Discurso durante a 74ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogios ao destaque feito pelo jornal Correio Braziliense ao Município de Massaranduba/SC. Repudio aos artifícios usados pelo governo federal para conquistar os eleitores no interior do Estado de Santa Catarina.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA AGRICOLA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Elogios ao destaque feito pelo jornal Correio Braziliense ao Município de Massaranduba/SC. Repudio aos artifícios usados pelo governo federal para conquistar os eleitores no interior do Estado de Santa Catarina.
Publicação
Publicação no DSF de 06/06/2006 - Página 19087
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA AGRICOLA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • REGISTRO, CRISE, VIAÇÃO AEREA RIO GRANDENSE S/A (VARIG), AUSENCIA, DINHEIRO, AQUISIÇÃO, COMBUSTIVEL, IMPEDIMENTO, FUNCIONAMENTO, AERONAVE, SOLICITAÇÃO, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL, SOLUÇÃO, PROBLEMA.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), ELOGIO, MUNICIPIO, MASSARANDUBA (SC), ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), AUMENTO, PRODUÇÃO, ARROZ, AUSENCIA, CRISE, AGRICULTURA, EFEITO, INTEGRAÇÃO, GOVERNO MUNICIPAL, AGRICULTOR.
  • ANALISE, SITUAÇÃO, CRISE, POLITICA AGRICOLA, PAIS, AUSENCIA, RECURSOS FINANCEIROS, AGRICULTURA, OCORRENCIA, EXODO RURAL, AUMENTO, POBREZA, INFERIORIDADE, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), COMPARAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CHILE.
  • CRITICA, DISCURSO, CAMPANHA ELEITORAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, INEXATIDÃO, INFORMAÇÕES.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, realmente a crise da Varig está cada vez pior.

Hoje, fui ao aeroporto de Florianópolis às 9 horas e 20 minutos. O horário de saída do vôo foi alterado umas três ou quatro vezes. Só consegui chegar em Brasília há menos de meia hora. Está impossível. Há um descrédito total. Não estamos conseguindo mais confiar nas nossas empresas aéreas. Hoje se marcam os compromissos com base no horário dos bilhetes adquiridos, mas não se consegue cumprir a agenda. Está muito difícil.

A Varig realmente passa por um dos momentos mais graves. Falaram-me hoje que está faltando dinheiro até para comprar combustível. É preciso que seja tomada uma providência urgente por parte do Governo. Hoje, havia dezenas de pessoas desesperadas, pois tinham compromissos agendados em São Paulo ou no Rio de Janeiro, havia famílias que estavam indo para a Rússia e para outros países, tinham horário marcado e não conseguiam embarcar. Foi um desespero total! É preciso que seja tomada providência.

Sr. Presidente, foi publicado no jornal Correio Braziliense um elogio, um destaque para um Município de Santa Catarina que vive basicamente da agricultura, Massaranduba. Lá, a agricultura predomina, e a cultura do arroz é a mais forte. Destaca a matéria que mais de 60% dos habitantes do Município vivem no campo, muito mais pela política agrícola municipal, muito mais pelo desejo e pelo trabalho dos agricultores.

É o inverso do que acontece hoje no País, onde os agricultores estão fugindo do campo, abandonando suas terras. Hoje o êxodo rural é muito grande. Os filhos dos agricultores, sem opção, sem nenhuma perspectiva de um futuro promissor, sem uma esperança concreta que possa garantir um futuro aos filhos dos agricultores, estão abandonando o campo, indo ao encontro de oportunidades em grandes cidades e, com isso, criando um cinturão de pobreza.

Em Massaranduba, felizmente as coisas continuam normais, em função muito mais, repito, em função de uma política municipal, em função da parceria, do perfeito relacionamento do Governo Municipal com os agricultores. Se fossemos analisar a política agrícola do nosso País, nós não poderíamos comemorar coisas como essas, que é exceção, ocorridas em nossa querida Massaranduba.

Pois vejam, recentemente, há dois ou três anos, falávamos, com muito orgulho, do crescimento da agricultura em nosso País, da colheita, do trabalho e dos investimentos realizados no campo, uma conquista de cinco, seis, sete anos, que veio sendo preparada pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. E o Governo Federal passou a colher frutos, como o aumento da exportação e o aumento do PIB, mas tudo devido ao trabalho dos nossos agricultores, que, há dois ou três anos, já vinham colhendo esses frutos em função do que foi preparado no passado.

Já este ano, após três anos do Governo Lula, nós já não podemos comemorar mais. O nosso PIB, hoje, está baixo, muito aquém do PIB chileno, pelo fato de a agricultura não ter recebido o devido apoio, como acontecia no passado. Hoje, o PIB do Chile é bem superior ao do Brasil. E se houvesse um investimento maior na agricultura, nós teríamos uma exportação mais segura, estaríamos aumentando a nossa produção e as vendas no exterior, exportando muito mais, e o PIB, com certeza, seria melhor.

