Discurso durante a 71ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao posicionamento do Senador Pedro Simon sobre sua candidatura para Presidente da República pelo PMDB.

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Críticas ao posicionamento do Senador Pedro Simon sobre sua candidatura para Presidente da República pelo PMDB.
Publicação
Publicação no DSF de 01/06/2006 - Página 18601
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, PEDRO SIMON, SENADOR, REVISÃO, DECISÃO, LANÇAMENTO, CANDIDATURA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, MOTIVO, IMPOSSIBILIDADE, VITORIA, SABOTAGEM, UNIÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), INCENTIVO, DIVERGENCIA, MEMBROS, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, FAVORECIMENTO, ADVERSARIO, NEGLIGENCIA, RESOLUÇÃO, CONVENÇÃO, DESNECESSIDADE, APRESENTAÇÃO, CANDIDATO, OBJETIVO, EFICACIA, RESULTADO, ELEIÇÕES.

O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meditei se devia fazer este discurso, mas cheguei à conclusão de que não podia deixar de fazê-lo.

É do meu dever, e o faço em defesa do PMDB.

O Senador Pedro Simon tem sido cruel e insistente, querendo criar um clima nacional de desmonte do PMDB. Apresentou sua candidatura não para ser candidato, mas para evitar que o PMDB tome o rumo do interesse do País, que é o de não ter candidatura à Presidência da República, pois não temos um nome capaz de competir. Temos pessoas que estão querendo usar o partido para aparecer.

O Senador Pedro Simon diz todo dia que o Senador Sarney e o Senador Renan estão querendo impedir o lançamento do candidato do partido porque indicaram pessoas para o Governo.

Ora, o Senador Pedro Simon apoiou o Presidente Fernando Henrique, e eu também, não quis que o PMDB tivesse candidato próprio e queria ser o vice de José Serra, o que não aconteceu porque o partido escolheu a querida e estimada Deputada Rita Camata.

A confusão que se criou nesta eleição foi a decisão da verticalização. Não foi o Senador José Sarney nem Renan que o fizeram; aliás, foram contra. Com a verticalização, o PMDB sair sozinho para perder, levaria as secções regionais à liquidação. Vamos fazer a maioria dos Governadores, dos Senadores e dos Deputados.

Por que somente agora, quinze dias antes do mês da convenção, o Senador Simon lançou-se candidato? Esse é um ponto de interrogação. É porque as pesquisas no Rio Grande do Sul não lhe asseguram uma vitória tranqüila ou é para ajudar os adversários do PMDB? Em frente, Senador Pedro Simon, na luta, iremos defender a sua candidatura e derrotar ali o candidato do PT, o ex-Ministro Rosseto. Eu irei, e todos nós lutaremos pela sua vitória. Agora não é possível o Senador Pedro Simon, que tem tantos serviços prestados ao País, se prestar para sabotar o PMDB, sabendo que a candidatura própria é inviável, fazer o jogo dos que são contra o Partido.

A desavença e a intriga criam um clima de desânimo, de indiferença e de radicalização entre os Líderes que têm o dever da boa convivência dentro das hostes partidárias.

Também não aceito seu ataque ao nosso Líder. Se ele está sendo atacado, vamos esperar o resultado das investigações. Atacado está sendo também o seu Vice, Anthony Garotinho, que não tem tido o mesmo comportamento do nosso Líder no Senado.

Faço um apelo ao querido e estimado Senador Pedro Simon para que não prejudique o PMDB. Não queira servir aos nossos adversários, porque eles estão na platéia, apreciando, estimulando e incentivando a intriga e a desavença.

O Senador Pedro Simon foi Ministro do Presidente Sarney e sabe que o grande homem público do País não é tão mesquinho para prejudicar o partido por causa de posições no Governo. O Presidente Sarney nunca escondeu que apoiou o Presidente Lula, na eleição e no Governo, reconhecendo que o Presidente está fazendo uma administração voltada para o povo.

O nosso Presidente Renan Calheiros é um grande presidente, um grande líder do nosso Partido e tem dado demonstrações de seu alto espírito público.

