Discurso durante a 60ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação diante de denúncias contra a honra de S.Exa., publicadas pela revista Veja desta semana.

Autor
Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • Indignação diante de denúncias contra a honra de S.Exa., publicadas pela revista Veja desta semana.
Aparteantes
Almeida Lima, Amir Lando, Ana Júlia Carepa, Antonio Carlos Magalhães, Arthur Virgílio, Augusto Botelho, César Borges, Edison Lobão, Eduardo Azeredo, Eduardo Suplicy, Efraim Morais, Flexa Ribeiro, Garibaldi Alves Filho, Geraldo Mesquita Júnior, Gilberto Mestrinho, Heráclito Fortes, José Agripino, João Tenório, Juvêncio da Fonseca, Ney Suassuna, Paulo Paim, Ramez Tebet, Romero Jucá, Sibá Machado, Sérgio Cabral, Tião Viana, Wellington Salgado.
Publicação
Publicação no DSF de 17/05/2006 - Página 16751
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • CRITICA, FALTA, RESPONSABILIDADE, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DENUNCIA, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, ATO ILICITO, EMPRESA ESTRANGEIRA, BUSCA, INFORMAÇÕES, EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÕES.
  • NEGAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, ATO ILICITO, EVASÃO DE DIVISAS, SOLICITAÇÃO, CONVOCAÇÃO, ORADOR, DEPOIMENTO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO, POLICIA FEDERAL, AUTORIZAÇÃO, QUEBRA, SIGILO BANCARIO, AGRADECIMENTO, SOLIDARIEDADE, SENADOR.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sinto-me profundamente angustiado.

           Meu Líder José Agripino, eu agradeço a V. Exª pela manifestação feita no próprio domingo, quando, ao ler a revista Veja, alegrou-me a alma pelas palavras que a mim dirigiu. V. Exª me colocou em contato com o Senador Jorge Bornhausen, que fez questão, juntamente com V. Exª, de inserir no e-mail do nosso partido o respeito que tem por este Senador, que tem procurado servir da melhor forma o PFL e o País.

           Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros, agradeço a V. Exª por conceder-me esta oportunidade. Eu estava angustiado porque a revista Veja, de forma inexplicável, publicou uma injúria, uma calúnia referindo-se a uma lista que me foi fornecida por uma investigação da empresa Kroll, indiciada em São Paulo e no Rio de Janeiro, pela prática de atos ilícitos, quando contratada pelo Opportunity para buscar informações que pudessem favorecer numa luta econômica que se desenvolvia entre as empresas de telecomunicações.

            Sr. Presidente e Senador José Agripino, tomei a providência de fazer um levantamento a respeito dos citados. O primeiro foi o ex-Ministro da Argentina, José Luis Manzano, que tem uma folha de antecedentes “elogiável” pela prática de vários crimes, que estão sob investigação. E ainda sobre Frank Holder, membro da CIA, que criou a empresa Kroll ao sair da CIA.

           Apesar de prestar importante serviço de inteligência para os americanos, a falsificação documental tem um valor imenso quando há um inimigo sob investigação. A CIA produz, com toda tranqüilidade, qualquer tipo de injúria, de calúnia contra aqueles que possam tripudiar ou atrapalhar aquilo que o Governo americano deseja e objetiva. Então, tenho a leve impressão de que essa matéria publicada na revista Veja tem o mesmo objetivo.

           Mas quem tiver paciência, deve ler a reportagem da revista. Fiz algumas anotações. Tomei a providência de pedir para a CPI dos Bingos, a única em funcionamento - Senador José Jorge, V. Exª também foi tão carinhoso comigo, telefonando-me -, a convocação de Daniel Dantas, para que explique a matéria publicada. Ele já fez um desmentido, por meio da Folha, dizendo que não tem nada com isso e nem acreditou na lista publicada.

           A Veja publica uma lista e põe uma tarja preta sobre o número e sobre os bancos, na qual eu, o Paulo Lacerda e outros citados teríamos contas em euros. Diz assim: “Lista com supostas contas secretas”. Senador Juvêncio, V. Exª é jurista e sabe que eles estão colocando isso para se prevenir contra qualquer abertura de processo. Todavia, pelo texto da matéria publicada, essa possibilidade não fica excluída.

           Na lista produzida por Holder e Manzano - Manzano é o argentino -, para uso de Daniel Dantas, o Presidente e outras autoridades aparecem como detentores de dinheiro em paraísos fiscais. Veja usou de todos os meios para comprovar a veracidade dos dados. Não foi possível chegar a nenhuma conclusão positiva ou negativa.

           No texto, eles falam de perícias inclusive. Senador Geraldo, V. Exª, que tem se mostrado angustiado até hoje pelo que passou, sabe como ficam todos os que passam por esta tribuna para se defender de injúrias e calúnias. Sabe o quanto é desagradável esse tipo de ação.

           Senador Heráclito, eles dizem aqui na matéria que procuraram a perícia para analisar o documento em evidência; mas o documento é confuso, cheio de irregularidades, portanto, não puderam apresentá-lo como prova material. Então, como a revista chegou a essa produção de matéria se nem a perícia, que provavelmente foi paga, conseguiu chegar a uma conclusão exata?

           Hoje, eu almocei com o Dr. Paulo Lacerda, que me disse que sabia o porquê - desculpem-me a expressão - da “sacanagem”, da injúria, da calúnia contra ele, uma vez que ele havia determinado a abertura do processo contra o Opportunity e a empresa Kroll e, como conseqüência, estão todos indiciados em São Paulo, já com pedido de prisão preventiva. Por isso, poderiam até fabricar uma injúria contra ele. Mas, ele não entendia por que o meu nome constava nessa lista. Eu juro que também não sei.

