Discurso durante a 81ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Saudação ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e dos Bancários de São Paulo, pela edição da Revista do Brasil. Destaque para aspecto importante, que tem chamado a atenção nas pesquisas eleitorais: a fidelidade que é demonstrada na faixa do público de baixa renda.

Autor
Ana Júlia Carepa (PT - Partido dos Trabalhadores/PA)
Nome completo: Ana Júlia de Vasconcelos Carepa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Saudação ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e dos Bancários de São Paulo, pela edição da Revista do Brasil. Destaque para aspecto importante, que tem chamado a atenção nas pesquisas eleitorais: a fidelidade que é demonstrada na faixa do público de baixa renda.
Aparteantes
César Borges, Eduardo Azeredo, Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 15/06/2006 - Página 20525
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESIDENTE, SINDICATO, BANCARIO, METALURGICO, EDIÇÃO, PERIODICO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, MATERIA.
  • REGISTRO, DADOS, INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, FAVORECIMENTO, REELEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • COMENTARIO, APOIO, POPULAÇÃO CARENTE, CANDIDATURA, REELEIÇÃO, DEMONSTRAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO, POVO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, IMPORTANCIA, PROGRAMA, BOLSA FAMILIA, AUMENTO, SALARIO MINIMO, AMPLIAÇÃO, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), FORNECIMENTO, ENERGIA ELETRICA.
  • CRITICA, TENTATIVA, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, BANCADA, OPOSIÇÃO, DESVALORIZAÇÃO, VOTO, POPULAÇÃO, BAIXA RENDA.
  • DEFESA, NECESSIDADE, AMPLIAÇÃO, INVESTIMENTO, POLITICA SOCIAL, INFRAESTRUTURA, INCENTIVO, CRESCIMENTO, PAIS, MELHORIA, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, CRIAÇÃO, EMPREGO.

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Senadora.

Quero iniciar o meu pronunciamento fazendo um registro elogioso e saudando os sindicalistas José Lopez Feijó, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e Luiz Cláudio Marcolino, Presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, minha categoria, que estão editando a Revista do Brasil, uma revista muito interessante, com qualidade nas suas matérias.

Quero parabenizar esses sindicatos, que se preocupam não só com a melhoria da qualidade de vida das suas categorias, mas também com o oferecimento à sociedade de uma revista de qualidade. Vejo aqui, inclusive, uma conterrânea paraense, Lourdes Barreto, numa matéria muito interessante sobre a grife Daspu e a ONG Da Vida. A Daspu é uma grife, criada pela ONG Da Vida, que, com muita responsabilidade social e muita irreverência, é sustentada por prostitutas.

A Maria de Lourdes Barreto faz parte da ONG Da Vida e é do Grupo de Mulheres Prostitutas da Área Central de Belém, que buscam dignidade. 

Sei que isso não é fácil, mas elas buscam dignidade e elas têm direito de buscar seus direitos, sua dignidade.

Eu gostaria, então, de saudar o Sindicato dos Metalúrgicos e o Sindicato dos Bancários de São Paulo por essa bela revista.

Algo que tem me chamado a atenção nas pesquisas eleitorais é que o Presidente Lula, salvo as pesquisas no auge da crise, sempre liderou a corrida sucessória. Agora, pelas últimas pesquisas, o Presidente livra uma dianteira enorme sobre o segundo colocado, o ex-Governador de São Paulo.

Segundo dados da CNI-Ibope, o Presidente tem 48% das intenções de voto, o ex-Governador tem 19%, a Senadora Heloísa Helena tem 6%, o Senador Cristovam Buarque tem 1% e outros candidatos não pontuaram. É lógico, é claro, é evidente que o cenário político deve e vai ser alterado, porque pesquisa é retrato de momento e não significa que os percentuais vão se repetir. Mas também é evidente - e fica cada vez mais evidente - que os números do Presidente Lula são muito sólidos, principalmente quando se referem a uma parcela da sociedade brasileira. É o Presidente Lula, inclusive, que apresenta a menor taxa de rejeição entre, pelo menos, os três principais concorrentes.

