Discurso durante a 81ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação com a presença do Presidente Lula, no Estado do Rio de Janeiro, para lançamento da pedra fundamental do pólo petroquímico de Itaboraí e do Centro de Inteligência de São Gonçalo. Suspeitas sobre a morte do Prefeito de Monte Alto/SP, Gilberto Morgado, do Partido dos Trabalhadores, que denunciou irregularidades pela empresa que presta serviços de recolhimento de lixo daquele município.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Indignação com a presença do Presidente Lula, no Estado do Rio de Janeiro, para lançamento da pedra fundamental do pólo petroquímico de Itaboraí e do Centro de Inteligência de São Gonçalo. Suspeitas sobre a morte do Prefeito de Monte Alto/SP, Gilberto Morgado, do Partido dos Trabalhadores, que denunciou irregularidades pela empresa que presta serviços de recolhimento de lixo daquele município.
Aparteantes
Arthur Virgílio, José Agripino.
Publicação
Publicação no DSF de 15/06/2006 - Página 20562
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INAUGURAÇÃO, OBRAS, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), IRREGULARIDADE, AQUISIÇÃO, TERRENO.
  • SUSPEIÇÃO, MORTE, PREFEITO, MUNICIPIO, MONTE ALTO (SP), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), VINCULAÇÃO, DENUNCIA, IRREGULARIDADE, EMPRESA, RECOLHIMENTO, LIXO, QUESTIONAMENTO, TENTATIVA, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, OMISSÃO, FATO, PEDIDO, ORADOR, INVESTIGAÇÃO, POSSIBILIDADE, CRIME.
  • CRITICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTICIPAÇÃO, CORRUPÇÃO, TENTATIVA, DESVIO, ATENÇÃO, POPULAÇÃO, FORMA, ISENÇÃO, INVESTIGAÇÃO.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PF - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Heloísa Helena; Srªs e Srs. Senadores, ando muito preocupado, porque o povo brasileiro está começando a perder a capacidade de se indignar com as coisas. Estamos vivendo um período de anestesia coletiva.

A Primeira Leitura de hoje noticia a ida do Presidente Lula ao Rio de Janeiro, Senador Arthur Virgílio, para o lançamento de pedras fundamentais em duas obras: uma é o pólo petroquímico que vai ser instalado pela Petrobras em Itaboraí. E pasmem V. Exªs: a Petrobras não comprou nem sequer o terreno. Atitude criminosa da Petrobras, Srª Presidente. É preciso que se tomem medidas contra isso.

Em seguida, o Presidente também lançou a pedra fundamental do Centro de Inteligência de São Gonçalo, que é um instituto profissionalizante para o setor de petróleo. Recebeu ampla cobertura, e a matéria diz que a pressa em fazer isso é porque, a partir do dia 30 de junho, a Lei Eleitoral proíbe.

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores...

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senador Heráclito Fortes, V. Exª me concede um aparte?

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Com o maior prazer, concedo um aparte ao Senador Arthur Virgílio.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senador, tenho lido aberrações do tipo “o Presidente Lula esteve na cidade tal para inaugurar o início das obras...”. É uma piada, e com todas essas situações defeituosas que V. Exª aqui arrola tão bem. Pergunto se é difícil respeitar as pessoas que formam a opinião pública brasileira. Pergunto que valia tem alguém, porventura, se manter no poder com toda essa ilegitimidade, desse jeito, se é que vai se manter no poder, porque duvido muito que resista a um confronto efetivo. Estão inventando um processo de deseducação do povo brasileiro. Dizem assim: “Ah, o Presidente Lula vence as eleições; denúncia de corrupção não pega nele”. Que conversa fiada é essa, Senador? Claro que pega. Tanto pega que ele esteve lá embaixo, depois melhorou, porque as CPIs acabaram, ou seja, pega. Tanto pega que perdeu todos aqueles pontos. Vamos, então, voltar para o que poderiam ser as nossas melhores tradições republicanas. Se alguém, falando sobre o Gasoduto Coari-Manaus, disser que foi a inauguração do pingo de solda... Inauguração do início da obra... Isso é piada! Você inaugura um gasoduto funcionando e ofertando luz barata para a economia e para melhora da vida das pessoas. Você não inaugura pingo de solda. Isso é piada, é desrespeito absoluto. E, mais do que ninguém, eu sei como aquilo está atravancado, porque o dinheiro que está lá eu o coloquei, enfrentando o Governo, obstaculizando, por três semanas, a votação do Orçamento da União. Eu sei. E não dá para nada o dinheiro que lá coloquei. Aquilo só dá para o pingo de solda mesmo. Muito obrigado, Senador Heráclito Fortes.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Vai ver que desse pingo de solda, a esse preço, tem uma parte para o mensalão. É a conclusão a que se pode chegar, Senador Arthur Virgílio.