           Eu tenho certeza de que não preciso provar a minha inocência. Tenho tranqüilidade, Senador Romero Jucá. Eles têm de provar que estão certos.

           Eu requeri abertura de inquérito ainda no sábado; requeri a convocação na CPI dos Bingos; mandei ofício hoje para o delegado designado para a abertura de inquérito, ocasião em que me ofereci para depor a qualquer instante, sem necessidade de nenhum tipo de convocação por qualquer órgão do Poder Judiciário. Coloquei, também, à disposição da autoridade policial todas as minhas contas - do Banco do Brasil e do Banespa.

           Não tenho nada a temer. Pelo contrário, quero e exijo que a verdade apareça, e que eles provem que realmente produziram essa matéria com certeza absoluta.

           Agora, chegou as minhas mãos um fax da Kroll desmentindo que tenha feito esse tipo de investigação. Já não sei onde está a mentira, Senador José Agripino, não sei mesmo.

           O Sr. José Agripino (PFL - RN) - V. Exª me concede um aparte, Senador?

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Pois não, Senador.

           O Sr. José Agripino (PFL - RN) - Senador Romeu Tuma, estava ouvindo V. Exª falar, com o semblante sereno, com a voz tranqüila, me dando a absoluta convicção de que eu agi certíssimo quando lhe telefonei domingo, indignado com a matéria da revista Veja, que o citava como detentor de uma conta ilegítima, uma conta sobre a qual pesasse suspeita: uma conta no exterior. Eu quero deixar claro que V. Exª é o Corregedor do Senado, escolhido por voto direto dos seus Pares, que transfere a V. Exª a confiança de que V. Exª seja o Corregedor, o homem que analisa, em primeira instância, os casos de denúncia do Senado. V. Exª é, portanto, detentor de um mandato de confiança. Para mim, como seu Líder, seria uma situação muito constrangedora se eu não estivesse ouvindo o que ouço de V. Exª: abre suas contas, se coloca à disposição para depor em qualquer que seja o fórum... Por quê? Porque tem a consciência tranqüila. Porque tem a consciência tranqüila, e estamos conversados! A vida pública, hoje, está um exercício muito penoso: estamos todos nós sujeitos a esse tipo de acusação. Dá trabalho! Depois de colocado, dá trabalho para se remover esse contencioso. Para V. Exª, menos, porque tem um passado. V. Exª foi, em um dado momento, o “Xerife” do Brasil. As coisas se complicavam: “Chama o Tuma!”. Virou uma frase: “Complicou? Chama o Tuma”. Pois o Tuma continuará a ser chamado! O Tuma vai continuar a ser chamado para as missões que envolvam a presença de um homem de bem, de um homem honrado, de um homem probo e que esteja acima de qualquer suspeita. Na minha opinião e na opinião da Bancada dos seus Colegas do PFL, V. Exª é o Senador Romeu Tuma, o “Xerife”, a quem, em momentos difíceis, o Brasil chama.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, meu Líder.

            Eu também acrescento à minha defesa, que não é propriamente uma defesa, mas explicações dadas pelo Diretor da Polícia Federal, Dr. Paulo Lacerda, também um homem de bem e que hoje tem o poder de tomar providências em relação ao nosso requerimento de abertura de inquérito, que foi imediato. Eu disse ao Ministro da Justiça que não aceitaria a procrastinação de qualquer apuração a respeito do assunto. Eu queria até que fosse feita no próprio domingo, mas eles não podiam baixar o inquérito e registrar no domingo. Tinham que esperar até segunda-feira.

           Então, escolhemos o caminho e estamos procurando um advogado. Já conversei para saber qual é a responsabilidade civil da revista. Eu disse a V. Exª, Senador José Jorge, meu Presidente, que muitos companheiros, que me estimam, achavam que eu não deveria falar porque não teria nenhum efeito. Mas, ad perpetuam, têm que ficar registradas nesta Casa as colocações que estou fazendo, porque os arquivos de imprensa são “mortais”, Senador, pois, se não houver uma fala clara e objetiva, poderão sempre estar usando uma matéria que está publicada nos arquivos que espalham por todo o País. Os antecedentes das pessoas citadas não merecem nenhuma confiabilidade da sociedade.

           Eu não sei se o Senador Arthur Virgílio deseja fazer um aparte, pois levantou o microfone. O Senador Geraldo Mesquita falará depois.

           O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senador Romeu Tuma, V. Exª tanto quanto o Senador Papaléo Paes merece o crédito de todos os seus colegas. Eu julgo muito relevante essa postura: V. Exª se defende como um homem de bem o faz e se defende muito do que não lhe cobram nesta Casa seguramente, em contradição com outros que são acusados de tanto e não se defendem de nada. V. Exª revela a tranqüilidade, na hora certa a indignação, e revela a postura de um homem que não tem nada a explicar. E anote V. Exª que eu próprio insisto em ouvirmos o Sr. Daniel Dantas, a Srª Verônica Dantas e o City Group.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Cumprimento V. Exª por isso.

           O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Insisto nisso, não estou perguntando a ele sobre conta nenhuma. Em nenhum momento, acusei o Senhor Presidente da República de ter conta no exterior. Não acusei.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - A matéria é muito abrangente, não é?