A avaliação do desempenho do Presidente e também do desempenho, como um todo, do Governo tem melhorado a cada levantamento estatístico. Isso é uma realidade. Tudo isso tem sido comentado seguidamente. É verdade! Como costumo dizer, pesquisa não determina, mas, como é feita em base científica, aponta-nos rumos, com certeza absoluta.

Porém, há um aspecto que chama atenção de forma realmente muito significativa: a fidelidade impressionante demonstrada nas faixas de público de mais baixa renda. Isso é mais do que fidelidade. Não é fidelidade, mas carinho, uma identificação do povo, uma ligação extremamente forte entre o povo mais pobre e o Presidente da República e o Governo do Presidente Lula. As pessoas se vêem refletidas na pessoa do Presidente Lula. Só isso pode justificar índices tão robustos. O povo pobre deste País sabe que o Governo Lula fez, e continua fazendo, muito para melhorar sua vida. O povo mais pobre deste País, ao mesmo tempo o povo mais simples, mais sincero, mais honesto, é extremamente grato àqueles que lutam por seus direitos e melhoram sua vida.

Vou citar alguns dados do Programa Bolsa-Família. Dizer que é uma continuidade de programas, Senador Paulo Paim, sinceramente, é miopia. O programa atingia uma parcela muito pequena da sociedade na administração anterior; atualmente, é política pública. Vejam bem, são mais de 9 milhões 240 mil famílias atendidas. Entre as crianças beneficiárias do programa, 94% fazem três refeições por dia. Sabemos o quanto é importante para nossas crianças fazer três refeições por dia; é fundamental, inclusive, para o desenvolvimento intelectual, a fim de que possam competir em igualdade de condições com os filhos daquelas pessoas que podem dar alimentação sem precisar de qualquer tipo de política pública na área social.

O salário mínimo, Senador Paulo Paim - e é impossível falar dele sem lembrar de V. Exª e de tantos outros -, com esse reajuste, que foi o maior dos últimos 20 anos, que proporcionou o maior poder de compra dos últimos 25 anos, é responsável também pelo crescimento do consumo interno. O crescimento no País não foi baseado, no último quadrimestre, nas exportações, e sim no consumo interno. Pois bem, o salário mínimo está colocando mais alguns bilhões de reais no bolso de milhões e milhões e milhões de trabalhadores.

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) financia mais de R$10 bilhões para os agricultores familiares do País. Isso é distribuição de renda. Como V. Exª disse ainda há pouco, um milhão de famílias a mais está tendo acesso a recursos, a crédito e a assistência técnica, o que é uma revolução no campo. Se juntarmos isso às últimas medidas normativas do Governo com relação à regulamentação fundiária na Amazônia - quem possui até 100 hectares vai receber o título, e quem possui até 500 hectares vai poder utilizá-la com tranqüilidade -, tudo isso, além de trazer paz ao campo, permitirá maior distribuição de renda e maior acesso dos agricultores familiares aos programas de crédito.

Além disso, o Programa Luz para Todos tem beneficiado milhões de pessoas. Portanto, é fácil entender por que os índices do Presidente Lula não param de melhorar.

Concedo um aparte, com muita honra, ao Senador Paulo Paim.

