Discurso durante a 53ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro de participação em encontro realizado em Vitória, com o candidato à Presidência da República, Sr. Geraldo Alckmin e lideranças do PFL, PMDB e PSDB local. A capacidade produtiva de gás natural do Estado do Espírito Santo. Defesa de instalação de terminal de gás natural liquefeito em Pernambuco.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. POLITICA ENERGETICA. POLITICA EXTERNA.:
  • Registro de participação em encontro realizado em Vitória, com o candidato à Presidência da República, Sr. Geraldo Alckmin e lideranças do PFL, PMDB e PSDB local. A capacidade produtiva de gás natural do Estado do Espírito Santo. Defesa de instalação de terminal de gás natural liquefeito em Pernambuco.
Publicação
Publicação no DSF de 09/05/2006 - Página 15096
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. POLITICA ENERGETICA. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • ACOMPANHAMENTO, GERALDO ALCKMIN, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, VIAGEM, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), CAMPANHA ELEITORAL.
  • IMPORTANCIA, INVESTIMENTO, PRODUÇÃO, GAS NATURAL, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), BUSCA, AUTO SUFICIENCIA.
  • CRITICA, PROJETO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONSTRUÇÃO, GASODUTO, INTEGRAÇÃO, AMERICA DO SUL, OPOSIÇÃO, ORADOR, DEPENDENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, DEFESA, INVESTIMENTO, TERRITORIO NACIONAL, REPUDIO, PERDA, LIDERANÇA, BRASIL, POLITICA EXTERNA, CONTINENTE.
  • ELOGIO, RECUPERAÇÃO, ECONOMIA, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), GESTÃO, PAULO HARTUNG, GOVERNADOR, APOIO, REELEIÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, PREVISÃO, COLIGAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB).
  • EXPECTATIVA, SOLUÇÃO, CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONOMICA (CADE), PENDENCIA, INDUSTRIA, CHOCOLATE, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).

  SENADO FEDERAL SF -

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SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tive a oportunidade de acompanhar o ex-Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sábado passado, à cidade de Vitória.

O candidato à Presidente da República saiu de São Paulo em um vôo comercial da TAM, chegando a Vitória às 7h30, onde eu já me encontrava, e, dali, partimos para uma visita ao Governador Paulo Hartung. Fomos recebidos pelo Governador capixaba juntamente com as mais expressivas lideranças políticas do Estado do Espírito Santo.

Após um rápido café da manhã, em que o próximo Presidente da República e o Governador trocaram idéias sobre aquele Estado, dirigimo-nos para o bairro da Glória, onde está instalado um centro de confecção popular, que é um trabalho muito bem estruturado e que teve uma colaboração forte nas administrações de Paulo Hartung quando Prefeito e Luiz Paulo Vellozo Lucas, que o sucedeu na prefeitura.

Percorremos as ruas, tivemos contatos com populares, S. Exª deu entrevista coletiva à imprensa nacional e depois participou de um encontro com lideranças empresariais do Espírito Santo.

Nessa exposição, eu vi uma coisa, Senador Tião Viana, que me chamou a atenção: a capacidade produtiva de gás natural que tem o Estado do Espírito Santo e que precisa apenas de investimento para sua exploração segura, uma vez que se trata de gás produzido em solo nacional.

Santa Catarina já produz um milhão de metros cúbicos e existe projeto de expansão para 12 milhões. Se olharmos a questão de Santa Catarina, a região da Bahia e alguns outros Estados, vamos ver, Senador Alvaro Dias, que, com um pouco de determinação e confiança nas coisas da terra, poderemos atingir, em um curto espaço de tempo, não apenas a auto-suficiência do gás, como nos livrar de problemas como esse que envolve o Governo brasileiro e os bolivianos.

O Presidente Lula, no mesmo ato, no mesmo dia, declarava que passa pela sua cabeça - felizmente, o tempo não permitirá - a construção do maior gasoduto da América do Sul. Comparou, inclusive, essa obra com a Muralha da China, com o gasoduto russo, que tem sido motivo de choques entre países e já fez com que, em passado recente, fossem deflagrados até mesmo conflitos armados. Mas o sonho, a megalomania de Sua Excelência faz exatamente com que cometa um segundo erro, Senador João Alberto: fazer um investimento dessa natureza, cuja matriz de fornecimento é a Venezuela. Com isso, mais uma vez, nós, brasileiros, ficamos dependendo de um chefe de Estado estrangeiro. Não há nenhum sentido entrar em uma aventura dessa natureza, quando há, em solo pátrio, a possibilidade, por meio de investimentos seguros, de se alcançar o mesmo objetivo.

Aliás, lembro-me muito bem de que, quando se iniciava o investimento feito na Bolívia, técnicos brasileiros alertaram o Governo para esses riscos. Só que, com essa febre de globalização, de integração latino-americana, com a Alca sendo estruturada, jamais passou pela cabeça de qualquer um que essa aventura fosse dar no que deu.

Não importa se dizer, por exemplo, como disse o Assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Dr. Marco Aurélio, que “a Petrobras já ganhou muito dinheiro com o gasoduto”. Não estamos preocupados com o passado, estamos preocupados, isto sim, com o futuro. Se o País ganhou muito dinheiro, caberia ao Dr. Marco Aurélio sugerir ao Governo que taxasse sobre esse lucro excessivo um percentual que, obrigatoriamente, fosse destinado ao reinvestimento; e, aí sim, em território nacional.