           O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Pois é, é grave demais, seria o fim do mundo. A revista mesma foi cautelosa, a revista relatou o que o sujeito disse. A revista não tomou partido; não disse que as contas eram de fulano. Disse: Daniel Dantas disse que as contas são de fulano, beltrano e sicrano. Ative-me, na minha atuação, à necessidade de ouvirmos o Sr. Daniel Dantas e a Srª Verônica Dantas, porque ambos dizem - ele para Diogo Mainardi e ela para a Corte Distrital Sul de Nova Iorque - que houve essa tentativa de achaque por parte do Governo, por parte do PT. Eu paro aí. Seria leviano de minha parte ficar agora especulando sobre contas - teriam que provar que o Presidente Lula era titular de uma conta, para que eu acreditasse nisso, evidentemente. Não vou pedir a Sua Excelência que prove que não tem conta. Não vou inverter essa coisa do ônus da prova, não vou colocar nenhum tribunal de inquisição funcionando aqui. Combato nos meus limites, não ultrapasso os meus limites nunca. Portanto, a minha solidariedade e, ao mesmo tempo, a minha alegria de ver V. Exª se portando como devem fazer as pessoas que, como V. Exª, dormem, com muita tranqüilidade, todas as noites de sua vida.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Arthur Virgílio.

           Ouço o Senador Geraldo Mesquita e, em seguida, o Senador Ramez Tebet.

           O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - AC) - Querido Senador Romeu Tuma, se houvesse um resquício de verdade na notícia no mínimo equivocada que foi publicada a seu respeito e da qual V. Exª trata neste momento, eu me arrisco a dizer que V. Exª sumiria no mundo. Se houvesse alguma veracidade nessa notícia, tenho certeza absoluta que V. Exª, como qualquer outro homem, não suportaria o peso da vergonha e sumiria no mundo. Senador Tuma, eu permaneço nesta Casa mesmo tendo sido alvo e vítima de uma notícia espalhafatosa que me atribuiu um fato inverídico. Se aquela notícia fosse verdadeira, desde àquela época V. Exª não me veria mais nesta Casa. Eu teria sumido, de vergonha dos meus Pares, da minha família e da população do meu Estado. Eu permaneço aqui porque a notícia é inverídica. E olhe, eu morrerei defendendo esta tese, Senador Romeu Tuma: mesmo com os equívocos e excessos, a imprensa e o Ministério Público devem permanecer agindo como estão agindo. Eu me atrevo, inclusive, a oferecer outra sugestão a esta Casa: é chegado o momento de, talvez, a partir do Presidente Renan Calheiros, promovermos um grande seminário nesta Casa, um grande debate em torno desta questão imprensa/repercussão de matérias como esta, que são por vezes feitas de afogadilho e desprovidas daquele grau de responsabilidade que todos esperamos. Então, talvez seja este o momento, no nosso País, de travarmos um grande debate, um debate elevado acerca da postura, acerca do comportamento da imprensa neste País. Acho que seria saudável, salutar, para a imprensa, para as instituições públicas, para o povo brasileiro que travássemos esse grande debate. Senador Romeu Tuma, não é fácil alcançar essa posição de V. Exª, com a idade que V. Exª tem, com essa carapinha branca ostentando a respeitabilidade da qual V. Exª goza dos seus Pares, do povo da sua terra e do povo brasileiro. Parabéns pela defesa que V. Exª faz da sua honra nesse momento.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Obrigado, Senador Geraldo Mesquita.

           Queria dizer a V. Exª que sempre fui favorável à liberdade de imprensa. No outro mandato, fui designado para relatar a Lei da Censura. Eu disse que era contrário, que daria o voto contrário, e passaram para outro Senador. Não sou favorável a nenhum tipo de censura. Sou favorável à responsabilidade de se publicar aquilo de que se tenha certeza e objetivamente possa trazer algum tipo de correção no que se escreve e no que se fala.

           Concedo um aparte ao Senador Ramez Tebet e, em seguida, ao Senador Heráclito Fortes.

           O Sr. Ramez Tebet (PMDB - MS) - Senador Romeu Tuma, queria tranqüilizá-lo, apesar de saber que V. Exª está tranqüilo. Quem leu essa notícia não acreditou, em função do passado de V. Exª de homem íntegro, honrado, de grandes serviços prestados a este País, como chefe da Polícia Federal, e enormes serviços prestados a esta Casa. O que importa é que quem leu a notícia não acreditou porque V. Exª é um homem digno, um grande chefe de família, um defensor dos interesses de São Paulo e do País. Não estou dizendo isso pela amizade fraterna que nos une. Estou dizendo isso porque realmente é o que o povo pensa de V. Exª.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Ramez. V. Exª não é meu amigo, mas meu irmão. V. Exª sabe disso e isso é o que conservo no meu coração.

           Ouço o Senador Heráclito Fortes.

           O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Meu caro Senador Romeu Tuma, por este aparte, quero lhe prestar a mais ampla e irrestrita solidariedade. A indignação de V. Exª é própria dos homens sérios que não se conformam em ver o seu nome envolvido em matéria dessa natureza. Espero que, o mais breve possível, esses fatos todos sejam esclarecidos. Nós já convivemos com algumas listas falsas, inclusive a Lista de Furnas. Espero que esses fatos sejam esclarecidos e que os culpados sejam apontados e punidos. Com relação a V. Exª, o PFL se orgulha de tê-lo nos quadros e eu mais ainda de tê-lo como meu amigo. E o Brasil sabe de antemão que tudo não passa de uma calúnia infundada em cima de um homem que é orgulho para a Nação. Muito obrigado.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Obrigado a V. Exª, Senador Heráclito.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Ouço o Senador Augusto Botelho. E peço licença ao Presidente.

