensar 20 anos de ausência governamental na manutenção da rede rodoviária de acesso a Rondônia, registro meu apelo pessoal em favor de que o movimento de recuperação da infra-estrutura de transporte, em nossa região, não fique restrito à BR-174. Rondônia possui vinte e dois mil e quinhentos quilômetros de rodovias, dos quais apenas mil e quatrocentos pavimentados; menos de 7% do total, portanto. Nas próprias estradas da União, resta por pavimentar cerca de 30% de seu traçado. Falta, como se vê, muito a fazer.

Tenho confiança, entretanto, que, após um começo hesitante no trato dos investimentos em infra-estrutura, havido por força dos descaminhos da sua política econômica, o Governo Federal esteja voltando, por meio dos projetos na área de energia e do programa emergencial de recuperação de estradas, a tomar a dianteira político-administrativa; a encontrar rumo e direção.

Tenho confiança de que as notícias relativas à BR-174 não serão as únicas que teremos a comemorar, junto às Srªs e aos Srs. Senadores, a bem dos brasileiros. Estou certo de que haverá muito mais!

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado!

 


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/05/2006 - Página 15029