Discurso durante a 57ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao posicionamento do Presidente Lula na defesa dos interesses brasileiros junto a outros países, especialmente no que tange às atuais divergências entre Brasil e Bolívia.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA ENERGETICA.:
  • Críticas ao posicionamento do Presidente Lula na defesa dos interesses brasileiros junto a outros países, especialmente no que tange às atuais divergências entre Brasil e Bolívia.
Aparteantes
Cristovam Buarque.
Publicação
Publicação no DSF de 12/05/2006 - Página 16255
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, PAIS ESTRANGEIRO, AMERICA DO SUL.
  • DENUNCIA, INEFICACIA, GOVERNO BRASILEIRO, DEFESA, INTERESSE NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, FALTA, PROVIDENCIA, PROTEÇÃO, BRASILEIROS, ILEGALIDADE, IMIGRAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), COBRANÇA, ESCLARECIMENTOS, GOVERNO ESTRANGEIRO, INGLATERRA, IRAQUE, ERRO, POLICIA, HOMICIDIO, EMIGRANTE, SEQUESTRO, ENGENHEIRO, NACIONALIDADE BRASILEIRA.
  • CRITICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), OMISSÃO, DEFESA, INTERESSE, TRABALHADOR, PREVENÇÃO, EMIGRAÇÃO, COMENTARIO, FRUSTRAÇÃO, ORADOR, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, SUJEIÇÃO, FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL (FMI), SOLUÇÃO, SITUAÇÃO, EMPRESA DE TRANSPORTE AEREO, VIAÇÃO AEREA RIO GRANDENSE S/A (VARIG), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
  • COMENTARIO, INCOERENCIA, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUALIDADE, COMPARAÇÃO, ANTERIORIDADE, GESTÃO, DENUNCIA, MANUTENÇÃO, POLITICA, FAVORECIMENTO, BANQUEIRO.
  • ANALISE, DESNECESSIDADE, IMPLANTAÇÃO, GASODUTO, AMERICA DO SUL, IMPORTANCIA, INVESTIMENTO, SETOR, ENERGIA, PAIS, CRITICA, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, CONTESTAÇÃO, FORMA, BRASIL, AQUISIÇÃO, TERRITORIO, ESTADO DO ACRE (AC).
  • COBRANÇA, ESCLARECIMENTOS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), IRREGULARIDADE, GOVERNO FEDERAL.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, agradeço a oportunidade que me é dada pelo Sr. Presidente Mão Santa de encerrar esta tarde, já noite, de pronunciamentos de diversos Parlamentares, do Governo e da Oposição, com posições umas divergentes, outras nem tanto, mas todos com o mesmo sentimento de que, além da calma, é preciso atenção e energia para essa questão.

O Senador Cristovam Buarque está coberto de razão. Esse episódio da Bolívia poderia ter sido resolvido estritamente na área empresarial, na área comercial. O Brasil optou por fazer diplomacia de compadre - V. Exª tem razão.

E nada é mais decepcionante do que aquela fotografia de exagerada intimidade do Presidente da Bolívia com o Presidente do Brasil, num gesto que, quando crianças, não admitíamos que colega nenhum fizesse conosco, íamos para a briga, para o tapa. E os jornais do mundo inteiro noticiaram.

A liturgia do poder, Senador Cristovam Buarque - V. Exª tem razão -, tem de estar, obrigatoriamente, na cabeça de um chefe de nação, principalmente de um chefe de nação como o Brasil, que tem vários países como vizinhos. Para cada fronteira, há um pensamento, porque todos são países soberanos.

Lembremo-nos, por exemplo, da maneira como Fernando Henrique tratava Chávez: de maneira respeitosa, distante, mas como dirigente de um País que, por ter importância maior, não se dobrava nem se curvava às extravagâncias e aos exotismos do Presidente venezuelano.

O Presidente Lula, num primeiro momento, adotou Chávez como seu ídolo. Em uma crise, envolvendo Chávez e o Governo dos Estados Unidos, o Presidente se envolveu não para intermediar, mas para tomar partido e para defender o vizinho. Por isso, tinha crédito para ser tratado com mais reverência e mais respeito.

Com o Sr. Morales foi bem diferente: o Presidente fez campanha eleitoral para a sua eleição e preveniu o Brasil e o mundo no sentido de que a Bolívia estava prestes a eleger um grande estadista e que todos, principalmente a imprensa, iriam se surpreender com esse novo tempo que se instalaria na Bolívia.

A primeira trovoada caiu exatamente em cima do Brasil.

Senador Cristovam, conversávamos há pouco que o que mais tem decepcionado o povo brasileiro é a falta de motivação, a falta de garra do atual Governo para defender os seus patrícios, em qualquer circunstância e em circunstâncias diferentes.

