Discurso durante a 91ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

- Críticas à afirmação do Presidente Lula, em discurso na primeira Conferência Nacional de Economia Solidária, em Brasília, que antes dele o "Brasil era uma coisa meio desarranjada".

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. PECUARIA.:
  • - Críticas à afirmação do Presidente Lula, em discurso na primeira Conferência Nacional de Economia Solidária, em Brasília, que antes dele o "Brasil era uma coisa meio desarranjada".
Publicação
Publicação no DSF de 29/06/2006 - Página 210926
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. PECUARIA.
Indexação
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DESVALORIZAÇÃO, GESTÃO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, INEXATIDÃO, AVALIAÇÃO, GOVERNO, ATUALIDADE, REGISTRO, ORADOR, HISTORIA, PLANO, REAL, CONTROLE, INFLAÇÃO, ESTABILIDADE, ECONOMIA NACIONAL.
  • CRITICA, INCOMPETENCIA, GOVERNO FEDERAL, ESPECIFICAÇÃO, EMBARGOS, EXPORTAÇÃO, CARNE, BRASIL, POSTERIORIDADE, FEBRE AFTOSA.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Presidente Lula afirmou ontem, em discurso na 1ª Conferência Nacional de Economia Solidária, em Brasília, que antes dele o "brasil era uma coisa meio desarranjada".

Nessa linha obsessiva de denegrir os seus antecessores e se vangloriar de feitos e obras imaginárias, sua excelência em plena campanha pela reeleição, vem recorrendo com mais regularidade ao sofisma e a tergiversação.

            No “palanque” de ontem, o Presidente Lula afirmou que recebeu um país desordenado e comparou o país que recebeu com um avião com peças desmontadas: "O Brasil quando nós pegamos era assim”.

Fiel ao estilo delirante o presidente lula sentenciou: consegui "arrumar a coisa" e hoje o brasil é outro "de tal ordem que alguns críticos do passado não sabem como explicar como é que a gente resolveu o problema da economia brasileira".

O teor dessa declaração revela o Presidente Lula delirando, afinal ele afirmou que resolveu o problema da economia brasileira.

O plano real mudou o Brasil, em que pese os desafios do país continuarem imensos. sem dúvida, o plano real foi o instrumento que tornou possível o ingresso numa era de estabilização.

É inegável que a primeira forma de luta contra a exclusão social consistiu em conseguir a estabilização econômica. em junho de 1994, a inflação estava em 47%, quando foi controlada pelo plano real. em 2001, a média foi de apenas 0,6% ao mês.

Em sã consciência ninguém seria capaz de discordar que a estabilização contribuiu sobremaneira para melhoria das condições de vida da população.

Além de não ser uma conquista de seu governo, a sua gestão usufruiu dos efeitos da estabilização.

No que se refere ao crescimento econômico verificado durante o seu governo, o Brasil cresce abaixo da média mundial, muito longe dos países em desenvolvimento e somente acima do haiti na américa latina. devemos destacar o quadro internacional favorável e o crescimento vertiginoso das commodities  exportadas pelo Brasil.

Durante o seu governo o cenário externo só favoreceu, ao contrário do governo anterior que enfrentou três crises econômicas internacionais de graves proporções: mexicana, asiática e russa, e mesmo assim conseguiu um crescimento econômico médio entre 1995 e 2001 da ordem de 2,9% do PIB (crescimento na média mundial).

A tentativa do Presidente Lula se apresentar no palanque como o pai da estabilização monetária é mais uma apropriação indébita praticada na sua gestão.

A arrecadação de impostos e contribuições continua crescendo e batendo recordes. a receita federal já arrecadou R$154,34 bilhões nos cinco primeiros meses do ano: um crescimento real (descontada a inflação pelo ipca) de 2,7% em comparação ao mesmo período de 2005.

Em maio, a arrecadação chegou a R$28,72 bilhões e bateu mais um recorde histórico para o mês, com expansão de 2,82% sobre maio do ano passado.

A última baixa?: o Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues pediu demissão hoje.

Era um dos poucos ministros que estava no cargo desde o início do governo. um homem sério, competente mas que foi refém, desde o início, de um governo que tratou a agricultura e o agricultor com desdém e negigência.

A falta de articulação do governo lula é de tal magnitude, por exemplo, que oito meses após a descoberta de focos de febre aftosa, 58 países ainda mantêm o embargo à importação de carne brasileira.

O governo só conseguiu reverter parcialmente a restrição ao produto imposta por três países.

A suspensão dos embargos à importação de carne brasileira exige uma atuação mais política do que técnica do governo. o ex- Ministro Rodrigues fez a sua parte. mas e o resto do governo?

Sabemos que os “esforços concentrados” do governo são empreendidos no eixo Brasília-Caracas e Brasília-La Paz, sempre privilegiando as decisões do Sr. Hugo Chávez e Evo Morales.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/06/2006 - Página 210926