O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sábado passado, fui à Santa Catarina acompanhando o nosso candidato a Presidente Geraldo Alckmin. Foi, portanto, a primeira viagem que Geraldo Alckmin e José Jorge empreenderam como pré-candidatos à Presidência e à Vice-Presidência da República.

            A maratona começou em Blumenau, onde participamos de uma caminhada, pelas ruas da cidade, aproveitando a realização de um encontro tradicional naquela cidade. Quero confessar que desde aí me causou agradável surpresa ver a empatia entre o candidato e a população. A princípio, até que poderia ser uma manifestação localizada, mas não. Dirigimos-nos para Itapema, onde ocorria um encontro de diretores lojistas daquele Estado - aí já convivendo com outra categoria que são lideranças empresariais -, e vimos também a manifestação de apreço, a vontade de discutir e perguntar o que ocorria no resto do Brasil sobre a candidatura; enfim, a interação entre os candidatos e o povo.

            Fomos à Nova Trento, berço da Irmã Paulina e, lá, participamos de um encontro com lideranças, além de fazermos uma visita, aí não mais política, mas uma visita de fé à nova Catedral de Nova Trento. Por sinal, quero registrar, já que estão presentes dois Senadores representantes de Santa Catarina, Jorge Bornhausen e Leonel Pavan - não vou me esquecer do nome de V. Exª: Leonel Pavan, a maravilha que é a Catedral; uma beleza de arquitetura, pela leveza, pela dimensão e, acima tudo, assistimos a uma missa e que fiéis do Brasil inteiro se manifestavam à todos aqueles que compunham a caravana formada pela coligação PFL/PSDB.

            Antes de chegar a Camboriú concedo um aparte ao Senador Jorge Bornhausen.

            O Sr. Jorge Bornhausen (PFL - SC) - Senador Heráclito Forte em primeiro lugar, quero destacar o sucesso da viagem realizada pelo nosso candidato Geraldo Alkimin e o nosso candidato José Jorge a Santa Catarina, que teve a coordenação do Senador Leonel Pavan. A recepção pública em Blumenau, o caminho na Strassenfest, com aplausos, abraços, manifestações de solidariedade. Todos os atos realizados foram de amplo sucesso, o que nos dá a sensação grata de que teremos uma grande vitória em Santa Catarina e, tenho certeza, também no Brasil. Queria, sobretudo, destacar a sua presença, que foi altamente homenageada no meu Estado, que acompanha a sua atuação como Senador da República, no Plenário, nas CPIs. As pessoas, a todo instante - tenho certeza que este é também o testemunho do Senador Pavan - procuravam V. Exª para abraçá-lo, para tirar fotografias. Na bela Igreja de Santa Paulina, formou-se uma fila para que as pessoas pudessem tirar fotografias ao seu lado. Este largo prestígio é para o FFL, sem dúvida alguma, motivo de júbilo, de honra, por ter nos seus quadros um Senador da sua qualidade. Muito obrigado.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Agradeço a V. Exª, nobre Senador Jorge Bornhausen. Quero dizer-lhe que realmente me deixou muito feliz e gratificado a acolhida que recebi em Santa Catarina. As minhas ligações com Santa Catarina são antigas. Elas começam, Senador Pavan, com as famílias de catarinenses que foram desbravar o Piauí e, no Platô de Uruçuí plantar soja lá no sul do Piauí. Vários catarinenses se instaram em alguns Municípios do Estado, como Uruçuí, Bom Jesus, Baixa Grande do Ribeiro, e revolucionaram aquela região.

            Para se ter uma idéia, há quinze anos - ou um pouco menos -, o Piauí colhia 40 mil toneladas de grãos; este ano, atingiu um milhão. Está aí o grande problema do Governo, que vira as costas para a agricultura: o preço lá embaixo e a dificuldade de escoamento. A famosa Operação Tapa Buracos, Senadora Heloisa Helena, que foi anunciada, transformou-se na famosa Operação Sonrisal; a primeira chuva desmanchou o que foi feito, e estamos vivendo, no Estado do Piauí, uma verdadeira calamidade por falta de condições de escoamento daquela produção.

            Senador Leonel Pavan, antes de conceder o aparte a V. Exª, gostaria de dizer que é com muita alegria que o Estado de Santa Catarina, depois do meu Estado, o Piauí, não sei por que motivo, é o que mais me envia e-mails, o Estado com que mais mantenho correspondência. Desde que assumi o cargo de Senador da República, passei a ter uma ligação estreita com Santa Catarina. É evidente que a outra ligação que me une a Santa Catarina é a amizade que tenho com o Presidente do Partido, o Senador Jorge Bornhausen, o que me orgulha muito.

            Concedo o aparte ao Senador Leonel Pavan.