No ano passado, fomos surpreendidos pela notícia de que mais de 200 brasileiros estavam presos em penitenciárias americanas, a grande maioria pela entrada ilegal naquele país, e o Governo não tomou nenhuma providência. Criou-se uma Comissão no Congresso, presidida pelo Senador Marcelo Crivella, a CPMI da Emigração Ilegal, e um grupo de Parlamentares foi aos Estados Unidos fazer a negociação. Aí veio a humilhação diplomática: os brasileiros foram mandados de volta em aviões fretados pelo governo americano. Era mais barato para o governo americano se ver livre daqueles hóspedes indesejados do que mantê-los. O vôo era o que havia de mais barato. Por que não o fez antes? Porque não houve uma iniciativa enérgica do Brasil para defender esse pessoal. Foram três, quatro ou cinco aviões - o Senador Marcelo Crivella, na segunda-feira, pode até falar melhor sobre isso.

Houve o episódio do Jean Charles, que foi assassinado na Inglaterra por um infeliz erro da polícia, que, por isso mesmo, tinha a obrigação e o dever de reparar o erro cometido. Lula vai visitar a Rainha, prepara-se e, na sua agenda - pelo menos na anunciada no Brasil -, estava na pauta uma cobrança ao governo inglês sobre o fato ocorrido. Ele esteve lá, curvou-se, agachou-se à decisão da polícia inglesa e, ao voltar, inclusive para artistas brasileiros que estiveram na Granja do Torto na semana seguinte ao seu retorno, contou apenas as belezas do fausto e das riquezas do reinado inglês. Falou das carruagens da Rainha, dos tapetes do Palácio de Buckingham, do fausto e da riqueza com que foi recebido. E o pobre brasileiro lá, com os seus familiares a cobrarem pelo menos o consolo e o conforto de um Governo que se diz dos trabalhadores.

No Iraque, morre o Sr. João José de Vasconcellos Júnior, e a mãe traz nas páginas da Folha de S.Paulo de sábado passado um artigo que é um pranto, porque a mãe não sabe nem se o filho está vivo ou não. Se estiver morto, ela quer ter pelo menos a certeza - por meio do corpo ou de uma confirmação legal - de que seu filho não está mais entre nós. O Governo, em vez de facilitar a apuração dos fatos, muito pelo contrário, omite-se, esconde dados. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado mais uma vez age e convoca o Embaixador que foi até aquele país para saber o que estava acontecendo. Pouca notícia trouxe. A mãe está aí a prantear a ausência do filho sem o Governo prestar nenhum esclarecimento convincente.

Falei até agora, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sobre o tratamento dado a trabalhadores, aos 200 ou 300 trabalhadores que foram aos Estados Unidos, na esperança de terem lá o que não tinham aqui: emprego; no caso do Jean Charles, a mesma coisa, mas ele já fazia pequenos serviços de eletricidade e marcenaria nas ruas de Londres; o engenheiro João Vasconcellos, representando uma grande empresa nacional, ajudava na construção de uma hidrelétrica.

Onde é que está o Partido dos Trabalhadores, que, em nenhum momento, defendeu a sua classe, a sua categoria? Ademais, frustra todos nós o comportamento esquisito que teve com o FMI, a quem tanto combatia. As promessas de tratamento duro se transformaram em amizade e antecipação de pagamento de parcelas.

Sr. Presidente, não bastasse isso, a Varig, patrimônio nacional, com 79 anos de existência, passou a viver na UTI financeira na semana seguinte à posse do atual Governo. Primeiro, forçaram-na a fazer uma parceria operacional com a TAM, que também não pediu isso, o que trouxe prejuízo para as duas. A partir daí, houve histórias pouco claras de membros do Governo envolvidos na tentativa apressada de vender a companhia antes de salvá-la.

Na CPMI dos Correios, ficou bem claro que um grupo com acesso ao Governo tinha ido a Portugal numa primeira tentativa de venda. Isso nunca ficou esclarecido. E, estranhamente, o PT, que, por meio do Anexo IV, assinado por Carlos Willian e pelo Senador Sibá Machado, isentava todos os envolvidos e acusados de crimes e militantes do Partido, não escreveu uma linha pedindo esclarecimentos sobre o que houve com a Varig. A partir daí, as histórias se sucedem: ora é um grupo colombiano, ora é um venezuelano, ora é um chinês, todos menores do que a Varig, querendo comprar um patrimônio nosso, que está prestes a desempregar onze mil brasileiros diretamente e mais de quarenta mil de maneira indireta.

