Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.

Autor
Heloísa Helena (PSOL - Partido Socialismo e Liberdade/AL)
Nome completo: Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO TRABALHISTA.:
  • Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.
Publicação
Publicação no DSF de 07/06/2006 - Página 13180
Assunto
Outros > MOVIMENTO TRABALHISTA.
Indexação
  • OPOSIÇÃO, VIOLENCIA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, SEM-TERRA, INVASÃO, CONGRESSO NACIONAL, ERRO, MOVIMENTO TRABALHISTA, APRESENTAÇÃO, REIVINDICAÇÃO, MOTIVO, RESPONSABILIDADE, EXECUTIVO, INCOMPETENCIA, IMPLEMENTAÇÃO, REFORMA AGRARIA, AUSENCIA, POLITICA AGRICOLA.

A SRª HELOÍSA HELENA (P-SOL - AL. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Senador João Alberto, sabe V. Exª e todos os Parlamentares desta Casa que não tenho nenhum espírito corporativo com o Congresso Nacional. Sabe V. Exª que, muitas vezes, nesta Casa, fiz ataques sérios, confrontos ideológicos programáticos e éticos com relação a muitos Parlamentares e ao Congresso Nacional também. Então não tenho nenhum espírito corporativo. E não é por que simplesmente o Congresso Nacional está aberto e nós aqui falando, legislando, fiscalizando ou representando um setor da sociedade que se consolida a democracia representativa brasileira. Portanto, a minha fala aqui não tem nenhum discurso demagógico para defender a farsa de uma democracia representativa, que não existe. Agora, quero deixar registrado o nosso posicionamento absolutamente contrário a essa atitude.

Senador João Alberto Souza, o endereço está errado. O endereço está errado! Não é aqui o debate. Quem define a política de reforma agrária está do outro lado da praça: no Palácio Planalto. Não se faz reforma agrária no Brasil porque o atual Governo imita o anterior e não tem a coragem necessária para fazer a reforma agrária. Portanto, esse tipo de movimento supostamente radical não é radical, não está indo à raiz do problema, está tendo uma posição sectária contra um Parlamento que não se respeita. É verdade! Este Congresso Nacional não se respeita nem merece ser respeitado pela sociedade. Mas o endereço da reivindicação está errado. Quem não faz reforma agrária, quem não tem política agrícola para o assentado, nem para a agricultura familiar, nem para o pequeno e médio produtor rural; quem estabelece medidas, todo o tempo, para beneficiar o capital financeiro é o Palácio do Planalto! É fato que a sua base de bajulação aqui, no Congresso Nacional, também nada faz. Mas é importante deixar claro que o endereço está errado. Não só do ponto de vista simbólico, mas até do ponto de vista físico, este prédio é patrimônio público, patrimônio do povo brasileiro. Para se consertarem as vidraças, sairá dinheiro não dos Senadores, dos Deputados ou do Presidente da República, mas dos cofres públicos, do povo brasileiro.

Portanto, para deixar registrado o nosso posicionamento contrário. As reivindicações podem ser as mais importantes, as mais legítimas. Não sei quais são. Eu, pelo menos, não fui informada, nem ninguém do P-SOL sobre a pauta de reivindicações que ali estava sendo entregue.

Agora, é importante deixar absolutamente claro: quem define, ou melhor, não define, nada faz pela política da reforma agrária está lá. E se por outra motivação inclusive política não resolveram ir para lá, cabe-nos, sem dúvida alguma, dizer que as reivindicações em relação à reforma agrária são importante no País, mas a responsabilidade é da base de bajulação do Governo aqui e, especialmente, de lá, do Palácio do Planalto.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/06/2006 - Página 13180