Discurso durante a 71ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Crítica à maneira imprópria como o Governo Federal concedeu aumento para o funcionalismo. História da vida pública de S.Exa. Ratificação da legitimidade do mandato de S.Exa. em defesa dos interesses do Estado da Bahia.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. REFORMA CONSTITUCIONAL.:
  • Crítica à maneira imprópria como o Governo Federal concedeu aumento para o funcionalismo. História da vida pública de S.Exa. Ratificação da legitimidade do mandato de S.Exa. em defesa dos interesses do Estado da Bahia.
Publicação
Publicação no DSF de 01/06/2006 - Página 18608
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. REFORMA CONSTITUCIONAL.
Indexação
  • CRITICA, AUSENCIA, ETICA, CONDUTA, GOVERNO FEDERAL, CONCESSÃO, AUMENTO, SALARIO, FUNCIONARIO PUBLICO.
  • REPUDIO, DIFAMAÇÃO, REPUTAÇÃO, ORADOR, ESCLARECIMENTOS, HISTORIA, VIDA PUBLICA, CONGRESSISTA, RATIFICAÇÃO, LEGITIMIDADE, MANDATO, SENADOR, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, DEFESA, INTERESSE, ESTADO DA BAHIA (BA).
  • DEFESA, ALTERAÇÃO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, REFERENCIA, CARGO PUBLICO, VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA, VICE-GOVERNADOR, VICE-PREFEITO.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sempre subo à tribuna para atacar este Governo imoral do Presidente Lula. As imoralidades são tantas que vem um aumento para o funcionalismo - há tanto tempo sem reajuste - da maneira mais desabrida, mais imprópria, que um Presidente de República poderia fazer.

Hoje, uma figura cujo nome não direi porque todos conhecem, achou por bem julgar-me - já dei a resposta - como senhor de engenho. Eu não tive essa felicidade, Sr. Presidente, nem eu nem ninguém da minha família. Sou filho de um professor universitário de grande valor. Aliás, isso me honra muito. Meu pai foi uma figura marcante na minha terra, Deputado Federal, Constituinte de 1934. Não sou homem de engenho, mas também nunca fui empregado de banqueiro, como meu acusador. Aliás, o banqueiro é decente, o empregado é que não é.

Quero dizer a V. Exª, Sr. Presidente, que essa figura está atrapalhando a vida pública de São Paulo. Os desastres ocorridos naquela grande cidade, sem dúvida alguma, foram fruto da incompetência de quem governava o Estado. E governava sem votos. E quando se governa sem votos, não se tem responsabilidade.

O vice-Presidente não recebe votos, recebe uma indicação, muitas vezes em favor, como no caso do Partido a que ele pertence, e sequer passa a dever fidelidade ao Governo a que ele pertencia, ou a que deveria pertencer, no caso o Governador Geraldo Alckmin.

De modo que venho aqui dizer que fui Deputado Estadual, Deputado Federal, Prefeito de Salvador, Governador por três vezes da Bahia, Ministro de Estado, Senador duas vezes eleito, e é isso que irrita os meus adversários e até mesmo o Presidente da República. E é isso, Sr. Presidente, que me dá autoridade de ir ao meu Partido e dizer que ele muitas vezes erra porque dá valor a quem não tem voto, quando quem tem voto fica alijado.

É isso talvez que se precise mudar na Constituição do País e até o vice-presidente ou ser extinto por desnecessário, como o vice-Governador, ou por eleição. O que custa a um governo um Vice-Presidente quando, na realidade, o Presidente não deixa de ser Presidente quando está negociando ou mesmo viajando em turismo a outros países? Ao contrário, ele está sempre Presidente. O Presidente dos Estados Unidos viaja por todo o mundo, e o Vice-Presidente não assume. Aqui, neste País, subdesenvolvido, o vice-Presidente, o vice-Prefeito ou o vice do vice assume o cargo e, o pior, com ares de titular, como se fosse votado pelo povo, sem ter recebido um voto sequer.

Como Governador, Sr. Presidente, todas às vezes, pelas pesquisas do Ibope - a última delas disputando com Ciro Gomes - obtive o primeiro lugar de mais querido na sua terra. Portanto, tenho autoridade para vir à tribuna falar o que é de interesse do meu Estado e defendê-lo como defendo mais do que qualquer outro possa fazê-lo.

Esta comunicação inadiável, Sr. Presidente, é uma satisfação que dou a mim mesmo. Não estou nem me referindo a quem tenha a orelha grande ou a fisionomia diferente dos seres humanos comuns. Não é para isso que estou falando. Estou falando para mim mesmo e para o Plenário, que conhece a minha vida. Tenho defeitos, claro que sim. Mas meus defeitos não são morais. Jamais me subjuguei a alguém como a um presidente de banco para poder sobreviver. Jamais usurpei dos meus colegas de Partido cargo que não me cabia. Exerci Ministério. Exerci...

(Interrupção do som.)

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - ... a Presidência desta Casa, o que talvez tenha sido a minha maior honra. E fui o primeiro Presidente a ser reeleito.

Portanto, tenho a consciência tranqüila. Não vejo problema se no passado alguém foi senhor de engenho. Não vejo nada nisso. Mas eu nunca fui. Fui um estudante pobre, filho de um professor decente, que galgou também o Congresso Nacional e que foi um dos mais respeitados baianos enquanto viveu. Isso é o meu orgulho, e deveria ser o orgulho daqueles que me condenam.

            Conseqüentemente, Sr. Presidente, não sou, não posso ser nem serei jamais subserviente a ninguém. Serei, sim, um defensor do meu Estado. Serei, sim, um defensor da República...

(Interrupção do som.)

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - ... dessa República que, infelizmente, até hoje está em péssimas mãos. Mas tenho esperança de que isso se modifique e que tenhamos um Brasil decente, digno e desenvolvido.

Muito obrigado a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/06/2006 - Página 18608