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senadora Ana Júlia Carepa, este fim de tarde, início de um feriadão - haverá votação apenas na próxima terça-feira -, está sendo muito rico para um debate tranqüilo e do mais alto nível, envolvendo Senadores e Senadoras. Eu tomo a liberdade de dizer a V. Exª que, em minhas campanhas para Deputado Federal e, depois, para o Senado Federal, usei sempre o mesmo slogan. Eu dizia: “Fizemos muito, mas temos ainda muito por fazer”. Eu mostrava que tudo aquilo que fizemos ainda é pouco, inclusive em meu mandato, e que temos que produzir muito mais. V. Exª segue exatamente a mesma linha. O que V. Exª aponta, em relação ao Presidente Lula, segue a linha do segundo mandato: fez muito, mas há muito por fazer. É nessa linha da construção, da distribuição de renda, de que é possível avançar ainda mais, que V. Exª sustenta o seu pronunciamento, incluindo - não há como não falar, eu também usei o termo ontem - o salário mínimo. Em aumento real, o último aumento foi, sim, o maior dos últimos 25 anos. V. Exª tem o direito legítimo, como lutadora que é, de trazer este debate, apontando os caminhos. Eu gostaria de fazer apenas um acréscimo. Se me perguntassem qual é a nota do meu mandato, eu pediria que não me dessem mais que oito. É um exagero. No entanto, se quiserem me dar menos, é legítimo. Mas, para mim, não pode ser mais do que oito. Eu sonho em avançar e produzir mais. É a postura de cada governante, de cada um de nós, pelo compromisso que temos com o povo. Parabéns pelo equilibradíssimo pronunciamento, que demonstra que estamos avançando.

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA) - Obrigada, Senador Paulo Paim. O aparte de V. Exª vem inclusive ao encontro do que ainda vou registrar.

Peço à Presidência mais dois minutos, para que possa concluir o discurso.

Abordando essas situações, um dado permite entender por que os índices do Presidente Lula não param de melhorar. É um dado que merece maior atenção e que derruba teorias eleitorais que afirmavam que o voto do povo mais pobre é mais volúvel, mais passível de mudança, mais volátil. Essa tese está indo para o espaço. Os votos do ex-Governador são menos consistentes do que os do Presidente Lula. Sei que é cedo para falar, mas, como registrei desde o início, pesquisa é apenas o retrato de um momento, e tenho certeza de que haverá mudanças com relação a esses dados. Contudo, parece-nos uma visão justa de que pelo menos a população mais pobre já escolheu. Há fortes indícios de que esse povo já sabe quem é seu candidato.

Parece que o alto baronato empresarial, os donos do sistema financeiro, também já escolheram seu candidato: o ex-Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. E o candidato do povo mais pobre, do povo trabalhador, cada vez mais, é o Presidente Lula.

Isso foi divulgado na imprensa. Inclusive a pesquisa em um fórum de empresários, em que 93% deles vota no ex-Governador.

Senador Paulo Paim - e isso vai inclusive ao encontro do que V. Exª disse -, eu me animo muito a pensar que um programa de governo que invista mais ainda no povo, no mercado interno e em infra-estrutura possa baixar de forma mais acelerada a taxa de juros. O Brasil pode, sim, crescer 5%, 7%, 8%, até 10%, mas é preciso que adotemos essas medidas, e elas precisam ser adotadas logo, pois quanto maior a taxa de juros, mais gastamos pagando os juros da dívida, e menos em investimento, em infra-estrutura, em políticas públicas, em programas sociais. É possível desenvolver um programa que avance nesse sentido.

Concedo um aparte ao Senador Eduardo Azeredo. 

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senadora Ana Júlia Carepa, gostaria de fazer uma breve observação ao raciocínio que V. Exª faz de que o Presidente Lula está na frente, portanto, ele vai ganhar.

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA) - Eu não disse isso.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Assim sendo, V. Exª concorda que Aécio Neves vai ganhar em Minas e que José Serra vai ganhar em São Paulo porque os dois também estão na frente. Acredito que é muito cedo ainda para uma decisão.

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA) - Senador Eduardo Azeredo, fiz questão de registrar, e acredito que todas as pessoas ouviram, as Senadoras, os Senadores e a população que nos assiste pela televisão e que nos ouve pela rádio, que pesquisa é o retrato de um momento. Tenho certeza de que os dados se alteram e que isso não significa que o Presidente Lula vai vencer a eleição.

Fiz aqui uma análise - e não poderia deixar de fazê-la - sobre os dados de pesquisas em relação aos setores da sociedade brasileira que têm confirmado o voto no Presidente Lula, cada vez mais. E isso é real!