No debate que houve nesta Casa, a primeira intervenção de um militante de prestígio no Partido foi: “E os empregados estão dispostos a ceder o quê?”. Ontem, um partido que protegia os trabalhadores; hoje, um partido que massacra.

A Varig não pede, Srªs e Srs. Senadores - e trouxemos este debate para a Comissão de Infra-Estrutura - migalhas, não. Pede justiça. Até porque os prejuízos da Varig começaram com os planos econômicos de governos passados, os quais o PT criticou, combateu, amaldiçoou e fez coro com esse tipo de acusação, e agora nega a Varig até pagar o que a Jutiça já decidiu, produto dessa contenda que, no passado, usaram como bandeira política pelas ruas do Brasil.

E a Petrobras agora? Patrimônio nacional, tendo o seu espaço na Bolívia invadido por policiais, sem nenhuma necessidade. País irmão, amigo, mas cujas tropas foram obrigadas a retirar a bandeira inclusive do seu pátio. Os trabalhadores estão vivendo hora de dor e de agonia. E o que vemos aqui? É consideração, paciência, com o país mais pobre da América Latina.

O representante, o porta-voz internacional do Presidente, o Sr. Garcia, nos fez ouvir que a Petrobras ganhou demais e que agora precisa perder para a Bolívia. A Petrobrás é um dos orgulhos que os brasileiros têm - eles próprios começaram a comemorar a autonomia e a auto-suficiência de petróleo - e está sendo jogada no lixo? Cadê a comemoração anunciada que esta Casa faria, com o respaldo do Governo, para se cantar em prosa e verso essa autonomia, essa auto-suficiência alcançada, como se fosse produto de três anos, não se respeitando inclusive o trabalho que veio de cinqüenta anos, esquecendo-se inclusive da própria figura de Getúlio Vargas, de cujas ações o Partido dos Trabalhadores se apropria de maneira indébita. Será que Juscelino, que é usado por eles, não fez nada pela Petrobras? E, agora, o que vão fazer? Qual é o dia da festa? Quando vamos comemorar a auto-suficiência?

O PT, meu caro Senador Cristovam Buarque, que sabe disto melhor que eu, combatia os lucros exagerados dos bancos, dizendo que tudo ia mudar. Vimos, Senador Mão Santa, no período que antecedia as eleições, um misterioso jantar em São Paulo, na casa de um magnata de banco, com a cúpula do PT. Os banqueiros, com pavor de José Serra, apadrinharam Lula. O Lula passou a ser a segurança dos banqueiros. As mudanças econômicas prometidas foram consumadas na manutenção da política econômica que eles se elegeram combatendo. O primeiro ato de traição foi a nomeação do tucano Dr. Henrique Meirelles, xingado em prosa e verso, pelo Brasil afora, por presidir uma empresa bancária americana, como se não fosse mérito um homem saído de Goiás...

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Heráclito Fortes, quero lembrar que V. Exª completou quinze minutos, mas a nota é dez.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Estou concluindo.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Então, tenho receio de diminuir a nota, porque está tão bom.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Então, o goiano que deveria ser exaltado pela sua luta de trabalhador que venceu, saindo dos bancos escolares, indo triunfar em um país estrangeiro, foi, durante o período eleitoral, condenado e, depois, em uma traição direta ao povo brasileiro fez com que esse homem renunciasse até ao mandato que o povo goiano lhe deu com mais 70 mil votos.

Senador Cristovam Buarque, com muito prazer.

O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - Presidente Mão Santa, eu não vou tomar muito tempo, mas quero dizer que esse ponto que o Senador Heráclito Fortes trouxe deveríamos explorar mais aqui. O Presidente Evo Morales prestou um grande serviço desmoralizando essa idéia da auto-suficiência, pois se vendia essa idéia de auto-suficiência do petróleo como se fosse auto-suficiência de energia. Nada a ver! Outra coisa que se deve fazer é chamar a atenção para o fato de que o Governo brasileiro não tem uma estratégia de longo prazo para o problema energético. Daqui a 50 anos, não existirá mais petróleo. Isso é dado como certo. Mas as nossas relações com a Bolívia vão ter que continuar daqui a 50 anos. Então, não vale a pena uma guerra agora por causa de gás. Daqui a 50 anos, gás, talvez, ainda haja, mas pouco. E nós ainda não temos uma estratégia para sobreviver ao fato de que o petróleo é um recurso que se esgota. É claro que temos o álcool - e abandonamos o Proálcool. Temos agora o biodiesel, que, no Piauí, será uma das fontes fundamentais. Precisávamos radicalizar mais isso. Mas fico contente que V. Exª tenha trazido um assunto que não temos visto, nesses momentos, que é a mentira que foi a idéia de auto-suficiência de petróleo e de energia. A de petróleo vai durar mais 20 anos, Senador Geraldo Mesquita, porque acabam as reservas, não são eternas. Esse é um ponto que precisamos explorar mais.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - É verdade.

