Discurso durante a 53ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Voto de pesar pelo falecimento do ex-Governador e ex-Ministro Aluízio Alves, em 6 do corrente, em Natal, Estado do Rio Grande do Norte.

Autor
José Agripino (PFL - Partido da Frente Liberal/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Voto de pesar pelo falecimento do ex-Governador e ex-Ministro Aluízio Alves, em 6 do corrente, em Natal, Estado do Rio Grande do Norte.
Publicação
Publicação no DSF de 09/05/2006 - Página 15216
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ALUIZIO ALVES, EX GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), EX-DEPUTADO, EX MINISTRO DE ESTADO, JORNALISTA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, estive na sexta-feira em Natal para fazer especificamente uma visita ao ex-Governador, ex-Ministro e ex-Deputado Federal Aluízio Alves, que se encontrava na UTI. Na visita que fiz aos familiares - Deputado Henrique Eduardo à frente e Senador Garibaldi Alves Filho ao seu lado -, colhi notícias alvissareiras, já que ele se encontrava em processo de recuperação. Voltei a Brasília, carregando esperanças de que, mesmo aos 84 anos, ele iria superar a dificuldade que enfrentava, o calvário que estava vivendo. Entretanto, no sábado, fui surpreendido pela notícia de que o estado dele havia se agravado e que, na tarde de sábado, viria a falecer. No domingo, em companhia do Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros, dos Senadores Fernando Bezerra e Efraim Morais, estive, mais uma vez, em Natal para render as minhas homenagens de potiguar ao ex-Governador Aluízio Alves.

Tomei a iniciativa de apresentar esse requerimento de voto de pesar, com a autoridade de quem praticamente a vida toda foi seu adversário. Tive inclusive oportunidade de disputar eleição frontal contra Aluízio, disputar o Governo do Estado contra Aluízio.

Tive divergências políticas com Aluízio talvez a vida inteira, mas nunca me considerei inimigo de S. Exª; fui adversário dele. Mas eu o respeitava pela condição de bom potiguar que ele foi. Ele, quando Governador, esteve à frente do seu tempo, levou coisas para o Estado que outros Estados do tamanho do Rio Grande do Norte não tinham conseguido ainda, e, na verdade, ele foi um político de uma geração da qual fizeram parte pessoas importantes como Dinarte Mariz, Djalma Marinho, Jessé Freire, Teodorico Bezerra e o meu pai, Tarcísio Maia. Todos já se foram. Ele foi o último. Já se foi Vingt Rosado, já se foi Dix-Huit Rosado. Ele foi o último a ir-se. E talvez tenha sido ele o que mais longe foi na política do Rio Grande do Norte: além de Deputado Federal e Governador, ele foi por duas vezes ministro de Estado.

Jornalista brilhante, logo muito novo, muito jovem, chegou a escrever num jornal de prestígio, na Tribuna da Imprensa. Fundou jornal, rádio, televisão, no Rio Grande do Norte, e teve a sua vida pública marcada pela paixão que imprimia aos seus eleitores e às suas campanhas. Foi um líder forte, de personalidade marcante que despertava amor e ódio. Ele deixou uma legião de pessoas que o amavam e de pessoas que não o amavam, mas que o respeitavam, como eu, que fui lá por respeito a Aluízio Alves; um potiguar que, como eu, trabalhou a vida inteira para levar o melhor do seu talento em benefício do povo do Rio Grande do Norte, principalmente dos mais pobres.

Por esta razão é que, na tarde do sábado, quando o féretro de Aluízio percorria as ruas de Natal, multidões se acotovelaram pelas ruas e pelas esquinas para com os seus símbolos se despedirem do seu líder, Aluízio Alves, a quem, como potiguar, como político, reverencio e homenageio.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/05/2006 - Página 15216