Pronunciamento de Alvaro Dias em 29/05/2006
Discurso durante a 69ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Preocupação com as agruras vividas pelo setor têxtil e de confecção do País. Comentários sobre a matéria intitulada "5 lições para derrubar o juro e crescer mais", de autoria do jornalista Giuliano Guandalini, publicada na revista Veja, edição de 24 do corrente.
- Autor
- Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
- Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA INDUSTRIAL.
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
- Preocupação com as agruras vividas pelo setor têxtil e de confecção do País. Comentários sobre a matéria intitulada "5 lições para derrubar o juro e crescer mais", de autoria do jornalista Giuliano Guandalini, publicada na revista Veja, edição de 24 do corrente.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/05/2006 - Página 18383
- Assunto
- Outros > POLITICA INDUSTRIAL. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
- Indexação
-
- COMENTARIO, DADOS, ESTUDO, AGENCIA, AMBITO INTERNACIONAL, SUPERIORIDADE, GASTOS PUBLICOS, BRASIL, COMPARAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO.
- SOLIDARIEDADE, INDUSTRIA TEXTIL, ENTREGA, DOCUMENTO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, RECLAMAÇÃO, EXCESSO, TRIBUTAÇÃO, ILEGALIDADE, IMPORTANCIA, PRODUÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, REGISTRO, DADOS, CRIAÇÃO, EMPREGO, EXPORTAÇÃO, REIVINDICAÇÃO, APOIO, NEGOCIAÇÃO, ACORDO, COMERCIO EXTERIOR, UNIÃO EUROPEIA, GOVERNO ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
- SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), COMENTARIO, LANÇAMENTO, LIVRO, ECONOMISTA, ASSUNTO, MERCADO FINANCEIRO, DIVIDA PUBLICA, DEFESA, CONTROLE, GASTOS PUBLICOS, INFLAÇÃO, MANUTENÇÃO, POLITICA CAMBIAL, OBJETIVO, CRESCIMENTO ECONOMICO.
O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr Presidente, Srªs e Srs. Senadores, num denso e analítico relatório a agência de classificação de risco Moody’s destaca que o nível de despesas públicas no Brasil é bem superior à média daqueles países com mesmo rating, entre eles Peru, Colômbia, Costa Rica, Bulgária, Egito, Romênia e Vietnã. Um exemplo da gritante dessa disparidade pode ser mensurado na seguinte informação, disponibilizada pelo referido relatório. Enquanto o gasto das três esferas brasileiras de Governo beira 40% do Produto Interno Bruto, as demais nações emergentes registram 28%. Esse patamar ainda é consideravelmente alto se comparado àqueles exibidos pelos países asiáticos. A Coréia, por exemplo, gasta por volta de 23% e a Tailândia 18%.
Nesse contexto, Sr. Presidente, eu gostaria de ressaltar a nossa preocupação com as agruras vividas pelo setor têxtil e de confecção de nosso País. Nesta segunda-feira, as mais expressivas lideranças empresariais do setor em epígrafe entregam ao Presidente Lula, em Brasília, um documento explicitando as principais reivindicações para melhorar a competitividade do produto brasileiro no exterior e no mercado doméstico.
O setor está literalmente asfixiado pela excessiva carga tributária e a verdadeira “enxurrada” de importações ilegais, principalmente dos produtos chineses.
A indústria têxtil e de confecções vivencia uma de suas mais graves crises. O cenário é desalentador. A grande totalidade das empresas do setor adiou planos de investimentos, diminuiu a produção e passou a demitir, direcionando investimentos para o exterior. O testemunho do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção - Abit - Josué Gomes da Silva, é esclarecedor. Segundo o Presidente da Abit, o setor é responsável por aproximadamente 1,65 milhões de empregos diretos no País. Desse total, 70% são postos de trabalho ocupados por mulheres.
Um dado relevante e que deveria ser levado pelo Governo está traduzido no ritmo das exportações da cadeia têxtil. Em abril, por exemplo, as vendas externas caíram para US$158 milhões, ante US$195 milhões em março. No primeiro quadrimestre, as exportações de roupa acumulam queda de 14,3%, em relação a igual período de 2005, enquanto as importações cresceram 44,8%.
Como destaca o presidente do Sindivest/ Sindiroupas - entidade representativa do setor de vestuário e confecções: “o Brasil está vendendo matéria prima e comprando produto acabado no exterior”.
Eu gostaria de ressaltar, Sr. Presidente, que o setor é responsável pela geração de emprego de quase 2 milhões de pessoas e responde por 17,5% da produção brasileira.
É mais do que oportuno apoiar a negociação de acordos bilaterais de comércio com os principais mercados têxteis do mundo, notadamente União Européia e Estados Unidos, entre outras medidas exigidas pelo setor.
O segundo assunto que trago à tribuna, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, diz respeito à matéria intitulada “5 lições para derrubar o juro e crescer mais”, publicada pela revista Veja, de 24 de maio do corrente.
A matéria, de autoria do jornalista Giuliano Guandalini, destaca o lançamento do livro “Mercado de Capitais e Dívida Pública”, que contou com a participação de economistas que criaram o real e ajudaram a debelar a inflação. Apesar das várias discordâncias entre os economistas, o livro destaca um ponto em comum: o de que “o atual modelo e seu tripé de sustentação - controle dos gastos públicos, regime de metas de inflação e câmbio flutuante - precisam ser mantidos. Por quê? Seu abandono traria incertezas, os juros subiriam e projetos voltariam a ser engavetados”.
Para que conste dos Anais do Senado, requeiro, Sr. Presidente, que a matéria acima citada seja considerada como parte integrante deste pronunciamento.
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO.
(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)
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Matéria referida:
“5 lições para derrubar o juro e crescer mais”, publicada pela revista Veja