O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - V. Exª, que é um dos mais interessados em política externa, sabe que há esse risco da “fulanização” da política externa, como o Presidente Lula gosta de fazer, em vez de uma relação entre Estados e não entre Presidentes amigos e não amigos.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Relação de mesa de bar, relação de boteco, e não relação de Chefe de Estado, de Estadista.

Senador Cristovam Buarque, encerro o meu pronunciamento, concordando em gênero, número e grau com V. Exª. Precisamos ter cabeça fria, paciência. Não podemos nos deixar levar pelas emoções.

Senador Geraldo Mesquita Júnior, comecei a falar sobre essa questão da Bolívia porque ouvi o Presidente da República dizer, de maneira inconseqüente, insensata e irresponsável, que estava discutindo com Chávez, com Morales e com outros mais, a construção do maior gasoduto das Américas, ligando a Venezuela e o Brasil. Lula compara esse gasoduto à Muralha da China e ao gasoduto que vem da Sibéria, o gasoduto da Grande Europa. Não se lembrou ele de que aquele gasoduto já provocou, no passado, guerras, mortes e incompreensões. Além disso, o Presidente Lula tem a audácia de ameaçar investir o nosso patrimônio lá fora, quando, no Espírito Santo, há gás estocado, precisando apenas de investimentos nacionais para produzir e abastecer seu estoque. Urucu, Sergipe, Rio Grande do Norte, o Brasil todo é rico em gás. Há algumas concentrações que, se até então eram antieconômicas, como a da Bacia de Santos, diante das circunstâncias, além de mais barato, o investimento passou a ser mais seguro. Qual era a garantia que nós tínhamos de que, após um investimento desses, na Venezuela, de repente, numa pirraça, numa mudança de pensamento ou num ato de demagogia, para aparecer perante o mundo, como Evo Morales fez hoje na Europa, não iam resolver cortar a distribuição para nós?

Morales está certo. Morales agiu - e vou fazer a comparação no bom sentido - como um cachorro bassê que agride um cão de fila, que, por pena ou por treinamento, não se defende e não revida.

É muito bonito atacar o Brasil lá, uma bravata que vai melhorar a sua situação nas posições eleitorais próximas no seu País, mas que joga por terra toda a história de uma diplomacia que o Brasil construiu ao longo do tempo - aí, sim, simbolizada por Rio Branco, responsável pela conquista do Acre - como se aquilo fosse trocado por um cavalo. Ao que parece o presidente boliviano pisou nas conseqüências.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o PT precisa acordar enquanto é tempo. O PT tem muitas satisfações a prestar aos brasileiros e aos seus. A tormenta de Silvio Pereira domingo, com a jornalista, é a tormenta de todo homem com a consciência pesada. O PT precisa mostrar ao Brasil e aos seus companheiros a verdade sobre Celso Daniel, a verdade sobre Toninho, a verdade sobre o mensalão, a verdade sobre R$1 bilhão.

Hoje, com o espírito brincalhão que me caracteriza e que me distancia, cada vez mais, de um infarto, eu dizia, brincando ali no fundo do plenário: penso que a morte do Sr. PC Farias deveria ser revista, o processo deveria ser reaberto para se descobrir quem eram os culpados, porque me passa um sentimento de que foi alguém do PT. Sabem por quê? Alguém queria aquela cartilha que o PC usou no Governo Collor para se apropriar do dinheiro público. E eles, com aquela cartilha na mão, hoje, Senador Cristovam, estão fazendo o mesmo, repetindo, um por um, os erros. As festas nos hotéis, os carros de luxo, os Land Rovers, a arrogância, os aviões só mudam numa coisa: o PC era sozinho; eles montaram uma quadrilha. É lamentável, triste, mas é verdadeiro.

O PT, enquanto não mostrar à Nação esses pecados, não vai dormir em paz. Homem nenhum que se preza dorme com cueca suja. Essa cueca do PT precisa ser lavada perante uma Nação enganada durante 20 anos e que votou na esperança de que fosse ali o último caminho dos descrentes. Portanto, todos votaram nele, inclusive os desesperados. Não resolveram seus problemas, e os esperançosos, hoje, choram de amargura pelo erro cometido e que somente, Senador Mão Santa, tem um reparo: as urnas que se aproximam, no dia 1º de outubro. É chegar lá para ver.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/05/2006 - Página 16255