Esses dias, o Governador de Pernambuco, o ex-Presidente Itamar Franco, os Deputados Moreira Franco e Geddel Lima, disseram, de público, que conhecem que não temos condições de lançar candidato. A convenção, por grande maioria, decidiu contra a candidatura própria. Há uma decisão de partido, um consenso e o bom entendimento das grandes maiorias de nossos líderes do partido.

A quem está servindo - talvez até de forma indireta - o Senador Pedro Simon? Aos nossos adversários.

Faço um apelo para que ele deixe o partido vencer as eleições e não fique nesse jogo do adversário.

Quero dizer ao Senador Pedro Simon que o estimo e sou seu cabo eleitoral. Não lá, no Rio Grande do Sul, porque não fazemos diferença; mas penso que é hora de o PMDB se unir.

O próprio Presidente Renan Calheiros tem o dever e a obrigação, o Presidente José Sarney, o Geddel Lima, todas as lideranças têm o dever, mesmo de uma posição divergente dentro do partido, de subir ao palanque do Senador Pedro Simon, que, sem dúvida, tem uma longa folha de serviços prestados ao País. Mas não se pode entrar nesse jogo de conflito e choque, onde há uma platéia de outros líderes interessados nessa arenga e nessa desavença.

Portanto, ficam os nossos respeitos, mas pedimos ao Senador Pedro Simon a consideração com os outros Líderes do PMDB e com a decisão da Convenção. Trata-se de matéria vencida.

Sr. Presidente, na última sexta-feira, estive neste plenário com uma delegação de Vereadores. Fui fazer uma foto no corredor. O Senador Pedro Simon estava na tribuna e, gentilmente, concedeu-me um aparte. No seu discurso, S. Exª realmente tocou nas questões políticas do Amapá, na questão do Presidente José Sarney. Eu não poderia e, na verdade, não gostaria de fazer esse pronunciamento porque acho que onde há intriga e muita briga não se prospera. O Presidente Renan Calheiros, o Senador José Sarney e o Deputado Geddel Lima, todos os Líderes do Partido têm que se perfilhar, sim, ao lado do Senador Pedro Simon lá no Rio Grande do Sul. E o Senador Pedro Simon, com sua larga experiência, deve fazer uma ampla reflexão. Isso já é matéria vencida. Os ataques gratuitos às lideranças do Partido só enfraquecem as nossas hostes.

Sr. Presidente, fica o apelo ao Senador Pedro Simon para que faça uma reflexão. Essa matéria já está vencida. Não há mais necessidade de o Senador Pedro Simon se desgastar na tribuna desta Casa, com a eloqüência que lhe é peculiar, falando de matéria já vencida. O Partido já decidiu.

Vencidos e vencedores deverão se unir para que possamos ter muitos Deputados Federais eleitos pelo Partido, para que possamos ter bastante Senadores eleitos pelo Partido, para que possamos fazer uma boa aliança e uma boa composição. Acho que política é a arte de compor, de se juntar.

O saudoso Ulysses Guimarães, grande Líder do nosso Partido - que Deus o tenha - foi um exemplo disso. Saiu ovacionado por todo o Congresso Nacional e pelo País quando dirigiu a Constituinte de 1988. E aí marchamos para uma campanha a Presidente, onde tivemos um desempenho que não foi muito bom para a Nação. Foi lamentável. Mas, se aqueles que incentivaram Ulysses tivessem feito ao contrário, a História talvez pudesse ter sido diferente.

Portanto, Sr. Presidente, fica registrado o apelo a todos os Líderes do PMDB: que marchem pela união e pela integração. Isso se estende também ao Presidente José Sarney, ao Líder Ney Suassuna, a Geddel Vieira Lima, a todos os Líderes que estão envolvidos, ao Presidente do Congresso Nacional, Senador Renan Calheiros. Temos de marchar em caravana para ir ao encontro de todos os nossos Líderes País afora. E devemos começar pelo valoroso Estado do Rio Grande do Sul. Todos nós deveremos estar ao lado de Pedro Simon para podermos ganhar a eleição com S. Exª lá e em todos os outros Estados.

Matéria vencida. Não tem por que estar despejando inteligência, queimando fosfato à toa.

Fica o apelo para que o PMDB se una e, entre vencidos e vencedores, tenhamos a condição de uma recomposição de forças para que o Partido possa marchar unido nesta eleição que se avizinha - estamos apenas a três meses.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/06/2006 - Página 18601