Pois bem, o que a Petrobras fez foi um ato criminoso! E cabe a quem tem ação dessa empresa tomar providências, porque, se você lançar uma pedra fundamental em um Município onde não comprou terreno, é evidente que o preço dos imóveis subirá. E o que já se começa a comentar por aí é que a compra do terreno é uma compra de cartas marcadas, para que o preço superfaturado dê gorduras para as movimentações eleitorais da próxima campanha. É inadmissível que o Presidente da República, usando a estrutura dos aviões, dos helicópteros, se desloque para uma inauguração virtual.

Minha gente, a Petrobras é uma empresa que tem de prestar contas das suas atitudes. Onde está a CVM, Senador Arthur Virgílio, que não cobra uma posição? Ela está engajada, infelizmente. Duvido que a CVM se manifeste ou tome providências com relação a isso. Não toma não! É a anestesia que está tomando conta, infelizmente.

Senador Arthur Virgílio, morreu sábado passado, em São Paulo, em circunstâncias misteriosas, mais um prefeito do PT. Agora, foi o Prefeito de Monte Alto, na região de Ribeirão Preto, Gilberto Morgado. Ele estava hospedado num hotel na Alameda Lorena, nos Jardins, e caiu do 23º andar. O Partido dos Trabalhadores apressou-se em dizer que foi suicídio, mas a mulher do prefeito alerta para o fato de que ele vinha recebendo, há algum tempo, ameaça de morte, porque denunciou esquema envolvendo a empresa Leão & Leão no seu Município, na Administração anterior à dele, na questão de lixo hospitalar.

É grave, Senador Arthur Virgilio, esse fato. E eu não vi nenhuma comoção por parte do Partido dos Trabalhadores. Antigamente, ele pranteava os seus mortos, mas hoje trabalhou para que o fato passasse despercebido.

É preciso, Senador José Agripino, que esse fato seja acompanhado de perto pela Polícia Federal. A coluna de hoje, 14 de junho, da Miriam Leitão dá a seguinte notícia:

O Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, receberá relatório do setor de inteligência da Polícia Federal sobre a morte do prefeito petista de Monte Alto, no interior de São Paulo, Gilberto Morgado. O Presidente Nacional do PT cobrou uma investigação para o caso. Morgado morreu ao cair do 23º andar de um apart hotel em São Paulo. A hipótese provável é de suicídio. Ao assumir a prefeitura, ele denunciou irregularidades em contratos do lixo com a empresa Leão & Leão, e sua família vinha recebendo ameaça de morte.

Senadora Heloísa Helena, é a terceira coincidência envolvendo prefeitos do Partido dos Trabalhadores e a terceira coincidência em que, por trás disso, está jogo e lixo. Pelo que foi apurado, Senador José Agripino, na CPI dos Bingos, há uma conexão entre as empresas. Lixo, bingo e transporte coletivo formam um tripé no qual vários Municípios governados por petistas se respaldaram e se basearam para formar os seus caixas dois.

Nunca me esqueço, Senadora Heloísa Helena, de que, no começo do Governo, quando o Waldomiro era chamado lá na Câmara de Ministro, apareceu aqui no Senado projeto de regularização de jogos. Após a queda do Waldomiro, apressaram-se em tirá-lo da pauta, mas os Anais estão aí para registrar a apresentação do projeto a que me refiro.

Esse caso da morte do prefeito de Monte Alto merece de todos nós um acompanhamento mais próximo, porque, nesse caso, o Partido joga com a distância entre o fato e a apuração. Ganha tempo, porque o tempo ajuda a destruir provas, a diminuir a comoção e fazer com que as pessoas esqueçam detalhes sobre o fato.

O Sr. José Agripino (PFL - RN) - Permite-me um aparte, Senador?

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Com o maior prazer, Senador José Agripino.

