Discurso durante a 80ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Cumprimentos ao Senador Pedro Simon pelo pronunciamento que fez. Farsa ocorrida após a invasão do Congresso Nacional pelo MLST. (como Líder)

Autor
José Agripino (PFL - Partido da Frente Liberal/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA EXTERNA.:
  • Cumprimentos ao Senador Pedro Simon pelo pronunciamento que fez. Farsa ocorrida após a invasão do Congresso Nacional pelo MLST. (como Líder)
Aparteantes
Arthur Virgílio, Heráclito Fortes, Pedro Simon.
Publicação
Publicação no DSF de 14/06/2006 - Página 20372
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, DISCURSO, PEDRO SIMON, SENADOR, DIVERGENCIA, DIRETRIZ, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), REFERENCIA, ELEIÇÕES.
  • REPUDIO, NEGLIGENCIA, GOVERNO FEDERAL, CORRUPÇÃO, DESRESPEITO, ORDEM PUBLICA, AMIZADE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRIMINOSO, ESPECIFICAÇÃO, GRUPO, SEM-TERRA, DEPREDAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL.
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, AUTORIA, BRASILEIROS, ASSESSOR, VICE-PRESIDENTE, GOVERNO ESTRANGEIRO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CONHECIMENTO, DIRETRIZ, NACIONALIZAÇÃO, GAS NATURAL, PROPOSTA, CONSTRUÇÃO, GASODUTO, AMERICA DO SUL, CONTRADIÇÃO, PREJUIZO, UNIDADE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), REPUDIO, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, BRASIL.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, manifesto-me após esse discurso candente do Senador Pedro Simon, peemedebista histórico, que aqui falou com o coração. Cumprimento S. Exª pela sinceridade e pela autoria desse discurso. O Senador Pedro Simon é uma das melhores figuras da República, um homem de bem, possuidor de um padrão ético a toda prova, merecedor do respeito do povo brasileiro e que, com justíssima emoção, faz seu protesto em relação ao fato de o seu PMDB não ter candidatura própria.

Senador Pedro Simon, ontem estava em Natal com uma pessoa do povo que não é ligada em política. Conversávamos sobre assuntos outros que não política, mas, de repente, ela me perguntou: “Senador José Agripino, quem é o político que o senhor admira?” Não tive resposta para dar a essa pessoa e devolvi-lhe a pergunta, dizendo: “Vou lhe dar uma seqüência de nomes e você, que não é ligada nem antenada em política, me dirá quem conhece e quem não conhece”.

Senador Pedro Simon, V. Exª está ao lado do Senador Arthur Virgílio, um palpitante líder de Oposição que usa a tribuna e a notícia com enorme freqüência por justo mérito. Comecei perguntando a essa pessoa se conhecia, ainda que de nome, Arthur Virgílio. Ela disse que não. Com certeza, ela não me reconheceria se eu não fosse potiguar e seu amigo. Perguntei por Renan Calheiros, e ela disse não; perguntei por Jorge Bornhausen, e ela disse não; perguntei por Marco Maciel, e ela disse: “Sim, foi Vice-Presidente”. Perguntei por lideranças da Câmara dos Deputados, e ela disse não. Lembrei-me de perguntar pelo seu nome, Senador Pedro Simon, ela disse: “Sim”. Conhece o seu nome.

Eu não ia nem falar sobre essa conversa que tive ontem, mas, a propósito do seu discurso, quero dizer que as pessoas menos antenadas com política guardam o recall de sua presença. Estou lhe prestando um testemunho franco e sincero sobre uma conversa que tive, ontem à noite, com uma pessoa do meu Estado que não é antenada em política, mas que sabe, já ouviu falar e guarda referência sobre Pedro Simon. Isso só categoriza, qualifica o seu pronunciamento, que é sentido, que é sincero, que é verdadeiro e, com certeza, deve ter impactado aqueles que o ouviram da tribuna do Senado. Como a minha conterrânea potiguar lhe conhece, guarda um conceito sobre V. Exª, aqueles que o ouviram devem guardar, com conceito semelhante, as suas palavras e a sua manifestação.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, queria falar hoje sobre farsa. Senador Arthur Virgílio, meu colega de anonimato diante da conterrânea do Rio Grande do Norte, V. Exª deve ter visto, com a indignação com que eu vi, a farsa que ocorreu na semana passada após a invasão da sede do Congresso Nacional pelo MLST, pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terra.

V. Exª deve ter assistido às providências que cobramos da tribuna e, porque cobramos, o Governo foi obrigado a adotá-las em seguida: prisão dos manifestantes e prisão do Sr. Bruno Maranhão, filiado, militante, um dirigente do PT. E V. Exª deve ter, como eu, observado a farsa. As providências só foram tomadas porque foi feita a denúncia e porque a imprensa brasileira registrou a indignação do Brasil com os gestos de vandalismo. O Governo adotou providências porque o assunto foi manchete nacional e porque provocou enorme desgaste.