           O Sr. Augusto Botelho (PDT - RR) - Senador Tuma, venho me somar a todos os que me antecederam e dizer que V. Exª tem a minha irrestrita solidariedade. Tenho visto em V. Exª um exemplo de homem de família aqui nesta Casa, de homem honrado e de posições firmes. E conheço a sua história de contribuição para a democracia no Brasil. Tenho certeza de que isso não vai manchar a sua honra e que todos que leram farão como o Senador Ramez Tebet falou: quem lê isso sabe que V. Exª não tem essa mancha. E o exemplo maior de V. Exª é quando abre as suas contas bancárias, demonstrando que merece ser o Corregedor desta Casa. Para nós é uma honra tê-lo como Corregedor e como colega nesta Casa. Muito obrigado.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Augusto Botelho.

           Ouço o Senador Flexa Ribeiro. Em seguida, o Senador Juvêncio da Fonseca.

           A Srª Ana Júlia Carepa (Bloco/PT - PA) - Olhe para o seu lado esquerdo, Senador Romeu Tuma.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Desculpe-me, Senadora Ana Júlia.

           O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Nobre Senador Romeu Tuma, V. Exª ocupa a tribuna para dizer o que a Nação brasileira já sabe. Não somente os seus Pares, por unanimidade, sabem do caráter ilibado, honrado de V. Exª, da forma como V. Exª se porta, não só no exercício do seu mandato, como na sua vida pessoal e familiar. V. Exª, que é para nós o guardião da lei, como bem disse, não teria necessidade de vir à tribuna explicar, até porque a fonte utilizada pela revista já disse que não fez nenhuma referência ao assunto publicado. Fique certo V. Exª de que a forma como V. Exª defende o Estado de São Paulo, que, com brilhantismo, aqui representa, e o Brasil é reconhecida por todos os cidadãos brasileiros. O seu passado responde pelo seu presente e pelo seu futuro.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Obrigado, Senador.

           Concedo um aparte ao Senador Juvêncio da Fonseca.

           O Sr. Juvêncio da Fonseca (PSDB - MS) - Senador Romeu Tuma, a Polícia Federal é uma instituição de grande credibilidade popular. Gostaria que todas as instituições brasileiras, inclusive o Congresso, merecessem esse respeito que a população tem pela Polícia Federal, e V. Exª ajudou a construir essa respeitabilidade. V. Exª foi chefe da Polícia Federal e ali mostrou que sempre esteve e estará do lado bom da História, ou seja, não estará, jamais, do lado do bandido. Pude perceber em Cuiabá, quando fomos ouvir o Comendador Arcanjo, que V. Exª fez uma pergunta, indignado, dizendo o seguinte: “Sr. Arcanjo, o senhor já foi policial. Como pode deixar o lado da Justiça e ficar do lado do bandido?” V. Exª não tem esse perfil. Jamais o terá. É bom registrar que um dos tijolos mais fortes da construção da imagem da Polícia Federal diante do povo brasileiro foi colocado por V. Exª. Muito obrigado.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Juvêncio, sempre carinhoso comigo.

           Ouço V. Exª, Senador Sérgio Cabral.

           O Sr. Sérgio Cabral (PMDB - RJ) - Senador Romeu Tuma, gostaria de hoje estar ouvindo V. Exª falar a respeito da grave crise que se abate sobre a Grande São Paulo, sendo V. Exª um especialista na matéria, respeitado não só no plano nacional como no plano internacional pelos grandes serviços que prestou à área de segurança pública neste País. Todavia, infelizmente, os fatos levam V. Exª a defender a sua honra. Então, quero manifestar toda a minha solidariedade, o meu apoio as suas palavras, e dizer o que todos os nossos colegas já disseram e reafirmar o nosso respeito pela biografia de V. Exª, pelos serviços prestados por V. Exª não só na área de segurança pública, mas como Senador inclusive ratificado nas urnas nas eleições de 2002. V. Exª Tem o meu afeto e o meu abraço.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Sérgio Cabral. Quero dizer a V. Exª que ontem vim a Brasília para tratar desse assunto. Com os graves acontecimentos em São Paulo, vim à tribuna, coloquei o luto, fiz referência aos tristes acontecimentos e comentei todas as ocorrências que lá existiram. Por isso que, hoje, ainda com amargura no coração, eu não quis tratar novamente do assunto, porque não poderia deixar em branco isso.

           Quem sabe, amanhã, sendo V. Exª o Governador do Rio de Janeiro, não me convida para ser o Secretário de Segurança e eu, talvez, consiga resolver alguns problemas.

           O Sr. Sérgio Cabral (PMDB - RJ) - Senador Romeu Tuma, a palavra de V. Exª tem fé pública. Já está assumido o compromisso publicamente no plenário do Senado.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador. Boa sorte e que Deus o abençoe!

           O Sr. Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - V. Exª me permite um aparte?

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Concedo o aparte ao Senador Wellington Salgado de Oliveira, meu querido amigo.