O Governo Federal, o do Presidente Lula, está terminando, levando a nossa agricultura ao caos, à falência. Essa situação faz com que o pequeno, o médio agricultor, o agricultor familiar fiquem totalmente abandonados, sem nenhuma chance ou esperança de melhora. Há apenas falácias, a mídia. O Governo diz que libera os recursos, mas estes não chegam, a não ser que estejam sendo direcionados a apadrinhados.

É preciso que o Governo atual tome uma providência, no seu último ano de seu mandato, para que não tenhamos problemas maiores no ano que vem, quando o novo Presidente - que não será mais o Lula - terá de correr atrás dos prejuízos criados pelo atual Governo.

O SR. PRESIDENTE (Valdir Raupp. PMDB - RO) - Nobre Senador Leonel Pavan, peço sua permissão para interrompê-lo apenas um segundo a fim de prorrogar a sessão por cinco minutos, para que V. Exª possa concluir o seu pronunciamento.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Muito obrigado, Sr. Presidente. V. Exª é catarinense, foi um grande Governador, é um grande Senador e orgulha o nosso Estado.

Para finalizar, quero dizer que, nesse último fim de semana, percorri uma região agrícola de Santa Catarina e vi o enorme desespero dos agricultores, com mãos calejadas, marcadas pelo trabalho de anos e anos de lida no campo, que diziam: “Senador, será que não há oportunidade de eu trabalhar em Florianópolis, em Joinville, em Blumenau, em Balneário Camboriú?” E eu perguntei por que eles queriam ir embora do campo, de suas terras, de suas cidades. E a resposta: “Aqui não há mais como viver; não há mais condições de sobreviver. Há muitas coisas que a gente ouve pela imprensa, na Voz do Brasil, no Café com o Presidente, são muitas promessas, muitas histórias, e a verdade é que estamos sofrendo, sendo apenados e vamos morrer de fome tendo terra para plantar”.

Os agricultores estão passando por um dos momentos mais difíceis da história do nosso País. Fala-se tanto no crescimento do Brasil; Lula chega a desafiar a Oposição a mostrar a corrupção ocorrida no seu Governo. Eu nunca vi isto: um Presidente da República dizer que podem trazer as imagens daquele problema do dinheiro, podem falar em mensalão, podem falar em desvio de recursos, que ele vai ganhar do mesmo jeito. Isso é um absurdo! O agricultor está passando dificuldades, os Municípios estão passando dificuldades, os Estados não conseguem bancar suas folhas de pagamento, e o Presidente parece que abusa das coisas.

Vou contar mais uma história. Estão dizendo nas cidades do interior, nos Municípios menores, que a Oposição quer privatizar a Caixa Econômica. Vejam que absurdo o desespero desse Governo! Tem a mídia em suas mãos, gasta uma fortuna para divulgar o que não estão fazendo, vendendo aquilo que não existe e ainda criam boatos como esse que fala em privatizar a Caixa Econômica. É um absurdo essa leviandade de dizer que a Oposição pensa assim. A Oposição, ao contrário, quer fortalecer a instituição, que serviu para muitos meterem a mão, em casos de corrupção no atual Governo. Nós queremos é fortalecer a Caixa Econômica, que é um banco do nosso País.

E ainda estão dizendo que a história do mensalão é porque querem acabar com o Bolsa-Família. Aí, o menos informado pensa que essa esmolinha que o governo está dando é o mensalão. Não! Mensalão é o dinheiro, que é do cidadão, e que meteram a mão. Se não tivesse havido o mensalão...

(Interrupção do som.)

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Se não tivessem metido a mão com essa história do mensalão, o Bolsa-Família poderia ser de 100, 110, 120, 130 reais ou muito mais. Poderia ser mais de um milhão, dois milhões de bolsas.

O mensalão é o dinheiro retirado do bolso do cidadão. A pessoa menos informada está achando que o mensalão é aquele valor que estão dando às famílias. É o contrário. Nós poderíamos investir muito mais na área social; poderíamos investir muito mais no nosso pequeno agricultor, nos nossos trabalhadores, no homem do campo, no homem do sertão, do Norte, do Nordeste, pessoas que não têm condições de se manter. Se não tivesse sido criado esse tal de mensalão...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - (...) retirando recursos públicos, poderia haver mais investimentos contra a pobreza.

Eu queria apenas deixar registrado esse assunto, Sr. Presidente, porque as informações estão chegando distorcidas nas cidades do interior. Estão levando outra mensagem, mais uma mentira, tudo em busca do voto para manter o atual Presidente no poder.

É lamentável que quem se diz tão competente, tão preparado, de repente use artifícios como esse para tentar vencer as eleições do próximo pleito.

Deixo aqui registrado o nosso repúdio à forma nojenta como estão fazendo política hoje, e os meus cumprimentos à nossa querida Massaranduba...

(Interrupção do som.)

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - (...) que foi destaque no jornal Correio Braziliense. Massaranduba, terra de agricultores, que tem como sua fonte maior a cultura do arroz. Deixo, pois, essa mensagem para comemorar esse fato tão importante para a nossa Massaranduba.

Outro fato que abordei aqui foi a utilização pelo Governo de mecanismos, artifícios ilegais e mentirosos para tentar convencer o eleitor.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/06/2006 - Página 19087