Discurso durante a 47ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, em resposta ao discurso da Senadora Ideli Salvatti.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Defesa do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, em resposta ao discurso da Senadora Ideli Salvatti.
Publicação
Publicação no DSF de 28/04/2006 - Página 13686
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, SENADOR, SAIDA, PLENARIO, POSTERIORIDADE, ACUSAÇÃO, ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB), IMPEDIMENTO, DEBATE.
  • CRITICA, AUTORITARISMO, GOVERNO FEDERAL, TENTATIVA, RESTRIÇÃO, LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DEFESA, ORADOR, PRESIDENTE, ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB), DENUNCIA, CORRUPÇÃO, POLITICA NACIONAL, DISCURSO, POSSE, PRESIDENCIA, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, associo-me à Senadora Ideli Salvatti, congratulando-me com a felicidade inicial da sua intenção e, em nome do meu Partido, presto as homenagens devidas à Ministra Ellen Gracie.

Mais uma vez, a Senadora Ideli foge do plenário! Quero que isso fique registrado nos Anais da Casa, porque, aqui, ela acusa a Ordem dos Advogados do Brasil: envergonha-se com o pronunciamento feito, envergonha-se com a liberdade de expressão. E, aí, quando digo que o País sofre de amnésia, ou que alguns setores dele, a prova maior está aqui.

No Governo passado, Presidente da República e Vice-Presidente ouviram discursos duros do representante da Ordem dos Advogados em Sessão igual a esta de hoje. Acontece que o Governo atual, autoritário como é, não quer que a Ordem dos Advogados se sente à mesa e tenha direito à voz num ato que é secular. Queria que o Presidente da Ordem, como à época da ditadura, fizesse um discurso bajulatório ao Poder de plantão?

Não! O Presidente da Ordem tem o direito de denunciar ao País o estado em que vivemos. E diz que a maneira foi covarde porque não é dado ao Presidente da República o uso da palavra. Sabemos nós que o Presidente da República, como maior autoridade do País, pode fazer uso, é só pedir.

Que contradição: o Presidente da República, quando ataca as pessoas, quando agride as oposições, não dá direito à réplica nem à resposta. Não sei como não tiveram coragem de pedir a prisão do presidente da Ordem dos Advogados! Que viés autoritário esse!

Vejam bem, é a mesma Líder que pediu que se fiscalizasse, por intermédio de circuito interno, o direito de ir e vir de seus colegas Senadores. Minha gente, onde nós chegamos?! Nem a posse da Presidente do Supremo pode merecer a saudação livre e soberana do presidente da Ordem dos Advogados. É o fim do mundo! É fim de Governo! Lamento, Sr. Presidente, que o nosso País esteja vivendo assim.

E ela, de uma maneira corajosa, diz que vai agora aos ministérios fazer fisiologismo com o seu governador, que não é nem do seu Partido e, ao que se sabe, não fará coligação com os seus. Vai fazer fisiologismo; naturalmente, com o genro do Lula ao lado, aproveitando-se das vizinhanças para fazer o fisiologismo que depois não poderá justificar.

Sr. Presidente, agradeço a V. Exª por me dar o direito de demonstrar a minha indignação, de vir a esta tribuna simbolizada por Rui Barbosa. É inaceitável um Senador querer calar a voz dos advogados brasileiros!

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/04/2006 - Página 13686