O Governo apareceu punindo o Sr. Bruno Maranhão como se ele fosse um inimigo do Governo e do PT, mas é amigo do peito, foi recebido pelo Presidente da República em muitas oportunidades, trocava bonés com o Presidente; é amigão, assim como amigões são José Dirceu, Antonio Palocci e Waldomiro Diniz. Quando caem em desgraça, lixo neles, e apresenta-se a farsa ao País. Estamos vivendo um Governo de farsas, Sr. Presidente. Quando o dolo é identificado, no primeiro momento, é o “xô, mosca, sai de perto de mim”. Agora, é amigão. Age por estímulos...

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senador José Agripino, dez segundos. Senadora Heloísa Helena, o PT é estranho. Quando se trata da discordância ideológica, a tolerância é nenhuma - é o caso da Senadora Heloísa Helena; quando se trata de loucura, a tolerância é alguma - é o caso do Bruno Maranhão; quando se trata de desvio de dinheiro público, a tolerância é toda - e aí está a impunidade dos mensaleiros, que vão para as urnas sob a legenda do outrora impoluto Partido dos Trabalhadores.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Muito bem colocada a observação de V. Exª.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador José Agripino...

            O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Já concedo um aparte a V. Exª. Naquela fotografia do Palácio do Planalto, Lula aparece com seus mensaleiros dizendo que eles tinham cometido um erro, mas não eram criminosos. Ele os anistiou a todos de uma sentada só. Os praticantes do padrão ético defeituoso foram recebidos dentro do Palácio do Planalto e foram anistiados de público.

            Os vândalos, pilhados, foram objeto, dentro de uma grande farsa, de uma admoestação para inglês ver. Quando o tempo passar e a poeira abaixar, o Sr. Bruno Maranhão, como os mensaleiros foram recebidos no Palácio do Planalto, será recebido de novo. Pode até ser de noite na Granja do Torto ou no Palácio da Alvorada, mas vai continuar sendo recebido. Infelizmente, a prática desse tipo de coisa está sinalizando pessimamente a imagem do Brasil para o exterior; está provocando a indignação da sociedade organizada com relação ao Estado de Direito. São fatos tolerados e, mais do que tolerados, são estimulados pela impunidade que lhes atribui o atual Governo.

            Estamos vivendo um quadro de perigosa farsa. Quando se pilha o malfeito, Senador Heráclito Fortes, vem aquele carão público para inglês ver, mas logo depois tudo volta ao normal - e o normal é a convivência com a impunidade.

            Ouço, com muito prazer, o Senador Heráclito Fortes.

            O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador José Agripino, não há nenhuma dúvida de que o PT hoje é tudo no Brasil, menos um partido dos trabalhadores. Aquele compromisso com essa categoria de sofredores brasileiros foi abandonado pelo PT. Veja como está sendo tratada agora a questão dos aposentados; veja como está sendo tratado agora um companheiro que eles têm, o Senador Paulo Paim, por ter sido coerente com a causa do servidor público a vida inteira. V. Exª precisa ver - e os jornais de hoje noticiam - as declarações do candidato a Governador de São Paulo, nosso colega de Senado, Aloizio Mercadante, ao ver que na sua chapa, entre os candidatos a deputado, há várias pessoas envolvidas no mensalão, nas denúncias da CPI dos Correios, os que renunciaram para fugir da cassação e os que foram anistiados, como a bailarina. Ele diz: “Eles precisam de uma segunda chance”. Imagine, Senadora Heloísa Helena, a que ponto chegou o ex-partido de V. Exª. “É natural; deixa esse pessoal na chapa, porque eles precisam de uma segunda chance!” Esse é o retrato do PT atual. Quanto ao Presidente Lula, não sei nem o que dizer. Coitado, tenho pena dele por sua história, por tudo. No começo da semana passada, criou um factóide terrível ao fazer uma teleconferência com a Seleção brasileira de futebol. Deu aula de estética, montou um spa, disse que o Ronaldinho estava magro - a namorada do Ronaldinho disse que não estava -, perguntou como estavam os investimentos do Cafu no exterior e por aí foi. Aliás, ontem noticiaram que Cafu teve sua prisão decretada por um juiz italiano, mas teleconferência com o Presidente ou um telefonema pessoal para confortar os jogadores na véspera do jogo não aconteceu. Felizmente, Senador José Agripino, o blog do Noblat noticiou, às 12h47min, que o Juiz Enrico Giallucci absolveu o Cafu dessa condenação estranha às vésperas de um jogo. Só falta o Presidente anunciar que foi a pedido dele. O resto veremos até o final desta Copa. Muito obrigado.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Agradeço, Senador Heráclito Fortes, a sua oportuna intervenção, os fatos e os acréscimos que faz a este pronunciamento, em que falo sobre a farsa, a permanente farsa. Lula, na teleconferência, de forma gratuita... Senadora Heloisa Helena, já imaginou se fosse V. Exª que tivesse dito, no tom em que foi dita, no momento em que foi dita, aquela bobagem monumental que o Brasil todo repudiou, de Lula em relação ao Ronaldinho... Para que aquilo? Se fosse V. Exª ou eu, estaríamos crucificados. Lula, rapidamente, depois do carão e do puxão de orelhas em Ronaldinho, cuidou de botar panos quentes em mais uma peça de farsa: “Faz de conta que não falei isso e vamos nos ajustar por aqui”. A Ronaldinho, que não interessa, em um momento como este, a perda de equilíbrio emocional nem entrar em briga inconveniente e inconseqüente, aceitou o pedido de desculpas e foi em frente, mas foi mais uma peça de farsa.

