O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho hoje a esta tribuna para registrar brilhante reportagem veiculada no jornal “Estado de Minas”, de 20/05/2006, que retrata as potencialidades de exploração do gás natural em Minas Gerais. O sertão mineiro - uma das regiões mais pobres do estado - é também uma imensa reserva do combustível. São 126 mil metros quadrados, com gás suficiente para abastecer o Brasil durante 60 anos. Como bem explicitou o título da pertinente matéria, assinada pelo jornalista Paulo Paiva, “Minas pode garantir a auto-suficiência”.

           No momento em que o abastecimento de gás no Brasil fica comprometido pela nacionalização dos derivados de petróleo na Bolívia, a matéria nos dá um panorama bastante otimista. Embora as pesquisas na região ainda não permitam dimensionar precisamente o tamanho das reservas, levantamentos preliminares, realizados pela empresa mineira Geobrás, são extremamente promissores: Minas Gerais abriga algo como um trilhão de metros cúbicos de gás natural. Apenas como comparação, as reservas bolivianas somam cerca de 727 bilhões de metros cúbicos. Só para se ter uma idéia, ilustra a reportagem, o combustível natural é tão abundante, que os moradores da região conseguem cozinhar com o gás que sai do chão.

           Os poucos dados disponíveis também não impediram que grandes empresas nacionais e estrangeiras demonstrassem interesse na região. Quando a Agência Nacional de Petróleo (ANP) abriu a sétima rodada de licitações, em outubro passado, entre os grupos que demonstraram interesse estão Shell, Esso, Norsk Hydro, Amerada Hess, a coreana SK, a francesa Total, a argentina Repsol, além da nossa Petrobrás. “Nada menos que 39 áreas foram arrematadas, a maioria pela Petrobrás, em parceria com a britânica British Gas (BG)”, informa a reportagem.

           A reserva mineira está localizada mais precisamente na bacia do São Francisco, entre o Norte e o Noroeste do estado, e os municípios mais promissores são Buritizeiro, Santa Fé de Minas, São Romão e Montalvânia - comunidades muito pobres que sobrevivem com repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), mas que, a partir da exploração do gás, poderão vislumbrar um futuro melhor. É certo, conforme também registra a matéria, que a oferta do combustível levaria para a região grandes indústrias de cerâmica e siderurgia. Os royalties da exploração do gás beneficiariam os municípios e os proprietários de terrenos onde os poços fossem perfurados, podendo variar de R$1 mil a R$30 mil mensais por poço, de acordo com seu tamanho. “Já tem gente graúda comprando terras na região. Depois da corrida do ouro, Minas corre agora o risco de viver a corrida do gás”, conclui o repórter.

           Sr. Presidente, para que conste nos anais do Senado, gostaria que a reportagem a que me refiro se tornasse parte integrante deste pronunciamento.

           Era o que tinha a dizer.

*********************************************************************************

DOCUMENTO A QUE SE REFERE A SRª SENADORA EDUARDO AZEREDO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

*********************************************************************************

Matéria referida:

“Minas pode garantir a auto-suficiência”.