Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da matéria intitulada "Um país sem energia?", publicada na revista Época, edição de 15 de maio último. A diplomacia brasileira na gestão do presidente Lula. Transcrição nos Anais do Senado, do editorial intitulado "A derrota de Chávez no Peru", publicado no jornal O Estado de S.Paulo, edição de 6 do corrente.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA. POLITICA INTERNACIONAL. POLITICA EXTERNA.:
  • Registro da matéria intitulada "Um país sem energia?", publicada na revista Época, edição de 15 de maio último. A diplomacia brasileira na gestão do presidente Lula. Transcrição nos Anais do Senado, do editorial intitulado "A derrota de Chávez no Peru", publicado no jornal O Estado de S.Paulo, edição de 6 do corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 07/06/2006 - Página 19245
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA. POLITICA INTERNACIONAL. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, EPOCA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), DEBATE, ENERGIA ELETRICA, CRISE, NACIONALIZAÇÃO, GAS NATURAL, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, RISCOS, FALTA, ABASTECIMENTO.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, EDITORIAL, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), COMENTARIO, ELEIÇÃO, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, PERU, AUSENCIA, INTERFERENCIA, GOVERNO ESTRANGEIRO, VENEZUELA, ELOGIO, SOBERANIA, EVOLUÇÃO, DEMOCRACIA, AMERICA DO SUL.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, EDITORIAL, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ANALISE, DETERIORAÇÃO, POLITICA EXTERNA, BRASIL, FALTA, ATENÇÃO, AREA DE LIVRE COMERCIO DAS AMERICAS (ALCA), MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), UNIÃO EUROPEIA, PERDA, AMBITO, COMERCIO EXTERIOR, DESVALORIZAÇÃO, LIDERANÇA, AMERICA DO SUL.

            O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna neste momento para fazer o registro da matéria intitulada “Um país sem energia?”, publicada pela revista Época de 15 de maio do corrente.

            A matéria do jornalista Murilo Ramos retoma o episódio envolvendo a nacionalização do gás na Bolívia e suas conseqüências para o Brasil. Segundo a matéria, com a medida “Morales passou a controlar metade do gás natural consumido no Brasil” e a “dependência de gás boliviano antecipa risco de novo apagão para o ano de 2008”.

Sr. Presidente, solicito que a matéria acima citada passe a integrar este pronunciamento e, assim, conste dos Anais do Senado Federal.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o segundo assunto é para solicitar a V. Exª a transcrição na íntegra, nos Anais desta Casa, do editorial do Jornal O Estado de S. Paulo “A derrota de Chávez no Peru”, publicado na edição do dia 06 de junho de 2006.

Devo ressaltar que o resultado do pleito presidencial no Peru é uma demonstração, no plano regional, de que a ingerência do senhor Hugo Chávez foi derrotada. O social-democrata e ex-presidente Alan García, venceu o segundo turno das eleições peruanas com uma diferença de mais de 1 milhão de votos sobre o nacionalista Ollanta Humala, apoiado ostensivamente pelo presidente da Venezuela.

Foi sintomática a manifestação do presidente eleito. Em meio as suas primeiras declarações, o vitorioso Alan García fez referência direta à ingerência do presidente venezuelano nas eleições locais:

            "... o país deu uma mensagem de independência nacional e de soberania ao derrotar o esforço do Sr. Hugo Chávez de incorporarmos sua estratégia de expansão do modelo militarista e retrógrado que pretendeu implantar na América do Sul".

            A democracia triunfa na América Latina, com a realização de mais um pleito presidencial. Os desafios a serem enfrentados por Alan García são inúmeros. A nação está dividida e as negociações naquele país andino são particularmente complexas.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o terceiro assunto é para dizer que o jornal O Estado de S. Paulo abre espaço em editorial desta terça-feira para um tema mais que oportuno: a diplomacia brasileira na gestão do Presidente Lula.

Está evidenciado que o Itamaraty sob a supervisão do palácio do planalto não privilegiou as negociações com a Alca, muito menos entre o Mercosul e a comunidade européia. nesse contexto, houve um direcionamento ostensivo para os acordos com os parceiros do “sul”, em detrimento dos grandes mercados.

Em que pese a prioridade fixada pela Casa do Rio Branco de intensificar as relações comerciais com os países em desenvolvimento, notadamente da América Latina, é mister destacar a deterioração observada no âmbito regional, considerando que o mercosul agoniza à luz do dia. o Brasil, como tão bem destaca o editorial do Estadão, “não esteve à altura da sua condição de maior economia e foi incapaz até de trabalhar pelo entendimento entre Argentina e Uruguai”, divididos e em rota de colizão. houve uma paralisia na integração. o mercado comum do sul - uma conquista da diplomacia brasileira - vive o seu crepúsculo na esteira de equívocos sucessivos da diplomacia do Presidente Lula, a qual insiste em “ideologizar” sua atuação, revivendo práticas de um vetusto “terceiro-mundismo”.

O comércio exterior brasileiro para inserir seus produtos nos grandes mercados, passou a depender de países que estabeleceram laços com os estados unidos, a partir de uma estratégia pragmática. é o caso da Colômbia de Alvaro Uribe. sem dúvida, o mercado colombiano, com livre acesso aos eua - uma vez que aquela nação formalizou acordo bilateral com os norte-americanos - é um caminho para a indústria do Brasil driblar os entraves que não foram removidos pela nossa política externa.

Imaginar, por exemplo, que um sistema de consultas informais com Washington, será capaz de compensar os efeitos negativos de um impasse nas negociações entre o Brasil e a Alca, é mera infantilidade.

As nossas exportações para os Estados Unidos têm crescido menos que a média das exportações brasileiras. essa constatação é do próprio Ministro Luiz Furlan.

Essa opção terceiro-mundista fez com que o Brasil deixasse de usufruir o extraordinário dinamismo do comércio internacional nos últimos anos. as exportações poderiam ter evoluído ainda mais se o governo do Presidente Lula tivesse fechado acordos “mais promissores”.

Para concluir, eu gostaria de reproduzir um trecho do editorial em tela muito bem contextualizado: “as “vitórias” da diplomacia brasileira podem ser medidas, também, pela ação desagregadora do presidente Hugo Chávez e pela fraqueza de Brasília diante das imposições do Presidente boliviano Evo Morales”.

As dificuldades advindas dessas opções em matéria de política externa se projetam na economia brasileira e por conseguinte na circulação de nossos produtos nos grandes mercados. uma das saídas seria utilizar a Colômbia para estabelecer uma ponte entre a empresa brasileira e o mercado norte-americano.

Por fim, gostaria de solicitar a vossa excelência a transcrição na íntegra, nos Anais desta Casa, do editorial em epígrafe intitulado “A diplomacia do remendo”, publicado na edição do dia 06 de junho de 2006.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“Um país sem energia”; Veja.

“A derrota de Chávez no Peru.”

“A diplomacia do remendo.”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/06/2006 - Página 19245