           O Sr. Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - Senador Romeu Tuma, como sou novo na Casa, sempre digo que onde consigo acumular mais sabedoria é naquelas conversas informais, fora do plenário. Em algumas conversas, V. Exª me disse que seu pai criou toda a família vendendo gravatas, não é isso? Quer dizer, ele era um homem sério, que vivia das vendas de gravatas, e que transmitiu princípios a V. Exª e à sua família. Esses princípios acabaram fazendo com que V. Exª, como disseram alguns Senadores, tenha ficado conhecido como “Xerife” do Brasil. Eu tive oportunidade também de participar da visita ao Comendador em Cuiabá, na qual V. Exª deixou bem claro que polícia é polícia e bandido é bandido. É realmente uma infelicidade incrível e uma covardia a revista publicar esse tipo de matéria com o nome de V. Exª. No momento em que São Paulo precisa de V. Exª, como foi bem salientado pelo Senador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, V. Exª não deveria estar aqui se explicando e colocando suas contas à disposição; mas, sim, mostrando soluções para o problema que ocorreu em São Paulo. Tenho certeza de que, se V. Exª fosse o Governador ou o Secretário de Segurança de São Paulo, isso não teria acontecido porque V. Exª tem sabedoria, conhecimento, técnica e tática para evitar isso. Sou solidário a V. Exª. Ao mesmo tempo, fico triste por vê-lo na tribuna tendo que abrir todo o seu sigilo para mostrar que é honesto, quando todos sabem que V. Exª o é. Qual é o lado a que V. Exª pertence? É o lado contrário ao do bandido. Desse lado sempre estará V. Exª, sempre estará o nosso “Xerife”, o Senador Romeu Tuma.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Concederei a palavra ao Senador Edison Lobão. Depois, ao Senador Antonio Carlos Magalhães.

           O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Os políticos, Senador Romeu Tuma, sofrem pelo que fazem e penam pelo que não fazem. É o que ocorre com muitos de nós. V. Exª não foi isentado disso. Temos, na vida pública, uma larga avenida para servir ao povo. No entanto, temos que reservar também um espaço para o calvário. É o que está acontecendo. Atiram-se acusações contra todos os homens públicos sem nenhuma demonstração, sem nenhum prova, sem nenhum cabimento, sem nenhuma procedência. Depois, que o político procure demonstrar o contrário, ou seja, que nada deve, que nada fez de errado. Conheço a pureza de V. Exª. Com a energia de quem comandou a Polícia Federal é, todavia, um homem ameno, de coração generoso e aberto. É incapaz de um ato menos digno na vida pública. Portanto, Senador Romeu Tuma, V. Exª tem a minha completa solidariedade. E estou no convencimento de que também tem o reconhecimento e a solidariedade do povo brasileiro.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Senador Edison Lobão, tenho uma dívida eterna com V. Exª. Num momento difícil de minha carreira profissional, V. Exª, sem ter nenhuma intimidade comigo, pegou o telefone e colocou à minha disposição a Secretaria de Segurança do Maranhão, quando V. Exª era Governador. Jamais esquecerei esse carinho que V. Exª tem para comigo.

           Concedo um aparte ao Senador Antonio Carlos Magalhães.

           O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Senador Romeu Tuma, eu o conheço de longa data. V. Exª já exerceu cargos não só na Polícia Federal, como também na Polícia Estadual e na Receita Federal. Nunca ninguém ousou atacar a honra de V. Exª. Eu conheço até a intimidade do seu lar e a vida modesta que V. Exª leva com a sua esposa e a sua família. De maneira que, quando V. Exª é atacado, perdem-se todas as noções de valores neste País, porque V. Exª é inatacável, pela vida que leva, pela sua correção e até mesmo pelo lado emotivo com que V. Exª conduz a sua vida. V. Exª não merecia, e não merece, isso. Daí eu fazer questão de fazer este aparte de apoio.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Agradeço a V. Exª o aparte, Senador Antonio Carlos Magalhães, um dos grandes líderes nacionais. E, vindo de V. Exª, meu coração se enche de alegria, tenha certeza disso.

           Concedo um aparte à Senadora Ana Júlia Carepa.

           A Srª Ana Júlia Carepa (Bloco/PT - PA) - Senador Romeu Tuma, fiz questão de vir aqui prestar solidariedade a V. Exª. Infelizmente, não estava presente na Casa, mas soube que o Senador Ney Suassuna também falou, a quem desejo prestar a minha solidariedade, e ouvi ainda, na Rádio Senado, o Senador Papaléo Paes, a quem também desejo prestar minha solidariedade. Mas, já que estou aqui, não poderia deixar de prestar minha solidariedade a V. Exª, em face de ataque tão injusto. Sofri na pele o que é ser injustiçado, atacado e caluniado, Senador Romeu Tuma. Nós defendemos a liberdade de imprensa - sei que V. Exª a defende -, mas liberdade de imprensa não significa irresponsabilidade, inconseqüência. Há uma grande diferença. V. Exª está sendo vítima dessa irresponsabilidade e dessa inconseqüência que ataca qualquer coisa, que diz qualquer coisa. Temos, sim, que defender a liberdade de imprensa, mas não podemos defender a inconseqüência do exagero das calúnias feitas com o único objetivo de atingir lideranças como V. Exª, porque alguém se sentiu incomodado pelo fato de V. Exª ter cumprido seu papel de mandar investigar uma ilegalidade cometida. Sei o que é isso, Senador. Então, pela sua figura, quero aqui deixar registrada a minha solidariedade a V. Exª, ao Senador Papaléo Paes e ao Senador Ney Suassuna.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senadora Ana Júlia.

           Senador Efraim.