O Sr. José Agripino (PFL - RN) - Senador Heráclito Fortes, V. Exª está abordando um assunto que até poderia causar-nos algum constrangimento, mas somos obrigados a tratar dele, porque temos de passar a limpo fatos que nos chegam. Ou fazemos cara de paisagem, ou enfrentamos o fato, denunciamos, investigamos, até pelas ilações. V. Exª se referiu às três coincidências e não as citou. Vou ousar me antecipar. V. Exª deve estar se referindo ao caso de Celso Daniel, que foi supostamente assassinado. Entre os suspeitos, encontra-se o Sr. Sombra. Não sei se V. Exª presenciou o depoimento da servidora doméstica, uma senhora modesta, humilde, que esteve na CPI dos Bingos e falou um bocado de verdades, que viu que o Sombra freqüentava o sítio, ou a quinta, ou a casa de luxo em Cuiabá, do Comendador Arcanjo, e de lá saía com mala de dinheiro, lavava dinheiro. O Sombra teria arquitetado o seqüestro e a morte do prefeito Celso Daniel, conforme suspeitam - não sou nem eu, nem V. Exª - os irmãos dele. Quem era Celso Daniel? Era Prefeito do PT. Coincidência. Toninho. Quem era Toninho? Era o Prefeito de Campinas. De onde? Do PT. Quem é o Sr. Jack? Curioso como a servidora doméstica que veio aqui na CPI dos Bingos disse que viu o Sombra - e viu o Okamotto também - na casa do rico Arcanjo, o Sombra, que arquitetou o assassinato de Celso Daniel. O Jack é um funcionário modestinho de um bingo de Campinas, que ouviu bingueiros de Angola e pessoas arquitetando o assassinato de Toninho de Campinas. Por que razão? A razão era sempre a mesma: propina. Descoberta de propina, descoberta de jogo, tráfico de influência nas prefeituras do PT para tirar dinheiro - para que fins, só Deus sabe como! Aí vem Monte Alto. Foi notícia um dia só e não foi mais. Em muito boa hora, V. Exª está trazendo aqui a ilação do caso do Prefeito de Monte Alto, que se supõe ter-se suicidado, pelo fato de ter denunciado supostas - supostas! - falcatruas praticadas com a Leão&Leão. É sempre transporte coletivo, lixo, informática, bingo. É sempre isso! E aí se produz o assassinato, pela via do suicídio, de mais um prefeito. Tudo isso motivado pelas ações de prefeitos ou de titulares do Poder Público do Partido dos Trabalhadores. Veja o nosso PFL: V. Exª foi prefeito de Teresina, e eu fui Governador do Rio Grande do Norte e Prefeito de Natal. Quantos prefeitos e governadores o PFL tem? Cadê os toninhos? Cadê os celsos daniéis? Cadê os prefeitos de Monte Alto do PFL? Não. Os celsos daniéis, os okamottos, as vinculações com os arcanjos são com essa turma do PT. Turma do PT que, além de produzir os waldomiros, os gushikens, os zés dirceus, os paloccis, também produz fatos escabrosos como o que V. Exª está levantando com muita coragem, e eu tomo a iniciativa de lhe apartear, para relembrar que esse Partido dos Trabalhadores é muito bom no marketing, na propaganda, na promessa, e parece ser muito bom no tráfico de influência, na obtenção, por vias ilícitas, de dinheiro; e parece que tem envolvimento sério em casos de perda de vida de titulares seus que terminam assassinados. É preciso investigar isso tudo, Senador Heráclito Fortes, e V. Exª, em muito boa hora, nesta quarta-feira, véspera de feriado, às sete e pouco da noite, relembra esse fato para que aqueles que nos assistem e nos ouvem pela TV Senado possam fazer a sua reflexão sobre o Governo que nos governa e o partido desse Governo. Parabéns a V. Exª.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Senador José Agripino, Líder do meu Partido, o cinismo com que o Partido dos Trabalhadores aborda alguns assuntos é de estarrecer qualquer um. O Senador Arthur Virgílio - e eu disse a ele que vou citá-lo no pronunciamento e vou dizer agora o porquê - trouxe, no seu pronunciamento aqui, um fato que me chamou muito a atenção, porque ouvi ontem, numa roda petista, que é exatamente sobre aquela invasão, feita de maneira premeditada, na Câmara dos Deputados.

Ontem, ouvi um petista dizer que todo o desgaste que o PT sofreu, Senadora Heloísa Helena, era bem menor do que se tivessem deixado se fazer aqui, nas duas Casas, a comemoração de um ano do “mensalão”, a lamentação; que o desgaste era bem menor, e que era mais fácil explicar à opinião pública do que aquilo. Engraçado! Ouvi aquilo e achei estapafúrdio ser dito. Agora, V. Exª trata do mesmo assunto e levanta a mesma suspeita, o que nos faz, Senador Arthur Virgílio, não termos mais dúvidas.

Aliás, a técnica implantada e que está sendo colocada em prática pelo PT no momento é a seguinte: quando alguém acusa um integrante do Partido, eles se defendem, dizendo que estão sofrendo patrulhamento, e que o patrulhamento é inadmissível. Quando querem se ver livres de um adversário, eles usam uma técnica nova, Senadora Heloísa Helena - prepare-se: radioativizam o adversário. As pessoas passam a correr de qualquer cidadão contaminado por radioatividade. Então, Senador Arthur Virgílio, é a tática que eles estão adotando. Elegem-no adversário e, aí, começam a denunciá-lo, a tentar isolá-lo - e V. Exª foi vítima de uma dessas tentativas -, exatamente para fazer com que a sociedade desacredite nas suas denúncias e nas suas boas intenções.

