Discurso durante a 86ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da apresentação, no dia 15 último, dos vencedores do Prêmio Internacional de Alimentação, nos EUA, incluindo o nome de dois brasileiros: Alysson Paulinelli e Edson Lobato.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Registro da apresentação, no dia 15 último, dos vencedores do Prêmio Internacional de Alimentação, nos EUA, incluindo o nome de dois brasileiros: Alysson Paulinelli e Edson Lobato.
Publicação
Publicação no DSF de 22/06/2006 - Página 21173
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • REGISTRO, CONCESSÃO, PREMIO, AMBITO INTERNACIONAL, ALIMENTAÇÃO, EX MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), EX-DIRETOR, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), RECONHECIMENTO, MELHORIA, QUALIDADE, AGRICULTURA, AREA, CERRADO, BRASIL, DETALHAMENTO, CONTRIBUIÇÃO.
  • ANUNCIO, GOVERNO FEDERAL, INICIO, OBRA PUBLICA, MELHORIA, RODOVIA, LIGAÇÃO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ATENDIMENTO, REIVINDICAÇÃO, POPULAÇÃO.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Srª Presidente.

Srs. Senadores, quero registrar aqui um importante fato para a Nação brasileira e para o meu Estado de Minas Gerais, ligado ao mesmo assunto de que tratava há pouco o Senador Valdir Raupp, a agricultura.

A imprensa nacional e internacional noticia que, no dia 15 passado, neste mês de junho, em Washington, foram apresentados os recebedores do Prêmio Internacional de Alimentação em cerimônia no Departamento de Estado-Norte Americano, com honra para o vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Dr. Norman E. Borlaug, e convidados pelo Honorável Josette Sheeran Shiner, Subsecretário de Estado para Assuntos da Economia, Comércio e Negócios.

O presidente da Fundação do Prêmio Internacional de Alimentação, embaixador Kenneth M. Quinn, anunciou que entre os homens que dividirão o Prêmio Internacional 2006 estão dois brasileiros - vejam bem o reconhecimento que alcançamos no que diz respeito à evolução do uso da terra brasileira. Entre os premiados estão o ex-Ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, mineiro - foi também Secretário de Agricultura no meu Governo entre 1995 e 1998 -; o ex-Diretor Técnico do Centro de Pesquisas Cerrado da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doutor Edson Lobato; além do representante do Instituto Internacional de Pesquisas de Washington, Dr. Colin McClung.

São dois brasileiros homenageados pela qualidade que se conseguiu na agricultura brasileira.

Celebrando seu vigésimo aniversário este ano, o Prêmio Internacional de Alimentação foi criado para a mais importante comenda por empreendimentos que aumentam de modo significativo a qualidade, a quantidade e a disponibilidade de alimentos no mundo.

O embaixador Quinn observou que este ano marca a primeira vez, em seus 21 anos de história, que o Prêmio Internacional de Alimentação será concedido a três recebedores. Lobato e Paulinelli são os primeiros do Brasil a serem laureados com esse prêmio, enquanto McClung é o décimo-primeiro laureado dos Estados Unidos.

Quinn acrescentou que os homenageados de 2006 representaram, cada qual, um papel vital de transformação do Cerrado em terra agrícola altamente produtiva, uma vasta região constituída de planaltos tropicais inférteis cortando o Brasil.

Embora tenham trabalhado de forma independente, em diferentes décadas e campos, seus esforços coletivos nos últimos cinqüenta anos abriram o enorme potencial do Brasil para a produção de alimentos.

Seus avanços na liderança da política e ciência do solo tornaram possível o desenvolvimento da agricultura no Cerrado, uma região chamada em português de terra reclusa em terra cultivável.

O representante da organização internacional também observou que, de 1970 a 2000, a produção agrícola no Brasil mais que triplicou, enquanto sua área de terra cultivada cresceu menos de uma vez e meia - resultado que é fruto do aumento de produtividade que se obteve na agricultura brasileira.

O laureado pelo Nobel da Paz, Dr. Borlaug, credenciado por salvar mais de um bilhão de vidas como o Pai da Revolução Verde, chamou o desenvolvimento do Cerrado de “um dos maiores feitos da ciência agrícola do século XX, que transformou uma terra ociosa em uma das áreas agrícolas mais produtivas do mundo”.

O Prêmio Mundial de Alimentação será formalmente apresentado na cerimônia de 19 de outubro deste ano no Iowa State Capitol Building, na cidade americana de Des Moines. A cerimônia acontecerá como parte do Simpósio Internacional do Prêmio Mundial de Alimentação, intitulado The Green Revolution Redux (O Reduto da Revolução Verde).