O Sr. Tião Viana (Bloco/PT - AC) - Muito bem, Ana Júlia!

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA) - Então, pesquisas mostram o candidato escolhido pelos trabalhadores, pelo povo mais pobre - pelo menos grande parte desse povo mais pobre. Isso é verdadeiro. Por isso, não dá para não enxergarmos essa realidade.

Se tivermos condições de liberar um espaço maior ainda para os investimentos sociais, para os investimentos de base, para os investimentos de infra-estrutura, o Brasil vai crescer mais e mais, distribuindo renda. Estamos mostrando que, ao distribuir renda, é possível haver crescimento, mesmo a uma taxa menor. Ao comparar-se o período de 1999 a 2003 com o de 2004 a 2006, é possível observar-se que a taxa de crescimento dobrou. Dobrou! Assim, liberando-se mais investimentos, o País crescerá mais e haverá maior distribuição de renda.

E o povo mais pobre, mais humilde, mais simples, esse povo brasileiro maravilhoso, é extremamente agradecido a quem não o esquece e a quem luta por seus direitos. Por isso, enquanto os formadores de opinião estão atônitos, atarantados, confusos e desorientados, o povo brasileiro demonstra, cada dia mais, que está decidido, mais convicto, mais esclarecido.

Realmente, não será fácil a tentativa que sempre se fez de manipular o voto do nosso povo. Para mim, “sapato alto” é uma coisa terrível. Mas não posso deixar de dizer que tem sido essa a faixa da população que tem se mostrado fiel, carinhosa e identificada com o Presidente, com o Governo Lula.

O Sr. César Borges (PFL - BA) - Senadora...

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA) - Senador, vou pedir a V. Ex.ª que seja breve porque a Presidenta, Senadora Heloísa Helena, tem sido bondosa comigo.

A SRª PRESIDENTE (Heloísa Helena. P-SOL - AL) - Darei todo o tempo necessário porque aproveito e testo a minha tolerância também. Pode ter o tempo que V. Exª entender necessário.

O Sr. César Borges (PFL - BA) - Agradeço, Senadora Ana Júlia. Gostaria apenas de contribuir com essa sua linha de raciocínio sobre a manipulação do eleitorado brasileiro. Hoje, sem sombra de dúvida, vemos que há uma convicção formada por parte da grande mídia nacional, principalmente da mídia escrita, daqueles jornalistas mais intelectualizados, a respeito de fatos sobre os quais o País tomou conhecimento de maio para cá, tais como o mensalão, o ocorrido no Palácio do Planalto, capitaneado por José Dirceu, homem de toda a confiança do Presidente Lula, a forma antidemocrática do Ministro da Fazenda ao quebrar o sigilo bancário do caseiro, uma pessoa do povo. Então, todos aqueles que conseguem entender a realidade brasileira, os fatos que vieram à tona, sabem que não houve nenhuma deturpação. Todos nós tomamos conhecimento desses fatos, inclusive por meio do Duda Mendonça, que, aqui no Senado, disse que recebeu dinheiro lá fora para o pagamento da campanha do Presidente Lula, contrariando qualquer legislação. Muitos membros do PT choraram naquele dia. A manipulação existe, Senadora Ana Júlia, e agora é inverso, é o Presidente Lula se aproveitando dos mais carentes, dos mais necessitados, mas, lamentavelmente, menos informados, pois não têm acesso à grande mídia, à leitura, aos articulistas diversos que escrevem diariamente sobre a realidade do Governo, realidade já levada à Justiça pelo Ministério Publico Federal, que denunciou a formação de quadrilha interna no Governo para se perpetuar no poder. Assistimos estarrecidos, aí sim, a essa manipulação do eleitorado. Verificamos, com muito receio, a utilização de programas assistencialistas como o Bolsa-Família, que faz parte de programas importantes, criados no passado, mas que agora foram expandidos de forma a cooptar o eleitorado, dentro daquela expressão de Hélio Bicudo, segundo a qual Lula é o coronel do século XXI que dá com uma mão o dinheiro do Bolsa-Família para tomar o voto com a outra. A manipulação ocorre talvez pela falta de informação daqueles que trabalham diuturnamente para sobreviver duramente na nossa sociedade e que não têm condições de ler jornais como a Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e outros. A manipulação vem exatamente por parte do Governo. Daí o resultado: o Presidente em campanha 24 horas, fazendo proselitismo político em todos os seus pronunciamentos, armando um verdadeiro comício em cada atitude do Governo e dizendo que não é candidato. Manipulação existe hoje por parte do Governo, e lamentavelmente com sucesso - tenho que reconhecer. Sou temeroso sobre o futuro do País por conta disto: porque a realidade vai sempre vir à tona. Esperamos com ansiedade o programa eleitoral gratuito, para que a verdade possa ser colocada, na esperança de que a população, hoje ludibriada, seja esclarecida. O processo eleitoral servirá para isso. Senão, lamentavelmente, vamos ver o eleitor manipulado para eleger o Presidente, que não correspondeu às aspirações do povo brasileiro.