           O Sr. Efraim Morais (PFL - PB) - Senador Romeu Tuma, serei rápido, porque, graças a Deus, tenho a felicidade de gozar da intimidade de sua família. Sou amigo dos seus filhos. Tenho a maior estima e o maior respeito por V. Exª. Acho que a solidariedade a V. Exª, neste momento, faz-se desnecessária, até por que basta a sua história. A história de um homem que, durante toda a sua vida, combateu exatamente a criminalidade. Então, quero dizer a V. Exª que esta Casa se sente incomodada pelo o que estão tentando fazer com V. Exª. Mas não tenho a menor dúvida de que, neste momento, os oitenta Senadores e Senadoras, companheiros de V. Exª, têm que vir aqui para dizer que é um exemplo, tem história, tem serviço prestado ao seu Estado de São Paulo e ao País. Então, fique tranqüilo, porque estamos todos juntos e sabemos tudo sobre V. Exª, do homem, do pai de família e do Parlamentar. Estamos todos do seu lado, Senador Romeu Tuma.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Efraim, pelo carinho.

           Senador Amazonino e, em seguida, o Senador César Borges e o Senador Azeredo. (Pausa.)

           Senador Mestrinho, desculpe-me, meu Líder do Amazonas. Dormimos no mesmo quarto, na Amazônia, junto com o Exército brasileiro; e ele me disse que não tinha problema porque ele já tinha dormido numa taba de índio, com vários índios. Ele é descendente de índio, o que realmente representa a Amazônia que tanto amamos. O Senador Mestrinho é um mestre aqui dentro, principalmente no que se refere ao Norte do País.

           O Sr. Gilberto Mestrinho (PMDB - AM) - Nobre Senador Romeu Tuma, conheço V. Exª há muito tempo. E, como disse o Senador Efraim, a história de V. Exª, os longos anos de policial e depois de político fizeram com que o Brasil inteiro jamais pusesse em dúvida a sua integridade, a sua honorabilidade, a sua seriedade. Sobretudo, uma característica muito marcante em V. Exª é a lealdade: lealdade a princípios, lealdade àquilo que é correto e aos amigos. Então, Senador Tuma, minha solidariedade, meu respeito; e as palavras de todos são endossadas por mim. Muito obrigado.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Mestrinho, pelo carinho com que sempre me tratou e pelas suas palavras que pronunciou agora.

           Senador César Borges.

           O Sr. César Borges (PFL - BA) - Senador Romeu Tuma, V. Exª merece de todos nós aqui da Casa sempre um reconhecimento da maneira como V. Exª cuida do Senado, como Corregedor desta Casa, sempre atuando de forma extremamente correta, que merece o nosso reconhecimento e nosso aplauso porque preserva sempre esta Casa. Então, V. Exª deve-se sentir tranqüilo porque o reconhecimento de seus colegas acho que traduz também o reconhecimento da Nação pelo homem público que V. Exª é, dos seus concidadãos do Estado de São Paulo. Portanto, fique tranqüilo, Senador Romeu Tuma, que a sua vida pública, sem sombra de dúvida, é uma página que enobrece a política brasileira. Isso, lamentavelmente, são os tempos que vivemos. Esses atos, desprovidos de qualquer fundamento, perturbam a vida política brasileira e promovem tantas injustiças. Mas V. Exª, com certeza, com seu alto, elevado espírito público e, também, com o espírito que carrega de homem de boa vontade, vai passar por cima desses episódios, que não arranham nem de longe todo o trabalho que V. Exª realizou. Portanto, neste momento, desejo me solidarizar, estar presente e agradecido de ter um companheiro no Senado e um companheiro do meu Partido da Frente Liberal, pois V. Exª enobrece qualquer agremiação política. E V. Exª é, sem sombra de dúvida, um desses que merece o nosso aplauso contínuo. Muito obrigado.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Obrigado pelo carinho, Senador.

           Ouço o Senador Garibaldi Alves Filho.

           Sr. Presidente, V. Exª me desculpe...

           O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Não, V. Exª fique à vontade.

           O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) - Senador Romeu Tuma, também não poderia faltar com a minha palavra de solidariedade a V. Exª. É lamentável que uma homem como V. Exª tenha de vir à tribuna para esclarecer uma denúncia que é falsa, absurda, como seria qualquer denúncia contra V. Exª. Há um paraibano ilustre que fazia política na Paraíba, fronteira com o Rio Grande do Norte, e falava, Senador Romeu Tuma, muito baixo. Naquela oportunidade, era o Senador José Américo de Almeida. E perguntaram a ele: “Por que V. Exª está falando tão baixo?” Ele disse: “Eu estou falando baixo assim, para que no Rio Grande do Norte não saibam que eu preciso pedir voto, ainda, na Paraíba, depois de tudo o que já dei à Paraíba, depois de toda a minha carreira”. Pois é isso o que vão ver em V. Exª. Vão dizer: “Mas o quê? O Senador Romeu Tuma? É um absurdo!”

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Garibaldi. E V. Exª sabe o respeito que eu tenho por sua pessoa.

           Senador Almeida Lima, desculpe-me. Eu não o chamei porque o perdi de vista. Mas eu agradeço o seu aparte.

           O Sr. Almeida Lima (PMDB - SE) - Nobre Senador, Romeu Tuma, eu não tenho nenhuma dúvida sobre o comportamento de V. Exª. Fiquei surpreso, sobretudo porque não dúvida sobre esse comportamento. Mas estou apreciando, exatamente, o fato de que V. Exª está perseguindo o esclarecimento desses fatos. Isso é extremamente importante. Às vezes, aqueles que são denunciados usam a tática - com a qual eu não concordo e nunca usei na minha vida pública - que é partir para o ataque. Eu não. Se sou acusado, eu prefiro me defender. E o que V. Exª está fazendo é uma defesa, são explicações, e isso é extremamente importante - embora, para mim, elas sejam desnecessárias. Minha solidariedade, portanto.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Almeida Lima.