Temos de aprender com essa lição e não permitir, Sr. Presidente, investimentos dessa natureza, porque vamos continuar sempre dependendo do humor dos governantes. E, como sabemos que esse humor, na América Latina, é pendular, em que percebemos oscilações entre tentativas de democracia plena e ditaduras - algumas sangrentas -, não podemos ficar, de maneira nenhuma, já que temos a nossa democracia consolidada, nem tampouco na dependência de outros países, nem tampouco deixar a menor brecha para que esse novo espírito que começa a ganhar corpo nesses países sopre, pelo menos de longe, nessa democracia, de cuja convivência o Brasil gostou e da qual não quer se afastar.

Lamento o que a imprensa nacional e a imprensa internacional vêm mostrando. Não se admite que um País com a dimensão e com a possibilidade de liderar como o Brasil esteja, hoje, entregue completamente aos caprichos do Sr. Chávez, do Sr. Fidel e, agora, do Sr. Morales. Temos de ter uma política externa forte e segura, mas, evidentemente, ninguém prega, aqui, violência. O que se prega é firmeza. Pode-se ser duro sem se perder a ternura, como dizia o velho Líder Che Guevara.

Registro esse encontro do Espírito Santo porque, em Vitória, técnicos do Governo nos deram uma demonstração exata do que aquele Estado pode, desde que haja determinação, suprir o Brasil no que diz respeito ao gás.

Sr. Presidente, outro fato que me chamou muito a atenção, Senador Tião Viana, foi a recuperação econômica daquele Estado. Trata-se de um Estado que, nos últimos 15 anos, deu um salto fantástico com a construção do seu porto, integrando ao projeto da Vale do Rio Doce as indústrias que ali se instalam e, acima de tudo, houve um choque de gestão, principalmente pelo atual Governador Paulo Hartung, que disputa uma reeleição, no meu modo de entender, que não oferece nenhum risco. O Espírito Santo poderá conviver, mais quatro anos, com o progresso e, acima de tudo, com muita paz e tranqüilidade.

O segundo ponto que me chamou a atenção e que me deixou muito satisfeito foi que, naquele encontro, reunimos Lideranças do PFL, do PMDB e do PSDB. Todos com um só objetivo: a eleição de Geraldo Alckmin à Presidência da República. A questão interna está sendo discutida com a perspectiva de candidaturas ao Senado envolvendo o ex-Senador Elcio Alvares - que esta Casa toda conhece, foi Ministro, foi Líder - e o ex-Prefeito Luiz Paulo Veloso Lucas, que, de antemão, assumiram o compromisso de que não deixarão que fissuras ocorram na decisão interna dessa escolha.

Há, portanto, um compromisso de que apenas um candidato sairá e de que esse candidatado apoiará Alckmin e Paulo Hartung e também será apoiado pelo perdedor.

Tive a alegria de rever vários companheiros, os ex-Deputados José Carlos Fonseca, que agora trabalha para retornar à Câmara dos Deputados, e Aloízio Santos, que foi Prefeito de Cariacica e com quem tive a felicidade de conviver como Deputado Federal - aliás, convivi com ambos. Saí do Espírito Santo com a melhor das impressões, Senadora Serys, de um Estado enxuto, um Estado progressista.

Eu havia estado no Espírito Santo em duas ocasiões bem distintas: a primeira vez, eu tinha por volta de sete ou oito anos de idade. Fui ali para conhecer a estação de Guarapari, freqüentada por pessoas que tinham problemas de artrite, como era o caso da pessoa que acompanhei. E, naquela, época, tudo era distante. Os aviões que nos levavam de um Estado pobre como o Piauí eram exatamente os velhos DC-3, em que tínhamos a sensação de que chegavam tocando em ponta de serra e beijando os galhos das árvores que encontravam pelo caminho.

Observo, hoje, a pujança daquele Estado. A fábrica Garoto está com uma pendenga judicial, dependendo de uma decisão do Cade, Srªs e Srs. Senadores, e o Governo teima em adiar a resolução desse problema. Os capixabas se sentem ofendidos com a falta de decisão do Governo Federal e com a falta de ação do Cade nessa questão. A fábrica funciona por meio de decisões judiciais. Os ex-proprietários já se afastaram completamente do negócio, e não tem mais nenhum sentido essa briga continuar a prejudicar o povo daquela terra.

Feitos esses registros, quero deixar aqui, de antemão, os meus agradecimentos a todo o povo capixaba, principalmente o da grande Vitória, que recebeu com todo carinho a mim e a toda a comitiva comandada por Geraldo Alckmin.

Confesso que muito disso é produto da eficiência da TV Senado, meu caro Carreiro, que faz com que a transparência da atitude do Parlamentar, principalmente no plenário e nas Comissões, alcance, de maneira imediata, em tempo real, como se diz hoje, todos os quadrantes deste Brasil. Daí por que agradeço o carinho.

Tenho certeza de que, na medida em que o tempo avança, cada vez mais o Brasil vê que é chegada a hora de mudança, de renovação, cujo nome é Geraldo Alckmin.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/05/2006 - Página 15096