Discurso durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Desmoralização do Poder Legislativo com a absolvição pela Câmara dos Deputados de parlamentares citados pela CPMI dos Correios.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).:
  • Desmoralização do Poder Legislativo com a absolvição pela Câmara dos Deputados de parlamentares citados pela CPMI dos Correios.
Publicação
Publicação no DSF de 04/05/2006 - Página 14323
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
Indexação
  • REPUDIO, ATUAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, ABSOLVIÇÃO, DEPUTADO FEDERAL, INDICAÇÃO, CONSELHO, ETICA, POSTERIORIDADE, RELATORIO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), PEDIDO, INDICIAMENTO, PROCURADOR GERAL DA REPUBLICA, CONGRESSISTA, RECEBIMENTO, PROPINA, MESADA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, comunico à Casa que, pelo andar da votação na Câmara dos Deputados, já estão absolvendo mais um. Está ficando penoso esse processo de desmoralização semanal. Eu vejo que a alternativa seria, quem sabe, absolver logo todos, não julgar mais ninguém, não fazer essa encenação semanal que está custando muito para o prestígio do Poder Legislativo.

É realmente deprimente e deplorável esse choque entre a compreensão do Plenário da Câmara, escondido no voto secreto, o entendimento da CPMI dos Correios, que foi duro, e o entendimento do Ministério Público Federal da União, que foi duríssimo. Tenho a impressão que a sociedade, com toda certeza, opta por dar crédito tanto à CPI como, sobretudo, até porque foi mais longe, ao parecer do Procurador-Geral da República, Antônio Fernando de Souza. Está ficando chocante. Já sabemos que prevalece um corporativismo que é suicida, do ponto de vista institucional.

Uma instituição secular como o Parlamento brasileiro, que não consegue cortar na carne e se livrar de quem deve, é uma instituição fadada a perecer, fadada a se tornar desnecessária, fadada a morrer. Estou realmente, a cada dia, menos conformado com isso, embora perceba que talvez imaginem eles que a opinião pública está anestesiada com tanto escândalo, mas o fato é que, pelo andar da carruagem, é mais um. A cada semana, absolvem um novo “mensaleiro”.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/05/2006 - Página 14323