Senador Pedro Simon, sabe qual é a última? Não posso, não me contenho... É a farsa que atinge a nossa Petrobras. V. Exª, como eu, aqui e acolá, vê televisão. O Senador Romeu Tuma também vê. Fico aterrado com a quantidade de propaganda sobre a auto-suficiência em petróleo conquistada pela Petrobras. É um massacre. Repete-se: “Governo do Brasil, Governo do Brasil, Governo do Brasil”, como se Lula fosse o responsável pela auto-suficiência em petróleo. Imagina-se, Senador Pedro Simon, que o Presidente Lula seja um apaixonado pela Petrobras. Apaixonado, de beijinhos... É propaganda maciça o tempo todo. Agora, será que esse é o sentimento dos funcionários da Petrobras? Será que esse é o sentimento real ou não há uma farsa por trás disso?

Antes de contar o que ouvi do Sr. Denis Rosenfield, aquele que escreve de 15 em 15 dias no jornal O Estado de S. Paulo e com quem jantei em Belo Horizonte na noite de sábado, depois de um seminário que meu Partido levou a efeito para discutir infra-estrutura, vou ouvir V. Exª, Senador Pedro Simon. Depois de ouvi-lo, vou dizer para V. Exªs o que Denis Rosenfield me revelou e sobre o que fui atrás de complementos da informação. Vou passar para V. Exªs o que tenho em mãos: é um artigo de um senhor referente à Bolívia.

Mas ouço V. Exª, Senador Pedro Simon.

O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - V. Exª se referiu a um fato que acho efetivamente muito sério. Em primeiro lugar, é feito com muita categoria. É claro que a gente não vê propaganda “Votem em Lula”; vemos propagandas da Petrobras fazendo obra social; vemos propagandas das empresas fazendo obras sociais. Contudo, nunca em minha vida vi algo semelhante. Nos intervalos do Jornal Nacional, num intervalo ou outro da novela das oito, são duas a três propagandas diferentes e, diga-se de passagem, muito bem-feitas. Até creio que o Sr. Duda Mendonça é quem está por trás, orientando. São propagandas muito bem-feitas, mas que é um escândalo é um escândalo. O Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que diz que este é o País do faz-de-conta, que as coisas acontecem e não dão em nada, faria um gesto muito bonito se desse uma olhada e tomasse uma providência.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Senador Pedro Simon, V. Exª já ouviu falar em um cidadão chamado Emir Sader? Emir Sader é um petista de carteirinha, um ideólogo, um sociólogo; gente, como o Bruno Maranhão, da intimidade com o PT; gente que formula para o PT, é das entranhas do PT, amigão de todos eles. O Sr. Emir Sader, ideólogo do PT, que escreve com muita freqüência para a imprensa brasileira, e sempre defendendo o PT, também escreve para os jornais da Bolívia.

Disse-me o Sr. Denis Rosenfield, que merece fé, que o Sr. Emir Sader é assessor direto do Vice-Presidente da Bolívia, o Sr. Álvaro Garcia. Ele é ideólogo do PT e é assessor direto do Vice-Presidente da Bolívia: a Bolívia de Evo Morales, que cercou a unidade da Petrobras com as Forças Armadas da Bolívia, que humilhou a Petrobras perante o mundo, que humilhou o Brasil perante o mundo, a diplomacia brasileira perante o mundo. Evo Morales, o presidente indígena, eleito pelo povo da Bolívia junto com Álvaro Garcia.

Álvaro Garcia é assessorado diretamente por um intimo de Lula; chama-se Emir Sader. Quem me disse e autorizou a dizer, porque conhece, ouviu conversa e tem todas as informações, foi Denis Rosenfield, articulista do Jornal O Estado de S. Paulo. É um homem de muito bom nível de informação.