Agradeço o aparte que V. Exª me concede.

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT - PA) - Muito obrigada, Senador, mesmo discordando, mas também testando meu nível de tolerância, que, na verdade, testamos todo dia, principalmente quando se está numa Casa democrática. Isso é natural.

Essa idéia de que sempre o povo pobre não sabe pensar, não sabe escolher... O Fernando Henrique, no programa do Jô Soares, só faltou chamar o povo pobre de burro! Então, o povo já está cansado de ouvir essa lengalenga de que o povo mais pobre, mais humilde, não tem capacidade de perceber quem está realmente fazendo mais por ele.

Imagino uma mãe - e sou mãe - que vê seu filho comer três vezes ao dia, o quanto isso lhe causa impacto, porque, antes, ele não comia nada, ou ele comia dependendo de favores, talvez.

Fui ao lançamento do Pronaf Mulher e vi mais de trinta mulheres receberem financiamento para a agricultura, independentemente dos seus companheiros, dos seus maridos. E isso é algo novo. Hoje, a titulação de terra é feita, se for um casal, no nome do homem e da mulher. São essas as diferenças que a população começa a perceber. Os erros que aconteceram - V. Exª sabe, e já falei por diversas vezes que reconheço todos os erros - foram graves, sim, e obrigou a base militante do nosso Partido a grandes mudanças, por meio das urnas.

Isso nos dá uma lição grande. Não estamos aqui falando que só existem acertos. Eu mesma tenho posições críticas. O que estamos dizendo é que muito está sendo feito. O que me anima muito é que, se pudermos ter um programa que aponte na direção, de mais investimentos, de menos juros, de mais investimentos no mercado interno, de mais infra-estrutura, haverá mais geração de empregos e maior distribuição de renda. Isso é o que está acontecendo.

A avaliação dos números hoje mostra que o povo sabe muito bem. E achar que o povo é burro porque ele não lê alguns órgãos da imprensa escrita, sinceramente!... Alguns até eu prefiro que não entrem na minha casa porque lixo não deve entrar na nossa casa. Eu não dou dinheiro para comprar lixo, Senador Tião Viana. Então, acho que quem manipula a informação, como eu vejo, e aqui quero fazer a ressalva de que são alguns órgãos de imprensa, porque grande parte deles coloca a informação, mesmo que discordemos, de forma justa. Mas há alguns que têm manipulado, e chegou ao ponto de um jornal como O Estado de S. Paulo - que é um jornal considerado conservador -, fazer um editorial condenando aquela matéria absurda daquela revista semanal, que rasgou todos os princípios de jornalismo.

            Então é essa análise que eu gostaria de deixar aqui ao povo. E vou continuar fazendo com que este País avance cada vez mais na direção daqueles que mais precisam.

Obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/06/2006 - Página 20525