           Senador Tião. A V. Exª, desde já, agradeço o aparte.

           O Sr. Tião Viana (Bloco/PT - AC) - Senador Tuma, apenas para estender, como o fizeram meus colegas Senadores, a V. Exª meu respeito, pois acho que V. Exª exerce com muita responsabilidade seu mandato. Não procuro emprestar uma opinião que não seja sincera e não procuro emprestar uma opinião que venha apenas agradar ao ego de V. Exª. Expresso, sim, minha certeza de que não há correspondência entre a vida de V. Exª e esse tipo de conta em euros milionários fora do Brasil. Tenho certeza de que o Dr. Paulo Lacerda, pela vida modesta, pelo tipo de vida profissional que leva, também é vítima de uma injúria, como o é o Presidente Lula e outros que ali estão citados. Acho que é uma lista completamente falsa, feita com o propósito de macular a dignidade alheia. Por essa razão, eu expresso aqui, com muita tranqüilidade, sem querer em nada agradar ao ego de V. Exª, mas apenas sendo honesto, meu respeito. E acredito que V. Exª é vítima de uma injúria e não é merecedor desse tipo de acusação.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Tião. Vindo de V. Exª, sinceramente, eu acho que é uma coisa muito boa para gente.

           Senador Azeredo. Em seguida, Senador Sibá.

           O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senador Romeu Tuma, da mesma forma que os nossos colegas já se pronunciaram, eu quero aqui trazer o meu abraço a V. Exª. Nós aprendemos a conhecê-lo desde o seu tempo de “Xerife” mesmo, como era chamado em São Paulo, e vejo aqui no Senado toda a linha de tranqüilidade da sua atuação. A busca da verdade deve ser permanente e nós não podemos permitir que essa histeria informativa leve à desinformação, que é o que infelizmente tem acontecido. De maneira que sua explicação se torna desnecessária em virtude da sua história política, da sua história pessoal. Mas queria deixar aqui também a minha palavra de solidariedade e, ao mesmo tempo, a minha palavra de alerta, diria, para que - volto a dizer - essa histeria informativa não acabe levando ao enfraquecimento da representação popular.

           O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Senador Tuma, pediria apenas a V. Exª que, se possível, recomendasse aos aparteantes que sintetizassem, porque vamos votar o Item 1 da Ordem do Dia e vamos ter, em seguida, uma solenidade fora do plenário, em comemoração aos 180 anos da Biblioteca do Senado Federal.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Só tenho inscritos aqui o Senador Sibá e o Senador Paim. Ah! O Senador Ney agora... Eu pediria, então... O carinho de levantarem o microfone já me dá uma alegria imensa. Para atender ao Sr. Presidente, peço...

           O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª me permite um aparte também, Senador Tuma?

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Pois não.

           Senador Sibá.

           O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Senador Tuma, em primeiro lugar, agradeço ao Senador Renan Calheiros por ter permitido que todos, neste momento, neste plenário, possam prestar solidariedade a V. Exª. É o que eu quero fazer também. Torno minhas as palavras dos demais, acrescentando que o Romeu Tuma que conhecemos é este aqui. Não há outro! Só existe um. V. Exª tem todo o nosso respeito, a nossa admiração e, acima de tudo, nossa confiança em V. Exª como homem público íntegro e acima de qualquer suspeita.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado. Senador.

           O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - V. Exª ajudou a enaltecer o nome da Polícia Federal. Portanto, por todos os postos públicos por onde passou V. Exª foi motivo de admiração. A V. Exª a nossa mais sincera solidariedade.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Obrigado, Senador Sibá Machado.

           Ouço o Senador Paulo Paim.

           O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador Romeu Tuma, penso que em uma frase eu resumo. Eu diria que a imagem de V. Exª é a imagem da Casa. Por isso V. Exª é o guardião da ética e do bom nome desta Casa e da sua própria história. Minha total solidariedade.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Paulo Paim. Ouvirei o Senador Ney Suassuna e, em seguida, o Senador Eduardo Suplicy.

           O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Senador Tuma, infelizmente a vida pública tem essa faceta tão dolorosa e não só para nós. O problema não nos atinge apenas como pessoas públicas que nos lançamos nesta vida. Alcança familiares, que sofrem, que sentem todo o peso e ficam a nos telefonar, indagando se já houve alguma novidade, se conseguiram provar... Não é V. Exª quem tem de provar, e sim quem está acusando V. Exª. E V. Exª, que nós conhecemos e de cuja lisura sabemos, está sofrendo injustamente. Por isso, a minha solidariedade e a minha certeza de que V. Exª sairá disso por cima, porque quem não deve não teme.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Obrigado, Senador Ney Suassuna.

           Ouço o Senador Eduardo Suplicy.