Muito bem, Senador Paulo Octávio, deixe-me ler aqui uma “pérola”, um artigo publicado no Diário da Bolívia, escrito por Emir Sader, no dia 23 de janeiro de 2006, intitulado “Porque os bolivianos, pela primeira vez, se sentem felizes”. É um longo artigo em que, lá pelas tantas, o Sr. Emir Sader diz:

Ontem, sábado, foi a verdadeira toma de posse de Evo Morales. [“Toma” é para parecer portunhol.] Pude tomar o café da manhã com ele, na casa de seu vice, Álvaro Garcia, na casa deste. [De quem é, evidentemente, assessor.] Eles compraram empanadas saltenhas e alguns refrigerantes. Ficamos conversando cerca de uma hora, entre comentários sobre as notícias dos jornais, sobre chegada de delegações, mas sobretudo sobre recordações de Evo, que se confessava nervoso, além de molesto por um resfriado.

Saímos em seguida, com parentes dos dois, em quatro carros, sem batedores...

            E por aí vai, Sr. Presidente. Isso para mostrar o nível de intimidade com que o Sr. Emir Sader tratava Evo Morales e Álvaro Garcia, de quem é assessor.

Lá para tantas, diz:

(...)

Quando cheguei a La Paz, me dei conta que havia uma grande concentração de gente, com bandeiras da Bolívia, de Cuba e da Venezuela, era Hugo Chaves que chegava...

Lá para tantas...

(...)

Quando ele entrou no hotel, pude conversar com ele. Inicialmente ele manifestou seu entusiasmo pelos acordos que se estão avançando, depois das conversas em Brasília, com Kirchner e com Lula, sobre o gasoduto continental, que com a incorporação da Bolívia vão mudar a cara geopolítica, econômica e estratégica do continente...

E lá para tantas...

(...)

E, com ele, o povo boliviano, pela primeira vez na sua história, feliz, com Tupak Katari, com o Che e com o Evo Morales.

É um artigo escrito pelo Sr. Emir Sader, que demonstra absoluta intimidade com as pessoas e intimidade com os assuntos que, meses depois, geraram uma crise sem precedentes entre Bolívia e Brasil, envolvendo o gasoduto, envolvendo a venda de gás.

O Sr. Emir Sader, Senadora Heloísa Helena, é conselheiro do PT junto ao Vice-Presidente da República da Bolívia. Ele é petista de carteirinha, de sangue. E seguramente - ele cita, no artigo dele, a questão do gasoduto - foi por orientação ideológica dele, ou de alguma outra natureza, que a Bolívia tomou a iniciativa que tomou de cercar a Petrobras.

Eu fico imaginando a propaganda da Petrobras, as pessoas imaginando que Lula deve estar orgulhoso da Petrobras, amigo que é do Sr. Emir Sader, que orienta o Governo da Bolívia a cercar a unidade da Petrobras na Bolívia e humilhar o Brasil. Uma farsa que tem que ser desmascarada!

Estamos vivendo, Sr. Presidente, um Governo de farsas seguidas; é uma atrás da outra. E o Brasil precisa acordar. O Brasil precisa acordar! Não é possível! Aqui está! É produto de uma conversa eventual. Eu não sabia, eu nunca tinha ouvido falar no Sr. Emir Sader. Fui atrás, comecei a desvendar o novelo e cheguei a esta constatação triste: a invasão da unidade da Petrobras na Bolívia, comandada, é claro, pelo Presidente e pelo Vice, tem por trás um sociólogo, um ideólogo, um conselheiro petista que está aconselhando contra os interesses brasileiros. E o Brasil, por sua vez, fazendo propagandas ufanistas da Petrobras. Com quem está a verdade? Será o que os funcionários da Petrobras devem querer bem a Lula? Será que a Petrobras, que foi tão maltratada pela Bolívia, que, aconselhada pelo Sr. Emir Sader, fez o que fez? Será que é sincero esse sentimento do Governo brasileiro em relação a Petrobras? Será que é sincero ou estamos vivendo um Governo de farsa?

Sr. Presidente, chamo a atenção, porque acho que estamos vivendo um momento de anestesia neste País. A corrupção atingiu níveis tais em que a relatividade dos fatos está nivelada por cima. Waldomiro é peixe pequeno, Paulo Okamotto é peixe pequeno, porque toda hora os fatos acontecem.

Além disso tudo, a farsa é o escárnio à compreensão do povo brasileiro. E, assim como compreendo os fatos, ou tenho uma visão deles, é minha obrigação trazê-la a esta Casa para reflexão e para que as pessoas que nos vêem e que nos ouvem possam fazer a real constatação do Governo que está nos governando!

Chega de farsa, Sr. Presidente! Chega de Lula!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/06/2006 - Página 20372