            O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - Senador Heráclito Fortes, em nome do PSDB de Santa Catarina, agradeço a V. Exª por ter nos acompanhado naquele roteiro de aprovação popular aos nossos pré-candidatos a Presidente e vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin e José Jorge. V. Exª, para o Piauí não é novidade nenhuma, nem aqui em Brasília ou em outros lugares, mas em Santa Catarina os jovens, assim como meu filho Leonel Júnior e seus amigos, ficaram imensamente felizes em conhecê-lo e conversar um pouco com V. Exª, que é uma pessoa carismática, querida, e conseguiu, por meio do Senado Federal, buscar a simpatia de muitas pessoas no Brasil inteiro e em meu Estado. A sua presença física nos deixou muito felizes, bem como a todos aqueles que puderam conhecê-lo e apertar a sua mão. Gostaria de registrar que, em Santa Catarina, tão logo foi confirmada a candidatura de Geraldo Alckmin, havia uma diferença muito grande da sua posição para a do Presidente Lula; mas em muito pouco tempo S. Exª ultrapassou Lula, com larga vantagem. Não falo isso apenas porque sou do Partido e defensor da candidatura de Geraldo Alckmin. Não. Falo porque V. Exª é a maior testemunha. Em uma festa de amigos de diferentes cores partidárias da população de Blumenau, ele percorreu todo o trajeto, passou por barracas, e não houve uma voz sequer que contestasse ou que demonstrasse algo contra Geraldo Alckmin. V. Exª sentiu. Foram quatro eventos marcantes na região do vale de Itajaí; quatro eventos importantes que, sem dúvida alguma, mostrou o índice de popularidade que Geraldo Alckmin e V. Exª têm naquele Estado. Agradeço também ao Senador Jorge Bornhausen por nos ter assessorado e ajudado a fazer com que a visita de Geraldo Alckmin fosse um sucesso. Parabéns ao meu amigo Heráclito Fortes, por nos ter brindado com essa visita...

            (Interrupção no som.)

            O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - ...ao meu Estado.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Sr. Presidente, tivemos a oportunidade de, ao chegar a Balneário Camboriú, por sugestão do Senador Leonel Pavan, sair da caravana oficial e passear no calçadão. S. Exª tem uma liderança entre seus ex-colegas, já que, com muito orgulho, o catarinense exalta a figura dele como ex-garçom que chegou ao Senado da República.

            Jogamos bocha, participamos de uma reunião muito interessante com lideranças políticas e seguimos para Itajaí. A reunião de Itajaí contou com a participação de empresários do setor pesqueiro, tão abandonado no atual Governo, tão desprezado, embora este Governo tenha criado, inclusive, órgãos e nomeado Ministro...

            (Interrupção no som.)

            O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - ... para o setor da pesca.

            Esses empresários, em uma recepção calorosa, em que as maiores representações apresentaram suas reivindicações de maneira cortês e civilizada, deram a todos nós uma demonstração de, como disse o Senador Leonel Pavan, como o povo de Santa Catarina está consciente do momento que vive o Brasil.

            Tivemos a alegria de, nesta caravana, além dos dois Senadores aqui citados, contar também com a presença do ex-Senador Esperidião Amin, do ex-Prefeito Raimundo Colombo*, de Deputados Federais, de Deputados Estaduais e, acima de tudo, de jovens.

            Senador Leonel Pavan, para mim, o mais positivo aconteceu no ferryboat, ao atravessar de Itajaí para Navegantes, por volta de 1 hora. Senador Gilvam Borges, o ferryboat, naquele horário, transportava, na sua maioria, jovens que curtiam a noite naquelas duas cidades. Por obrigação legal, todos têm que descer dos veículos durante a travessia. Fizemos uma roda ao me reconhecerem.

            Aproveito para agradecer, mais uma vez, à TV Senado, pelo seu alcance. Senador Paulo Paim, é impressionante como a vida do Parlamentar brasileiro se torna transparente e, acima de tudo, observada. É impressionante como o eleitor, o cidadão, por mais simples que seja, sabe diferenciar a verdade da mentira...

            (Interrupção do som.)

            O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - ... sabe diferenciar a calúnia do que é certo. E tem, acima de tudo, a consciência do que ocorre no Brasil em tempo real. Fico realmente feliz e emocionado quando vejo pessoas dos mais distantes pontos do País tratarem, com autoridade e igualdade de condições, os temas que este Plenário discute.

            Contando com a generosidade de V. Exª, Sr. Presidente, encerro minhas palavras, dizendo que afirmo e assino embaixo do que foi dito pelo Senador Leonel Pavan. Já fui ao Pará, a Minas e a vários pontos do Brasil, e nunca vi um povo com tanta vontade de mudar este País.

            Sabe exatamente esse povo que a mudança passa por Geraldo Alckmin, em virtude da desesperança que se plantou no País nestes quatro anos, das promessas não realizadas e, acima de tudo, do tempo perdido.

            As PPPs, que eram, por exemplo, uma alternativa de envolver a empresa privada no desenvolvimento do País, ficaram no sonho. As promessas mirabolantes continuam acontecendo.

            Senador Geraldo Mesquita, Senador José Agripino, se assistirmos à televisão hoje, veremos uma vinheta que diz que o Brasil inicia agora o maior programa de combate à fome da história. Esse programa foi inaugurado, anunciado, no primeiro ano, mas continua a ser uma ficção. Eu gostaria que um grupo de Senadores do PT fosse às cidades anunciadas, cantadas em prosa e verso, como representantes do sucesso desse programa.

            Estamos vivendo um momento de ficção. Estamos vivendo um momento de decepção em que sequer a nacionalidade brasileira é respeitada lá fora. O Presidente permite que soframos humilhações. Falo das humilhações que brasileiros sofreram na Bolívia, da refinaria da Petrobras sendo invadida enquanto os assessores internacionais do Palácio diziam: “A Petrobras ganhou demais lá fora. É preciso perder um pouco.” É vergonhoso. O Governo anuncia gasodutos que são comparados à Muralha da China e não consegue livrar-se dos valeriodutos.

            Não tenho nenhuma dúvida de que o povo brasileiro, que gosta e vive a política tanto quanto gosta e vive o futebol, saberá, no momento certo, livrar-se desse engodo em que nos envolvemos nos últimos quatro anos.

            Muito obrigado.