           O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Romeu Tuma, eu gostaria de aproveitar esta oportunidade - porque não falei hoje quando os Srs. Senadores Ney Suassuna e Papaléo Paes estavam na tribuna - para dizer que considero importante esse esclarecimento que os três realizaram hoje e para, de pronto, dizer que não há qualquer dúvida a respeito do procedimento que cada um teve com respeito ao que foi afirmado por uma publicação ou outra. Avalio que V. Exª aqui está transmitindo a todos nós que não há qualquer fundamento na informação divulgada na revista Veja, a qual incluiu outras pessoas, como o Diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, cuja seriedade de trabalho fui testemunha durante o período que aqui colaborou com V. Exª. Nas inúmeras vezes em que precisei encaminhar informações a ele, sempre percebi nele seriedade de propósitos. Como V. Exª também aqui se referiu aos episódios ocorridos ontem em nossa cidade, em nosso Estado, e como daqui a instantes apresentarei - aliás, o Senador Arthur Virgílio está fazendo o mesmo e eu assinei o dele - um Requerimento de Pesar por todos os Policiais Militares e Civis que, nesses últimos dias, foram vítimas de atentados por parte de pessoas que agiram de forma tão bárbara, eu queria, neste instante, fazer um convite a V. Exª para também assinar esse Requerimento de Pesar. E, antes de encaminhá-lo,...

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Já estou com o luto na lapela.

           O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Com o mesmo sentido, Senador Romeu Tuma.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Obrigado, Senador.

           Senador Renan Calheiros, outros Senadores levantaram o microfone. Se V. Exª permitir,...

           O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Pediria apenas que fossem breves.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Senador Amir Lando, Senador João Tenório e Senador Romero Jucá.

           O Sr. Amir Lando (PMDB - RO) - Senador Romeu Tuma, a Casa é testemunha: V. Exª tem a solidariedade de todos nós. A autoridade tem que ser preservada. Nós não podemos entrar nesse processo de achincalhe geral. Pessoas como V. Exª são símbolos de dignidade e de respeito e, sobretudo, de conduta exemplar, seja antes como policial, seja agora como Senador. Em todos os cargos que V. Exª desempenhou, como na Receita Federal, sempre foi uma referência ética e moral. Nesta hora entendo que a indignação de V. Exª é até pequena, porque a nossa solidariedade é maior. Todo o Senado Federal - também todo o Congresso - poderá dizê-lo. Receba o nosso respeito e a nossa admiração e saiba que a Nação tem que respeitar homens ilibados; senão a ousadia armada alcançará a todos, a qualquer um. Hoje estamos vivendo esse estado de beligerância porque há uma crise de autoridade, uma crise que começa, sobretudo, pelo desrespeito, pelo achincalhe, pelo estiolamento dos valores morais e éticos que sustentam qualquer nação e, principalmente, a República brasileira. Parabenizo V. Exª. Receba a nossa solidariedade, como deve ser a da Nação inteira.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador.

           Ouço o Senador João Tenório.

           O Sr. João Tenório (PSDB - AL) - Senador Romeu Tuma, a presença de V. Exª na tribuna é importante muito mais para dar-lhe oportunidade de manifestar a sua indignação e seu inconformismo com esses fatos que envolveram o nome de V. Exª, mas perfeitamente dispensável, do ponto de vista de explicação, porque o seu nome passou a ser um símbolo muito antes de V. Exª estar aqui, ou seja, da sua presença no Senado. V. Exª sempre representou aquele guardião final e maior dos interesses morais e éticos deste País. Portanto, repito, a nossa solidariedade é absoluta e dispensáveis seriam as explicações que V. Exª se dispõe a dar.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador.

           Ouço o Senador Romero Jucá.

           O Sr. Romero Jucá (PMDB - RR) - Senador Romeu Tuma, ontem já tive a oportunidade de me manifestar pela Liderança do Governo sobre todas essas questões a que V. Exª se referiu. Mas quero novamente, para que fique registrado, hipotecar minha solidariedade e dizer que toda a Casa, por uma voz só, falou nesta tarde e que V. Exª tem a solidariedade de todos os seus Pares. Tenho certeza de que não só nós, mas o povo de São Paulo e do Brasil, conhece a trajetória política de V. Exª, a seriedade e a responsabilidade com que exerceu todas as funções públicas por que passou no Governo Federal e no Estado de São Paulo. Eu sei que V. Exª está magoado e machucado por conta dessa agressão, mas receba a nossa amizade, a nossa homenagem, a nossa solidariedade, porque sabemos que V. Exª é um homem de que o Brasil tem orgulho. Meus parabéns!

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Sr. Presidente, agradeço a V. Exª pela tolerância e a Deus pela manifestação de carinho de todos aqueles que ocupam hoje este Parlamento. Eu gostaria, se V. Exª permitir, de dizer que vim a esta tribuna para homenagear a minha esposa e os meus filhos que, desde o primeiro instante, ficaram ao meu lado e cumpriram, no Dia das Mães, Senadora Ana Júlia, um carinho muito maior para comigo do que para com a minha esposa Zilda, porque ela também foi solidária e intensamente sincera na conduta, para que eu não esmorecesse na luta para demonstrar a dignidade e o trabalho que nós temos feito.

           Obrigado.

           O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Senador Romeu Tuma, todos nós conhecemos V. Exª e, em nome dos integrantes da Mesa, eu gostaria de reafirmar a confiança e o respeito que todos nós temos por V. Exª. Não é por acaso que V. Exª há muitos anos é o Corregedor do Senado Federal.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Eu agradeço a confiança de V. Exª em ter me mantido.

           O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - V. Exª exerce esse cargo pelo respeito e confiança que temos em V. Exª.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado.

           O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Eu poderia dizer isso aqui como já falei do Senador Papaléo Paes e do Senador Ney Suassuna também.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/05/2006 - Página 16751