O Prêmio Internacional de Alimentação é a comenda internacional mais importante, reconhecendo, independentemente de raça, religião, nacionalidade ou convicções políticas, as realizações individuais que promoveram o desenvolvimento humano com melhoria da qualidade, quantidade ou disponibilidade de alimento no mundo.

O Prêmio reconhece as contribuições em qualquer campo envolvido no fornecimento internacional de alimento: ciência e tecnologia da agricultura e da alimentação, fabricação, marketing, nutrição, economia, alívio da pobreza, liderança política e ciências sociais. Enfatiza a importância do fornecimento sustentado e nutricional de alimentos para todas as pessoas.

Merecedor de tão importante comenda, o agrônomo Alysson Paulinelli é uma das personalidades de maior reconhecimento no setor agropecuário do Brasil. Como ministro da Agricultura, entre 1974 e 1979, criou uma dinâmica desenvolvimentista para o setor. A fundação da Embrapa está entre as suas principais realizações.

Produtor rural de sucesso (grãos, fruticultura e pecuária de corte), o ex-ministro também foi deputado federal constituinte e, por duas vezes, foi Secretário Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, foi ainda presidente do Banco do Estado de Minas Gerais, antigo Bemge, onde fez uma atualização tecnológica sem precedentes, e presidente da Confederação Nacional da Agricultura e do Fórum Nacional da Agricultura. Ele é consultor de diversas empresas particulares do agronegócio, nas quais integra também o Conselho Administrativo.

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, realmente é motivo de júbilo para todos nós ver o Brasil, por meio de dois notáveis homens, ser reconhecido como país que tem sabido dar maior produtividade à sua terra. É muito bom sabermos que a agricultura brasileira conseguiu avançar tanto: enquanto a área agriculturável cresceu uma vez e meia, a produtividade triplicou. Portanto, fico muito feliz em poder, como mineiro e como amigo de Alysson Paulinelli, prestar esta homenagem a ele e a Edson Lobato. Na verdade, não é prestar homenagem, mas lembrar a homenagem que está sendo prestada a eles com essa premiação internacional que ambos receberão.

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, também quero falar sobre uma área para a qual tenho sempre cobrado melhoramentos: a de infra-estrutura. Aliás, uma das obrigações da oposição é cobrar ações de governo.

Ainda há pouco, no Cbratur - Congresso Brasileiro da Atividade Turística, dizia que, para podermos avançar mais ainda no turismo, que, diga-se de passagem, tem sido bem gerido pelo Ministro Walfrido dos Mares Guia*, é necessário que tenhamos uma infra-estrutura melhorada.

A infra-estrutura brasileira precisa de investimentos, especialmente as estradas, as rodovias federais, que estão realmente em estado lamentável - já não eram grandes coisas no Governo passado, mas agora pioraram. Para esse setor temos de cobrar investimentos e buscar soluções permanentemente, mas quando existe uma ação relevante, evidentemente, temos de também aqui divulgar e registrar.

É o que faço com satisfação, vendo que o Governo Federal agora tomou uma decisão e finalmente dará início às obras de construção do segundo Viaduto das Almas, que é um viaduto em curva na estrada que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. Há muito tempo o povo mineiro espera por essa obra.

Na verdade, esse projeto já deveria ter sido iniciado. O viaduto de 262 metros de comprimento foi construído por Juscelino Kubitscheck em 1957, e, de lá para cá, com o aumento do tráfego, transformou-se num gargalo da rodovia. O novo projeto, certamente mais seguro, terá um total de 2,7 quilômetros e incluirá um viaduto de 450 metros com dois pontilhões independentes. É realmente com entusiasmo que vejo essa decisão, porque, para essa reconstrução do Viaduto das Almas, os mineiros, os parlamentares, todos nós temos nos empenhado.

Recursos, como todos sabem, existem: há os recursos da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e alternativas viáveis que podem ser utilizadas pelo Governo para outras obras, como as parcerias público-privadas que continuam apenas no papel.

De maneira que, no caso específico do Viaduto das Almas, é importante registrarmos que, finalmente, teremos uma solução.

Mas ocupo esta tribuna, hoje, além deste fato novo, para cumprimentar esse grande brasileiro responsável pela criação da Embrapa e por grandes avanços que o Brasil teve na agricultura, que é Alisson Paulinelli.

Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/06/2006 - Página 21173