Discurso durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a oferta de ajuda por parte do governo federal ao governo do Estado de São Paulo, para combater a violência no Estado. Destaque para o empresário José Mindlin, considerado o maior bibliófilo do país, pela doação para a Universidade de São Paulo (USP) parte de seu acervo pessoal: as obras de estudos brasileiros, conhecidas como Brasilianas.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA. POLITICA CULTURAL.:
  • Considerações sobre a oferta de ajuda por parte do governo federal ao governo do Estado de São Paulo, para combater a violência no Estado. Destaque para o empresário José Mindlin, considerado o maior bibliófilo do país, pela doação para a Universidade de São Paulo (USP) parte de seu acervo pessoal: as obras de estudos brasileiros, conhecidas como Brasilianas.
Publicação
Publicação no DSF de 18/05/2006 - Página 17262
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA. POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • ELOGIO, CONDUTA, MARCIO THOMAZ BASTOS, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), APRESENTAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), PROPOSTA, AUXILIO, RESTABELECIMENTO, ORDEM PUBLICA, AMBITO ESTADUAL.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), NEGOCIAÇÃO, AUTORIDADE, GOVERNO ESTADUAL, COMANDO, CRIME ORGANIZADO, OBJETIVO, CESSAÇÃO, VIOLENCIA, ATENTADO, AREA PUBLICA, AMBITO ESTADUAL.
  • REGISTRO, DECISÃO, ESCRITOR, INTELECTUAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DOAÇÃO, ACERVO BIBLIOGRAFICO, PROPRIEDADE PARTICULAR, BIBLIOTECA PUBLICA, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP).

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, inclusive sobre a nota lida agora pelo Senador Leonel, quero aqui registrar que considerei muito positiva a atitude do Ministro Márcio Thomaz Bastos, que, seguindo a orientação do Presidente Lula, resolveu ir ao Palácio dos Bandeirantes na segunda-feira para dialogar com o Governador Cláudio Lembo. S. Exª ali manifestou a disposição de o Governo Federal ajudar o Governo do Estado de São Paulo no que diz respeito às Forças de Segurança colaborarem a fim de resolver a grave crise que ocorreu - como nunca tinha acontecido - em nossa cidade e no Estado de São Paulo.

O Ministro Márcio Thomaz Bastos primeiro falou da importância da colaboração, que já estava acontecendo, da Polícia Federal com as autoridades de segurança da Polícia Civil e da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Ofereceu a Força Nacional de Segurança, que é composta por forças de todos os Estados agindo coordenadamente, se isso se fizesse necessário, e também o Exército, se fosse preciso. O Governador Cláudio Lembo agradeceu essa disposição do Governo Federal, do Presidente Lula e, sobretudo, as palavras do Ministro Márcio Thomaz Bastos. E isso foi o que, de fato, aconteceu.

Quero dizer ao ex-Governador Geraldo Alckmin que o sentido de suas palavras não condiz exatamente com a disposição do Presidente Lula e do Ministro Márcio Thomaz Bastos de cooperar, de fato, com as Forças de Segurança do Governo do Estado de São Paulo.

Quero inclusive transmitir aqui que, na segunda-feira, telefonei para o Governador Cláudio Lembo, por volta das 10 horas, colocando-me à disposição para colaborar no que fosse necessário e continuo reiterando essa minha disposição.

Considero que, quando o Governador Cláudio Lembo autorizou, por intermédio do Secretário Nagashi Furukawa - conforme ele explica na sua entrevista feita hoje ao jornal O Estado de S. Paulo -, que houvesse um diálogo de uma advogada com aquele que é considerado líder do PCC, o Sr. Marcola, e ainda com outras lideranças no presídio de Presidente Bernardes, assegurando que isso fosse realizado na presença de funcionários da penitenciária para garantir o princípio da legalidade até as últimas conseqüências, isso não significou um acordo, mas um diálogo, que acabou cooperando para que houvesse a sustação daqueles atentados. Como isso significou, provavelmente, que outras vidas de inocentes tivessem sido poupadas, avalio que é perfeitamente compreensível essa decisão do Governador Cláudio Lembo e do Secretário Nagashi Furukawa, conforme hoje ouvimos na argüição da Srª Carmem Lúcia, que tão lucidamente expôs que, em uma situação como essa, diante das informações que se poderia ter, isso poderia ser perfeitamente admissível.

Então, o editorial “A Disciplina Militar do PCC”, já citado hoje pela Senadora Ideli Salvatti, conclui que “além disso, é preciso que, em hipótese alguma, as autoridades negociem com bandidos. Fazê-lo, qualquer que seja o pretexto, significa reconhecer o crime organizado como força política legítima, e isso é intolerável”.

Ocorre que há certas circunstâncias como a de se salvar vidas. Vamos supor que estivesse em jogo a vida de um filho meu, de um filho de qualquer Senador, de um filho do Sr. Rui Mesquita. Nessas circunstâncias, sabe-se perfeitamente que, às vezes, se faz necessário um diálogo que não signifique aprovar qualquer medida abusiva.

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT - AC) - Senador Eduardo Suplicy, concedo mais cinco minutos a V. Exª.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Concluindo, Sr. Presidente, quero apenas fazer um registro de um ato extremamente importante ocorrido hoje na Universidade de São Paulo. José Mindlin, que há mais de 70 anos vem aumentando sua coleção chamada “Brasiliana”, fez a doação de cerca de 20 mil volumes dessa coleção para a Universidade de São Paulo, em cerimônia hoje realizada perante o Conselho Universitário da USP.

Esse tipo de doação permitirá que estudantes, professores e usuários da USP possam ter e utilizar a maior coleção de brasilianas do mundo. O fato é muito importante e merece o nosso cumprimento ao Sr. José Mindlin.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/05/2006 - Página 17262