A coisa é grave, porque esse trabalho - e nós temos exemplos concretos - foi feito com o caseiro. O caseiro foi vítima dessa tentativa, dessa orquestração, bem como a família de Celso Daniel e seus irmãos. Começaram a dizer que eram loucos. O ex-dirigente do PT também foi vítima. Com um por um dos militantes ou dos cidadãos brasileiros que têm coragem de fazer denúncias, sistematicamente, eles usam essa tática. E usam até - numa linguagem para se entender - colocar césio 137 no acusador. Estou lembrando aquele triste episódio de Goiânia, em que pessoas sofreram sérios problemas e, contaminados, passaram a contaminação aos que os cercavam. Então, é esta a nova tática: interesse contrariado, é desacreditar. No caso do caseiro, o dinheiro foi de parlamentares, e por aí afora.

Mas essa tática, Senadora Heloísa Helena, tem limites de credibilidade. Eu acho que estão gastando, de maneira muito repetida, essas armas de guerra tão bem treinadas pelo Partido dos Trabalhadores.

O que aconteceu aqui na invasão da Câmara é um crime inaceitável em qualquer lugar do mundo, pela maneira como foi feito, pela preparação. E, olha, o inquérito feito pela Polícia Legislativa e que hoje está nas mãos da Polícia Federal precisa ser olhado com detalhes, porque há fatos novos que estão aí que merecem uma atenção melhor.

Senadora Heloísa Helena, corre à boca pequena que, inclusive, uma relação de Deputados foi encontrada e que aqueles Deputados seriam desmoralizados pelos manifestantes se com eles cruzassem no dia. Imaginem aonde essa gente queria chegar, e o risco que esta Casa passou! Era uma lista com doze Deputados.

É preciso apurar. Se provado for, essa coisa é de uma gravidade sem precedentes. Fora as vítimas feitas, que são trabalhadores que estão impedidos de exercer a sua profissão porque, às custas do dinheiro do povo brasileiro, foram instrumentalizados para proceder dessa maneira.

Agora, Senador Arthur Virgílio, o dinheiro que apareceu aí é o dinheiro contabilizado. E o caixa dois? E o caixa dois das invasões? E o caixa dois que é o dinheiro não-contabilizado? Será que não existe também para esse tipo de agitação? Claro que existe, e corre mais fácil.

Senadora Heloísa Helena, a quantidade de garrafas vazias de bebida forte destilada encontradas nas redondezas da Câmara dos Deputados é incalculável. Como eles diziam, era para “pegar pressão”. Pegaram pressão demais. Acho que erraram na dose. Eles devem ter algum líder, algum herói que procuram imitar, mas erraram na dose.

Portanto, quero fazer esses dois registros nesta tarde de hoje, e faço até com tristeza. Eu não gostaria de abordar a morte do Prefeito Morgado, mas acho que esse é um dever nosso, para alertar a população brasileira para esses fatos e para fazer com que as pessoas mais próximas desse episódio e que tenham informações encontrem uma maneira de transmiti-las à Polícia e ao Delegado que faz o inquérito, a fim de, enfim, esclarecer essa situação.

Por incrível que pareça, a solidariedade por parte do PT parece ter ficado restrita apenas ao Senador Eduardo Suplicy, que, por sua formação humana, tem se comportado sempre assim nesses episódios. Quero fazer justiça ao Senador, pois S. Exª é o único que procura a família e que procura esclarecimentos. S. Exª já passou por maus momentos no Partido por, em circunstâncias como essa e em casos como esse, querer a verdade.

Portanto, está feito o registro. O Presidente da República, que estava na teleconferência para emitir opinião sobre o estado físico do jogador Ronaldo, poderia ter sido mais solidário com os funcionários que foram atingidos aqui pela violência de seus companheiros e também com a família de um ex-correligionário que morre em circunstâncias misteriosas. Pode-se admitir, Senador Heloísa Helena, a tese do suicídio. Mas em que circunstâncias esse homem se suicidou? Que tipo de pressão vinha recebendo?

Não se quebra sigilo telefônico sem ordem judicial, mas é preciso tomar providências legais visando apurar, nos últimos dois, três, quatro meses, quem telefonava para esse homem, quem atormentava sua vida, quem lhe pressionava. Não podemos mais conviver com crimes dessa natureza, que apresentam o mesmo tipo, a mesma característica, militantes do mesmo Partido, e nenhum deles tem solução.

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/06/2006 - Página 20562